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Disc.: DIR.CONSUMIDOR 2021.

2 (G) / EX

1. Carlos, gerente de uma loja de bicicletas, orientou Marcelo, de


quem é chefe, a não entregar aos consumidores o termo de
garantia referente aos produtos por ele vendidos. Nessa situação
hipotética, I - Marcelo e Carlos poderão ser considerados agentes
ativos de crime previsto no CDC. II - Não caberá, em relação à
conduta descrita, ação penal subsidiária nem assistência. III - O
CDC não considera crime a conduta apresentada, mas infração
administrativa. A esse respeito, pode-se concluir que estão
CORRETAS:

F As alternativas I e II estão corretas;

F Somente a alternativa II,

V Somente a alternativa I,

F Somente a alternativa III,

F As alternativas II e III estão corretas.

Explicação:

Os crimes arrolados no Código de Defesa do Consumidor têm, como sujeito ativo, o fornecedor, como
sujeito passivo, o consumidor e, como objeto especial, o produto ou o serviço. É o Código do Consumidor
uma lei especial e em razão dessa circunstância ele prevalece sobre o Código Penal, a lei geral quando
houver conflito entre as normas.

2. Se a DPE/AC propuser ação coletiva em defesa de interesses


individuais homogêneos, a sentença que deverá ser proferida fará
coisa julgada

erga omnes, se a ação for julgada improcedente por falta de provas, sendo vedada nova ação
pelo mesmo legitimado.
erga omnes, se a ação for julgada improcedente por falta de provas, sendo vedada nova ação
por outro legitimado.
ultra partes, se a ação for julgada improcedente por falta de provas, sendo vedada nova ação
por outro legitimado.
ultra partes, se a ação for julgada improcedente por falta de provas, podendo ser proposta nova
ação por outro legitimado.

erga omnes, somente se a ação for julgada procedente.

Explicação:

Gabarito letra C
3. Quanto à convenção coletiva de consumo, nos termos do Código
de Defesa do Consumidor, assinale a alternativa correta.

A convenção obriga a todos os fornecedores que produzam os produtos ou prestem os serviços


regulados na convenção.
O fornecedor que se desliga da entidade que firmou a convenção coletiva de consumo antes do
registro do instrumento, se exime do seu cumprimento.
A eficácia erga omnes da convenção coletiva do consumo depende de homologação pelo Poder
Judiciário.
Entidades públicas e civis e fornecedores podem regular, por convenção escrita, relações de
consumo com objetivo de estabelecer as condições dos produtos colocados no mercado.
A convenção coletiva de consumo se torna obrigatória aos que dela tomarem parte a partir da
data de sua publicação no diário oficial ou em jornais de grande circulação.

Explicação:

Gabarito letra C

4. A desconsideração da personalidade jurídica de sociedade


fornecedora de produto ou de serviço se dará:

apenas nos casos de comprovada fraude contra credores ou de execução em detrimento dos
consumidores, por decisão judicial.
por decisão judicial ou de autoridade administrativa competente quando, em detrimento do
consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou
violação dos estatutos ou contrato social.
por decisão judicial ou de autoridade administrativa competente quando se verificar confusão
patrimonial, apurada pela existência de bens da sociedade em nome dos sócios e
administradores.
por decisão judicial, e em nenhuma hipótese por decisão administrativa, quando, em detrimento
do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou
violação dos estatutos ou contrato social.
apenas quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade provocados
por má administração.

5. Nas ações coletivas, o efeito da coisa julgada material será:

Tratando-se de direitos individuais homogêneos, julgados improcedentes, o consumidor, que


não tiver conhecimento da ação, não poderá intentar ação individual.

NENHUMA DAS RESPOSTAS ACIMA

Tratando-se de direitos difusos, no caso de improcedência por insuficiência de provas, não faz
coisa julgada material, podendo, qualquer prejudicado, intentar nova ação com os mesmo
fundamentos, valendo-se de novas provas.
Tratando-se de direitos coletivos, no caso de improcedência do pedido de nulidade de cláusula
contratual, o efeito é ultra partes e impede a propositura de ação individual
Tratando-se de direitos individuais homogêneos, efeito erga omnes, se procedente, mas só
aproveita aquele que se habilitou até o trânsito em julgado.
Explicação:

A assertiva C está correta, de acordo com o art. 103, I, do CDC.

6. A empresa Aurum, indústria fabricante de automóveis, lançou, em


setembro de 2014, veículo cuja campanha publicitária afirmou
tratar-se de modelo 2014-2015, antecipando, assim, a
comercialização do modelo do ano seguinte, como é a praxe no
Brasil e em alguns outros países. Em janeiro de 2015, a empresa
Aurum abandonou a fabricação do referido modelo e passou a
fabricar outro, diferente, denominado simplesmente de modelo
2015. Sentindo-se lesados, compradores do automóvel modelo
2014-2015 ingressaram com ações judiciais individuais buscando
reparação, afirmando que houve quebra de uma legítima
expectativa e consequente desvalorização exagerada de seus
veículos no mercado. Concomitantemente, o MP ingressou com
ação coletiva contra a empresa Aurum, objetivando a proteção
desses mesmos interesses.

Acerca da situação hipotética apresentada, assinale a opção


correta à luz da jurisprudência do STJ.

Os efeitos da coisa julgada na ação coletiva não beneficiarão os consumidores que forem
autores de ações individuais se não for requerida sua desistência no prazo de trinta dias a
contar da ciência do ajuizamento da ação coletiva.
Caso veiculada a demanda por ação coletiva, o CDC prevê expressamente a legitimidade ativa
do MP e da defensoria pública, entre outros entes, de forma concorrente.
No caso da ação coletiva, eventual condenação poderá ser genérica e será posteriormente
liquidada pelas vítimas, por seus sucessores ou pelos legitimados para a propositura da ação.
Configurou-se lesão a direitos difusos, pois o ato lesivo atingiu um número indeterminado de
pessoas, abrangendo desde o primeiro comprador de cada veículo até seus futuros
proprietários.
O ato praticado pela empresa Aurum não poderá ser considerado publicidade enganosa se, no
momento da sua veiculação, não havia a intenção deliberada de enganar o consumidor ou
induzi-lo a erro.

Explicação:

Gabarito letra D

7. Em sua primeira viagem com seu carro zero quilômetro, Joaquim,


fechado por outro veículo, precisa dar uma freada brusca para
evitar um acidente. O freio não funciona, o que leva Joaquim,
transtornado, a jogar o carro para o acostamento e, em seguida,
abandonar a estrada. Felizmente, nenhum dano material ou físico
acontece ao carro nem ao motorista, que, muito abalado, mal
consegue acessar seu celular para pedir auxílio. Com a ajuda de
moradores locais, se recupera do imenso susto e entra em contato
com seus familiares. Na qualidade de advogado de Joaquim, qual
seria a orientação correta a ser dada em relação às providências
cabíveis?

Propositura de ação de responsabilidade civil pelo fato do produto em face da concessionária


que vendeu o veículo a Joaquim.
Propositura de ação de responsabilidade civil pelo fato do produto em face do fabricante do
veículo.

Não há ação a ser proposta porque não houve dano.

Propositura de ação de responsabilidade civil pelo vício do produto em face do fabricante e da


concessionária, uma vez que a responsabilidade é solidária.

8. Quanto ao Código de Defesa do Consumidor, aponte a alternativa


incorreta:

A garantia legal de adequação do produto ou serviço depende de termo expresso, vedada a


exoneração contratual do fornecedor.
O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, mas
não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no
mercado.
O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos; no caso dos
profissionais liberais, no entanto, a responsabilidade pessoal será apurada mediante a
verificação de culpa.
O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 (sete) dias a contar de sua assinatura ou
do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de
produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a
domicílio. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento, os valores eventualmente
pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato,
monetariamente atualizados.
Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha: a substituição do produto por outro da mesma espécie, em
perfeitas condições de uso; a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos; o abatimento proporcional do preço.

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