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Relações Humanas e Ètica Profissional
Relações Humanas e Ètica Profissional
Humanas
E
Ética Profissional
GRUPO ANDRADE MARTINS
Título
RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICA PROFISSIONAL
ISBN –
APRESENTAÇÃO
As instituições de ensino superior são a ponte para que o indivíduo consiga melhor se quali-
ficar para o mercado de trabalho e, consequentemente, ter a ascensão social tão desejada e
difundida pelo sistema capitalista.
Para que o indivíduo possa desenvolver as suas habilidades, torna-se necessário dar conti-
nuidade aos estudos, frequentando um curso de nível superior nas diversas áreas existentes.
Ao optar pelo curso de sua preferência é necessário que o aluno tenha em mente que estará
entrando para um universo diferente da educação recebida no Ensino Básico e que seu es-
forço pessoal é indispensável para o seu sucesso, principalmente nos cursos à distância e
semipresenciais.
Esse processo envolve realizar todas as atividades solicitadas no seu curso, a capacidade de
ser autodidata e de buscar outras fontes de conhecimento. O objetivo maior deste esforço é
melhorar as suas habilidades e, assim, o desempenho para o mercado de trabalho. Sabemos
que esporadicamente esse mercado é afetado pelas crises econômicas, políticas e sociais
e quem possui o maior grau de conhecimento específico e generalizado consegue suportar
melhor essas variações.
Como esse processo não é apenas econômico e político, mas principalmente social, cabe a
cada um de nós fazer a sua parte através da dedicação à profissão, à educação continuada,
ao desenvolvimento da ética e da cidadania em nosso dia a dia, entre outras ações. Segundo
Voltaire, “a Educação é uma descoberta progressiva de nossa própria ignorância”, assim ao
dar a nossa contribuição para o nosso próprio desenvolvimento, estamos levando adiante um
anseio antigo, o de criar um país mais justo e menos desigual. Felicitamos a todas as pesso-
as que dão continuidade aos estudos ou que tem a iniciativa de voltar aos mesmos, fonte de
desenvolvimento pessoal e profissional.
JÚLIO MARTINS
UMÁRI
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................................... 05
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................... 44
Todos os direitos autorais desta apostila foram cedidos ao Júlio Martins e registrado na Biblioteca Nacional.
INTRODUÇÃO
Existem dois ditados muito conhecidos e que explicam e complicam muito as re-
lações humanas. O primeiro deles é que “cada ser humano é único” e o segundo
é que “o ser humano não é uma ilha”, ou seja, cada pessoa tem a sua maneira de
dar sentido às coisas e de ver o mundo, mas, a grande maioria, não consegue viver
isolado. Para analisar e entender melhor a complexidade que surge das relações hu-
manas foi que pesquisadores desenvolveram estudos voltados especificamente para
as relações humanas, a partir da análise da ética, da moral, da Filosofia, entre outros.
Como já dito, o ser humano não consegue viver sozinho e cria relação de depen-
dência entre si, portanto um dos principais ambientes em que as relações humanas
devem ser bem trabalhadas é nas empresas. No ambiente de trabalho deve prevale-
cer a relação em grupo, tendo por objetivo a otimização na oferta de bens e serviços
e um ambiente de coleguismo, bem-estar e de trabalho em equipe.
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UNIDADE I
HISTÓRIA
DA ÉTICA
UNIDADE I: HISTÓRIA DA ÉTICA
Sendo a ética uma construção humana, uma ditatorial, sem respeitar o sujeito e as possibilida-
aposta na reflexão sobre o agir das pessoas para des tão plurais que podem ser encontradas na
que princípios básicos de convivência e sobrevi- sociedade. De modo geral, trata-se de um hábito
vência sejam garantidos, a mesma evoluiu e con- hipócrita, antiético e que gera ressentimento, já
tinua evoluindo de acordo com o pensamento hu- que não realiza o bem comum, mas apenas su-
mano, as suas necessidades e desafios, ou seja, gere o bem de grupos específicos.
ela não pode estar distante ideologicamente do Desta forma, consideramos o discurso ético
contexto ao qual é refletida. Desta maneira, ca- como aquele que se preocupa com o bem co-
be-nos, primeiramente, diferenciar o discurso éti- mum e com os indivíduos que compõem os gru-
co do discurso moralista, pois ambos estão pre- pos, ou seja, tanto a pessoa quanto a comunida-
sentes nas relações humanas, porém a influência de são elementos igualmente importantes dentro
de cada um traz diferenças qualitativas nas vidas das relações humanas.
das pessoas. FIG. 1 – Ética
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UNIDADE I: HISTÓRIA DA ÉTICA
ou seja, a perda de sentido do ponto de vista da so, sua origem, quais os elementos que o com-
ética. Isso está intrinsecamente ligado aos modos punham. Outra preocupação eram os fenômenos
de estabelecimento de relação entre as pessoas. da natureza. Podemos dizer que este período foi
Na era da “descartabilidade”, em que tratamos as marcado por um profundo questionamento sobre
pessoas tal como lidamos com os objetos, a éti- a origem de todas as coisas e a explicação de
ca vem aparecendo como um campo de reflexão como e porque elas funcionavam de determinada
que pode muito contribuir para pesarmos se que- maneira. Aqui, preocupa-se com o cosmos. Al-
remos, de fato, continuar por este caminho. guns filósofos importantes: Tales de Mileto (qual é
o arché – princípio – de todas as coisas?); Herá-
Para o grande estudioso sobre ética, Henrique clito de Éfeso (pantarhei – tudo se move, tudo es-
C. de Lima Vaz (2002, p. 15), “a moral continuou corre); Pitágoras (o número é o princípio de tudo);
mostrando uma tendência a privilegiar a subje- Parmênides (o ser é e não pode não ser; o não
tividade do agir, enquanto a ética aponta prefe- ser não é e não pode ser de modo algum).
rentemente para a realidade histórica e social dos
costumes”. O autor ainda ressalta em Escritos
de Filosofia IV: Introdução à ética filosófica I, que 1.1.2. Sofistas (séculos IV e V A.C):
foi na cultura grega arcaica que ocorrera a transi- Sofista é o termo que significa sábio, especia-
ção da intenção do significado de ethos do cam- lista do saber. Responsáveis por operar uma
po animal para o campo humano, dando origem grande revolução na história da filosofia, eles (os
ao que chamamos de cultura clássica. Por ethos sofistas) “deslocaram o eixo da reflexão filosófi-
compreende-se “a realidade histórico-social dos ca da physise do cosmos para o homem e aquilo
costumes e sua presença no comportamento dos que concerne à vida do homem como membro de
indivíduos” (ibdem, 2002, p. 13). uma sociedade” (REALE, 1990, p. 38). O axioma
que mais revela o cerne deste pensamento é o de
A história da ética irá acompanhar a reflexão Sócrates: “nosce te ipsum” (conhece-te a ti mes-
filosófica e a evolução do pensamento humano, mo). Assim, Sócrates torna-se o “descobridor” da
uma vez que, como já vimos, é da filosofia que essência humana como psyché (alma), protago-
ela nasce. Assim, trazemos os principais perío- nizando Platão em seus “diálogos”. Este filósofo
dos da filosofia e as suas principais ideias: tão importante, nascido em Atenas (470 a 399
A. C), foi acusado de não crer nos deuses das
1.1.1. Pré-socráticos ou filósofos da physis cidades e de corromper os jovens. Ele pode ser
(século VIA. C): considerado também o fundador da filosofia mo-
Os pensadores se preocupavam com o univer- ral ocidental, pois conceitos como liberdade, feli-
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UNIDADE I: HISTÓRIA DA ÉTICA
cidade, verdade e não violência ganharam peso ciências empíricas e se convertendo ao naturalis-
a partir de então e estão presentes nas principais mo e ao empirismo. Podemos ver, na famosa pin-
discussões filosóficas contemporâneas. tura de Rafaello Sanzio (1483), a escola de Atenas
obra do renascimento italiano:
Outro importante pensador deste período foi
FIG. 2 – Escola de Atenas
Platão (428-347 A. C.), discípulo de Sócrates e
fundador da metafísica (meta-physis: aquilo que
está além da física) ocidental e da academia,
inaugurando com a metafísica a discussão sobre
a existência de uma realidade suprassensível, ou
seja, algo que não é da ordem da matéria, reafir-
mando a tendência sobre questões não relacio-
nadas à physis.
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UNIDADE I: HISTÓRIA DA ÉTICA
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UNIDADE II
MORAL E
PRINCÍPIOS
ÉTICOS
UNIDADE II: MORAL E PRINCÍPIOS ÉTICOS
2.1. A MORAL E A ÉTICA que pode nos auxiliar neste entendimento são
Em tempos de relações tão fragmentadas, os grupos indígenas: eles participam de uma
conforme nos aponta o sociólogo Zigmunt Bau- ética universal, mas possuem as suas normas
man(1998), a filosofia (em uma ação multidis- e os seus valores morais particulares que de-
ciplinar com a sociologia, psicologia, antropo- vem ser respeitados pela sociedade de forma
logia, o direito, entre outras) serve-nos como que, assim feito, terão a sua identidade grupal
uma ferramenta na tentativa de viabilizarmos garantida.
uma profunda reflexão sobre o agir humano,
sobre a nossa prática e, consequentemente, a Nunca se falou tanto em “ter uma identida-
nossa responsabilidade sobre os nossos atos. de” ou em “ser a gente mesmo”, mesmo que
para isso tenhamos que aniquilar a indenti-
Como já vimos naunidade anterior, a Ética dade oposta à nossa. Basta averiguarmos al-
tem uma preocupação com o universal, com o guns programas de governo cada vez mais eli-
coletivo, muito embora não exclua o valor tistas, preconceituosos e com o menor índice
das individualidades, pois a sociedade não é de tolerância possível. Mesmo no século XXI,
“uma nuvem que paira sobre as nossas ainda discriminamos por causa de cor, credo,
cabeças”, mas é composta por indivíduos gênero ou orientação sexual. A ética, de modo
muito singulares: homens e mulheres especial no Brasil, ainda está impregnada
carregados de histórias, dilemas, vitórias e pelo discurso moralista, religioso e partidário
derrotas. Assim, toda a preocupação da que, antes de ver o ser humano, vê o rótulo.
ética (parte da filosofia que se preocupa com Assim, podemos nos perguntar: o que é va-
o agir humano) está voltada para uma lor para cada um de nós? Refletimos sobre as
pergunta essencial: como lidamos com os “bandeiras” que levantamos ou simplesmente
valores sociais que nós mesmos esta- adotamos a ideologia que nos foram
belecemos? “impostas” pelos pais, trabalho, governo?
Enfim, acreditamos no que acreditamos
Do latim mos-moris, moral é a ciência dos porque escolhemos ou fomos escolhidos
costumese não abarca o conceito grego com para acreditar?
tamanha profundidade tal como quando fala-
mos de ética. Possuidora de um caráter norma- 2.1.1. As regras.
tivo (norma) e prescritivo, a moral diz dos valo- Entendendo a ética como a busca pelo bem
res que norteiam as relações humanas dentro e a evitação do mal, por que tais modelos de
da convivência social, levando em conta as regras e normas não são suficientes para “en-
particularidades de cada grupo. Um exemplo direitar” o comportamento humano? Por que,
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UNIDADE II: MORAL E PRINCÍPIOS ÉTICOS
mesmo sabendo o que é bom e o que é mal, ser humano, a mesma será em vão e não terá
ainda nos desviamos da conduta correta? Po- cumprido a sua missão original que é cuidar.
demos nos perguntar: é possível vivenciar to- Desta forma, a moral e os princípios éticos
das as regras estabelecidas pelos princípios deverão servir para cada um de nós não como
éticos sem que tenhamos o outro como um uma camisa de forças ou uma prisão. Sistemas
detentor de importância, como um sujeito ao que tentam enquadrar o ser humano e norma-
invés de um objeto? Ou seja, a nossa cultura tizá-lo a qualquer custo sempre findaram na
(lembrando que a cultura é formada por indiví- degradação da espécie humana. No Brasil,
duos particulares que integram a sociedade) conhecemos a história da Ditadura que não
favorece o cuidado com o outro? Nas nossas passava de um sistema cunhado por normas
relações, temos nos preocupado com o bem- morais tão rígidas que sequer possibilitava às
-estar e o estar-bem daqueles que convivem pessoas questioná-lo. Assim, podemos nos
comigo? Assim, se as regras estão voltadas perguntar: um sistema moralista que não
para o bem comum, fica mais fácil entender liberta o homem, mas, pelo contrário, o
porque a normalização da ética não é capaz aprisiona em ideias e pensamentos
de padronizar a nossa conduta estritamente. totalitários é um sistema ético? Não. A ética
Ela é uma proposta. A liberdade humana, por serve justamente para averiguar a validade
vezes, pode desviar-se da mesma por causa destes sistemas morais, pois enquanto
de interesses particulares. cuidado e compromisso com a vida e o bem-
estar jamais poderá permitir este tipo de
A moral como norteadora da conduta de gru- sistema. A moral, então, é constantemente
“vigiada”, orientada e balizada pelos valores
pos específicos dentro da sociedade, propõe-
éticos.
-se como um código a ser seguido que pode,
por hora, ser questionado inclusive pela ética,
2.1.2. As normas
já que os valores da sociedade mudam de
No momento em que as questões éticas são
acordo com o homem. Assim, sabemos que é
propostas, tanto por indivíduos quanto por gru-
muito difícil estabelecer um valor como imutá-
pos sociais, falamos que as mesmas podem
vel. Foi justamente a flexibilização de alguns
ser respondidas pela consciência, surgindo as
valores morais que possibilitou a conquista de
normas morais. Se estas questões são res-
tantos grupos que eram (ou ainda são) exclu-
pondidas pelo estado, dizemos que surgem
ídos, considerados minoritários. se a ética e
as normas jurídicas. Segundo Cotrim (1997),
a moral não tiverem, em primeiro lugar, um
a diferença entre elas é:
compromisso com a vida, com o bem-estar do
Normas morais: são as regras éticas que têm
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UNIDADE II: MORAL E PRINCÍPIOS ÉTICOS
como base a consciência moral das pessoas ou de a importância em lutarmos por uma sociedade
um grupo social. As normas morais podem se es-
tender por toda uma coletividade mediante os cos-
mais livre e com maior potencial de escolha
tumes e tradições predominantes em determinado para que cada um possa, de fato, responder
meio social(cotrim, 1997, p. 214). pelos seus atos, pelo resultado da sua práxis.
Normas jurídicas: são regras ético-sociais que
tem como base o poder do Estado sobre a popu- Junto à liberdade, a palavra responsabilida-
lação que habita seu territórios. Assim, uma das de (do latim, responder e) diz justamente
principais características da norma jurídica e a co- da nossa condição em responder por aquilo
ercibilidade, isto é, a norma jurídica conta com a
força e a repressão potencial do Estado para ser que fazemos, que decidimos a todo
obedecida pelas pessoas (idem). momento. É o ato de justificar a nossa
conduta de forma consciente. Se a
Caso alguma norma moral seja desrespei- liberdade é esse potencial, o livre-arbítrio
tada, a mesma ofenderá apenas um determi- poderá ser definido de uma forma um pouco
nado grupo específico e não carecerá de inter- diferente: diz do meio, do jeito que
venção do Estado, o que se difere de quando exercemos a nossa capacidade de sermos li-
uma norma jurídica é violada, o que leva o vres. A citação a seguir irá nos ajudar a com-
Estado a intervir, às vezes através mesmo da preender a diferença entre os termos.
força bruta ou da imposição de um pena pre-
viamente estipulada pelo Código Penal. Liberdade é a propriedade de um ser de realizar
em plenitude a sua natureza. um homem é tanto
mais livre, quanto melhor pode realizar a natureza
2.1.3. A liberdade humana, integral e harmonicamente. livre-arbítrio é
Um dos aspectos que difere o homem de to- uma faculdade do ser livre, pela qual pode agir ou
não agir; agir desta ou daquela maneira. o livre-ar-
dos os outros seres, a liberdade é compreendi-
bítrio é um meio de realizar a liberdade, e um meio
da como um direito possuído pelo ser humano ambíguo. bem empregado, liberta; mal empregado,
de escolher. A sua história, o seu caminho e as escravisa. (ÁVILA, 2002, p. 27)
consequências serão orientados pelo tipo de
escolha feita e pela condução da própria vida Nesse contexto, sabemos que a conduta
quando não houver outrem que o faça por ele. humana e as suas motivações jamais pode-
rão ser decifradas. O homem não é um mo-
Entre a liberdade e a consciência moral há delo matemático ou uma ciência empírica que
uma intríseca relação, já que só poderemos pode ser inteiramente compreendida dentro
julgar uma ação caso ela tenha sido executa- de um laboratório. Ele é mais, muito mais, por-
da em liberdade, então só decidimos, que é mistério. Mesmo que a ciência, por mais
escolhemos e somos livres se pudermos avançada que esteja, tente desvendar todos
escolher. Daí os segredos da mente, o seu funcionamento
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UNIDADE II: MORAL E PRINCÍPIOS ÉTICOS
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UNIDADE III
ÉTICA E
NORMAS
UNIDADE III: ÉTICA E NORMAS
A palavra ética nunca esteve tão presente o porque de tantas ações judiciais e da enor-
nos discursos, na escrita e, inclusive, em de- me demanda no campo da justiça e do direito,
núncias como atualmente. Do grego ethikós, uma vez que como seres plurais, diferentes,
“costumes”, “comportamento”, a mesma diz de interesses cada vez mais individualistas
respeito a uma parte da filosofia que “busca (reflexo da nossa práxis, do nosso agir no
refletir sobre o comportamento humano sob o mundo pós-moderno) temos caminhado rumo
ponto de vista das noções de bem e de mal, a eliminação da noção de alteridade (o ho-
de justo e de injusto” (COTRIM, 1993). mem social interage e interdepende do outro).
Então, aquilo que nos difere do outro, que nos
Assim, com dupla finalidade, a ética elabo- faz únicos e individuais tem nos separado das
ra princípios de vida para orientar o ser hu- pessoas, do coletivo, ao invés de simplesmen-
mano rumo a uma ação moralmente correta te tornar-se uma ferramenta na construção de
e, também, busca refletir sobre estes mesmos uma sociedade mais cooperativa, integrada e
sistemas morais elaborados pelo homem. Ou voluntária.
seja, a ética não apenas elabora as normas e
condutas, mas também verifica as suas vali- A definição da palavra ética também pode
dades e, entendido como necessário, executa ser encontrada em vários dicionários. Fazen-
mudanças nos padrões outrora estabelecidos. do uma interação entre o conceito e o campo
O caminho é, então, duplo: criar e resignificar. da psicologia, encontramos a seguinte defini-
A ética, então, tem preocupações práticas: ela ção de acordo com a APA:
orienta-se pelo desejo de unir o saber ao fazer.
1. Ramo da filosofia que investiga tanto o conteú-
Afinal, “a teoria sem a prática é estéril e a práti- do dos juízos morais (i.é., o que é certo e o que é
ca sem a teoria é ingênua”, portanto, o errado) quanto da sua natureza (i.é., se tais juízos
resulta- do desta proposta será um interação devem ser considerados objetivos ou subjetivos).
O estudo do primeiro tipo de questão, às vezes, é
dialética entre a reflexão e a ação exterior. chamado de ética normativa e do segundo de me-
Ser, saber e fazer são as dimensões básicas taética. Também denominada filosofia moral. 2. Os
princípios de conduta moralmente aceitos por uma
das ciências humanas, principalmente da
pessoa ou grupo ou considerados adequados a um
filosofia. campo específico (p. ex., ética médica) (APA, 2010,
p. 391).
Desta forma, podemos perceber que há uma
relação inerente à vida humana entre a von- 3.1. AS NORMAS:
tade do indivíduo (o desejo pessoal) e a força Se a ética carrega consigo a consideração
do coletivo(do grupal, daquilo que está para daquilo que o meio coletivo elabora a partir das
além de um interesse particular). Isso explica
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UNIDADE III: ÉTICA E NORMAS
noções de bem e de mal, as normas trazem que a mesma não pode ser considerada um
consigo aspectos relacionados aos pradrões valor universal: existem famílias que adotam
e valores que estão mais interligados a grupos esta prática, inclusive depois de várias dis-
específicos e não à instância universal. Assim, cussões e considerações sobre o caso. Por
podemos dizer que as normas possuem, sim, outro lado, esta mesma família pode adotar,
um caráter ético, mas que a sua abrangência ao mesmo tempo, valores como a liberdade
não se equipara às mesmas demandas da éti- de expressão, não proibindo que os filhos e fi-
ca, já que, conforme já foi dito, a mesma se lhas discordem da decisão tomada pelos seus
destina a grupos específicos. Por norma, po- pais. Assim, se por um lado temos uma norma
demos compreender, então: ligada a uma família específica (não levar na-
moradas e namorados para dormir em casa)
1. Padrão ou série de valores que representa o de-
sempenho típico de um grupo ou um indivíduo (de temos, por outro lado, a adoção de um
uma certa idade, por exemplo) contra o qual podem valor ético universal (a abertura à liberdade
ser feitas comparações. 2. A conversão de um es-
de ex- pressão) dentro do mesmo ambiente
core bruto em um escore graduado que é mais fa-
cilmente interpretável, como percentís ou escores (aquela família).
de QI (APA, p.652).
Outro exemplo que pode ser elucidador diz
Fica claro, assim, que a adesão humana de das religiões. Enquanto algumas delas acre-
normas dentro de empresas, escolas, famílias ditam que a relação sexual deve ser pratica-
e tantas outras instituições são adequadas a da apenas depois do casamento, ou seja, a
partir de características muito específicas de virgindade é um valor específico de algumas
cada ambiente ou comunidade, já que não religiões, já que esta prática não é vista como
trabalham com valores universais enquanto um valor universal, algumas religiões propõem
ponto de partida qualitativos e quantitativos. a paz, a liberdade e o amor como práticas ne-
Obviamente, esta diferenciação que aqui fa- cessárias para a perpetuação da humanidade.
zemos tem caráter pedagógico, já que adotar Assim, se por um lado o valor específico sobre
parâmetros normativos não exclui a adoção de a virgindade (norma) fica evidente, por outro
valores universais simultaneamente. Vejamos lado o discurso sobre a paz, a liberdade e o
alguns exemplos: amor (valores éticos universais) também ocor-
Uma família decide que nenhum dos filhos ou re de forma simultânea.
filhas poderá levar as namoradas ou namora-
dos para dormir em casa. Sobre este aspecto, 3.1.1. A pessoa e a comunidade.
estamos falando de uma norma reguladora, já Uma das funções da filosofia, especifi-
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UNIDADE III: ÉTICA E NORMAS
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UNIDADE III: ÉTICA E NORMAS
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UNIDADE IV
ÉTICA E
POSTURA
PROFISSIONAL
UNIDADE IV: ÉTICA E POSTURA PROFISSIONAL
É válido ressaltar, como nos orienta Bauman Dessa forma, identidade propõe uma noção
(2001), que o conceito e, principalmente, o uso de estabilidade, remetendo-nos aos conceitos
do termo identidade é essencialmente novo, de igual e diferente, permanente e mutante, de
visto que será com o nascimento da moderni- individual e coletivo, quando nos referimos ao
dade que o mesmo representará a substituição termo como oposto ao coletivo. Trabalho (do
dos valores coletivos pela noção de homem en- latim tripalium, instrumento de tortura e instru-
quanto ser único. mento de cultivo de cereais) faz alusão ao so-
frimento.
Ofator humano, ou seja, esta particularidade
dentro das organizações que carece de contro-Na sociedade contemporânea, quando fala-
le absoluto, tem sido objeto de várias pesquisas
mos do papel do trabalhador, estamos locali-
e estudos, sobretudo em uma época em que zando um dos principais papéis sociais repre-
o produto final está cercado pelas implicações,
sentativos do eu. Basta observarmos as nossas
inclusive trabalhistas, nas quais o ser humano
relações no trabalho para identificarmos uma
se envolve. Não são raras as pesquisas, oshierarquia, que é, na maioria da vezes,
questionários (principalmente de marketing)
vertical e que determina e condiciona o nosso
nas quais nos submetemos vez ou outra na modo de “ser-no-mundo” (expressão do
tentativa desesperada do mercado de compre-
filósofo existencialista Martin Heidegger,de
ender melhor o homem e os seus desejos, suas
1997, que diz da forma com a qual estamos
necessidades, transformando-os, então, em lu-
inseridos nas nossas relações, da nossa
cro. existência enquanto modo). O homo faber
(homem que faz) tomou o lugar do homo
Uma das consequências de uma experiência sapiens (homem que sabe) exatamente no
momento em que o lucro passou
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UNIDADE III: ÉTICA E POSTURA PROFISSIONAL
a ser o grande regulador das relações no tra- nortear o mundo do trabalho. A mulher, ainda
balho. Afinal, não seriam as palavras resultado, no séc. XXI, ocupa lugar de desigualdade sa-
meta, prejuízo e produção as mais escutadas larial em relação ao homem, mesmo depois
por nós no nosso ambiente de trabalho? de “tantos avanços” e a determinação de clas-
ses talvez seja a mais relevante no que tange
Outro aspecto que evidencia a importância do à identidade profissional. Assim, os processos
homo faber é a respeitabilidade por quem quer identificatórios irão formar seus pares, o que
que seja considerado um “homem trabalha- significa que as relações no trabalho tendem a
dor” ou uma “mulher trabalhadora”. Aquele ou seguir uma ordem pré-estabelecida de grupos
aquela que se encontra em posição contrária que se unem. A qualificação ou desqualificação
é, por hora, considerado quase um objeto (um do eu vai se organizando em torno da lógica da
não sujeito), mesmo que momentaneamen- meritocracia (deve ser promovido quem mere-
te. Oimaginário social será, assim, um parque ce, sem serem observadas as condições que
de diversões nas construções acerca do que o sujeito teve para ser ou não promovido) e a
deve ou não deve ser um sujeito trabalhador. formação de identidade, saudável ou adoeci-
Também as “doenças dos nervos” ou as “crises da, se instala. A aposentadoria pode se tornar,
nervosas” adentram o cotidiano trabalhista tal por tanto tempo sonhada, um pesadelo quando
como as encefaléias, o que é considerado uma pensamos a lógica da produção. Ficar “atoa” na
ameaça à identidade laboral. pós modernidade é considerado um “pecado
social”.
Assim, o trabalho é considerado na sociedade
ocidental, na maioria das vezes, como aquilo Desta forma, podemos considerar o trabalho
que diz da nossa condição humana, daquilo como um grande labirinto que ora nos fortalece
que essencialmente nos faz diferentes do que emocionalmente e empodera o eu, ora sujere
não somos. É claro que esta perspectiva não um lugar desqualificado e de empobrecimento
passa de mais um dos componentes do capita- da auto estima e, consequentemente, das nos-
lismo. O mundo do trabalho se tornou o locusda sas relações socias. Formulários, entrevistas,
mediação entre o homem, as suas relações e o redes sociais, roda de amigos: em todos es-
seu produto. tes lugares, não raro, acabamos misturando o
“quem somos” com o “o que fazemos”.
Outro aspecto válido de ressaltar é a deter-
minação de gênero (masculino ou feminino) e
a de classes sociais (pobre ou rico) que irão 4.2. A POSTURA PROFISSIONAL EM TEM-
22 Todos os direitos autorais desta apostila foram cedidos ao Júlio Martins e registrado na Biblioteca Nacional.
UNIDADE IV: ÉTICA E POSTURA PROFISSIONAL
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UNIDADE III: ÉTICA E POSTURA PROFISSIONAL
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UNIDADE V
RELAÇÕES
HUMANAS NO
TRABALHO
UNIDADE V: RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO
Esta unidade irá abordar alguns conceitos e dentro da pesquisa científica, possibilitam o iso-
discussões centrais sobre as relações humanas lamento de uma causa como, por exemplo: é
a partir do campo científico, de modo específico consenso universal que a terra gira em torno
sobre o viés da metodologia do conhecimen- do sol. Esta causa serve de base para vários
to. Desta forma, iremos refletir sobre o discurso estudos e não há necessidade de refutar a
científico, o discurso do senso comum, a rela- mesma. Os fenômenos humanos são o
ção entre sujeito versus objeto, dentre outras resultado de uma série de interação de
temáticas. Também recorreremos à sociologia causas como, por exemplo, a criminalidade
e à filosofia para explicar alguns fenômenos das está relacionada à pobreza, influência
relações humanas que influenciam diretamente familiar, espaço geográfico, exclusão social,
nas relações trabalhistas, já que não é possível etc. Não há apenas uma causa universal que
separarmos umas das outras, pois, como será defina a criminalidade, ela não se reduz a um
visto, não é possível dissociar o homem do seu único fator.
trabalho.
5.1.1. Uma definição generalista da ciência.
Ciência é um saber organizado e metódico
5.1. A CIENCIA E O SENSO COMUM: MÉ- acerca de determinada realidade e suas pro-
TODO E DISCURSO. priedades à luz das causas que compõem tal
Não é raro nos depararmos com notícias e re- realidade. Através desta definição, podemos
portagens diárias falando de alguma descober- perceber que sempre haverá necessidade de
ta da ciência. Cura, evolução, avanço, pesqui- um método (do gregomethodos, que diz respei-
sa e descoberta são palavras que chegam aos to a um caminho para chegar a um fim), de um
nossos ouvidos e aos nossos olhos, deixando- sujeito (aquele que se dispõe a percorrer um
-nos mais esperançosos e com um sentimento caminho em busca de um fim) e de um obje-
de progresso, de que a humanidade está no ca- to (aquilo que é estudado) para se “fazer” ci-
minho certo. Mas, será que a ciência é, de fato, ência. O discurso científico estará, geralmente,
neutra? Ou ela está carregada de intenções? mesclado por uma determinada teoria (ciência
Como se “faz” ciência? Quais são seus princí- pura) e a observação (ciência aplicada).
pios básicos? E o principal: o que é ciência?
Antes de tudo, é válido fazer uma distinção. A metodologia utilizada é composta por um
Os fenômenos naturais são aqueles que, conjunto de regras pré estabelecidas para re-
alizar uma pesquisa (indagação, pergunta ou
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UNIDADE V: RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO
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UNIDADE V: RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO
sejo pela ordem é de caráter mais primitivo. A palavras ordem e desejo. Mas, então, qual a di-
prova disso é que se não necessitássemos da fença da ordem científica para a ordem do senso
ordem para sobreviver, não a procuraríamos. comum? Para Alves (2000, p. 62) “os esquemas
Desta maneira, a ciência (busca da ordem) é do senso comum são absurdos, enquanto isso
uma função da vida. “Uma ciência que se divor- não acontece com a ciência”. Absurdo, aqui, não
ciou da vida perdeu sua legitimação”, corrobora denota aquilo que não poderia ser, mas a prer-
Rubem Alves (2000, p. 45). A ordem, então, não rogativa de que o mundo de cada um é sem-
é algo evidente, mas, sim, uma elaboração hu- pre lógico do seu próprio ponto de vista.Como
mana. visto com Guthrie (1966), para fazer ciência, o
senso comum costuma ser menosprezado pe-
Nesse contexto questiona-se: qual a diferença los pesquisadores. Isso ocorre pelo fato de que
da ordem do senso comum e da ordem da ciên- o mesmo não pretende à verdade universal, à
cia? A primeira busca satisfazer o desejo. Já a objetivação dos fenômenos e à ordem universal.
segunda, a da ciência, busca a imparcialidade
e a objetividade. A ordem da ciência é invisível, E no caso das ciências humanas é possível fa-
universal e já que não está tão clara, pois care- lar em uma ordem científica? O homem é um ob-
ce de maior elaboração; podemos dizer que a jeto de estudo controlável cientificamente? Aqui,
mesma “dá mais trabalho” para ser estabeleci- caímos em um dilema epistemológico: o homem
da. Não é possível negar, entretendo, que essas é sujeito e objeto de si mesmo. Este mesmo
duas modalidades apresentam visões de ordem que pesquisa, que observa que quer controlar
muito diferentes uma da outra. Uma pergun- é, simultaneamente, o objeto estudado,
ta que pode ajudar é: o seu comportamento é pesquisado, controlado. Esta ambivalência
“científico”? Os seus desejos, sonhos e agir são estabelece aquela interação de causas que já
demasiadamente organizados? Como você os foi contemplada e deflagra a dificuldade que o
descreve? ser humano tem de falar de si mesmo. Afinal,
como estabelecer verdades universais de um
O mundo humano está organizado a partir dos obejto que varia tanto?
desejos e é do desejo que surge a música, a
arte, a pintura, a religião, entre outros produtos Desta forma, podemos concluir que o discur-
“demasiadamente humanos”, como diria Nietzs- so do senso comum e o discurso científico nas-
che(2012). Note que a afirmação relaciona as cem da mesma necessidade e intenção: esta-
belecer a ordem. Porém, as formas como os
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UNIDADE V: RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO
5.2. CIÊNCIAS HUMANAS: BASES FILO- A nossa cultura, aqui entendida como oci-
SÓFICAS dental, é vista tanto como fonte de progresso e
berço da ciência moderna, como de destruição
“Uma vida sem busca do planeta, dilapidação dos recursos naturais
não é digna de ser vivida” e empobrecimento das relações humanas,
(Sócrates) tendo como um dos principais motivos as leis
que regem o capitalismo neoliberal: já faz
Segundo o Dicionário de Filosofia, de Mora (1978): tempo que trocamos o ser pelo ter. A posse
(materialismo) estrangulou o estatuto da
O significado etimológico de filosofia é “amor à sabe-
doria”. A concepção da filosofia como uma procura da
essência (ontologia). Assim, a técnica foi a
filosofia por ela própria conclui numa explicação do chave-mestra que iniciou essa engrenagem
mundo que utiliza um método racional-especulativo,
multifacetada que chamamos de pós-
coincida ou não com a mitologia. Desde então o termo
filosofia tem valido com frequência como expressão modenidade (ou hipermodernidade- de?).
desse “procurar a sabedoria”. Inicialmente, com efeito, De acordo com Rabuske (2003), podemos
a filosofia estava misturada com a mitologia e com a
cosmogonia; isto tem levado a perguntar-se se a filoso- falar da cultura sobre dois polos: o da cultura
fia grega carece de antecedentes ou não. Alguns au- tradicional e outro que se refere à cultura tec-
tores indicam que as condições históricas dentro das
quais emergiu a filosofia (fundação de cidades gregas nocentrista. A primeira diz respeito às coisas
nas costas da Ásia menor e no sul da Itália, expansão do espírito: filosofia, ética, artes, religião. Esta,
comercial etc.) são peculiares da Grécia e, portanto, a
filosofia só podia surgir entre os gregos. Outros assina-
como já vimos na unidade anterior, tem suas ra-
laram que há influências orientais, por exemplo, egíp- ízes na Grécia antiga e na bíblia
cias. Outros, finalmente, indicam que na China e espe-
(cristianismo). Já a cultura tecnocentrista trás
cialmente na Índia houve especulações que merecem,
sem restrições, o nome de filosóficas. Qualquer que em seu seio um aspecto de indiferença à
seja a posição que se adote, é forçoso reconhecer por existência do homem enquanto essencial.
sentido que o termo filosofia atingiu a sua maturidade
apenas na Grécia (MORA, 1978, p. 45). Aqui, cabe a pergunta: qual é, então, a visão de
homem que temos? O que é o homem para
5.2.1. Pós-modernidade: afinal, quem so- nós, sujeitos pós-modernos?
mos e onde estamos? É possível conciliar estes dois polos? Segun-
do o autor, o que se percebe é uma mediação
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UNIDADE V: RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO
feita pelo homem: ele extrai elementos dos dois 5.2.2. A modernidade líquida de Zygmunt
polos a seu favor, seja o enraizamento que foi Bauman.
lhe dado pela cultura tradicional, sejam os ins- Para Bauman (2001), as diversas modi-
trumentos eficazes ofertados pela pós-moder- ficações sociais que estamos experimentando
nidade. Desta forma, cabe-nos estar atentos de forma cada vez mais fugaz fazem com que
aos limites de cada um destes polos. Precisa- os laços sociais fiquem cada vez mais líquidos
mos refletir sobre as possibilidades de exage- (sem consistência). A individualização, o desa-
ros oriundos de cada uma dessas vertentes, no pego e a rápida exclusão de tudo aquilo que
anseio de adotarmos uma posição madura e se torna rapidamente obsoleto serão as mar-
saudável no que tange as nossas relações, cas principais dos nossos relacionamentos,
prá- ticas e produções. Como podemos ou seja, vivemos a era da “descartabilidade”.
perceber esta ambivalência no mundo do O anonimato nas grandes metrópoles e nos
“trabalho”? Como podemos colocar o centros urbanos contribuem para a invisibilida-
sistema da ciência (ação) e o sistema do de do homem, o que nos gera uma sensação
homem (vontade) em consonância? de “liberdade”. Aqui, cabe lembramos a música
Quatro Vezes Você, da banda Capital Inicial, do
De acordo com Rabuske (2003), a cultura álbum Rosas e Vinhos (2002), que retrata jus-
também é considerada um sistema, na qual a tamento a invisibilidade contemporânea:
existência humana (vontade, desejo) e a sua
ação (atividade, produção) podem se interpre- “Rafaela está trancada há dois
tar e conectar. Mas, esse tipo de conexão nunca dias no banheiro
será total, dada a complexidade do ser humano enquanto a sua mãe
e o seu movimento dialético. Haverá sempre toma prozac, enche a cara
uma nova necessidade de interpretação que e dorme o dia inteiro
carecerá por mais uma outra e, assim, infinita- parece muito, mas podia ser
mente. Para Ladrière (1978), trata-se de fazer Carolina pinta as unhas roídas de vermelho
um “meio-de-campo” entre a esfera íntima e a em vez de estudar
esfera pública. O refúgio em apenas uma delas fica fazendo poses
não poderá ajudar o homem a ser gerenciador nua no espelho
da ciência, em vez de gerenciado por ela. parece estranho, mas podia ser
O que você faz quando
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UNIDADE V: RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO
ninguém te vê fazendo leves viajamos, com maior facilidade e rapidez nos mo-
vemos (BAUMAN, 2001, p. 8).
ou o que você queria fazer
se ninguém pudesse te ver” É justamente essa liquidez ou esse excesso
de afrouxamento nas relações modernas que
(banda Capital Iinicial) nos trancaram em casa com medo, síndrome
do pânico, depressão, sentimento de solidão e
Desta forma, as responsabilidades se en- ansiedade. Ganha notoriedade, então, a figura
contram reservadas às esferas individuais, do “consumidor”, considerado cidadão por sta-
argumento típico do sistema neoliberal con- tus, o comprador será a grande força que impul-
temporâneo: o setor público perde as suas res- siona e mantém a dinâmica rápida e constante
ponsabilidades frente à liberdade e a autonomia de mudanças no mercado. Afinal de contas,
das pessoas individuais. As empresas privadas quanto mais compramos, mais podemos agili-
é que irão reger, embora não tenhamos tanta zar o processo de fluidez das coisas. O celular,
noção disso, o sistema. O que isso reflete nas o carro e a roupa de poucos meses atrás já não
relações humanas? Mercantilizamos a relação nos servem, pois estão ultrapassados. E o na-
eu-outro e os laços encontram-se frágeis. moro? E o casamento? Será que também não
Namoros, casamentos, amizades e até a estão? Quem são, então, aqueles que não con-
nossa durabilidade nas empresas estão em tribuem para este tipo de dinâmica?
risco, pois o compromisso agora é individual.
[...] tendem a serem as partes mais dispensáveis, dis-
A nossa tão sonhada liberdade e poníveis e trocáveis do sistema econômico. Em seus
individualidade, solicita- das na Revolução requisitos de empregos não constam habilidades par-
ticulares, nem a arte da integração social com clien-
Francesa, no iluminismo e nas nossas tes – e assim, os mais fáceis de substituir têm poucas
passeatas parecem ter-nos dado em troca uma qualidades especiais que poderiam inspirar seus em-
pregados a desejar mantê-los a todo o custo; contro-
espécie de ressaca existencial. lam, se tanto, apenas parte residual do poder de bar-
ganha. Sabem que são dispensáveis, e por isso não
Diz-nos Bauman (2001): veem razões para aderir ou se comprometer com seu
trabalho ou entrar numa associação mais durável com
seus companheiros e trabalho. Para evitar frustração
Os fluidos se movem facilmente. Eles ‘fluem’, ‘escor-
iminente, tendem a desconfiar de qualquer lealdade
rem’, ‘esvaem-se’, ‘respingam’, ‘transbordam’, ‘vazam’,
em relação ao local de trabalho e relutam em inscrever
‘inundam’, ‘borrifam’, ‘pingam’, são ‘filtrados’, ‘destila-
seus próprios planos de vida em um futuro projetado
dos’; diferentemente dos sólidos, não são facilmente
para a empresa. É uma reação natural à “flexibilidade”
contidos – contornam certos obstáculos, dissolvem
do mercado no trabalho, que, quando traduzida na ex-
outros e invadem ou inundam seu caminho [...] asso-
periência individual da vida, significa que a segurança
ciamos ‘leveza’ ou ‘ausência de peso’ à mobilidade e à
inconstância: sabemos pela prática que quanto mais
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UNIDADE V: RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO
de longo prazo é a última coisa que se aprende a as- são e não são, do que pode e não pode ser
sociar ao trabalho que se realiza (BAUMAN, 2001, p.
174-175).
realizado, por exemplo.
32 Todos os direitos autorais desta apostila foram cedidos ao Júlio Martins e registrado na Biblioteca Nacional.
UNIDADE V: RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO
ção que mais nos interessa aqui: o trabalho. Analisadas sob a ótica do invisível, as institui-
Como um dos maiores mecanismos de pro- ções se diferem das organizações, que são a
dução de identidade, o trabalho também forma “materializada” das mesmas, como “dis-
apresenta as suas lógicas e formatos, tanto positivos concretos”. Se não é possível “ver”
que aqui no Brasil temos como seu principal a educação, a família, a justiça, etc, podemos
regulador a CLT.A divisão do trabalho, uma perceber as organizações mais concretamente.
das suas lógicas, se dá não necessariamen- Diz-nos Baremblitt (1992):
te pela importância produtiva daqueles que
As organizações são grandes ou pequenos conjuntos
detêm estes lugares, mas pelo seu prestígio de formas materiais que concretizam as opções que
e lucro. Se fosse o contrário, o lixeiro, o pa- as instituições distribuem e enunciam. Isto é, as insti-
tuições não teriam vida, não teriam realidade social se-
deiro e a empregada doméstica seriam talvez não através das organizações. Mas as organizações
os mais bem assalariados no mercado. Isso não teriam sentido, não teriam objetivo, não teriam
direção se não estivessem informadas como estão,
revela que vivemos em um sistema que
pelas instituições (1992, p. 27).
enfatiza o status e o resultado final de
produção. Afinal, não seriam estes “Abaixo” das organizações, podemos perce-
trabalhadores os que estariam lidando com ber ainda mais nitidamente os estabelecimen-
necessidades mais que básicas e tos, que são formas menores de materialização
essenciais? das instituições. Assim, uma “escola” seria um
estabelecimento da organização “Ministério da
Desta forma, educação, justiça e religião Educação”, e a “educação” seria a instituição
seriam também tantas outras modalidades das mesmas.
de instituições que nos cercam, protegem e
regulam. Aqui está um dos axiomas do so- Escolas, fábricas, indústrias, lanchonetes,
ciólogo polonês Zigmunt Bauman: vivemos bancos, quartéis, todos estes são estabeleci-
esbarrando em duas necessidades essen- mentos que remetem às organizações e que
cias:a liberdade e a segurança, que se também remetem às instituições. Podemos
apre- sentam como uma faca de dois gumes afir- mar, assim, que há todo um complexo
e que tem as instituições como as principais que nos envolve e nos organiza em
fontes de regulamento das mesmas. sociedade, dando-
Quanto mais conectados às instituições, -nos a segurança que solicitamos, mas tam-
menos livres; quanto mais livres delas, bém castrando-nos, às vezes, no que tange à
menos seguros. liberdade. Ainda depois dos estabelecimentos,
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UNIDADE V: RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO
temos a categoria dos equipamentos: maquina- respeito à aquilo que está em devir, em movi-
rias, instalações, arquivos, aparelhos, mesas, mento e é o inacabado em uma instituição; e o
cadeiras, entre outros. instituído, que diz respeito àquilo que está cris-
talizado, que não muda, que é essencial para
Instituição – organização – estabelecimento uma instituição.
– equipamento, tudo isso, naturalmente, soad-
quire dinamismo através dos agentes, que são Nesse cenário, como pode ser percebido, as
os seres humanos, ou seja, cada um de nós relações humanas dentro do campo do conhe-
que acorda, levanta, se dispõe a trabalhar e a cimento científico pode ser analisado a partir de
ser o grande gestor de todas as outras entida- conceitos centrais como ciência, senso co-
des acima enunciadas. Da cadeira ao Ministé- mum, filosofia, método e discurso, entre outros.
rio da Justiça, do lápis à educação, todos nós Desta forma, cabe ao pesquisador entrar sem-
somos os grandes gestores desta rede imensa pre em contato com a literatura universal e na-
que chamamos de sociedade e cada ato, cada cional a respeito desta temática que, como já é
avanço ou retrocesso irá delinear os resultados esperado, não pode se exaurir.
presentes e futuros. O que nos ocorre, infeliz-
mente, é que estas unidades são confundidas.
Numa instituição, iremos encontrar duas ver-
tentes diferentes, mas que se conectam e co-
municam a todo momento: o instituinte, que diz
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UNIDADE VI
MARKETING
PESSOAL
UNIDADE VI: MARKETING PESSOAL
Com o rápido avanço da tecnologia, o maior pelo dicionário da Oxford, quanto pelo
acesso à educação nos últimos tempos e o dicionário Longman, o significado de
contato com a informação de forma veloz e prá- marketing é a própria palavra, ou seja, não
tica vem tornando o mercado de trabalho cada há tradução. Todavia, quando pensamos na
vez mais exigente em relação ao processo de expressão marketing pessoal, podemos
seleção e contratação dos seus colaboradores. recorrer à tradução de Market, que significa
Obviamente, o capitalismo neoliberal que é re- feira, mercado. Desta forma, fazemos uma
sultado da competitividade e do consumismo analogia e consideramos a expressão como
desenfreados do homem contemporâneo tem “a venda de uma imagem pessoal” ou “a
fomentado algumas práticas empresariais que promoção de uma pessoa rumo ao sucesso”.
fogem do que rezam as leis trabalhistas, não Assim, recorremos às considerações iniciais e
sendo raros os casos de relações profissionais correlacionamos à definição do termo com a
pautadas pelo desrespeito a algumas questões prática da cidadania, já que não há forma
básicas como salários justos, carteiras assina- mais evidente de sucesso ou promoção
das, férias, comissões regulamentadas, etc. pessoal do que quando se tem consciência dos
Por isso, o marketing pessoal mais bem pla- próprios diretos e deveres e os mesmos são
nejado que podemos pensar trata-se, primeira- colocados em ato. Não admiramos uma pes-
mente, da ação de um indivíduo que, além de soa assim?
saber dos seus direitos e deveres, saiba tam-
FIG. 5 – Marketing Pessoal
bém assegurá-los. A princípio, o primeiro e mais
importante marketing pessoal é o exercício da
cidadania, já que ele é, em primeiro lugar, uma
postura de vida.
6.1. DEFINIÇÃO
A palavra marketing, de origem da língua in-
glesa, já está inserida em nosso contexto por
muitos anos. Desta maneira, esta palavra foi
o que costumamos dizer “aportuguesada”, tal Fonte: Imagem da internet
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UNIDADE VI: MARKETING PESSOAL
Outros elementos que são importantes quan- de equilíbrio entre seriedade, bom humor,
do imaginamos um indivíduo bem sucedido são espírito de equipe e individualidade. Desta
aqueles que evidenciam os cuidados com a forma, a maneira como o sujeito se apresen-
aparência, a boa retórica, a pro atividade, ta, o modo de ser frente aos seus parceiros
entre outros. Abaixo, seguem algumas dicas e autoridades afeta especialmente como o
que auxiliam nesta construção profissional, mesmo é visto pelos outros;
mas que não podem se desconectar do que
já abordamos. III. Comunicação funcional: as diversas pos-
I. Autoconhecimento: não há ferramenta sibilidades e equipamentos de comunicação
mais importante do que saber quais são as podem tanto contribuir quanto problematizar
próprias habilidades e limitações. Só desta o contato entre as pessoas. Em alguns mo-
forma um profissional poderá atingir os seus mentos, o contato pessoal pode ser o mais
objetivos e ir além daquilo que já está posto. eficaz, já que nele podemos avaliar posturas,
As pessoas com grandes habilidades, bons olhares, entonações de voz, etc. Saber ou-
certificados e títulos e renomada técnica são vir é uma ferramenta muito escassa nas re-
muito valorizados dentro do campo profissio- lações humanas atualmente e quem souber
nal, desde que a relação interpessoal com utilizar a mesma poderá abrir grandes espa-
a mesma seja, minimamente, satisfatória. ços dentro do campo profissional, inclusive
Cada vez mais os setores de recursos hu- chefias e diretorias;
manos têm investido em treinamentos, cur-
sos e palestras que incentivem o trabalho em IV. Aparência: em tempos onde o corpo tem
equipe e a cooperação. Por isso, o indivíduo sido utilizado como ferramenta de trabalho
que se conhecer bem e adotar hábitos de re- de forma tão acentuada, seja no processo de
flexão pessoal já terá a mais importante fer- produção, seja através das formas de beleza
ramenta de trabalho aprimorada: ele mesmo; cada vez mais padronizadas, um profissional
que não manter o mínimo de cuidado consi-
II. Postura profissional: grande parte das go poderá deixar que a imagem de descuido
pessoas passa mais tempo trabalhando do com a aparência seja relacionada ao seu ato
que com os próprios familiares, ou seja, isto profissional. Há uma diferença muito gran-
implica uma necessária habilidade nas re- de, por exemplo, quanto ao tipo de roupa
lações humanas e exige flexibilidade, além que devemos usar no caso de trabalharmos
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UNIDADE VI: MARKETING PESSOAL
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UNIDADE VI: MARKETING PESSOAL
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TESTE DE CONHECIMENTOS
( ) O axioma que mais revela o cerne deste sensível, ou seja, algo que não é da ordem da
pensamento é o de Sócrates: “conhece-te a ti matéria.
mesmo”. ( ) A conduta humana deveriam se embasar
( ) O teocentrismo juntamente com o domínio nas sagradas escrituras e na fé.
da igreja católica são a marca principal deste ( ) Separação quase radical entre a ciência e
período. a filosofia.
( ) Período marcado por um profundo questio- ( ) Tudo que há no mundo material seriam me-
namento sobre a origem de todas as coisas e ras cópias do que está no mundo das ideias e
a explicação de como e porque elas funciona- o bem seriao fundamento e reguladorde todas
vam de determinada maneira. as ideias.
( ) Responsáveis por operar uma grande revo- ( ) A natureza passa a ser mensurável e o
lução na história da filosofia. padrão são as medidas universais.
( ) Será a experimentação o motivo pelo qual ( ) Deslocaram o eixo da reflexão filosófica
o conhecimento será levado ao público e a ra- da physis e do cosmos para o homem e para o
zão humana é, mais do que nunca, instrumen- que concerne à vida do homem como membro
talizada. de uma sociedade.
( ) A filosofia está mais ligado ao que podemos
experimentar de fato. 7) A maior preocupação da ética é?
( ) O discurso filosófico desta época considera a) Descobrir como estabelecemos nossas rela-
o divino como o detentor do saber, ao qual o ções íntimas.
homem deveria submeter a sua vontade. b) Analisar os passos científicos da humanida-
( ) Preocupavam-se com os fenômenos da de.
natureza. c) Descobrir a natureza animal que existe nos
( ) Conceitos como liberdade, felicidade, ver- seres humanos.
dade e não violência ganharam peso a partir de d) Descobrir como lidamos com os valores so-
então. ciais, os quais são estabelecidos por nós mes-
( ) O empirismo e o positivismo aparecem mos.
como os modelos de cientificidade a serem
adotados. 8) Qual é a diferença entre moral e ética?
( ) inaugura com a metafísica a discussão a) A moral é mais abrangente do que a ética.
sobre a existência de uma realidade supras- b) A ética está associada ao estudo fundamen-
44 Todos os direitos autorais desta apostila foram cedidos ao Júlio Martins e registrado na Biblioteca Nacional.
TESTE DE CONHECIMENTOS
tado dos valores morais que orientam o com- ( ) Um sitema moralista que aprisiona o indiví-
portamento humano em sociedade, enquanto duo em ideias e pensamentos totalitários é um
a moral são os costumes, regras, tabus e con- sistema ético.
venções estabelecidas por cada sociedade. ( ) As normas morais são regras éticas que
c) As duas possuem o mesmo significado. têm como base a consciência moral das pesso-
d) A moral está associada ao estudo fundamen- as ou de um grupo social.
tado dos valores que orientam o comportamen- ( ) Sistemas que tentam enquadrar o ser hu-
to humano em sociedade, enquanto a ética são mano e normatizá-los à força tendem a degra-
os costumes, regras, tabus e convenções esta- dação social.
belecidas por cada sociedade. ( ) A ética tem como um das suas funções
básicas verificar a validade dos sistema moral.
9) Em relação à norma, marque a opção errada: ( ) A moral deve ser constantemente vigiada,
a) Os indivíduos podem desviar-se da conduta orientada e balizada pelos valores morais.
ética em prol de interesses particulares. ( ) As normas morais são derivadas das nor-
b) As regrassão voltadaspara o bemcomum. mas jurídicas.
c) A normalização da ética padroniza completa-
mente a conduta dos indivíduos. 12) Complete a sentença: Normas morais são as
d) A padronização da ética é uma proposta. regras que têm como
base a moral das
10) Em relação à moral, marque a opção errada: pessoas ou de um grupo social, podendo se es-
a) A ética em uma sociedade é imutável e in- tender por toda um(a)
questionável. mediante os e
b) É norteadora da conduta de grupos especí- predominantes em
deter-
ficos. minado(a) .
c) Pode ser questionada pela ética.
d) A conquista de grupos socialmente excluídos a) Éticas, consciência, coletividade, costumes,
foi obtida pela flexibilização de alguns valores tradições, social.
morais. b) Morais, consciência, região, traços, hábitos,
ambiente.
11) Marque as afirmativas abaixo como verdadei- c) Sociais, ética, sociedade, conceitos, cultura,
ras (V) ou falsas (F). região.
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TESTE DE CONHECIMENTOS
d) Éticas, moral, grupo, conselhos, conceitos, A afirmativa acima diz respeito à(ao) conceito de.
família. a) Moral.
b) Normas.
13) Complete a sentença:Normas jurídicas são c) Liberdade.
regras que tem como d) Ética.
base o poder do(a) so-
bre a que habita seu(s)/su- 16) Análise as afirmativas abaixo.
a(s) . Assim, uma das I - A ética elabora princípios de vida para orien-
principais características da norma jurídica e a tar o ser humano rumo a uma ação moralmen-
, isto é, a norma jurídica conta te correta.
com a força e a(o) potencial II – A ética busca refletir sobre os sistemas mo-
do Estado para ser obedecida pelas pessoas rais elaborados pelo homem.
(idem). III- A ética apenas elabora normas e condutas.
a) Normativas, governo, cidade, departamen- IV – A ética verifica as validades das normas
tos, poder. e condutas e executa mudanças nos padrões
b) Sócio-educativas, sociedade, população, or- outrora estabelecidos.
ganizações, intolerância.
c) Ético-sociais, Estado, população, território, São verdadeiras as afirmativas:
coercibilidade, repressão. a) I, III e IV.
d) Sócioeconômicas, economia, população, re- b) II, III e IV
gião, lei, ordenamento. c) III e IV.
d) I, II e IV.
14) Fazem parte dos princípios éticos, exceto:
a) As regras. 17) “Princípios de conduta moralmente aceitos por
b) As normas. uma pessoa ou grupo ou considerados adequa-
c) A liberdade. dos a um campo específico”. Esta é a definição da
d) A jurisprudência. American Psychological Association(APA) para:
a) Moral.
15) Parte da filosofia que “busca refletir sobre o b) Filosofia.
comportamento humano sob o ponto de vista das c) Norma.
noções de bem e de mal, de justo e de injusto” d) Ética.
(COTRIM, 1993).
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18) Em relação às normas, marque a op- papel do trabalhador estão corretas, exceto:
ção errada: a) É um dos principais papéis sociais repre-
a) As normas trazem consigo aspectos relacio- sentativos do “eu”.
nados aos padrões e valores mais interligados b) O homo sapiens tomou o lugar do homo fa-
a grupos específicos. ber.
b) As normas possuem caráter ético. c) Determina e condiciona o nosso modo de
c) As normas trazem consigo aspectos relacio- “ser no mundo”.
nados aos pradrões e valores que estão mais d) Diz da forma com a qual estamos inseridos
interligados à instância universal. nas nossas relações, da nossa existência en-
d) Adotar parâmetros normativos não exclui a quanto modo.
adoção de valores universais simultaneamente
22) Complete a afirmativa: O trabalho é consi-
19) Uma das suas funçõesé relacionara intersu- derado na sociedade ocidental, na maioria das
jbetividade e a comunidade, ou seja, discutir o valor vezes, como aquilo que diz da nossa condição
ético da sociedade. Essa função diz respeito a: , daquilo que essencialmen-
a) Antropologia filosófica. te nos faz diferentes do que não somos. É claro
b) Economia. que esta perspectiva não passa de mais um dos
c) Pedagogia. componentes do . O mundo do
d) Psicologia de grupo. trabalho se tornou o locusda
entre o homem, as suas e o
20) Propõe uma noção de estabilidade, re- seu .
metendo-nos aos conceitos de igual e diferente, a) Humana, capitalismo, mediação, relações,
permanente e mutante, de individual e coletivo, produto.
quando nos referimos ao termo como oposto ao b) Social, socialismo, interrelação,perspecti-
coletivo. Esse conceito diz respeito a: vas, desenvolvimento.
a) Norma. c) Social, socialismo, perspectiva, ideias, de-
b) Regras. senvolvimento.
c) Ética. d) Humana, capitalismo, interrelação, perspec-
d) Identidade. tiva, produto.
21) Todas as afirmativas citadas em relação ao 23) Em relação ao trabalho, marque a opção errada:
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a) Podemos considerar o trabalho como um fa- 26) Fenômenosque, dentro da pesquisa científica,
tor que ora fortalece emocionalmente e empo- possibilitam o isolomento de uma causa como,por
dera o eu, ora sujere um lugar desqualificado e exemplo,o consenso universal de que a terra gira
de empobrecimento da auto estima. em torno do sol. Este conceito diz respeito aos?
b) Não raro, o trabalho acaba nos levando a a) Fenômenos sobrenaturais.
misturar o “quem somos” com o “o que faze- b) Fenômenos sensoriais.
mos”. c) Fenômenos naturais.
c) As relações no trabalho tendem a seguir d) Fenômenos humanos.
uma ordem pré estabelecida de grupos que se
unem. 27) Fenômenos que são o resultado de uma sé-
d) O trabalho não influencia na identidade, sau-rie de interação de causas. Este conceito diz res-
dável ou adoecida, de um indivíduo. peito aos
a) Fenômenos sobrenaturais.
24) Conjunto de acordos estabelecidos a partir b) Fenômenos sensoriais.
de um padrão ético e consensuale que estabelece c) Fenômenos naturais.
diretrizes e limites para a conduta. Este conceito d) Fenômenos humanos.
se refere a:
a) Diretrizes legais. 28) Saber organizado e metódico acerca de de-
b) Códigos de ética. terminada realidade e suas propriedades à luz das
c) Normas trabalhistas. causas que compõem tal realidade. Este conceito
d) Regulamentos de classes. diz respeito à/ao?
a) Ciência.
25) Complete a afirmativa: No Brasil, a/o b) Fenômeno humano.
as quais c) Cultura.
norteiam a conduta do empregado e, também, do d) Fenômeno natural.
empregador.
a) Código Nacional do Trabalhador. 29) São elementos essenciais da ciência, exceto?
b) Leis e diretrizes dos empregadores. a) Método.
c) Consolidaçãodas Leis Trabalhistas. b) Sujeito
d) Código das Leis Trabalhistas. c) Objeto
d) Subjetividade.
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