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Normal Vs Patológico
Normal Vs Patológico
[Ver filme Voando sobre um ninho de cucos -> Hospital psiquiátrico com diferentes pessoas, em que se mistura o
anormal e o patológico mas são todos tratados como doentes mentais; qualquer comportamento
anormal/extravagante/que fugia ao que era esperado era institucionalizado num hospital psiquiátrico] -> depois nos
anos 80 existe uma desinstitucionalização
Não esquecer: uma personalidade tende a ser estável, só se pode alterar se acontecerem alterações
biológicas, fisiológicas ou acontecimentos traumáticos; mas regra geral, uma pessoa não muda radicalmente
de personalidade (se isso acontecer significa que tem uma doença)
A fronteira que separa o normal, anormal e patológico é uma fronteira muito ténue
Aquilo que pode constituir uma norma numa cultura pode não constituir uma norma noutra cultura
As circunstâncias mudam e a personalidade pode ser normal ou não, consoante as circunstâncias (por
exemplo, uma situação de guerra)
1. Experiência de Milgram: feita com jovens em que eles tinham de controlar a quantidade de choques
que davam a uma outra pessoa, noutra sala. Mas esta pessoa era um ator que fingia estar a ser
eletrocutado. Observou-se que os jovens iam aumentando a quantidade de choques, sendo que
alguns deles até poderiam provocar a morte.
Em que contexto um determinado julgamento faz sentido? (ex: na cultura muçulmana os homossexuais são
julgados)
É importante fazermos avaliações para avaliar e compreender um determinado perfil e em que medida ele
corresponde a um perfil de personalidade normal ou patológica
DSM pode ajudar-nos a determinar se estamos perante uma personalidade normal ou patológica, pois
compara um determinado perfil de personalidade com uma norma (determinada estatisticamente e
culturalmente) (DSM foi feito a pensar na cultura ocidental, semelhante a Portugal); mas o DSM muitas
vezes pode estar a confundir a patologia com a anormalidade
Ir a procuras de sintomas, sinais e dar-lhes um significado; podemos dar este significado baseado numa
norma (à luz do DSM)
Quando faço um julgamento daquela criança tem de se referir em que é que se baseia o julgamento (em
sintomas, em observações, etc.)
Eu enquanto psicólogo tenho também os meus juízos e preconceitos sobre o normal e o patológico, o que é
esperado e o que não é, e por isso há algum enviesamento por parte do observador
DSM está fundado numa cultura ocidental, que pode não ser generalizada a outros países e culturas
Consultas com crianças – é preciso criar mediadores (atividades lúdicas, técnicas projetivas, brincadeiras,
etc.) para que a criança possa dizer o que sente indiretamente, na sua própria linguagem
Caso clínico do Rafael – os sintomas manifestados pelo Rafael pode ser interpretados à luz de 2 caminhos
diferentes:
1. À luz do DSM (ou outro instrumento de classificação como o CID): podemos dizer que estamos
perante criança com uma pré-estrutura de personalidade psicótica (pré-estrutura porque o Rafael
tem 7 anos e o seu desenvolvimento ainda não está concluído; desde que nascemos temos pré-
estruturas de personalidade)
O DSM muitas vezes torna-se generalista, pois atribui um rótulo/classificação
2. Cariz fenomenológico/desenvolvimental: esta criança apresenta um transtorno de personalidade
decorrente de uma dinâmica familiar disfuncional (pai ausente que não reconhece que ela tem
problemas, o irmão é uma referência para o irmão porque já trabalha aos 13 anos, as necessidades
da criança não são atendidas pela porque ela preocupa-se mais consigo própria do que com a
criança);
Em vez de atribuir um rótulo/classificação, eu faço uma descrição dos traços da pré-
estrutura de personalidade que o Rafael apresenta, mas esta descrição é baseada sobretudo
na sua história (“dá-se uma história ao sintoma”)
Eu não classifico sintomas, mas explico-os com base na sua história, contexto familiar,
dinâmicas de relação, etc.
Se a história de vida do Rafael fosse outra, e se o contexto se alterasse, provavelmente os
sintomas seriam outros