Você está na página 1de 3

Unidade Curricular: Sociologia da Música

Docente: Doutor Jorge Alexandre Costa


Discente: Catarina Lopes Costa

Sociologia da Música
Reflexão final

Ao longo deste semestre foi nos propostos fazermos a reflexão de vários textos para
a melhor compreensão dos paradigmas propostos pela sociologia da música e pelo seu
programa social. Este texto tem como objetivo fazer um breve ponto de situação do que foi
previamente falado nas aulas de sociologia da música.

A meu ver, todos os textos apresentam uma clara ligação no sentido em que nos
informam alguns dos pontos importantes da agenda sociológica e de algumas problemáticas
que esta enfrenta nos dias de hoje.

A música e a arte caminham lado a lado enquanto “produtos sociais” e respondem a


certos panoramas económicos criando assim objetivos para as mesmas, era como se tivessem
o objetivo de se tornarem algo para o consumo social mas não tendo esse sentido ou essa
implicância. Estes “produtos” sociais respondem também ao mercado socioeconómico e um
dos paradigmas mais presentes no estudo da sociologia de hoje é quando separamos que
hoje em dia a formação de um produto artístico passa para além da sua produção artística
em si mas passa também por este produto preencher o mercado económico, criando assim
toda uma industria, que na minha opinião, se interessa mais em preencher o mercado do que
criar um produto artístico.

Com o avanço tecnológico, e avanço também a informação de forma rápida, acessível,


e muitas vezes barata (ou mesmo a custo zero) influência diretamente a maneira como
olhamos para fenómenos sociais como a divulgação de música, a acessibilidade da mesma, a
sua produção e economização entre outros fatores que nos embrancam numa viagem entre
vários paradigmas sociais e económicos. E embora existem opiniões que muitas vezes esta
industria e avanço acabe por substituir o valor artístico pela produção barata e de certa forma
“formulada”, existem também opiniões contrárias que dizem que ajuda a divulgação não só
de novos artistas, que muitas vezes não tem a possibilidade de contratar um produtor, como
também ajuda a produção de vários estilos musicais. Plataformas como iTunes, SoundClud,
Youtube, Spotify entre outros são ferramentas que têm vindo a ajudar-nos, de certa forma, a
entender estas discordâncias de pensamento e as várias hipóteses de pensamento
sociológico.

Outro aspeto preocupante para a sociologia da música é a ausência de certos países


nos livros de história da música ocidental, e extremamente raro vermos um livro de História
da música falar sobre o panorama musical português, finlandês, sueco, entre outros. Este
fator de “ausência “ deve-se não só ao facto de haver pouca informação sobre música feita
Unidade Curricular: Sociologia da Música
Docente: Doutor Jorge Alexandre Costa
Discente: Catarina Lopes Costa
nestes locais como também pelo facto de estes, durante muitos anos, copiarem o estilo
musical efetuado nos polos onde surgiam novos estilos musicais (Itália, França, Alemanha,
Rússia).

Referindo o caso Português, em “A Ausência da música Portuguesa” de António Pinho Vargas


encontramos várias ideias de Fernando Lopes Graça relativamente a esta temática tal como:
“Certo e sabido: quando não se acham lamentavelmente inçadas de erros e confusões, são
singularmente omissas ou parcíssimas no que respeita a Portugal as histórias da música saídas
dos pelos estrangeiros.” (Graça, 1960)

Mas também se interroga dizendo:

“Os estrangeiros desprezam ou desconhecem a música portuguesa. Prezam‑na ou conhecem-


na todavia mais os mesmos portugueses? Que temos feito nós para a dar a conhecer, para a
proteger, para a valorizar aos nossos próprios olhos e aos dos estranhos?” (Graça, 1973: 100)

O que no fundo refere esta urgência e preocupação para com esta temática, referindo
também a preocupação de um prisma musical e sociológico.

Por outro lado a contradição a estas opiniões também está presente neste artigo segundo a
perspetiva de Alexandre Delgado:

“As sinfonias de João Domingos Bomtempo, Viana da Mota, Luís de Freitas Branco, Joly
Braga Santos e Fernando Lopes Graça constituem um corpus de grande qualidade, que
noutro país faria regularmente parte dos programas de concertos, seria estudado por
especialistas e apreciado pelos melómanos. Em Portugal raramente se ouve, ninguém o
estuda, poucos o conhecem. A maior parte das partituras não está editada ou é de difícil
acesso; não há uma visão histórica do conjunto; algumas dessas obras não são tocadas em
Lisboa há mais de 25 anos (é o caso chocante das quatro sinfonias de Luís de Freitas
Branco).” (Delgado, 2001: 9)

E embora este confirme o desinteresse não só interno como também externo à música
portuguesa, considera que existem obras e compositores de grande qualidade. Isto
demonstra-nos não só a constante mudança entre paradigmas sociológicos como também as
contradições bastantes presentes nesta disciplina.

Rematando este texto penso que existe não só grandes dilemas e paradigmas que permitem
que o seu estudo seja constante e cada vez mais necessário nos dias de hoje, penso que a
experiência de refletir sobre a opinião de vários autores extremamente importantes para
compreensão e estudo da mesma, foi extremamente importante refletirmos sobre outros
pontos de vasta e melhorar mos o nosso sentido crítico não só enquanto músicos mas
também enquanto pessoas que participam ativamente no mundo social e musical.
Unidade Curricular: Sociologia da Música
Docente: Doutor Jorge Alexandre Costa
Discente: Catarina Lopes Costa

Você também pode gostar