Capítulo 3
Gestão de Projectos
1 Gestão de Projectos
Apesar de a maior parte deste capítulo focar os aspectos práticos da gestão de projectos
(estruturação das redes do projecto e cálculo do caminho crítico), os aspectos
relacionados com a gestão de projectos são igualmente muito importantes. O sucesso
de um projecto deve-se em grande parte ao trabalho de equipa.
Um projecto pode ser definido como uma série de trabalhos (jobs), geralmente
orientados para uma saída (output) que necessitam de um determinado tempo para a
sua realização. A gestão de projectos pode ser definida como o planeamento,
direccionamento e controlo de recursos (pessoas, equipamento, material) de forma a
alcançar os requisitos técnicos, temporais e monetários.
Antes de começar, o gestor do Projecto deve decidir qual das três estruturas
organizacionais deve ser usada: Projecto Puro, Projecto Funcional ou Projecto
Matricial.
Tom Peters, um guru da gestão actual prevê que nos próximos anos, a maior parte do
trabalho no mundo seja um trabalho “cerebral”, realizado em equipas semi –
permanentes, orientadas para projectos, sendo cada um destes, um centro autónomo
de oportunidades, onde a necessidade duma crescente flexibilidade e velocidade
superam a estruturas de gestão hierárquica. Assim sendo, relativamente às três
estruturas organizacionais de projecto, Tom Peters tem preferência pelo projecto puro,
onde uma equipa única trabalha num só projecto.
VANTAGENS:
• O gestor de projecto tem total autoridade sobre o projecto, os membros da
equipa reportam apenas a um chefe.
• As linhas de comunicação são estreitadas, ou seja, as decisões são tomadas
rapidamente.
• A motivação, o orgulho e o compromisso são elevados.
DESVANTAGENS:
• Há duplicação de recursos, os equipamentos e as pessoas não são partilhados
nos diferentes projectos.
• São ignorados objectivos e políticas organizacionais, os membros da equipa são
muitas vezes física e psicologicamente postos de parte.
• Devido ao facto dos outros membros da equipa não terem um espaço funcional
na empresa, geralmente preocupam-se acerca do seu futuro após o projecto,
sendo muitas vezes o projecto alongado no tempo por essa razão.
VANTAGENS
• Um membro da equipa pode trabalhar em vários projectos.
• Os especialistas técnicos mantêm-se dentro da sua área funcional, mesmo após
as pessoas saírem do projecto ou da organização. A área funcional é como um
lar após a finalização do projecto.
• A massa crítica de especialistas nas áreas funcionais criam sinergias para
resolver os problemas práticos do projecto.
DESVANTAGENS:
• Aspectos do projecto que não estão directamente relacionados com uma área
funcional sofrem modificações.
• A motivação dos membros da equipa é normalmente fraca.
• As necessidades do cliente são secundárias e são lentamente atendidas.
VANTAGENS:
DESVANTAGENS:
• Existem dois patrões. Geralmente o gestor funcional prevalece sobre o gestor de
projecto. Na verdade, quem é que pode promover ou aumentar o ordenado?
• Está condenada a falhar, a menos que o gestor de projecto tenha uma elevada
aptidão para a negociação. A suboptimização é um perigo, à medida que os
gestores de projecto amontoam recursos para os sues próprios projectos, podem
estar a prejudicar os outros.
Note que seja qual for a forma organizacional do projecto, o gestor de projecto é o
primeiro ponto de contacto com o cliente.
Um projecto começa com uma ordem de trabalho (OT). A OT é uma descrição escrita
dos objectivos a alcançar, com uma breve exposição do trabalho a ser feito, e uma
calendarização proposta especificando as datas de início e fim do projecto. Pode
também conter medidas da performance no que diz respeito às receitas e às etapas,
especificando os relatórios escritos que têm de ser fornecidos.
Não existe uma única e correcta OT para qualquer projecto, e duas equipas de projecto
distintas podem desenvolver OT’s diferentes para um mesmo projecto. Alguns
especialistas referem que a gestão tem mais a ver com arte do que com ciência, pois
existem inúmeras formas de abordar um mesmo projecto.
O departamento da Defesa dos Estado Unidos (um dos maiores utilizadores da gestão
de projectos) publicou uma variedade de formas standard. Muitas delas têm sido
usadas directamente e outras modificadas por empresas que aderiram à gestão de
projectos. Existem programas de computador disponíveis, tais como o “Microsoft
Project” que facilmente geram os diagramas descritos nesta secção. Os diagramas são
muito úteis porque a sua apresentação visual é facilmente perceptível.
suposição de que os tempos das actividades podem ser estimados com rigor e não
variam. O PERT - Program evaluation and Review Technique - foi desenvolvido num
projecto do míssil norte-americano Polaris. Este foi um projecto maciço envolvendo
mais de 3 000 empresas. Como a maior parte das actividades nunca tinham sido antes
feitas, o PERT foi desenvolvido para lidar com certas estimativas de tempo. Com o
passar dos anos, foram-se desvanecendo as diferentes entre o CPM e o PERT, vamos
assim só usar o CPM. De uma certa forma, as técnicas CPM ilustradas aqui devem o
seu desenvolvimento ao seu antecessor – o gráfico de Gantt. O gráfico de Gantt é
extremamente difícil de visualizar e de trabalhar em projectos que incluam mais de 25
actividades e além disso, não contém nenhum procedimento directo para a
determinação do caminho crítico.
Neste caso, é usada apenas uma estimativa para a duração do projecto, porque se
assume o conhecimento da duração das actividades. De seguida mostram-se os passos
para a construção do CPM:
Para calcular os tempos mais tarde de finalização e de começo (LF e LS), começa-se de
trás para a frente da rede. Considere assim a actividade G. O tempo mais cedo que esta
actividade pode ser feita é no tempo 15 semanas; assim, se não quisermos que todo o
projecto se atrase, o seu LF tem que ser 15. Devido à sua duração de 1, o tempo mais
tarde que G pode começar, é 14 (LS = 14). Considere agora a actividade F. F tem que
estar feito em t igual a 14, para que G possa começar, assim, o LF de F é 14, e
consequentemente, o seu LS é 9. Calculando da mesma forma os tempos de LS e LF
para D e E, notamos que a diferença entre os tempos LS e ES que é igual à diferença
entre os tempos LF e EF. Esta diferença é chamada de tempo de folga, que neste
exemplo é de três semanas. Note que não existe qualquer tempo de folga nas
actividades A,B,C,E,F,G a rede final fica então desta forma:
TIPOS DE CALENDARIZAÇÃO
Uma calendarização ES é aquela que lista todas as actividades pelos seus tempos de ES.
Para as actividades que não estão no caminho crítico, existe um tempo de folga entre o
a finalização de cada actividade e o início da actividade seguinte. A calendarização ES
completa o projecto e todas as suas actividades o mais cedo possível.
Uma calendarização LS lista as actividades pelo seu início mais tardio possível sem
atrasar a data final do projecto. A motivação para utilizar a calendarização LS é que se
evita os custos de comprar os materiais antes do tempo, o uso de trabalho e outros
custos sem necessidade. O exemplo seguinte mostra um projecto de desenvolvimento
de um computador pessoal. Neste exemplo podemos ver que a única actividade que
tem um tempo de folga é a actividade E. Este projecto dificilmente será um projecto
que finalizará a tempo.
Se não é possível ter uma estimativa para a finalização da actividade, a melhor maneira
é usar 3 estimativas. Estas três estimativas não só nos permitem estimar o tempo da
actividade, mas também obter uma estimativa de probabilidade para o tempo de
finalização do projecto. O procedimento é o seguinte: a estimativa temporal da
actividade é calculada usando uma média ponderada das estimativas da duração
máxima, mínima e mais provável. O tempo de finalização esperado da rede é obtido
usando o seguinte procedimento descrito em baixo:
Normalmente, esta informação pode ser obtida pelas pessoas que realizam estas
actividades.
com
Considere agora o mesmo exercício com três estimativas temporais para a duração de
cada actividade:
Neste caso existem dois caminhos críticos na rede, temos então de decidir que
variâncias usar na determinação da probabilidade de o projecto finalizar na data
esperada. Uma aproximação intuitiva diz-nos para usar o caminho cuja variância total
seja a maior, de modo a focar a nossa atenção em actividades com probabilidade de
exibir maiores variações. Nesta base, as variâncias associadas as actividades A, C, F e
G, são aquelas que devem ser usadas para determinar a probabilidade final. Assim
sendo:
O valor esperado do tempo de finalização do projecto é, como se pode ver pela figura,
de 38 semanas. Supondo que o gestor nos pergunta pela probabilidade do projecto
finalizar em 35 semanas, calculando o valor de Z, obtemos:
Pelas tabelas podemos verificar que para o valor de Z igual a – 0,87 temos uma
probabilidade de 0,19 significando assim que o gestor do projecto tem apenas cerca de
19% de hipótese de finalizar o projecto antes das 35 semanas. Note que esta
probabilidade reflecte a probabilidade da finalização do caminho crítico A-C-F-G .
CONCLUSÕES
Apesar deste capítulo lidar com técnicas de redes de projectos, deve ser realçada, mais
uma vez, a importância do trabalho em equipa. Efectivamente, a gestão de projectos
envolve muito mais do que uma simples calendarização CPM e requer igualmente
uma identificação clara das responsabilidades do projecto.
Duração do projecto: A folha de cálculo tem que estar preparada para funcionar
com durações diferentes.
Resultado bruto: Este é o resultado antes dos impostos, que serve para calcular o
montante de que a empresa vai ter que pagar por ano ao estado.
desta forma, .
Cash-flow liquido actualizado: É o valor actual, dos Cash-flow futuros gerados pelo
projecto, logo
VAL: O Valor Actual Liquido compara o capital investido com o valor dos cash-
flow gerados por um projecto. Se CFj for o cash-flow líquido do período, N o nº
de anos de vida útil (duração do projecto), então o VAL é dado pela seguinte
expressão:
(5.9)
maior VAL. Este critério de avaliação tem a vantagem de fazer uso da técnica de
(5.11)
(5.12)