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PDF Peters Mihael Estruturalismo Pos Estruturalismo e Filosofia Da Diferena DD
PDF Peters Mihael Estruturalismo Pos Estruturalismo e Filosofia Da Diferena DD
PDF Peters Mihael Estruturalismo Pos Estruturalismo e Filosofia Da Diferena DD
Autêntica Editora
Rua Januária, 437 - Floresta
angustiantes
nidade devemsímbolos do processo pelo
passar" {Distéfano. qualAires:
qual
Buenos o indivíduo
Centroe aEditor
hum a-de
América Latina, 1981, p. 6).
94
ve introdução
lismo ao pós-estrutura-
e à filosofia da diferença,
ue es
a crítica 4 ses movimentos
zem
teóricos fí* à chamada "teo-
ria do suj^ 1T o • Seguin do, nesse
Pós-estruturalismo e
filosofia da diferença
Uma introdução
Créditos
Michael Peter
Peters.
s. Introduction: Nam ing the Multiple . In: Michael Peters (org.).
Naming the Multiple: Poststructuralism and Education. Westport e Londres:
Bergin & Garvcy, 1998, p.1-24.
Michael Peters.
Peters. (Post-) Mod ernism and Structural
Structuralism:
ism: AfFi
AfFiniti
nities
es and Theoreti-
cal Innovations . Sociological
Sociological Research Online, 3 (4), setembro de 1999, http:/
/ www.socrcsonline.org.uk. (Publicado também como capítulo 1 de Michael
Peters
Peters e Nichola s Burbules. Poststructuralism and Educational Research. Boul-
der, CA: Rowman and Littleficld, 2000.
Michae l Peters. Introd uction : Th e critique of reason . In: Mich ael Peters
Peters.. Posts-
tructuralism, Politics and Education. Westport, CT e Lond res: Bergin and
Michael Peters
Tradução de
Tomaz Tadeu da Silva
Pós-estruturalismo e
filosofia da diferença
Uma introdução
a
utêntica
Belo Horizonte
2000
C o py r i g ht © 2 0 0 0 by To m a z Ta dcu da Si llvv a
CAPA
Jai
Jairo
ro Alvarenga Fonsec a, sobre fotografia da escultura
Salto , de Juan Carlos Distéfano. Fotografia de Lucas Distéfano.
Reproduzida com autorização do artista.
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Waldênia Alvarenga Santos Ataidc
REVISÃO
Cilcne De Sanris
008
2000
Autêntica Editora
Rua Januaria, 437 - Floresta - 31110-060
Belo Hor izon te /MG - Telefa
Telefax:x: (55 31) 4 23 -3 02 2
au ten tica@au tcn ticaed itora.com.b r
www.au ten ticaed i tora. com .br
Sumário
PARTE I
ESTRUTURALISMO, PÓS-ESTRUTURALISMO
E PÓS -MODERN ISMO 07
1- Introdu ção .09
09
2- Mod ernismo e pós-modernismo 12
12
3- Estruturalismo e pós-estrut
pós-estruturalismo
uralismo 20
20
4- Inovações teóricas e diferenças relativamente
ao estruturalismo 35
5- Síntese 45
45
PARTE II
A FILOSOFIA DA DIFERENÇA,
NL ETZS CH E E A CRÍTICA
CRÍTICA DA RAZÃO 47
6- A crítica da razão 50
50
7- Heg el, a mo dernida de e a lógic
lógicaa da "identidade" 55
55
8- Nietzsche
Nietzsche contr
contraa Hegel n o pensamento
francês
franc ês contem porâneo 60
9- Nietzsch e e a crític
críticaa da mo dernid ade 64
10- O pós-estruturalismo, Habermas e a
questão da pós-modernidade 71
11- Dep ois do suje
sujeito?
ito? 77
PA UT EI
Estruturalismo, pós-estruturalismo
e pós-modernismo
1 - INTRODUÇÃO
9
fico
fico do estruturalismo
espécie de megaparadigmae à sua pretensão
para a se
se sociais.
as ciências transforma r em um a
O pós-estru-
turalismo
turalis mo deve ser vist
vistoo com o um mo vim ento q ue, sob a insinspira-
pira-
ção de Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger e outros, buscou
descentrar as "estruturas", a sistematicidade e a pretensão cientí-
fica do estruturalismo, criticando a metafísica que lhe estava sub-
jacente e estendendo-o em uma série de diferentes direções,
preservando, ao mesmo
que o estruturalismo tempo,
fazia os elementos
ao sujeito centrais da crítica
hu man ista.
No que se refere a essa análise, baseio-me no trabalho de
Alan Schrift (1995, p. 4), que argumenta que uma das mais im-
portantes diferenças entre o estruturalism o c o p ós-estruturalism o
está na renovação do discurso filosófico:
10
literáriana de
geral, Yale (Paul
academia de Man,
ocidental, Hillis Miller). De tem
o pós-estruturalismo forma mais
influen-
ciado as disciplinas tradicionais da sociologia (Zygmunt Bau-
man , Bar
Barryry Smart), da filosofia (Cornei West,
West, Paul Patton, H ub ert
Dreyfus), da política (Colin Gordon, William Connolly, Barry
Hindess), da antropologia (James Clifford, Paul Rabinow), da
história (Hayden White, Mark Pôster, Dominick La Capra), da
geografia
emergen tes(Edw ard Soja
Soja,
dos estudos , DavidtasHarvey),
feminis
feministas bem
e de gênero (Judcom
idi oBude
os campos
r, Chris
Weedon), dos estudos pós-coloniais (Edward Said, Gayatri Spivak,
Homi Bhabha) e dos estudos culturais (Stuart Hall, Simon During).
Procuro, nos capítulos seguintes, distinguir o pós-modernis-
m o do mo dernism o e o pós-e
pós-estrut
struturali
uralismo
smo d o estrut
estruturali
uralismo.
smo. Da
mesma forma que o pós-modernismo deve ser definido relativa-
men te ao m odernismo , o pós-estrut
pós-estruturali
uralismo
smo deve ser definido contra
o pano de fun do do estr
estrutura
uturalis
lismo
mo francê
francês.
s.
]]
2 - MODE RNISMO E
PÓS-MODERNISMO
rísticos de uma
subvertê-la, mas disciplina para criticar
para enraizá-la, a si mais
de forma própria - não
firme, em para
sua
área de competência. Kant utilizou a lógica para estabelecer os
limites da lógica e, embora ele lhe tenha subtraído muito daquilo
que antes lhe pertencia , a lógica
lógica termin ou p or estar na posse mais
segura daquilo que restou dela (GREENBERG, 1973, p. 66).
13
referir
segundoa sentido,
um período ou aargumentar
pode-se um etbos q- uea ele
"pós-modernidade".
repr
represent No
esentaa um a trans-
formação da modernidade ou uma mudança radical no sistema
de valore
valoress e práticas subjac
subjacentes
entes à mod ernid ade. Essa é a forma
como o Oxford English Dictionary (O ED ) define "pós-modernis-
m o 1 ', dando sua etimologia:
ArtSy novembro,
R. Soe. ArtSy 743/1:questionável".
"Muitos arquitetos pós-moder-
nos util
utilizam
izam m otivos dc gosto 1 979, Jrnl. R. Soe.
Arts , 751/1: "Os pós-modernistas substituíram a metáfora da
máquina pela metáfora do corpo , porque muitas pesquisas mos-
tram que nós, inconscientemente, projetamos estados corpo-
rai
raiss na arquitetu ra". 1979 , Time, 8 dc janeiro,
janeiro, 53/1: "O hom em
mais perto dc ser um parceiro mais velho do pós-modernismo
c, na verdade, o arquiteto estadunidense líder dc sua geração:
Philip Cortclyou Johnson". 19 80, Times Higher Educ. Suppl., 7
Philip
dc março, 16/1: "O pós-modernismo, o estruturalismo e o
ncodada (antes conhec ido com o 'poesia
'poesia concreta') representam ,
todos, uma reação contra o modernismo".
)S
Am bos os estudi
estudiosos
osos tendem a tratar
tratar o pós-modernismo com o
sinônimo de pós-estruturalismo ou a utilizar "pós-modernismo"
com o o termo m ais abrangente, um a estr
estratégi
atégiaa que se tem torn ado
bastante comum. Embora essa estratégia tenha sido adotada por
Em contraste, el
elee defincpós-moderno simplesmente como "in-
defincpós-moderno
credulidade em relaçã
relaçãoo aos metarrelatos" (p. xxi
xxiv)
v).. Em A condição
pós-moderna, Lyotard
pós-moderna, estava preocupado com os grandes relatos
(ou as grandes narrativas), desenvolvidos a partir da Ilustração,
17
79), Se tomamos
dada em seu aensaio
definição de Jean-
Jean-François
"Resposta àFrançois Lyotard
pergunta: o que (1984 , p.
é o pós-
moderno?", sere
seremos
mos leva
levados
dos a acei
aceitar
tar que o pós-mo dernism o não
ip
écente,
"o modernismo
e esse no éseu
esse estado estado terminal,
constante. disse mas
E u disse no outra
e ddirei
irei seu estado nas-o
vez que
pós-modernismo significa não o fim do modernismo, mas uma
outra relação com o modernismo". O que ele está sugerindo é
que o pós-modernismo como um movimento nas artes é uma
continuação do m odernismo por outros meios - a busca busca por um expe-
rimentalismo novo e a idéia de avant-garde continuam. Isto é, o
pós-modernismo mantém
dernism o, considerado co muma
o umrelação ambivalente
a categoria est
estética. Ecom
ética. ele odefine
mo-
um estil
estilo,
o, uma atitude ou um ethos e não um período (isto é, algo
que vem após o modernismo). Se o consideramos como um estilo
artístico, existem, claramente, muitos pós-modernismos. Embo-
ra esses diversos pós-modernismos possam ir e vir, o pós-moderno,
como uma episteme, como uma posição filosófica ou como uma
periodização histórica,
histórica, tal como o moderno
moderno,, está aqui para ficar.
3 - E ST RUT URAL ISMO
E PÓS-E ST RUT URAL ISMO
Um a déc
década
ada de estrut
estruturalis
uralismo
mo francês: 1 958 -19 68
20
p. 49) assim descreve a concepção estruturalista de linguagem
desenvolvida por Saussure
Saussure::
N ão se trata simplesm ente do fato de que a língua é um sistema
de elementos que são inteiramente definidos por suas mútuas
relações no interior do sistema, embora isso seja verdade, mas
do f ato de que o sistema lingüístico é constituído por diferentes
níveis de estrutura; em cada nível, podem-se identificar elemen-
tos que contrastam e se combinam com outros elementos para
form ar unidades de nível superior, mas os princípios e struturais
em cada nível são fundamentalmente os mesmos.
cidas,Roman
fazendo nasce
nascerr o estruturalism
Jakobson é uma figurao central
d o séculono XX (SELDEN, 1995).
desenvolvimento
histórico da ling
lingüíst
üística
ica estrutural. Ele foi instrumental n o estabe-
lecimento do Formalismo Russo, ajudando a fundar tanto o Cír-
culo Lingüístico de Moscou quanto a Sociedade para o Estudo
da Linguagem Poética (OPOJAZ), em São Petersburgo, antes de
se m uda r para a Checoslováquia
Checoslováquia,, em 1920, para fundar o Círculo
Lingüístico de Praga. Os anos formativos de JJakobson
akobson foram bas-
tante influenciados pela tradição da Escola Kazan, por Saussure
(cujo trabalho foi levado a Moscou por Sergej Karcevskij, em
1917) e pela forte tradição russa das dialéticas hegeliana e pós-
hegeliana. Linda R. Waugh e Monique Monville-Burston (1990,
p. 4) sugerem que "a infl
influência
uência mais forte sobr
sobree o pensam ento
de Jakobson foi o agitado movimento artístico do início do sé-
culo XX, sobretudo as obras da avant-garde literária e artística:
Picasso, Braque, Stravinsky, Joyce, Xlebnikov, Le Corbusier".
-21
Jakobson
de Praga, tendoajudou,
atuad o em
com1926,
o seuavice-pres
fundar oidente
Círculo
vice-presidente até Lingüístico
ssua
ua partida
da Checoslováquia, em 1939. Foi Jakobson que primeiramente
cunhou, em 1929, o termo "estruturalismo", para designar uma
abordagem estruturo-funcional de investigação científica dos
fenômenos, cuja tarefa básica consistiria em revelar as leis inter-
nas de um sistema determinado. Jakobson ( 1 9 7 3 ) , após o suces-
so
seudoprograma
Primeiro nestes
Cong resso
termoEslavo
s: Internacional de Praga, expressou
publicando depois, em 1945, pela primeira vez, um artigo relacio-
nando a lingüística estrutural com a emologia, na recém-fundada
revist
revistaa de Ja kob son, Word. Esse artigo se tornou um dos capítulos
iniciais do hvroAntbropologie Structurale, publicado em 1958, um
livro que era composto de uma coleção de artigos escritos entre
194 4 e 195 7. Lévi-Str
Lévi-Strauss
auss (1 96 8, p. 21) reconhec
reconhecee sua dívida para
com Saussure e Jakobson e trata de de descre
screver
ver sseu
eu méto do antro po-
estrutura
lógico por meio da noção central de inconsciente:
inconsciente:
Se, como cremos, a atividade inconsciente do espírito consiste
em impor formas a um conteúdo, e se as formas são fundamen-
talmente as mesmas para todos os espíritos, antigo c moderno,
primitivo c civilizado [...] c preciso e basta atingir a estrutura
inconsciente, subjacente a cada instituição ou a cada costume,
para obter um princípio de interpretação válido para outras insti-
tuições c outros costumes.
Lévi-Strauss (1968, p. 33) sugere que podemos chegar à
estrutura inconsciente por meio do emprego do método estrutural
desenvolvido pela
pela li
lingüíst
ngüística
ica estrutural, argumen tando que a fo-
nologia (leia-se "lingüística estrutural") "não pode deixar de de-
sempenhar perante as ciências sociais o mesmo papel renovador
que a física
física nucle
nuclear,
ar, por exemplo, desemp enhou no co nju nto das
ciências exatas". Ele define o método estrutural de acordo com a
declaração programática feita por Nikolai Trubetzkoy (um dos
membros da Escola Lingüística de Praga) em sua obra seminal,
Princípios d e fonologia:
necessári
necessárias
as e que "no
"novas
vas per
perspecti
spectivas
vas se abrem", p erm itin do q ue o
antropólogo estude sistemas de parentesco da mesma forma que o
lingüista estuda fonemas: "tal como os fonemas, os termos de pa-
rentesco são elementos de significação; tal como os fonemas, eles
só adquirem esta significação sob a condição de se integrarem em
sistemas". O s si
siste
stemas
mas de parentes
parentesco,
co, tal co mo os sist
sistemas
emas f ono -
lógicos, "são elaborados pelo espírito no estágio do pensamento
inconsciente". Três
Três aanos
nos mais tarde, eem
m 1961 , em suas conferên-
cias inaugurais no Collège de France, Lévi-Strauss reconhecerá
publicam ente sua dí dívida
vida para com Saussure e definirá a antro po-
logia como um ramo da semiologia.
Após a publi
publicação
cação dcAnthro pologie strutucturale, a revol
revolução
ução
estruturalista floresce na França, especialmente durante os anos
60: Roland Barthes, iniciado na lingüística por A. J. Greimas, no
início dos anos 50, publica sua Mythohgies em 1957 e torna-se
études,, em "socio
Directeur d}études "sociologia
logia dos signos, dos símbolos e das
representações",
represe ntações", da École de
dess Hautes Étud es, em 1962; o jornal
literário de vanguarda T elQuel é fundado, em 1960, por Philippe
Sollers;; Michel F oucault publica Fo
Sollers lie etdemison: histoire de la oliea
Folie
classique, em
Vâge classique, 1 961; em 1963, Louis Althusser convi
convida da Jacques
Lacan para dar seu seminário na Ecole Normale, iniciando um
produtivo diál diálogo
ogo entre o marxismo e a psi
psicanáli
canálise;
se; o ano de 196 6
vê a publicação do livro PourMarx, de Louis Althusser
Althusser,, àoLes mots
choses, de Foucault, e dos Ecrits, de
et les choses, de Lacan ( D O S S EE,, 1 9 9 7 ) .
Jean Piaget, o psicólogo, publica seu livro Le structuralisme
( 1 9 6 8 ) , no m om ento final da expl
explosã
osãoo estruturalista na França,
quando o estruturalismo já tinha se identificado com atitudes
políticas ultrapassadas e suspeitas. Muitos interpretaram os even-
tos espontâneos do Maio de 68 como uma refutação da crítica
que o estruturalismo fazia ao humanismo burguês. O livro de
Jean Piaget é, entretanto,
entretanto, interess
interessante
ante e também útil por sua defi-
nição do estrutur
estruturalismo:
alismo:
sistema e não
priedades, uma
essas simples coleção
coleção
transformações de elementos
envolvem e de suase pro-
leis: a estrutura pre-
servada ou enriquecida pelo próprio jogo de suas leis de trans-
-25
de postular estruturas, Foucault fala de epistemes ligadas à lingua-
gem e que, para Foucault, as ciências humanas não passam de re-
sultados de mutações de epistemes que se seguem umas às outras
no tem po, se
sem
m qualquer seqüên
seqüência
cia pré-ordenada ou necessária. Essa
Essa
arqueologia das ciências humanas decreta o fim do homem. Em
sua conclusão,
conclusão, Piaget discute especificamente essa parte mais radi-
cal do trabalho de Foucault. Ele argumenta que
as tendências no campo da psicologia que negam o inconscien-
te. Ele também se refere ao "problema do estruturalismo" na
Françaa com o uma conseqüênc
Franç conseqüência ia de problemas
problemas mais im portantes
na Europa Oriental, uma história mai maiss profu nda, à qual a maior
parte da com unida de acadê acadêmica
mica francesa eesta stava
va ceg
cegaa ( F O U C A U L T ,
1991, p. 88). E contudo, ele sugere, os comunistas e outros
marxistas tinham tido a premonição de que o estruturalismo
estava prestes a dar um fim à cultura marxista tradicional na
França: "uma cultura de esquerda que não fosse marxista estava
prestess a surg ir" ( F O UUCC A U L T , 1 9 9 1 , p. 9 0 ) .
preste
A posição de Foucault relativamente ao marxismo era uma
posição influenciada por questões bastante locais: ele estava rea-
gind o ao P artido Com unista Francês, de iinclinaç nclinação ão estal
estalinist
inista,
a, e ao
dom ínio filosófico de um m arxismo exis existenc
tencial
ialist
ista,
a, duran te os anos
40 e 50. que
afirmar Abstraindo-se
não existe essas questões
nada de locais, entretanto,
necessariamente pode-se
antimarxista ou
pós-marxista seja no pós-modernismo, seja no pós-estruturalis-
mo. Na verdade, da mesma forma que Louis Althusser fez uma
leitura estruturalista de Marx, é possível fazer uma leitura pós-
estruturalista, desconstrutivista ou pós-modernista de Marx. Na
verdad e, o m arxismo estrut
estruturalis
uralista
ta althusseriano tteve
eve uma eno rm e
influência sobre a geração de pensadores que nós agora chama-
mos de "pós-estruturalistas" e cada um deles, à sua própria ma-
neira, acertou suas contas com Marx: vejam-se, por exemplo, as
Observações sobre Marx ( 1 9 9 1 ) que Foucault fez em entrevista
entrevista com
o m arxista
arxista italiano Duccio Trom badori; ou os Espectros de Marx,
de Derrida ( 1 9 9 4 ) ; ou a tese da mercantilização "marxista" no
liv
livro
ro de Lyotard ,yi condição pós-moderna. No No período que antece-
deu sua morte, Deleuze estava escrevendo um livro sobre Marx -
ele se via
via,, claramente, co mo um tip o de m arxist
arxistaa ( D E L E U Z EE,, 1 9 9 5 ,
p. 171) . Todo s ess
esses
es pós-estrutural
pós-estruturalistas
istas vêem a análi
análise se do capita-
lismo
lismo co mo um problema centracentral:l: ele
eless tentam compreender a for-
ma pela qual o capitalismo se transforma para não ter que agir
contra suas próprias limitações, "decodificando" a nova axiomá-
tica capitalista que governa um sistema financeiro global, clara-
mente evidente nas "sociedades de controle" baseadas em uma
economia simból
simbólica
ica ((JJ A M ES
ES O N , 1 9 9 7 ) .
A emergência do pós-estruturalismo
O pós-estruturalismo
pós-estruturalismo pod e ser carac
caracteri
terizado
zado como um m od o
de pensamento, um estilo de filosofar e uma forma de escrita,
em bora o term o nã o deva sserer ut
utilizado
ilizado para dar qualquer idéi
idéiaa de
homog eneidade, singul
singularidade
aridade ou unidade. O term o "pós -estrutu - |
ralismo" é, ele
ele próp rio, questionáve
questionável.l. Mark Pôster (198 9, p. 6) *
observa que o term o "pós-estruturali
"pós-estruturalismo"
smo" tem sua origem nos |
Estad os Un idos e que a expres
expressão
são "teoria pós-estruturalista" no- £
meia um a prática tipicamente estadunidense, uma prática base- |
ada na assimilação do traba lho de uma gam a bas tan te fc
diversificada de teóricos. De form a mais geral, pod em os dizer |
que o termo é um rótulo util utilizado
izado na comunidade acadêmica de f
língua ingl
inglesa
esa para descreve
descreverr uma resposta distintiva me nte filo- í
sófica ao estrutura lismo que caract
caracteriz
erizava
ava os trabalhos de Clau-
de Lévi-Strauss (antropologia), Louis Althusser (marxismo),
Jacques Lacan (psic
(psicanáli
análise)
se) e Roland Barthes (literatura ). r
Manfred Frank (1988), um filósofo alemão contemporâneo,
prefere o termo "neoestruturalismo", enfatizando, assim, uma con-
tinuidade com o "estruturalismo", tal como o faz John Sturrock
(1986, p. 137) que, centrando-se em Jacques Derrida, "o" pós-
estruturalistaa (o crítico mai
estruturalist maiss agudo e de maior peso que o estru-
turalismo teve) - interpreta o "pós" da expr expressã
essãoo "pós-estrutura-
lismo" com o nom eand o algo que "vem depois e que tenta ampliar
o estruturalismo, colocando-o na direção certa". Segundo Stur-
rock, "o pós-estruturalismo é uma crítica
crítica ao estruturalismo, feita
a partir de seu interior: isto é, eele
le volta al
alguns
guns dos argu me ntos do
estruturalismo contra o próprio estruturalismo e aponta certas
inconsist
incon sistência
ênciass fundam entais em seu métod o, consistências
consistências q ue
os estruturalistas ignoraram". Richard Harland (1987), em con-
traste, cunha o termo "superestruturalismo" como uma espécie
de expressão "guarda-chuva", tendo como base um quadro de
pressupostos subjacentes, comuns a "estrutur
"estruturalista
alistas,
s, pós-estrutu- ;
ralistas, semióticos (europeus), marxistas althusserianos, lacania-
nos, foucaultianos et alH ( H A R L A N D , 1993, p. ix-x). Todas essas
expressões ("pós-estruturalismo", "neoestruturalismo" e "su-
perestruturalismo") mantêm como central zproximidade histó-
rica, institucional e teórica do movimento ao "estruturalismo".
28—
Assim, o termo exibe uma certa ambigüidade: ele nomeia o novo,
timidamente e sem grande confiança, simplesmente distinguin-
do-o do passado. Existem importantes afini
afinidades
dades entre formas ddee
estruturalismo e pós-estruturalismo, bem como inovações teóri-
cas distintas, como veremos mais adiante.
Entretanto, o pós-estruturalismo não pode ser simplesmente
simplesmente
reduzido a um conjunto de pressupostos compartilhados, a um
métod o, a uma teoria ou até mesmo a uma escoescola
la.. E melhor ref
refe-
e-
rir-se a ele como um movimento de pensamento - uma complexa
rede de pensame nto - que corporifica ddiferent
iferentes
es formas de prát
práti-
i-
ca crítica. O pós-estruturalismo é, decididamente, interdiscipü-
nar, apresentando-se por meio de muitas e diferentes correntes.
Como uma atividade francesa e predominantemente pari-
siense, o pós-estruturalism o de primeira geração é insepar
inseparável
ável do
milieu intelectual imediato que predominou
guerra, em uma história dominada por forças na França dovaria-
intelectuais pós-
das: o legado das interpre tações "exist
"existencial
encialistas
istas"" daFenomenologia
de Heg el, feita
feitass por A lexander Kojéve e Jean
Jean H yppolite; a feno-
menolog ia do Ser de H eideg ger e o exisexistenci
tencialis
alismo
mo de Sartre
Sartre;;
a redescoberta e a "leitura" estruturalista de Freud, feitas por
Lacan ; a onipresença d e Georges B ata
atailille
le e Maurice B lanchot; a
epistemolo
de Georgesgia radical de
Canguilhe m. GPasto n Bachelardo mai
rovavelmente e ossestudo
mais s dateciê
importan ciência
é ncia
que
o pós-estruturalismo inaugura e registra a recepção francesa de
Nietzsche, o qual forne ceu as fontes de inspiração
inspiração para muitas de
suas inovações teóricas. E também decisiva para a emergência
do pós-estruturalismo,
pós-estruturalismo, sem dúvida, a inte
interpretação
rpretação que M artin
Heidegger (1991/1961) fez de Nietzsche, bem como as leituras
de Nietzsche
Koffrnan, feitas
feitas
desde por D eleuze,
o início dos anosDerrid
6 0 atéa, os
Foucault,
anos 70Keloss
lossowski
80 .owski e
O pós-estruturalismo é inseparável também da tradição es-
truturalista da lingüística baseada no trabalho de Ferdinand de
Saussure e de Roman Jakobson, bem como das interpretações
estruturalistas de Claude Lévi-Strauss, Roland Barthes, Louis
Althusser e Michel Foucault (da primeira fase). O pós-estrutura-
lismo, considerado em termos da história cultural contemporâ-
nea, pode ser compreendido como pertencendo ao amplo
29
movimento do formalismo europeu, com vínculos históricos ex-
plícitos tanto com a lingüística e a poética formalista e futurista
quanto com a avant-garde artística européia.
Foi, sem dúvida, central para a emergência do pós-estrutura-
lismo a redescoberta, por um grupo de pensadores franceses, da
obra de Frie
Friedri
drich
ch Nietzsche. Foram im portantes também a inte inter-
r-
pretação
pretação que Martin H eidegger fez dessa
dessa obra, bem com o a
ass leituras
estruturalistas tanto de Freud quanto de Marx. Considerava-se
que, enquanto Marx havia privilegiado a questão do poder e
Freud havia
havia dad o prior idade à idéi
idéiaa de desejo, Nietzsche era um
filósofo que não havia privilegiado qualquer um desses concei-
tos em prejuízo do outro. Sua filosofia oferecia uma saída que
combinava poder e desejo.
A recepção
recepção estadunidense da desconstrução e a formulação do
conce
conceito
com oitomomento
de "pós-estruturali
"pós-estruturalismo"
smo" no
em que Derrida m un doseu
apresenta de fala iingl
ensaio nglesa
esa coinci
coincide
de
A estrutura,
o signo e o jogo no discurso das ciências humanas", no Colóquio
Internacional
Internacional sobre Linguagens Crítica
Críticass e Ciênci
Ciências
as do H om em , na
Universidade Johns Hopkins, em outubro de 1966. Richard
Macksey e Eug ênio D ona to (19 70, p. x) de
descre
screvera
veram
m a conferência
como "a primeira vez, nos Estados Unidas, em que o pensamento
estrutura
estruturalis
Mesmo lista
ta foi
antes considerado
do térm com o um fenô
ino da conferência, me claros
havia
havia no interdisci
interdisciplinar
osplinar".
indícios
indíci de qu".e
o reinante paradigma transdisciplinar do estruturalismo tinha sido
superado,, em bora apenas um parágrafo das "Observaçõe
superado "Observaçõess concl
conclusi-
usi-
vas" de Macksey assinalasse as "reavaliações radicais de nossos pres-
supostos [estruturalistas]" feitas por Derrida (p. 320).
No agora clássico ensaio "A estrutura, o signo e o jogo no
discurso
disc urso ddas
as ciên
ciências
cias humana s", Derrid a (19 78, p. 278-80 ) ques-
tionava a "estruturalidade da estrutura" ou a idéia de "centro"
que, ele
ele argumentava, operava para limitar o jogo da estrutu ra:
30
tória dessas
dessas metáforas c dessas meto nímias . A sua m atriz seri seriaa [...]
a determinação do ser como presença cm todos os sentidos desta
palavra. Podcr-sc-ia mostrar que todos os nomes do fundamento,
do princípio, ou do centro, sempre designaram o invariante dc
uma presença
presença (eidos, arche, energeia, ousia [esscncia, existên-
arche, telos, energeia,
cia, substância, su jeito], alctbeia, transcendcntalidadc, consciência,
Deus, homem, etc.).
freudiana
identidadedae autopresença, "da consci
da autoproximidadeconsciência
ência,
ou da , d o sujeito, dae, auto-
autopossessão"; mais
radicalmente, na destruição heideggeriana da metafísica, "da de-
terminação do Ser como presença". Derrida discute, ao longo
desse ensaio, o tema do "descentramento", concluindo por dis-
tinguir duas interpretações de estrutura. Uma delas, de origem
hegeliana
hegeliana e exemplif
exemplificada
icada no trabalho de Lévi-Strauss, sonha "de-
cifrar
do uma verdad
signo", verdadee ouaíum
buscando a origem
a "inspir
"in açãoque
spiração de esc
escapem
umapem
novoaohum jogo e à or
ordem
anismo".dem
A
outra, " que já não está voltada para a origem , afirma o jogo e pro-
cura superar
superar o hom em e o humanism o..." (D E R R ID A , 1978, p. 292).
O humanismo tendia, como um motivo central do pensa-
men to liberal europ eu, a coloca
colocarr o "su jeito" no ce ntro da análanálise
ise
e da teoria, vendo-o c om o a origem e a fonte do p ensam ento e da
ação, enquanto o estruturalismo, ao menos em uma leitura al-
thusseriana, via os sujeitos como simples portadores de estrutu-
ras. Os pós-estruturalistas continuam, de formas variadas, a
sustentar essa compreensão estruturalista do sujeito, conceben-
do-o, em termos relacionais, como um elemento governado por
estruturas e siste
sistemas,
mas, continua ndo a questionar tam bém as ddive
iver-
r-
sas construções filosóficas do sujeito: o sujeito cartesiano-kantia-
no, o sujeito hegeliano e fenomenológico; o sujeito do
existencialismo,
existencialismo, o sujeito coletivo m arxista.
Agen ealogia do pós-estruturalismo francês tem que ser
ser com-
preendida, em parte, por suas filiações com o pensamento de
Nietzsche. Em particular, com sua crítica da verdade e sua ênfase
na pluralidade da interpretação; com a centralidade que ele con-
cede à questão do estilo, vist
vistoo com o crucial, tan to filosófica quanto
esteticamente, para que cada um se supere a si próprio, em um
processo de perpétuo autodevir; com a importância dada ao
conceito de. vontade d
dee potência e suas
suas manifestações como vonta-
de de verdade e vontade de saber. Esses temas filosóficos foram
assumidos, adotados e experimentados pelos pós-estruturalistas
franceses sob novas e est estimulantes
imulantes formas. Foucault,
Foucault, por exemplo,
desenvolveu a genealogia nietzscheana como uma forma de histó-
ria crítica qu e resiste à busca po r origen s e essê
essências,
ncias, conc entra ndo -
se, em vez disso, nos conceitos de proveniência e emergência. A o
analilisar
ana sar,, por me io do u so de narrativas
narrativas e da narratoiogia, a p ragmá -
tica da linguagem, Lyotard demonstra a mesma aversão que tinha
Nietzsche pelas tendências universaüzantes dafilosofia
filosofiamoderna.
m oderna. Der-
rida, seguindo Nietzsche, Heidegger e Saussure, questiona os
pressupostos que governam
governam o pensamen to binár
binário,
io, demon strando
como as oposições binárias sustentam, sempre, uma hierarquia ou
uma economia do valor que opera pela subordinação de um dos
termos da oposição binária ao outro, utilizando a desconstrução
para denunciar, deslindar e reverter essa hierarquias . Deleuze
essass hierarquias. Deleuze (1983,
original de 1962) fixa-se na diferença como o elemento caracte-
rístico que permite substituir Hegel por Nietzsche, privilegiando
os "jogos da vontade de potência" con tra o "trabalho da dialétidialética".
ca".
Todos esses pensadores enfatizam que o significado é uma
construção ativa,
ativa, radica
radicalmente
lmente depende nte da pragmáti
pragmática
ca d o con-
texto,
texto, questionando, portanto , a suposta univers
universalid ade das ch a :
alidade
madas "asserções de verdade". Foucault vê a verdade como o
prod uto de regimes ou gêneros discursiv
discursivos
os que têm seu pró prio e
irredutív
irredutível
el con junt o de reg
regras
ras para construir sente
sentenças
nças ou propo-
sições bem formadas. Seguindo Nietzsche, todos eles questio-
nam o sujeito cartesiano-kantiano humanista, ou seja, o sujeito
autônomo, livre e transparentemente autoconsciente, que é tra-
dicionalmente
da ação moral evisto comoEma contraste,
política. fonte de todo o conhecimento
e seguindo a crítica dae
filosofia liberal feita por Nietzsche, eles descrevem o sujeito em
toda sua complexidade histórica e cultural - um sujeito "'descen-
trado" e dependente do sistema lingüístico, um sujeito discursi-
vamente constituído e posicionado na intersecçáo entre as forças
libidinais e as práticas socioculturais. O sujeito, outra vez sob a
influência de Nietzsche, é visto, em termos concretos, como
generificado,, um ser temporal que chega, fisiologi-
corporificado c generificado
camente falando, à vida e enfrenta a morte e a extinção como
corpo, mas que é, entretanto, infinitamente maleável e flexível,
estando submetido às práticas e às estratégias de normalização e
individualização que caracterizam as instituições modernas.
Devemos compreender o pós-estruturalismo, no seu desen-
volvimento no contexto histórico francês, tanto como uma rea-
ção quanto como uma fuga relativamente ao pensamento
hegeliano. Essa reação ou fuga, para sintetizar a questão em ter-
mos deleuzianos, envolve, essencialmente, a celebração do "jogo
da diferença" contra o "trabalho da dialética". O livro de Deleuze,
Nietzsche e a filosofia, representa um dos momentos inaugurais do
pós-estruturalismo francês, em uma interpretação de Nietzsche
que enfatiz
enfatizaa o jogo da diferença, utilizando esse últim o conceit
conceitoo
com o o elem ento central de um vigoroso ataque à diadialéti
lética
ca hege-
lia
liana.
na. Ta
Tall com o sintetizado pelo pr óprio Deleuze:
-33
"A dialética hcgcliana consiste, na verdade, cm uma reflexão so-
brediferença
da a diferença,
co mmas
o tal,deel
elaimagem
coloca invertida.
a coloca a negação No lugarcm
da quilo da relação
afirmaçãoao
\ qual el
elaa difere; no lugar da afirmaçã o do eu, ela coloca a negação
do outro; e no lugar da afirmação da afirmação, ela coloca a fa-
mosa negação da negação" (198 3, p. 196 ). Em su ma , a di dialét
alética
ica
hcgcliana reflete uma falsa imagem da diferença.
A crítica
crítica nietzscheana da dialéti
dialética,
ca, feita por D eleuze, u ma das
chaves para se compreender o pós-estruturalismo francês, deveria
ser mais reconhecida com o uma base legítima para um a teorização
radical alternativa. A interpretação que Deleuze faz de Nietzsche
torna-se, de fato, o p on to de virad
viradaa para a filosofia francesa, abrin-
do novo s espa
espaços
ços para o filosofar, ajudando
ajudando a re-instaurar uma tra-
dição banida e fornecendo as bases para um modo alternativo de
pensamento crítico tanto dentro da FrançaFrança quan to fora del
dela.
a.
Em sua primeira geração, o pós-estruturalismo é eexempli
xemplifi-
fi-
cado pelo trabalho de Jacques Derrida, Michel Foucault, Julia
Kristeva, Jean-François Lyotard, Gill
Gilles
es Deleuze , Luce Irigaray, Jean
Baudrillard, entre muitos outros. Historicamente, sua formação
e seu desenvolvimento institucional inicial podem ser ligados à
influente revista TelQuel, havendo fortes conexões com figuras llite ite--
rárias tais como Maurice Blanchot e Roland Barthes. Os pensado-
res pós-estruturalistas
pós-estruturalistas desenvolveram forma s peculi peculiares
ares e originais
de análise (gramatologia, desconstrução, arqueologia, genealogia,
semioanálise), com freqüência dirigidas para a crítica de institui-
ções específi
específicas
cas (com o a família, o
o E stado, a prisão, a clíni
clínica,
ca, a esc
esco-
o-
la, a fábrica, as forças armadas, a univer
universidad
sidadee e até m esm o a próp ria
filosofia) e para a teorização
teorização de uma ampla gam a de diferentes meios
(a "leitura", a "escrita",
"escrita" , o ensino, a tele
televisão,
visão, as artes visuai
visuais,
s, as artes
plásticas, o cinema, a comunicação eletrônica).
34-
4- INOVAÇÕES TEÓRICAS
E DIFERENÇAS
AO E ST RUTRELATIVAMENTE
URAL ISMO
com oO estruturalismo,
pós-estruturalismo
mas tem algumas
também diferecaracterísticas
dele em certosemaspectos.
comum
Discutiremos, neste capítulo, as principais tendências e inovações
teóricas, destacando tanto as afinidades e continuidades entre o
pós-estruturalismo e o estruturalismo quanto suas diferenças.
O pós-e
pós-estr
strutura
uturalis
lismo,
mo, tanto qu anto o estruturalismo, efetua um
enérgico ataque
da individualida
individua aosdapressupostos
lidade,
de, au tonom ia e"universalistas"
da autopresençadaque
racionalidade,
estão subja-
centes ao sujeito humanista. Representam, ambos, uma reação ao
subjetivismo e à liber
liberdade
dade pessoal do existencialismo sartreano , b em
| com o ao ativo
ativo pape
papell históri
histórico
co concedido por esseesse últim o ao ego
| consciente. O pós-estruturalismo, tal com o o estrutura lismo , cultiva
I uma forte susp
suspeit
eitaa relativamente à idéia de autoconh ecimen to, ca-
racterística do hegelianismo, sugerindo que as estruturas sócio-cul-
turais exer
exercem
cem um papel impo rtante n a formação da autoconsciência.
É im portante, par
paraa o desenvolvi
desenvolvimento
mento do pós-estrutur
pós-estruturalismo,
alismo,
a teorização heideggeriana sobre a "subjetividade". Heidegger ar-
gumenta que o ser-no-mundo tem precedência sobre o autoco-
nhecimento e a autonomia do sujeito. Em Em sua famosa "Carta sobre
o humanismo", Heidegger nega, de forma explícita, que sua fe-
nomenologia hermenêutica constitua uma espécie de humanis-
mo. Tal com o Heidegger, o pós-estrutur
pós-estruturalismo
alismo questiona as filosofias
do sujeito que não levam em conta as condições externas de suas
próprias possi
possibili
bilidades.
dades. Par
Paraa o p ós-estruturalism o, a ênfase na au-
toconsciência absoluta e no seu
seu supo sto universalismo é parte inte-
grante dos proc
processo
essoss que tend em a excluir o Outro, o u seja, aqueles
aqueles
grupos sociais e culturais que agem de acordo com critérios cultu-
rais diferentes. Em vez da autoconsciência, o pós-estruturalismo
enfatiza a constituição discursiva do eu - sua corporeidade, sua
temporalida de e susuaa finitude, suas energias inconscientes
inconscientes e libidi
libidi--
j nais - e a local
localização
ização histórica e cultu ral do sujeito .
| Podem os dest
destacar
acar,, além disso, no estruturalismo e no pós-
I estruturalismo, uma mesma com preens ão teóric teóricaa geral da lingua-
gem e da cultura, que são concebidas em termos de sistemas
lingüísticos
lingüísticos e simbólicos nos quais as int inter-re
er-relações
lações entre elemen-
tos que os constituem são vistas como mais importantes do que os
elementos considerados
considerados isolada
isoladamente.
mente. T anto o estruturalismo quan-
to o pós-estruturalismo
pós-estruturalismo sustentam a concepção saussureana d e que
os signos lingüíst
lingüísticos
icos operam de for m a ref reflex
lexiva
iva e não de form a
referencial: eles dependem da operação auto-reflexiva da diferen-
ça. De acordo com essa inspiração, os sistemas simbólicos (por
exemplo, a cidade,
cidade, a moda, a esc
escola,
ola, a sala
sala de aula) po dem , em sua
36
maior parte, ser analisados como um a espécie
espécie de código, isto é, eele
less
podem ser concebidos, em termos semióticos, como uma lingua-
gem. O pensamento pós-estruturalista desenvolveu uma série de
diferentes métodos e abordagens como, por exemplo, a arqueolo-
gia, a genealogia, a desconstrução, cada um dos quais funcio na de
acordo com sua própria lógica, mas, considerados em seu conjun-
to, eles
eles tend em a enfatizar as noções de diferenç
diferença,
a, de determ inação
local, de rupturas ou descontinuidades históricas, de serialização,
de repetição e uma crítica que se baseia na idéia de "desmantela-
mento" ou de "desmontagem" (leia-se "desconstruçao"). Essa pos-
tura relativamente ao significado e à referência pode ser interpretada
como uma espécie de anti-realismo, isto é, uma posição epistemo-
lógica que se recusa a ver o conhecimento como uma representa-
ção precisa
precisa da realidade e se nega a conceber a verdade em termo s
de uma correspondência exata com a realidade.
Os pós-estruturalistas, tanto quanto os estruturalistas, exi-
bem, especialmente em relação
relação com a literat
literatura,
ura, uma grande sen-
sibilidade textual e uma compreensão complexa da importância
do estilo tanto na filosofia quanto nas ciências humanas. Reco-
nhecendo sua dívida para com Jakobson e para com Propp, os
pós-estruturalistas desenvolveram estratégias e abordagens filo-
sóficas altam ente inovado ras e sofisticadas par
paraa a anál
análise
ise de textos
e de artefatos históricos e culturai
culturaiss que podem também ser vi vistos,
stos,
em um sentido mais amplo, como "textos". Em parti particular,
cular, a teo-
ria
ria narrativa e a narratologia devem sua importância e populari-
dade aos modos estruturalistas e pós-estruturalistas de análise.
O pós-estrutur
pós-estruturalismo
alismo partilha com o estrutura
estruturalismo
lismo um a ên-
fase comum no inconsciente e nas estruturas ou forças sociohis-
tóricas
comp subjace ntes
ortamento. Grandeque cons
parte da trang
in emo doe estrutura
inovaçã
ovação govern am lismonosso
estruturalismo e do
pós-estruturalismo tem uma dívida direta para com Freud. A aná-
lise
lise que F reud fez do inconscient
inconscientee abalou a visão fifilosófica
losófica dom i-
nante, fundamentada na pura racionalidade e na autotransparência
do sujeito, colocando em questão as distinções tradicionais entre
razãoo e desrazão (loucura). G rande parte da ênfase pós-estrutura-
razã
lista
Freud.noJacques
desejo,
Jacq no corpopoer na
ues Lacan, sexualidade
exemplo, retomdeve-se
ando o àespírito
influência de
crítico
de Freud, faz um a leitura estruturalista
estruturalista qu e enfatiza as condições
estruturais e lin
lingüís
güístic
ticas
as que subjazem ao indivídu o c om o sujeito
do desejo e da linguagem. Em vez de um sujeito visto como es-
tand o em poss
possee de si próp rio (como na tradição anglo-americana
da psicanálise), Lacan vê o eu em sua relação com a linguagem
("o inconscient
inconscientee é estruturad o com o uma lingu agem "). Tal com o
descrito por Hengehold (1998, p. 199): "a teoria de Lacan des-
creve um sujeito inevitavelmente dividido
dividido:: um sujeito que se ffor-
or-
ma na luta da criança para ser representada pela linguagem, para
ser representada como um falante. A especificidade e o desejo
sexuais do sujeito que resultam desse processo são marcas irrevo-
gáveis dessa divisão ou dessa insuficiência". Essa herança pode
explicar, talvez, a ênfase dada, na obra de Foucault, Derrida, Lyo-
tard e Deleuze/Guattari, aos sujeitos do desejo e da sexualidade,
bem com o, mamaisis recentemente, uma ênfase simila
similarr - poré m mais
crítica em termos de gênero - no trabalho das feministas pós-
estruturalistas, entre as quais Julia Kristeva e Luce Irigaray.
Podemos dest
destacar
acar,, assi
assim,
m, uma herança e uma tradição inte-
lectuais
lectuais que sã
sãoo comuns ao estruturalismo e ao p ós-estruturali
ós-estruturalis-
s-
mo , uma hera
herança
nça e uma tradição que estão baseadas em Saussu
Saussure,
re,
em Jakobson, nos for
formalistas
malistas rrussos,
ussos, em Freud e em M arx, entre
outras influências.
complexa rede, feitaEssa histórianós.
de muitos intelectual comuminteira
Uma geração é como uma
de pen-
sadores estruturalistas foi influenciada pelas interpretações "exis-
tencialistas" da Fcnomenologici do espírito, de Hegel, feitas por
Alexander Kojéve e Jean Hyppolite. O pós-estruturalismo foi
fortemente influenciado pela crítica nietzscheana da verdade e
pelo conceito nietzscheano de "vontade de potência"; pela crítica
heidegge
heideggeriana
rianao da
Ponty sobre metafísic
metafísica
corpo; pela aéétic
ocidental;
a do outrpelo
tica o de trabalho de MLevinas;
Em ma nuel erleau-
pela leitura estruturalista de Freud, feita por Lacan; e pela leitura
estruturalista de Marx, feita por Althusser.
um reno vado interesse po r uma história crí crítica,
tica, ao s
see concentrar na
análisee diacrônica, na mutação, na transformaç ão e na desco ntinui-
anális
dade das estruturas; na serialização; na repetição; na arqueologia;
e, talvez, de forma mais importante, naquilo que Foucault, seguin-
do Nietzsche, chama de "genealogia". As narrativas genealógicas
substituem a ontologia ou, para expressar a mesma idéia de uma
for m a diferente, as questões de ontologia tornam -se historicizadas.
O pós-estruturalismo questiona o cientificismo das ciên-
cias humanas, adota uma posição antifundacionalista em ter-
mos epistemológicos e enfatiza um certo perspectivismo em
questões de interpretação. O movimento pós-estruturalista ques-
tiona o racionalismo e o realismo que o estruturalismo havia
retomado do positivismo, com sua fé no progresso e na capaci-
dade transform ativa do m étodo cient científi
ífico,
co, colocando em dúvi-
da, além disso, a pretensão estruturalista de identificar as
estruturas universais que seriam comuns a todas as culturas e à
me nte hum ana em gera geral.l. Com o esc
escre
reve
ve um autor:
O pós-estruturalismo questiona o status privilegiado dessas dis-
tinçõesdaouforma
sivas dicotomias: elas não são nem
que os estruturalistas fundacionais
supõem que elas nem exclu-
sejam.
Co mo destaquei
destaquei anteri
anteriormente,
ormente, a redescob
redescoberta
erta de Nietzsche e
a interpretação que Heidegger fez dele
dele foram extremam ente impor-
tantes para a emergên
emergência
cia do pós-estr
pós-estruturali
uturalismo.
smo. As contribuições de
Nietzsche proporcionam u ma nova forma de ssee teorizar a operação
discursi
discursiva
va d o poder e do desejo na constit
constituição
uição e na auto-superaçao
dos sujeit
sujeitos
primeira os humanos.
vez H eidegger, em
em 1961, concentra-se na seu
análise do livro publicado
Nietzsche,,
Nietzsche pela
A vontade de
potência (um trabalho composto de notas e publ publicado
icado pela primeira
vez, de forma póstuma, pelpelaa irmã de Nietzsche), interpreta ndo N iet-
zsche com o sendo "o último metafísico . Essa intinterpretação
erpretação "reduti-
va", feita por Heidegger, é questionada, entretanto, entre outros,
po r D errida. Sobre a iimportância
mportância de Nietzsc
Nietzsche
he para o p ós-estrutura-
lismo, afirma Al
Alan
an Schrift (1996a, p. 45 2):
A crítica da noção dc verdade, feita por Nietzsche; sua ênfase na
interpretação c nas relações diferenciais dc poder; c sua atenção a
questões d c estilo
estilo no discurso filosófico tornaram-se motivos cen-
trais para os pós-estruturalistas, na medida cm que isso lhes per-
mitiu se distanciaram
distanciaram das ciências
ciências human as e se voltarem para a
análise filosófico-crítica da escrita c da textualidade (Derrida);
das relações de poder, do discurso c da construção do sujeito
(Foucault); do desejo e da linguagem (Deleuze); dc questões dc
julgamen to estético
estético e político (Jcan-François
(Jcan-François Lyotard ); c d c ques-
tões dc diferença sexual e dc con stru ção dc gê ner o (L ucc Irigaray,
Julia Kristeva, Hclène Cixous). (SCHRJFT, 1996a, p. 452)
moderna nomeia o estágio final dessa época particular: um arma-
zenamento em princípio
do inteiramente completamente
ao uso humano. determinável
Ele sugere e devota-
que a essência da
tecnologia não é nada tecnológica; ela é, em vez disso, um siste-
m a (Gestell), uma
uma visão abrangente da tecnologia, descrita como
um mo do de exist
existênci
ênciaa hum ana q ue se concentra na forma com o
a tecnologia
tecnologia da máq uina pode alterar noss nossoo m odo de ser
ser,, dist
distor-
or-
cendo nossas ações
ações e aspir
aspirações
ações.. H eidegg er é cuidadoso em nã o
aparecer
Elenem
mista. Ele como
vê seu um otimista
próprio tra balho nem
co motampouco como umpara
uma preparação pessi-
um
novo começo, p ermitin do-nos escap
escaparar do niilismo e possi
possibili
bilitan-
tan-
do que o indivíduo decidido alcance
alcance a autentici
autenticidade.
dade.
A filosofia de Heideg ger teve um a forte infl
influência
uência tanto sobre
Derrida (destruição/desconstrução; ausência/presença) quanto so-
bre Foucault. A no ção de "tecno logia" presente na exexpres
pressão
são "tec
"tec--
nologias do eu", utilizada por Foucault, deriva, conceitualmente,
de Heidegger. O conceito de tecnologia de Heidegger está presen-
te tamb ém nas análi
análises,
ses, fei
feitas
tas por vários pós-estruturalis
pós-estruturalistas,
tas, sobre
o poder das novas tecnologias de informação e comunicação (o
"ciberespaço")) e a mídia em geral, para reestruturar e reconfigurar
"ciberespaço"
nossass subjetividades e identidades (por exemplo, Derrid a sobre a
nossa
"leitura" e a "escrita"; Deleuze so bre o cinem a; Baudrill
Baudrillard
ard sobre a
"sociedade da mídia" e o "sistema de objetos").
O pós-estruturalism o, ao efetua r uma críti
crítica
ca polí
política
tica dos va
valo-
lo-
res
res ililuminist
uministas,
as, repre
represent
sentaa u m aprofun dam ento da noção de dem o-
cracia. Em sua crítica, os pós-estruturalistas argumentam que as
democracias
democraci as liber
liberais
ais modernas constroem a identidade política
política com
base em uma série de oposições binárias (por exemplo, nós/eles,
cidadão/não-cidadão, responsável/irresponsável, legítimo/ilegítimo)
que têm o efeito de excluir certos grupos culturais ou sociais. Por
exemplo, os países ocidentais concedem certos direitos aos seus
cidadãos (os direitos se tornam depend entes da cidadania), pass passan-
an-
do a considerar os não-cidadãos (isto é, os imigrantes,
imigrantes, aquele
aqueless que
buscam asilo político e os refugiados) como "estranhos". Algumas
correntess do pensam ento pós-estruturalista estão int
corrente interess
eressadas
adas em
examinar como essas fronteiras são socialmente construídas e
com o elas são man tidas e policiadas. Em particul
particular,
ar, a operação de
desconstrução das hierarquias políticas que se baseiam em oposi-
ções bináerias
binárias
ralismo é vi
sobre vista
sta com o central
feminismo. nas discuss
Da mesma discussões
õesosobre
forma, multicultu-
questionamento
das noções de representação e de co nsenso possibilit
possibilitado
ado pela
pelass cha-
madas "filosofias da diferença" tem uma enorme influência sobre
diversas
dive rsas aná
análilises
ses das configurações políticas con tempo râneas. As-
sim, as "filosofias
"filosofias da diferença" criticam , de form a direta, os valo-
valo-
res supostamente universais da cultura política (eurocêntrica) do
Iluminismo, qu estionand o, em particul
particular,
ar, as justi
justifica
ficações
ções fundacio-
nais e filosóficas
filosóficasfornecidas
f ornecidas para o estabelecimento de certos "direi-
tos", os quais são analisados em termos de sua construção
genealógica e discursiva, destacando-se, nessas análises, as transi-
ções do "direito divino" para o "direito n atural" e do "d ireito natu-
ral" para o "direito humano".
Destaca-se, nesse sentido, nos últimos trabalhos de Foucault,
a noção de "governamentalidade", a qual permitiu o desenvol-
vimen to de um co rpo subst substancial
ancial de trabalhos contemporâneo s
em filosofia
filosofia pol
política
ítica que lidam dir etam ente c om a idéi idéiaa de razão
política.
polít ica. Fouc
Foucault
ault cunhou o term o "governam entalidade" no con-
texto de sua análise do liberalismo e do neoliberalismo. Ele uti-
liliza
za o term o "governam entalidade" para se referir à arte do go-
verno e pa
para
ra assi
assinalar
nalar a emergê ncia d e um tipo característico de
governo, o qual se tornou a base da política liberal moderna.
Ele sustenta que a "arte do governo" emerge no século XVI,
motivada por diver
diversas
sas exigê
exigências:
ncias: o gover no de ssii (conduta pes-
soal); o governo das almas (doutrina pastoral); o governo das
crianças (pedagogia). E em torno da mesma época que a "eco-
nomia" é introduzida na prática política como parte da gover-
namentalização do Estado. O que distingue a abordagem de
Foucau lt é que ele está iinteressad
nteressad o na q uestão de como o poder é
exercido,
exercido, criticando, assi
assim,m, de for m a implícita, a tendência con-
temporânea a supervalorizar o lugar do Estado, reduzindo-o a
uma unidade dotada de uma certa funcionalidade.
Se exi
exist
stee um elemento q ue distin gue o pós-estruturalismo é a
noção de différence [diferença], que vários pensadores utilizam,
desenvolvem e aplicam de formas variadas. A noção de diferença
tem sua origem em Nietzsche, em Saussure e em Heidegger.Gilles
Deleuze (1983, original de 1962), em Nietzsche e a ilosofia nter-
preta a filosofia
na, uma crítica de
queNietzsche com o precisamente
está baseada um a crític
críticaa à di
dialétic
noalética
a h egelia-
conceito de
"diferença". A noção de diferença de Derrida, por sua vez, está
vinculada a duas fontes principais:
principais: a concepção de Saussure de que
os sistemas lingüístic
lingüísticos
os são constituídos p or m eio da diferença e a
noção de diferença de Heidegger. A noção de différence [diferen-
ça], utilizada
utilizada po r Derrida pela primeira vevezz em
em 1959, evoluiu, d ez
anos mais tarde, para o conceito de différance.
différance,, como assinala o próprio Derrida (1981, p. 8-9),
A différance
refere-se não apenas ao "movimento que consiste em diferir, por
adiamento, delegação, prorrogação, dilação, rodeio, retardo, re-
serva", mas também ao "desdobramento da diferença", da dife-
rença ôntico-ontológica que Heidegger destacou como sendo a
diferença entre o Ser e os entes. Com o tal, a différance é vista deter-
m ina ndo os limite
limitess lilingüísti
ngüísticos
cos do sujeito.
Lyotard (1988), por outro lado, inventa o conceito de
différend [diferendo], o qual, ele sugere, estabelece a própria
condição para a existência do discurso, ou seja, a de que "não
existe,, em geral, uma regra univer
existe universal
sal de jjulgam
ulgam ento que perm ita
decidir entre gêneros heterogêneos de discurso" (p. xi). xi). Ou , ain-
da, em outros termos, "não existe qualquer gênero cuja hege-
monia sobre outros possa ser considerada justa" (p. 158). Um
diferendo , tal com o Lyotard ( 198 8) o define, "é um caso de con-
flito, entre (ao menos) dois partidos, que não pode ser eqüitati-
vamente resolvido por falta de uma regra de julgamento aplicável
a ambos os argumentos" (p. xi).
Utilizamos a definição da "condição pós-moderna", de
Lyotard, paracom
pectivaa que
pectiv caracterizar o pós-estruturalismo
bina uma suspeita rela tivamentecomo
relativamente uma entos
a argum pers-
e pontos de vista transcendentais com uma rejeição das descri-
ções canônicas e dos vocabulários finais. Em particular, a "sus-
peita para com as metanarrativas" centra-se na questão da
legitimação na era moderna
moderna,, na qual várias grandes narrativas têm
sido utilizadas para legitimar o poder do estado. Não existe qual-
quer
neutrodiscurso-mestre, qualquer discurso
ou que possa representar que poss
possa
uma síntese, a ser considerad
qualquer discursoo
que possa expressar qualquer suposta unidade ou universalida-
de epistemológica ou que permita decidir entre visões, asser-
ções ou discursos em conflito. A "virada lingüística 1 ' na filosofia
e nas ciências sociais do século XX impede qualquer posição de
neutralidade metalingüística ou qualquer privilégio epistemoló-
gico fundacional.
A última característica central do pós-estruturalismo, que to-
mamos
das de Foucault,
estruturas é a analíticaedoa poder,
de "saber-poder" ou das
denúncia seja,tecnologias
o diagnóstico
da
dominação. Para Foucault, o poder é produtivo. O poder está dis-
perso por todo o sistema social, estando estreitamente vinculado
ao saber.
saber. O poder é produtivo porq ue ele não é aapenas
penas repressi
repressivo,
vo,
mas também cria novos saberes - que podem não apenas oprimir,
mas tam bém libe
libertar
rtar.. Ele est
estáá disperso porqu e não está localiz
localizado
ado
em umfaz
poder único centro
parte como, por exemplo,
da constelação o Estado.o Além
de "saber-poder", disso, o
que significa
que o saber, no sentido das práticas discursivas, é produzido por
me io do exer
exercíc
cício
io do poder, a ser
serviço
viço do co ntrole do corpo .
5 - SÍNTESE
Argumentei
truturalismo também
francês, que oo desenvolvimento
durante final dos anos 50teórico
e durantedo es-
os
anos 60, levou à institucionalização de um megaparadigma
transdisciplinar
transdisciplinar que tinha co mo base o modelo da lingüísti
lingüística
ca estru-
tural, contribuindo para integrar as hu man idades e as cciênci
iências
as soci
soci--
ais. O estruturalismo destacava-se, entretanto, por uma concepção
demasiadamente cientificista. Destaquei também que o estrutura-