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AUTORES.
PROF. FAUSTO MORENO DE MIRA
PROF. HELIO DE BRITO COSTA
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ÍNDICE
CONFORMAÇÃO DE CHAPAS
VII.1 - INTRODUÇÃO
VI I.1.1 - Características Gerais
A produção em massa e a baixo custo de chapas metálicas de alta qualidade, aliada a
capacidade de produzir uma enorme variedade de formatos a partir das mesmas, e em grande escala,
deram a conformação de chapas uma posição de grande relevo entre os processos de conformação
no século XX.
Com o advento dos laminadores contínuos, as chapas passaram a ser produzidas na forma de
tiras largas a contínuas, que são inicialmente bobinadas. As bobinas podem ser cortadas em pedaços
para mais fácil manipulação, mas freqüentemente são também introduzidas como tais (por vezes
cortadas em larguras menores) nas linhas de prensas do fabricante (Fig. VI I.1.1).
O trabalho de conformação se inicia, portanto, com o corte da chapa em tiras ou em peças de
forma quadrada ou retangular, executado normalmente em tesouras mecânicas (Fig. VII. 1.2).
Seguem-se normalmente operações de corte em equipamentos especiais, capazes de fornecer peças
acabadas planas ou peças que serão submetidas a posteriores operações de conformação (p.ex.,
discos planos para o embutimento de recipientes cilíndricos, etc.). Peças muito grandes, como
portas de automóveis, podem ser estampadas e depois sofrer o puncionamento das aberturas
correspondentes as janelas /1/.
Todas as ligas trabalháveis se prestam as operações de conformação de chapas; contudo,
dado que as tensões conformantes são em muitos casos trativas, as propriedades críticas são algo
diferentes daquelas para processos de deformação maciça. A chapa deverá suportar a deformação
plástica sem estricção e sem fratura, sendo importantes propriedades do material a redução de área
na fratura em tração, q; o coeficiente de encruamento, n; a sensibilidade à taxa de deformação, m; e
dependendo do modo de deformação imposto, a textura cristalográfica /2/.
Fig. VII.l.l - Linha típica para o corte de bobinas de chapas em tiras, através de tesouras de rolos.
Fig.VII. 1.2 - Dois tipos de seqüências de cisalhamento através de tesouras mecânicas para o corte
de bobinas de chapas em peças quadradas ou retangulares
B) Ferramental Básico:
- Matrizes;
- Estampos ou Punções;
- Sujeitadores (prendedores de chapa)
- Ejetores e Extratores
A maior parte das operações de alta produção é executada em prensas, que podem ser
hidráulicas ou, mais comumente, mecânicas (excêntricas ou de fricção). O princípio de construção é
o mesmo que o das prensas empregadas em processos de conformação maciça; contudo, alguns
detalhes especiais, bem como leitos muito maiores para a mesma tonelagem, tornam-nas mais
adaptáveis ao trabalho em chapas.
Algumas prensas possuem dispositivos para alimentação e remoção mecânicas do metal,
possibilitando maior produção em menor tempo (Fig.VII.2.1) /2,3/.
Fig.VII.2.1 - Sistema automático de alimentação de tiras numa prensa com desbobinadeira, rolos
endireitadores e braço de controle do comprimento intermediário da tira.
As prensas podem ser classificadas de acordo com o número de carros que podem ser
operados independentemente um do outro. Nas prensas de simples efeito há apenas um carro,
geralmente operando na direção vertical. As prensas de duplo efeito possuem dois carros, dos quais
o segundo serve usualmente para operar um sujeitador, ou prendedor de chapa, empregado, por
exemplo, para evitar enrugamento da chapa ao ser embutida. As prensas de triplo efeito são
normalmente equipadas com dois carros acima da matriz e um por baixo da mesma, o qual serve em
muitos casos para acionar um ejetor. Tais prensas permitem operações mais complexas. Não
obstante, podem-se utilizar molas ou cilindros pneumáticos ou hidráulicos para operar sujeitadores
em prensas de simples efeito (Fig.VII.2.2 e Fig.VII.2.3).
Fig. VII.2.2- Principais componentes de uma prensa mecânica de simples efeito para estampagem
Fig.VII.2.3 - Prensa hidráulica de duplo efeito, dotada de colchão hidráulico inferior.
Martelos de queda livre ou acelerada podem também ser usados em vez de prensas, para a
conformação de chapas; equivalem a prensas de simples efeito, sendo o efeito de sujeição da chapa
fornecido por dispositivos auxiliares. Contudo, a dificuldade do controle da força torna o martelo
pouco adequado as operações mais severas em chapas /2/.
Além de prensas e martelos, empregam-se inúmeros outros equipamentos para operações
específicas (tesouras, guilhotinas, aparadoras, viradeiras, calandras, perfiladoras, tornos
repuxadores, máquinas HERF, etc.).
As ferramentas básicas usadas nas prensas são o punção ou estampo (ferramenta convexa,
geralmente móvel) e a matriz (ferramenta côncava, geralmente fixa, a qual o punção ou estampo se
ajusta). Os materiais para as ferramentas dependem da severidade da operação e do tamanho do lote
a ser produzido. Nas operações de corte, as ferramentas que ficam sujeitas a um desgaste severo são
feitas de diversos tipos de aços-ferramenta para trabalho a frio. As matrizes de dobrar e de embutir
são em geral feitas desses mesmos materiais, embora ferros fundidos ou mesmo ligas duras de
zinco, ou plásticos duros, sirvam para produções pequenas ou para peças de metais macios /3/. Em
contraste com a conformação maciça, os materiais das ferramentas raramente limitam os trabalhos
em chapas; o problema mais crítico é mais comumente o de encontrar-se materiais e métodos de
fabricação econômicos para as ferramentas /2/.
Iniciada a operação, uma banda estreita do metal sofre uma severa deformação plástica, até
que se gerem trincas junto as bordas cortantes das ferramentas, e a um pequeno ângulo com a
direção de corte. Quando essas trincas se encontram, a ação de corte está completa, mesmo que as
arestas cortantes só se tenham movido de uma fração da espessura da chapa (Fig. VII. 3.2 a VII.
3.4-a).
Fig.VII. 3.2 - Direção das tensões na operação de corte.
Fig.VII. 3.3 - Características das bordas cortadas de um recorte e da chapa que sobrou (ampliadas).
Fig.VII. 3.4 - O processo de corte e o aspecto da superfície cortada em (a) folga ótima; (b) Folga
insuficiente, e (c) folga excessiva (exagerada).
A capacidade da prensa requerida para executar o corte é prontamente calculável para uma
operação convencional (Fig. VII. 3.1). Visto que o processo consiste numa deformação plástica com
cisalhamento e concentrada numa estreita faixa na qual ocorre encruamento, uma boa aproximação
é dada pela expressão.
Pc = r . h . l 0, 8 . Sr . h . l (VI I. 3. 1)
(a)
Fig. VII. 3.5 - (a) Corte oblíquo: inclinação (ângulo de cisalhamento) nas arestas de corte das
ferramentas. (b) Variação esquemática da força de corte com o curso do punção, para corte paralelo
(caso A) e corte oblíquo (casos B, C e D).
Observações
1 - A inclinação, que usualmente equivale a 1,5 a 2 vezes a espessura da chapa, induz
inevitavelmente uma certa distorção no material que entra em contato com a ferramenta; por isto,
deve ser aplicada a ferramenta que produzirá o refugo (por exemplo, ao punção no caso da
perfuração, e a matriz no caso do recorte de uma peça) (Fig. VII. 3.5) /1/.
2 - O valor de Sr está tabelado para a maioria dos materiais. Se somente se dispõe dos valores de K
e n para um dado material, Sr pode ser aproximado pela expressão Sr = K. nn (que representa de
fato a tensão real no ponto de estricção e é, portanto maior que Sr, mas por isto mesmo o seu uso
aumenta a margem de segurança do cálculo) /2/.
3 - Como se pode ver na Fig. VII. 3.3, o furo executado numa chapa tem a dimensão do punção,
enquanto que o retalho tem as dimensões da matriz; portanto, se o que se deseja é a chapa furada, a
folga deve ser colocada na matriz (maior que a dimensão nominal do furo); se a peça desejada é o
retalho, a folga deverá ser colocada no punção (menor que a dimensão nominal do retalho) /1/.
4.4 - SECCIONAMENTO ("parting") - Corte que separa completamente uma peça da chapa
Segundo duas linhas abertas de forma qualquer, balanceando as forças, e deixando um refugo (Fig.
VII. 3.9-a).
4.5 - CISALHAMENTO ("slitting", “shearing") - Corte que separa completamente uma peça,
Segundo uma linha aberta de forma qualquer, sem produzir refugo; inclui também o corte com
tesouras (Fig. VII. 3.9-b).
4.6 - APARADO ("trimming") - Corte que remove o excesso de material proveniente de outras
operações de conformação; inclui a REBARBAÇÃO de peças fundidas e forjadas (Fig. VII. 3.10).
4.8 - RECORTE FINO ("fine blanking") - Recorte utilizando folgas extremamente pequenas
(tipicamente 5 m) e montagens muito rígidas de ferramentas, a fim de obter pe as de borda cortada
extremamente regular (p.ex., engrenagens, cames, etc.) que podem ser usadas imediatamente após o
recorte. O recurso empregado é a imposição de uma tensão compressiva na zona de cisalhamento
por meio de um prendedor de chapas de formato especial, de modo que o início da trinca é
retardado e toda a espessura é cisalhada plasticamente (Fig. VII. 3.11-a). Alternativamente, pode-se
cortar com folga negativa, de modo que a peça é de fato empurrada (extrudada) através da matriz
(Fig. VII. 3.11-b), ou uma peça recortada convencionalmente pode ser refilada com uma folga
pequena (Fig. VII. 3.11-c). Em todas as instâncias, um contrapunção evita o curvamento da peça
/2/.
Fig.VII. 3.11 - Métodos de corte de peças com bordas acabadas. (a) recorte de precisão; (b) recorte
com folga negativa; (c) refilado.
Observações:
1 - O recorte é um processo de alta produtividade, limitado somente pela taxa de alimentação da tira
na prensa e pelo número de golpes da prensa. Pode-se recortar e/ou puncionar várias peças
simultaneamente, e criar geometrias complexas em ferramentas-compostas ou de corte global (nas
quais diversas arestas cortantes trabalham simultaneamente (Fig. VII. 3.12-a), ou em matrizes
progressivas (nas quais as diversas operações de recorte e puncionamento são executadas
seqüencialmente com ferramentas acopladas aos mesmos suportes (Fig. VII. 3. 12-b e Fig. VII. 3.
13-b));
2 - Para menores produções, pode-se tolerar maior perda de material e, eventualmente, substituir-se
uma das ferramentas cortantes por uma almofada de borracha (Fig. VII. 3.14) /4/.
Fig.VII. 3.12a: Ferramenta de corte global. Fig. VII. 3.12b: Ferramenta de corte progressivo
Fig.VII. 3.13 - Exemplo de seqüência de operações realizadas por uma ferramenta progressiva.
Fig.VII. 3.15 - Disposição em fiadas simples e duplas indicando o consumo de material por peça.
- disposição com uma fiada de peças invertidas (Fig. VII. 3.17-d, Fig. VII. 3.17-e, Fig. VII. 3.18,
Fig. VII. 3.19 e Fig. VII. 3. 20).
Neste caso pode-se cortar com uma matriz simples e, posteriormente, inverter a tira e fazê-la
passar outra vez na prensa, recortando a outra fiada de peças. No caso de peças mais estreitas (como
por exemplo, a Fig. VII. 3.18-d) poderá ser vantajoso dispor de dois estampos invertidos, cortando
de maneira simultânea as duas fiadas. Este procedimento praticamente duplica a produção, sem
necessidade de dupla passagem pela prensa. Por outro lado, para a peça da Fig. VII. 3.18-a, bastante
larga, a matriz com dois punções poderá tornar-se excessivamente grande. Seqüências de corte
progressivo podem ser observadas nas Fig. VI I. 3. 19 a Fig. VI I. 3. 20.
Solução Área (Avanço X Aproveitamento do Observação
Largura) cm2 material (%)
A 13,0 41 Muito desperdício
B 6,4 83 Peças imprecisas
C 8,5 62 Inclinação
D 8,8 60 Inversão
E 7,5 71 Dupla fiada
Fig. VII. 3.17- Diversas disposições do recorte.
Fig.VII. 3.18 - a) Corte duplo, uma passagem pela prensa. b) Duas passagens pela prensa com a
inversão da tira
Fig.VII. 3.19 - Disposição para o corte progressivo de quatro peças para cada golpe da prensa.
Fig.VII. 3.20 - Seqüência para o corte progressivo com disposição com uma fiada de peças
invertidas.
- disposição inclinada dos recortes (Fig. VII. 3.17b, VII. 3.17c e VII. 3.21).
Recorte simultâneo de duas ou mais peças diferentes, que ocupem a maior parte possível da
área da chapa. Um exemplo interessante é o da Fig. VII. 3.22 que explica o recorte progressivo das
peças de um gerador elétrico. Como se pode ver na figura, o recorte é efetuado em matriz
progressiva de seis etapas, obtendo-se sucessivamente as chapas do rotor (a), o anel intermediário
(b), as chapas do pólo (c e d) e, finalmente, as chapas do estator (e). E importante neste caso, que as
peças ao serem cortadas na prensa, já sejam separadas e encaminhadas (p. ex. através de calhas),
aos seus respectivos depósitos. A Fig. VII. 3.23 mostra a matriz de corte progressivo para uma
solução semelhante ao caso anterior.
Fig.VII. 3.23 - Matriz de corte progressivo para o recorte simultâneo de várias peças diferentes.
1. b) Projeto Econômico
Através de simples alterações na forma da peça, é possível, em muitos casos, obter-se um
recorte com muito melhor aproveitamento de material. Assim, por exemplo, o arredondamento dos
cantos nas peças das Fig. VII. 3.21 e Fig.VII.3.24 possibilita o uso de tiras mais estreitas, com
economia de material. Também, muitas vezes, é possível substituir um recorte por um cisalhamento
/7/, como pode ser observado nas Fig. VII. 3.25, Fig. VII. 3.26 e Fig. VI I.3.27.
Fig.VII. 3.27 -Exemplos de soluções com melhor aproveitamento de material por projeto adequado
e através da substituição de operações de recorte por cisalhamento.
Fig. VII. 3.28 – Aproveitamento de retalhos. Obtenção simultânea de três peças diferentes.
O aproveitamento do material pode ser avaliado por:
n= área útil da peça .
área da tira por peça
O aproveitamento do material varia entre 40 a 100%, sendo em média de 65 a 75% /7/.
As sobras do material são devidas, basicamente, a:
- Forma da peça;
- Furos e recortes no interior da peça;
- Retalhos de chapas oriundos da subdivisão de chapa em tiras, na tesoura;
- Rede de material proveniente dos bordos a espaçamentos entre as peças (franjas);
- Corte de material por punções auxiliares de controle de avanço da tira;
- Acréscimo de material em peças a serem dobradas, embutidas, repuxadas, etc., quando não é
possível calcular as dimensões exatas do recorte.
Fig.VII. 3.31 – O custo das ferramentas para a Fig.VII. 3.32- Por conformação apropriada do
peça da forma b é 30% menor que da forma a. estampo para seccionamento com retalho obtem-
se em cada golpe duas peças
Fig VII. 33- Em virtude de irregularidades do avanço, os furos podem resultar excêntricos, dando
mau aspecto ao projeto “desfavorável”.
Fig.VII. 3.34 - A ponta dificulta a execução da ferramenta, e qualquer erro de avanço produz grande
diferença de largura.
Fig.VII. 3.36 - O punção lateral, em virtude de erros de avanço, cortará como em 1 e 2, dando peças
de aspecto distinto. É preferível projetar as peças como em a ou b.
1 q 2
Rd min h
se q 20% (VII.4.5)
2.q q
2
Obs: Visto que as microestruturas com fibramento mecânico possuem propriedades direcionais, a
mais favorável executar-se o dobramento segundo uma linha transversal à direção de laminação, em
vez de paralela à mesma (cf. item VII. 3.5, regra 2).
Na prática, como valor aproximado para o raio de dobramento mínimo admissível, Rdmin,
pode-se adotar o que resulta da simples relação /14/ min.
Rdmin = c . h (VII.4.6)
Onde: h é a espessura da chapa e c um coeficiente que depende do tipo de material podendo-se usar
para este coeficiente os valores da Tabela VII-B (APÊNDICE).
Por outro lado, quando se trata de raios muito grandes, para os quais a fibra isenta de
deformações encontra-se a meia espessura, pode-se desprezar a espessura h no denominador da
equação VI I.4.1, e et vale aproximadamente:
et h / (2.Rd) (VII.4.7)
Para esses grandes raios, o dobramento pode ser puramente elástico, de maneira que não se
mantém uma vez retirada à carga de dobramento. Para que um dobramento se mantenha, tem-se que
cumprir a condição de ultrapassar o limite elástico, ou seja, sendo Y o limite de escoamento e E o
módulo de elasticidade, tem-se então:
et Y / (E) (VII.4.8)
Com isso, o raio de dobramento máximo, Rdmax para uma conformação estável, pode ser
obtido da equação VII. 4.9:
Rdmax = (h . E) / (2 . Y) (VII.4.9)
VII. 4.2.- Recuperação Elástica (Efeito de Mola, Molejo de Retorno, ("Springback"))
(*) O efeito mola (molejo de retorno) numa primeira aproximação pode ser expresso pela seguinte
equação (válida para diversas ligas resistentes a altas temperaturas) /2,3/.
3
R .Y .Y
0
4. R0 3. R0 1
R f h.E h.E
Onde: R0 é o raio de dobramento inicial, Rf o raio após a recuperação elástica e h é a espessura da
chapa.
Uma vez que o comprimento da linha neutra não varia, pode-se determinar a relação entre o
ângulo após a recuperação elástica, f , e o ângulo inicial de dobramento 0 -denominado
coeficiente de recuperação elástica, k - através da expressão /2,3/:
k
f
R0
h 2
(VII.4.10)
0
R h 2
f
Alternativamente, pode-se estimar o coeficiente k com o auxílio de gráficos como o da
Fig.VII.4.3. Observa-se que, para um dado material, k depende apenas da relação Rd/h e do grau de
encruamento do mesmo.
Na Tabela VII-B (APÊNDICE) são apresentados os valores de k para Rf/h =1 e Rf/h = 10.
A Fig.VII.4.3 não apresenta, evidentemente, todos os materiais usualmente utilizados em
conformação de chapas. Pode-se, porém, fazer estimativas do valor de k, a partir de seu valor para
materiais similares. Mas, existindo qualquer possibilidade de comparação é conveniente calcular o
coeficiente de molejamento de acordo com a seguinte equação.
k 1
12. M f . R f 0,5.h
3
E.l. h
Fig.VII. 4.4 - Métodos de obtenção de ângulo de dobramento desejado (no caso 900) (a) e (b) sobre-
dobramento; (c) compressão plástica no final; (d) zona de dobramento comprimida na operação.
4 l. h . S r
2
Pd (V ) 3 .
(VI I. 4. 11 )
wd
Onde: E é o comprimento da dobra, wd é a largura da abertura da matriz de dobramento (Fig.
VII.4.5) e Sr é o limite convencional de resistência à tração.
No dobramento em U a chapa pode ser considerada como uma viga engastada e submetida a
flexão (Fig.VII.4.5). A força neste tipo de dobramento é variável, sendo que o seu valor máximo
pode ser calculado pela expressão:
2
P d (U ) max
. S r .h.l (VII.4.12)
3
Fig.VII. 4.8 - Conformação em dobradeira de (a) um ângulo de 900; (b) o mesmo com matriz de
poliuretano; (c) um canal em "U"; (d-f) um olhal.
Fig. VII. 4.11 - Dobramento de uma tira em perfiladora através de rolos calibradores que lhe dão
progressivamente forma tubular.
Fig. VII. 4.12 – Arranjo de rolos numa calandra para curvamento de chapas e barras.
Fig.VII. 4.13 - Conformação de um tubo com forma tronco-cônica em uma calandra de 3 rolos
dispostos em forma piramidal, a partir de uma chapa com as extremidades pré-conformadas.
Fig.VII. 4.18 - Repuxamento manual em um torno: (a) com ferramenta de fricção; (b) com
ferramenta de rolete.
Fig.VII. 4.19 – Repuxamento: (a) formas parabólicas conformadas por repuxamento manual em um
torno e (b) redução da espessura de parede de recipiente por repuxamento.
TAB. VII. 4.1 - Valores recomendados para os raios mínimos de dobramento (h é a espessura da
chapa).
Tipo de Material Rdmin
mole 1/2 h
duro (chapas para embutimento e h
repuxamento)
muito duro 3h
Fig.VII. 4.20 - Os lados da peça a dobrar devem ser normais à linha de dobramento.
Fig.VII. 4.21 - Prever uma distância livre "a", pelo menos igual ao raio de curvatura, porém, nunca
inferior a 0,5 mm.
Fig.VII. 4.22 - A peça errada não obedece a regra 2.
3 - A altura mínima dos rebordos não deve ser inferior a duas vezes a espessura da chapa, mais o
raio de dobramento (Fig. VII. 4.23).
4 - Furos e entalhes puncionados no recorte devem manter uma distância apropriada da linha de
dobramento.
Caso os furos estejam muito próximos da linha de dobramento, deformam-se e ovalizam-se.
O afastamento deve ser no mínimo de R+2h (Fig. VII. 4.24). Se houver a necessidade dos furos se
situarem a uma distância menor da linha de dobramento, os mesmos deverão ser puncionados após
o dobramento.
No caso de entalhes (Fig-VII. 4.25), a distância deve ser igualmente maior que R+2h.
Fig.VII. 4.24 - Furos puncionados no recorte devem ter uma distância grande da linha de
dobramento. Caso isto não seja possível, abrir o furo depois da peça pronta.
Fig.VII. 4.25 - Os cantos recortados devem ser tratados como rebordos (regra 4).
5 -No enrolamento exige-se que a rebarba fique para o lado interno e que a peça se prolongue
tangencialmente ao olhal (Fig. VII. 4.26).
As rebarbas provenientes do corte devem ficar para o lado interno do olhal, a fim de não
riscarem a superfície polida da ferramenta. Também, no projeto de peças a serem produzidas por
enrolamento com ferramentas, deve-se observar que as mesmas se prolonguem tangencialmente ao
olhal a fim de viabilizar a execução da operação de enrolamento.
Fig.VII. 5.1 – Estiramento: (a) sobre um estampo; (b) com estampo e matriz; (c) nervuramento.
A técnica delineada na Fig. VII. 5.1-a é demasiada lenta para produção em massa. Em vez
dela, pode-se empregar um par de estampo e matriz combinados, sendo a periferia da chapa mantida
presa por meio de um anel sujeitador (prendedor de chapa) dotado de movimento independente
(Fig. VII. 5.1-b). Para peças muito rasas, como as produzidas por corrugação ou nervuramento, as
ferramentas fornecem restrição suficiente (Fig. VII. 5.1-c). Pares combinados de ferramentas
possibilitam maior precisão e permitem a obtenção de formas com reentrâncias e saliências /2/.
A maioria das estampagens complexas presentes na indústria automobilística envolve etapas
de operações de estiramento. O estiramento também é muito usado na. Indústria aeronáutica, para
produzir peças com grande raio de curvatura, e muitas vezes com dupla curvatura.
Uma consideração importante é a quase total eliminação do efeito mola, porque neste
processo o estado de deformação é relativamente uniforme. Por outro lado, como predominam
tensões trativas, grandes deformações podem somente ser obtidas em materiais muito dúcteis /3/.
Fig.VII. 6.1 - Embutimento: (a) sem sujeitador; (b) com sujeitador (anti-rugas ou prensa chapas).
Tanto a matriz como o estampo devem ter bordos arredondados, para evitar o corte da peça.
O embutimento difere substancialmente do estiramento. No estiramento o recorte fica preso
em sua periferia e a profundidade é atingida às custas da espessura da chapa; no embutimento,
permite-se que o recorte se mova para dentro da matriz e a espessura permanece nominalmente a
mesma.
Em geral é necessária uma pressão extra para sujeitar (comprimir) o recorte contra a matriz e
evitar o enrugamento da chapa, o que é normalmente feito por meio de uma peça chamada
sujeitador (prendedor de chapa), numa prensa de duplo efeito.
A tendência ao surgimento de rugas depende da espessura da chapa e da redução
dimensional (re = (Do-D1)/Do, onde Do é o diâmetro inicial do retalho e D1 é o diâmetro do
estampo, no caso de copos cilíndricos). O enrugamento é uma forma de flambagem, sendo, portanto
mais provável quanto mais fina a chapa. O embutimento sem sujeitador só é possível para pequenas
razões de embutimento Do/D1 (tipicamente, Do/Dl<1,2 para chapas finas).
O embutimento de formatos simples é comumente executado a frio e num certo número de
estágios, dependendo da redução total e do grau de encruamento que se deseja para a peça final; em
tais casos o copo inicial é reembutido uma ou mais vezes. A redução acumulada em estágios
sucessivos, que é uma medida do grau de encruamento, não deve ultrapassar um certo valor limite,
característico de cada material, devido a possibilidade de ruptura do mesmo; antes que isto aconteça
devem-se intercalar recozimentos da peça para restaurar-lhe a ductilidade.
No caso de um copo cilíndrico com altura H e diâmetro médio Df, o diâmetro do recorte é
estimado assumindo-se que sua área é igual a do copo, ou seja:
. D f .H
2 2
4D 0
4D f
(VII. 6. 1).
4. D f .H
2
D 0 D f
Na prática usa-se Do com um pequeno acréscimo para levar em conta possíveis distorções
na borda do copo, que têm de ser removidas (p. ex. por aparado). A Tabela VII-C (APÊNDICE)
fornece as dimensões iniciais do recorte (disco) para diversas formas de copo embutido /5/.
A folga, f, entre o punção e a matriz, deve ser maior que a espessura da chapa, ho, nas
operações normais de embutimento (usualmente 20 a 30% maior). É possível, contudo, usar-se
f<ho, causando uma compressão radial com estiramento do metal entre o estampo e a matriz e
produzindo uma peça com paredes mais finas do que o fundo e espessura uniforme (trefilação de
copo, ou "ironing").
Fig. VI I. 6. 2 - (a) Estados de tensão e (b) estados de deformação em diferentes regiões de um copo
cilíndrico durante o embutimento.
A Fig. VII. 6.4 ilustra a variação das componentes principais da força de embutimento, Pe,
com o curso do estampo /3/. A força ideal de deformação cresce continuamente porque a
deformação está crescendo e a tensão de escoamento do material aumenta devido ao encruamento.
A contribuição principal para o atrito provém da pressão de sujeição do flange; este componente da
força logo passa por um máximo e decai com o deslocamento do estampo porque a área de chapa
sob o sujeitador vai progressivamente diminuindo. Qualquer força adicional para produzir trefilação
(se for o caso) só surge mais tarde no processo. Estimativas do trabalho gasto no embutimento de
um copo cilíndrico indicaram um consumo de cerca de 70% na contração radial do metal, 13% para
vencer o atrito e 17% no dobramento em torno do raio da matriz /3/.
Devido ao grande número de fatores que intervém no processo (resistência do material,
velocidade da operação, forma da peça, condições de atrito), não há uma expressão geral para a
força máxima de embutimento (Pe).
(a) Região da aba do copo; (b) Região de dobramento na matriz; (c) Região lateral do
copo;
(d) Região de dobramento no estampo; (e) Região do fundo do copo.
Fig.VII. 6.3 Regiões do copo sob embutimento com diferentes estados de tensões.
Se a peça a ser embutida é de secção retangular, pode-se estimar a carga pela expressão.
Pe = 1, 6 (a+b+2r) . h. Sr (VII. 6.3)
Onde: a,b - distância entre os centros de curvatura dos cantos da peça embutida;
r - raio de curvatura dos cantos da peça embutida (Fig. VII. 6.6).
Fig.VII. 6.5 – Elementos geométricos de uma peca embutida de seção cilíndrica.
Fig.VII. 6.6 - Elementos geométricos de uma peça embutida de secção retangular (r = raio de
curvatura dos cantos).
Para um recipiente de forma qualquer, a carga de embutimento pode ser avaliada por /9/:
Pe = 3 h.Sr. A e
(VII.6.4)
Fig. VII.6.7 - Embutimento de um copo simples : (a) em prensa de duplo efeito, com sujeitador
operado pelo carro externo e matriz provida de ejetor; (b) invertido, em prensa de simples efeito,
com sujeitador operado por um sistema elástico; (c) em prensa de simples efeito, sem sujeitador.
Evidentemente o termo Ws, que representa o trabalho de sujeição, deve ser suprimido caso
não se use sujeitador ou o embutimento seja feito em prensa de duplo efeito.
(b) Embutimento retangular
W = (Pe + Ps )_ H_ 0,7 (VII.6.9)
TABELA VII. 6.2 - Características de Materiais e Pressões de Sujeição.
MATERIAL Sr Profundidade Ps
(kgf/mm2) Erichsen (mm) (kgf/mm2)
Aço para corte (Thomas) 32 9,0 0,28
Aço para embutimento 33 10,0 0,25
Aço para embutimento profundo 35 10,4 0,24
Aço para carrocerias 36 10,6 0,22
Aço Silício 48
Aço Inoxidável 18-8 55 13,0 0,20
Folha de Flandres 32 9,5 0,30
Cobre 23 12,0 0,20
Bronze estanhoso 45 10,0 0,25
Bronze alumínio 35 11,5 0,20
Latão Lt 72 30 14,5 0,20
Latão Lt 60 a 63: doce 33 13,5 0,22
Semiduro 39 12,0 0,22
Zinco 13 8,0 0,12
Alumínio: doce 9 10,0 0,10
Semidoce 12 8,5 0,12
Duralumínio: doce 20 10,0 0,10
Laminado a frio 40 8,0 0,12
Níquel 47 12,0 0,20
Monel 50 11,0 0,18
Maillechort 40
Observações:
1 - Para o raio de entrada da matriz, rm , recomenda-se /10/ o valor:
rm = 0, 8 D D .h
0 1
(VII.6. 10)
A 4 .D D 2.r
2 2
(VII. 6. 11).
s 0 m m
Fig.VII. 6.9 – Conformação ulterior de uma peça embutida por (a) reembutimento direto; (b)
trefilação ("ironing") e (c) reembutimento inverso.
Um método mais preciso e preferível quando se dispõe dos dados necessários, leva em conta
a embutibilidade do material da peça, através de índices apropriados.
A Tabela VII. 6.3 apresenta valores mínimos do índice de embutimento, m1 = D1 /D0, e do
índice de reembutimento, m2 = Dn+1 /Dn (n 1), recomendados para diversos materiais /6/.
É possível também reembutir com redução da espessura da parede (trefilação do copo),
Fig.VII. 6.9 - b, e mudar a forma básica da peça, p. ex. de cilíndrica para prismática quadrada ou
retangular /2/.
O dimensionamento dos estágios de embutimento pode também ser efetuado através de
valores limites do índice de reembutimento para cada material, para determinadas dimensões do
recorte /14/. Desta forma, se forem conhecidos esses valores limites (*) para um diâmetro D1 =
100mm, então os valores limites do índice de reembutimento, b', para outro diâmetro e espessura,
podem ser determinados de forma aproximada, pela equação:
b' b100 e
e. D1
(VII.6.13)
100. h0
Observações
1 - Esta equação é válida para um diâmetro relativo ao estampo até D1 / h0 = 300;
2 - O valor de e não depende somente da capacidade de conformação do material, mas também,
principalmente da qualidade da superfície, grau de rugosidade e lubrificação.
Pode-se considerar que o valor de e está compreendido entre 0,05 e 0,15, sendo que os
valores menores correspondem a materiais de mais fácil conformação e com reduzido atrito; e os
valores maiores, correspondem a chapas de difícil conformação, com superfície rugosa e
lubrificação deficiente;
3 - Os diâmetros, após cada etapa, são calculados da seguinte forma:
D D D n 1
D1
1
b'1
0
D 2
b' 2
..... D n
b' n
(*) Os ÍNDICES LIMITES DE EMBUTIMENTO, b100 relativos a D = 100 mm e h0 = 1 mm, para
diferentes materiais, estão compilados na TABELA VII-B (APÊNDICE) /14/.
R R R
0 45
R90
(ANISOTROPIA NORMAL) (VII. 6.15)
4
Verifica-se em geral que a RLE cresce quase linearmente com R (Fig.VII.6.10).
Fig.VII. 6.10 - Correlação entre a razão limite de embutimento (RLE = D0 / D1) max e o índice de
anisotropia normal para chapas de diversos materiais (M. Atkinson - Sheet Metal Industry, 44, p.
167, 1967).
Observação
Um aumento na encruabilidade do material (maior expoente de encruamento n) aumentaria a
resistência das paredes do copo, mas também reforçaria o material do flange, fazendo aumentar a
força de embutimento. Portanto, em contraste com o caso do estiramento, o expoente n quase não
tem influência sobre a razão limite de embutimento.
Fig.VII. 7.1 - Peça severamente conformada (pára-lama de automóvel) obtida através de uma
simples operação pela combinação de estiramento e embutimento /2/.
Obs: Os valores apresentados na figura são padronizados para ensaiar chapas com espessura
nominal de 0.2 mm a 2,0 mm.
(*) Ver norma ABNT (NBR 5902 Nov/1980) - Determinação do índice de embutimento de chapas
de aço pelo método Erichsen Modificado.
O ensaio Olsen /11,12/, que essencialmente difere do Erichsen apenas quanto à forma do
estampo, é executado num disco de chapa de 95 mm (3 3/4 pol) de diâmetro, preso entre matrizes
em forma de anel com 25 mm (1 pol) de diâmetro interno. O estampo que estira o corpo de prova
tem cabeça esférica com 22 mm (7/8 pol) de diâmetro, sendo a carga e a altura do copo medidas
continuamente. O índice de ductilidade Olsen é dado pela altura do copo, em milésimos de
polegada, no momento em que a carga começa a cair. A espessura das chapas para o ensaio Olsen é
limitada a 1,57 mm (0,062 pol) devido à folga entre o estampo e as matrizes. A Fig. VII. 7.3 mostra
valores da ductilidade Olsen em função da espessura para chapas de aço SAE 1008 laminadas a frio
com diferentes graus de dureza /11/.
Fig.VII. 7.3 - Gráfico representativo da classificação de um aço SAE 1008 para chapas de estampar,
baseada em ensaios de ductilidade Olsen e de dureza Rockwell B /11/.
Sob as mesmas condições o ensaio Erichsen acusa maior ductilidade que o Olsen, devido à
diferente forma do estampo. Para idênticos materiais, em cada ensaio a medida da ductilidade
aumenta de modo aproximadamente linear com a espessura /13/.
Além do índice de ductilidade, esses ensaios fornecem indicações qualitativas sobre a
granulação do material e, a partir da localização e do aspecto da trinca formada, pode-se obter
informações sobre a homogeneidade, o fibramento mecânico, defeitos locais, etc.
Para o embutimento puro o ensaio mais empregado é o de Swift /4,6/, que utiliza um
estampo de diâmetro 32 mm ou 50 mm para formar um copo cilíndrico de fundo chato, permite
medir a RLE e fornece indicações qualitativas da textura cristalográfica do material a partir da
irregularidade do bordo do copo formado.
Fig. VII. 7.4 - Diagrama de limite de conformação, típico de aço de baixo carbono (diagrama de
Keeler-Goodwin).
Neste, as curvas limites são construídas usando-se como pontos extremos o limite de
estiramento estabelecido pelo ensaio Olsen e a RLE obtida pelo ensaio Swift. O problema então é o
de identificar a contribuição relativa dos mecanismos na produção de uma dada peça; o método
comum é supor a peça dividida em partes de forma simples, sendo as percentagens de embutimento
e estiramento calculadas a partir da geometria /2, 3/. A aplicação mais importante do método é
evidentemente a predição do êxito ou da falha antes da fabricação das ferramentas, que são sempre
caras, de modo que se possam fazer as necessárias modificações a tempo; chega-se assim a adaptar
o material ao processo, ou vice-versa.
Fig.VII. 7.5 - Diagrama de conformabilidade típico para operações mistas de estiramento e
embutimento (segundo A. S.Kasper, Metal Progress, 99(5),pp. 57-60, 1971).
Fig.VII. 8.2 - Formação de um bojo num recipiente pré-embutido, usando uma almofada de
borracha como estampo interno.
Obtêm-se conformações similares, mas com melhor controle do processo, quando em vez da
almofada de borracha usa-se um fluído contido por um diafragma de borracha (Fig. VII. 8.3) /2, 4/.
Fig.VII. 8.3 - Conformação de uma carcaça para lanterna traseira de automóvel em um só estágio,
empregando diafragma de borracha com fluido pressurizado em lugar de matriz /4/.
Emprega-se uma única matriz ou estampo e dispensa-se à prensa nos vários processos de
conformação a altas taxas de energia (HERF). A energia necessária à deformação provém de um
explosivo (Fig. VII. 8.4), de um campo magnético ou da pressão de ondas de choque criadas na
água pela sua súbita evaporação. A aplicação da pressão é súbita, mas a taxa com que o material se
deforma usualmente não é muito maior do que a encontrada numa conformação em prensa
mecânica rápida. Dentre muitas possíveis aplicações, encontra-se freqüentemente a formação de
contrações e expansões em peças tubulares e em forma de recipiente, constituindo-se numa
alternativa para a expansão com estampo de borracha ou com câmara inflável por fluido hidráulico
/2,4/.
Fig.VII. 8.4 - Conformação com explosivos (a) em sistema confinado; (b) em sistema não
confinado /4/.
Fig.VII. 9.1 - Embutimento de copos de aços de baixo carbono: (a) a partir de disco plano; com (b)
insuficiente; (c) otimizada, e (d) excessiva pressão do sujeitador; note em (c) o orelhamento típico
devido à anisotropia planar no copo.
R 2. R45 R90
R 0
(VII. 9.1).
2
Fig.VII. 9.2 - Efeito da orientação dos grãos sobre o orelhamento de uma chapa embutida de liga
80% Cu - 20%. Ni /4/ (a) com orientação aleatória; (b) com direcionalidade pronunciada.
BIBLIOGRAFIA
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Fluminense; Volta Redonda; 1972.
/14/ Grüning, K.; "Técnica de Conformação"; Ed. Polígono, São Paulo, 1973.
/15/ Metal Handbook; vol. 7; 8a edição; "Atlas of Microstructures of Industrial Alloys"; ASM;
Metals Park; Ohio; 1972.
APÊNDICE
TABELA VII. A - Folga entre Estampo e Matriz em Função da Espessura e do Material da Peça.
Espessura Aço Latão Cobre Alumínio Dura- Fibra
da chapa Para Doce Semi Duro Baixo Alto Doce Duro Doce Duro lumínio cartão
(mm) repuxo duro Si Si
0,25 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,01
0,5 0,03 0,03 0,03 0,04 0,03 0,02 0,02 0,03 0,03 0,03 0,01 0,04
0,75 0,05 0,04 0,05 0,05 0,04 0,03 0,03 0,04 0,04 0,05 0,06
1 0,07 0,05 0,06 0,07 0,05 0,04 0,04 0,05 0,05 0,07 0,02 0,08 0,01
1,25 0,09 0,06 0,08 0,09 0,06 0,05 0,05 0,06 0,06 0,09 0,03 0,10
1,5 0,11 0,07 0,09 0,10 0,07 0,06 0,06 0,07 0,07 0,11 0,04 0,12
1,75 0,13 0,09 0,10 0,12 0,09 0,07 0,07 0,09 0,09 0,13 0,05 0,14
2 0,15 0,10 0,12 0,14 0,10 0,08 0,08 0,10 0,10 0,15 0,06 0,16 0,02
2,5 0,17 0,13 0,15 0,18 0,13 0,11 0,11 0,13 0,13 0,17 0,08 0,19
3 0,20 0,18 0,18 0,21 0,16 0,14 0,14 0,16 0,16 0,20 0,10 0,22
3,5 0,25 0,25 0,21 0,25 0,18 0,20 0,22 0,25
4 0,30 0,32 0,24 0,28 0,21 0,24 0,28 0,30
4,5 0,37 0,41 0,27 0,32 0,27 0,30 0,34 0,37 0,03
5 0,45 0,50 0,30 0,36 0,33 0,36 0,42 0,45
5,5 0,53 0,62 0,40 0,43 0,50 0,53
6 0,62 0,75 0,48 0,51 0,60 0,63