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Função de 2 variáveis: Neste caso, temos que o domínio da função passa a ser uma
área, e o gráfico de z=f(x,y) passa a ser uma superfície, onde a imagem vai do valor
mínimo até o valor máximo que z assume.
Exemplo:
𝑧 = 𝑓 𝑥, 𝑦 = 9 − 𝑥² − 𝑦²
Como uma raiz quadrada não pode ser negativa (nos reais), temos que:
9 − 𝑥² − 𝑦² ≥ 0 , 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑥² + 𝑦² ≤ 9
Vemos, portanto que o domínio é dado pela área contida dentro de um disco de raio 3.
Gráfico:
𝑧= 9 − 𝑥² − 𝑦² → 𝑧² + 𝑦² + 𝑥² = 9
Essa é a equação de uma esfera de raio 3, no entanto, z deve ser positivo para estar contido no
domínio,logo o gráfico será apenas a parte positiva da equação da esfera (semiesfera de raio
3).
Semiesfera de raio 3
Imagem: Ao observar o gráfico, vemos que z varia de 0 até 3, logo a imagem será:
𝐷𝑜𝑚(𝑧) = [0,3]
Neste caso, o domínio da função w=f(x,y,z) seria uma superfície, e o gráfico seria algo na 4ª
dimensão, não sendo possível de desenhar. Mesmo assim, ainda é possível descobrir a sua
imagem algebricamente.
Obs 2: Para funções com mais de 3 variáveis não é possível esboçar o domínio nem o gráfico
da função, por isso, essas são mais difíceis de serem estudadas.
Exemplo (3 variáveis):
(25 − 𝑥 2 − 𝑦 2 − 𝑧 2 )
𝑤 = 𝑓 𝑥, 𝑦, 𝑧 = log
Domínio: (ℝ³)
0 ≤ 𝑥² + 𝑦² + 𝑧² < 25
Logo, percebemos que o domínio será uma esfera maciça, de raio menor do que 5 (sendo a
casca esférica que sobrepõe a esfera fora do domínio).
Imagem: Vemos que o gráfico (eixo w) teria uma variação de ln(0) = - ∞ até ln25 = 2ln5,
portanto temos:
𝐼𝑚 𝑊 = [−∞, 2𝑙𝑛5]
Curvas de Nível
As curvas de nível de uma função F de duas variáveis,são funções do tipo f(x,y)=K, onde K é
uma constante. Em outras palavras, é como “cortar” o gráfico da função em diferentes alturas
e depois planificar as imagens encontradas.
Exemplo:
Circunferência de raio 3
Circunferência de raio 2 2
Circunferência de raio 5
Ponto (x,y)=(0,0)
Exercícios Recomendados:
1)(Stewart)Determine e esboce o domínio da função f(x,y)=ln(9-x²-9y²).
𝑦−𝑥²
2) (Stewart)Determine o domínio da função f(x,y)= 1−𝑥² .
Gabarito :
1
1-{(x,y)|9 𝑥² + 𝑦² < 1},(-∞, 𝑙𝑛9) 2-{(𝑥, 𝑦)|𝑦 ≥ 𝑥 2 , 𝑥 ≠ ±1
3-
(II) Limites
Em uma função de duas variáveis, para o limite lim 𝑥,𝑦 →(0,0) 𝐹(𝑥, 𝑦) existir, os sublimites
(limites calculados em todas as direções possíveis) devem existir e devem ser todos iguais.
Exemplo:
𝑥𝑦
Mostre que não existe o limite: lim 𝑥,𝑦 →(0,0) 𝑥²+𝑦².
Para mostrar que não existe limite basta encontrar dois sublimites diferentes.
Temos:
𝑥𝑦
𝐷𝑜𝑚 = ℝ² − {(0,0)}
𝑥2 + 𝑦2
𝑥𝑦 0
lim = 2=0
𝑥→0 𝑥² + 𝑦² 𝑦
𝑥𝑦 𝑥² 1
lim = =
𝑥,𝑦 →(0,0) 𝑥² + 𝑦² 2𝑥² 2
Portanto, como encontramos dois sublimites diferentes, podemos concluir que o limite
não existe.
Outra maneira de provar que o limite não existe é usando noção de “grau”.
𝑥𝑦
lim 𝑥,𝑦 →(0,0) 𝑥²+𝑦² Grau 2
𝑥𝑦 𝑚𝑥 2 𝑚
lim = =
𝑥,𝑦 →(0,0) 𝑥² + 𝑦² 1 + 𝑚 𝑥² 1 + 𝑚2
2
Como m pode variar, vemos que existem infinitos sublimites , que dependem da inclinação
da reta y=mx. Logo, podemos concluir que o limite não existe.
Existem outras aplicações para utilizar o conceito de grau, um deles é substituir o valor de
uma variável em relação a outra para igualar o grau e provar que o limite não existe.
Exemplo:
𝑦 9600 𝑥 4
lim
𝑥,𝑦 →(0,0) 𝑦 10000 + 𝑥 100
Como m é uma variável, vemos que existem infinitos sublimites, logo, o limite em questão
não existe.
Podemos perceber então, que é muito mais difícil a existência do limite de uma função de
duas variáveis do que quando trabalhávamos com funções de uma variável. No entanto,
utilizando separações de funções e Teorema do Confronte é possível provar a existência
do limite em algumas funções.
Exemplo 1:
𝑥 2𝑦 Grau 3
lim 𝑥,𝑦 →(0,0) 𝑥 2 +𝑦²
Grau 2
Como o grau do numerador é maior que do denominador, a intuição nos diz que a parte
de cima da equação tende a zero mais rápido, logo o limite seria 0. Mas como provar isso?
𝑥² 𝑥²
Vamos separar a função em y. . Podemos perceber que será sempre maior ou
𝑥²+𝑦² 𝑥²+𝑦²
igual a zero e menor ou igual a 1. (Função limitada).
𝑥²
0≤ ≤1
𝑥² + 𝑦²
𝑥2
Logo, lim 𝑥,𝑦 →(0,0) 𝑦. 𝑥 2 +𝑦² =0
0 entre 0 e 1
Obs: Sempre que a função for separável, dessa forma o limite existe.
Exemplo 2:
𝑥𝑦𝑐𝑜𝑠(𝑥)
lim
𝑥,𝑦 →(0,0) 𝑥 2 + |𝑦|
𝑦
Vamos separar a função em: x . cos(x) .
𝑥 2 +|𝑦|
𝑦
Mas, −1 ≤ cos x ≤ 1 e 0 ≤ 𝑥 2 +|𝑦| ≤ 1
(III) Continuidade
Dizemos que uma função f(x,y) é contínua num ponto (a,b) ∈ Domínio se
lim 𝑥,𝑦 →(𝑎,𝑏) 𝑓(𝑥, 𝑦) existe e
lim 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑓(𝑎, 𝑏)
𝑥,𝑦 →(𝑎,𝑏)
3𝑥𝑦 ²
F(x,y) = 𝑥²+𝑦²
, 𝑠𝑒 𝑥, 𝑦 ≠ (0,0)
𝑎, 𝑠𝑒 𝑥, 𝑦 = (0,0)
𝑥.𝑠𝑒𝑛 (𝑦)
2) Calcule lim 𝑥,𝑦 →(0,0) 𝑥²+|𝑦|
4) (UFRJ-2014.1-Modificada)
Diga se existem os seguintes limites abaixo:
5) (UFRJ-2013.2)
6) (UFRJ-2012.2)
Gabarito:
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