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Trabalho:

garantismo penal x direito penal do inimigo.



O garantismo penal é uma doutrina criada por

Luigi ferrajoli em 1989.


Possui uma visão garantista englobando na
elaboração da lei penal.
Sua principal finalidade é tratar a pessoa com
dignidade para terem seus direitos e garantias.

• O direito penal do inimigo: o termo direito

penal do inimigo, foi criado pelo alemão Gunther


Jacobs em 1985.
É um modelo teórico de política criminal que
estabelece a necessidade de separar da sociedade,
excluindo das garantias e direitos fundamentais
aqueles que o estado considera como inimigos.

O garantismo penal- Luigi ferrajoli

Luigi Ferrajoli, jurista e professor italiano,
foi o grande responsável pela criação da teoria
garantista que prevê o respeito as garantias
penais e processuais.
o autor, a partir de heranças do Movimento
iluminista, levantou um vasto e durável debate
sobre a importância da proteção das garantias
do cidadão e utilizou o campo penal para
demonstrar a tensão existente entre
liberdades e poder.
A expressão garantismo foi introduzida no meio
jurídico no contexto italiano dos anos 1970.
Nesse sentido, o garantismo seria sinônimo de
“Estado Constitucional de Direito”
Com efeito, a chamada “teoria geral do
garantismo”

O garantismo vem do verbo “garantir” e
significa assegurar ou tutelar algo.
No caso da teoria, o objeto sob o qual recai
essa proteção são os direitos da pessoa
humana, como: direito à vida, liberdade,
igualdade, segurança e propriedade.
Dessa forma, o garantismo pode ser
entendido, segundo a teoria de Ferrajoli,
como uma corrente jurídica que prega o
respeito máximo aos direitos fundamentais e
às garantias processuais, a fim de coibir
arbitrariedades judiciais e assim, proteger os
indivíduos e os réus.
Com isso ela passa a exigir uma interpretação (e
aplicação) das normas conforme a Constituição.
A teoria serve como instrumento de proteção
dos direitos fundamentais e contra penas
arbitrárias, e que busca, ao mesmo
tempo, minimizar a violência na sociedade.
Deve-se entender aqui que a violência
considerada pode ser: a criminal, que se
manifesta por meio da prática de crimes em
sociedade
A institucional, praticada em instituições
prestadoras de serviços públicos como nas
delegacias ou no judiciário;
e a dos aparatos repressivos, quando
instrumentos são criados para conter, deter e
punir os indivíduos.
De modo geral, a preocupação é com a
contenção da violência, seja a advinda dos
particulares, seja a produzida pelo próprio
Estado.
O estado possui o “poder” e utiliza-se do uso
legítimo da força pois pode restringir legalmente
e, em casos de excessos, ameaçar (tirar) a
liberdade dos indivíduos.
o garantismo penal está comprometido em
assegurar os direitos dos indivíduos e controlar o
poder de punir do Estado. Por esse motivo, ele
também possui pressupostos essenciais: as
garantias penais e processuais.
As garantias penais são princípios do próprio
direito penal que afetam a configuração legal dos
delitos e tendem a reduzir a esfera de atuação
do Poder Legislativo naquilo que ele
pode sancionar como crime e
imputar determinada pena. Algumas dessas são:
• taxatividade: isso significa que não basta
existir uma lei que defina uma conduta como
crime, tal norma incriminadora deve ser clara
e compreensível, permitindo aos indivíduos a
real consciência acerca da conduta punível;
• materialidade: isso significa que para constar
a existência de um delito deve existir
elementos físicos que comprovem a ação ou
omissão do indivíduo e atestem a lesão;
• legalidade: isso significa que não há crime
sem lei anterior que o estabeleça;
• princípio da ultima ratio: isso significa que o
direito penal só deve atuar quando os outros
meios de resolução dos conflitos falharem.
As garantias processuais afetam a comprovação
judicial do fato punível (crime) e procuram
reduzir ao máximo o arbítrio de quem deve
desempenhar a função de punir. Veja algumas
delas:
• presunção de inocência: isso significa que
ninguém será considerado culpado até
o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
• contraditoriedade: isso significa que todo
acusado terá o direito de resposta contra a
acusação que lhe foi feita, utilizando, para
tanto, todos os meios de defesa admitidos;
• paridade de armas: isso significa que a
igualdade de oportunidades deve ser
garantida a ambas as partes em um processo;
• in dubio pro reo: isso significa que, em casos
de incerteza quanto à materialidade ou à
autoria de um crime, há o benefício da
dúvida ao réu ocasionando em sua
absolvição;
• ônus da prova: isso significa que a pessoa
responsável por uma determinada afirmação
é também aquela que deve oferecer as
provas necessárias para sustentá-la;
• publicidade: isso significa que os processos
são públicos e a lei só poderá restringir a
publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social
assim o exigirem;
• juiz natural: isso significa que ninguém será
sentenciado senão por autoridade
competente, representando a garantia de um
órgão julgador técnico e isento, com
competência estabelecida na própria
Constituição e nas leis de organização
judiciária de cada Estado;
• devido processo legal: isso significa que
todos possuem o direito a um processo com
todas as etapas previstas em lei e todas as
garantias constitucionais;
• O garantismo no Brasil
O movimento garantista teve um índice
maior na metade da década de 1980 e
culminou na criação da constituição federal
de 1988 também conhecida como
constituição cidadã.
Os dez axiomas do Garantismo Penal

Em sua obra clássica Direito e Razão , Luigi Ferrajoli
elenca dez axiomas, que são valores, princípios
garantidores de direitos mínimos do acusado que
devem nortear tanto o Processo Penal quanto o
Direito Penal.
Tais axiomas não apenas servem para legitimar a
punição, mas sobretudo são condicionantes para a
existência da punição, uma vez que o poder de
punir não pode ser ilimitado, devendo seu exercício
ser limitado por regras claras
Tais axiomas teriam sido idealizados ainda nos
sistemas jusnaturalistas, mas incorporadas às
constituições e codificações dos ordenamentos
modernos, em maior ou menor grau.
Cada axioma tutela um valores, como igualdade,
liberdade pessoal contra arbitrariedades, direitos e
liberdades políticas, certeza jurídica, controle
público das intervenções punitiva, etc...
São 10 os axiomas propostos por Ferrajoli:

• A1) Nulla poena sine crimine (Não há pena
sem crime)
Princípio da retributividadeou da
consequencialidade da pena em relação ao
delito

• A2) Nullum crimen sine lege (Não há crime
sem lei)
Princípio da legalidade, no sentido lato ou no
sentido estrito

• A3) Nulla lex (poenalis) sine necessitate (Não
há lei penal sem necessidade)
Princípio da necessidade ou da economia do
direito penal

• A4) Nulla necessitas sine injuria(Não há
necessidade sem ofensa a bem jurídico)
Princípio da lesividade ou ofensividade do
evento

• A5) Nulla injuria sine actione (Não há ofensa
ao bem jurídico sem ação)
Princípio da materialidade ou da exterioridade
da ação

• A6) Nulla actio sine culpa (Não há ação sem
culpa)
Princípio da culpabilidade ou da
responsabilidade pessoal

• A7) Nulla culpa sine judicio ( Não há culpa sem
processo)
Princípio da jurisdicionalidade no sentido lato
ou estrito

• A8) Nulla judicium sine accustone(Não há
processo sem acusação)
Princípio acusatório ou da separação ente o
juiz e a acusação

• A9) Nulla accusatio sine probatione(Não há
acusação sem prova)
Princípio do ônus da prova ou da verificação

• A10) Nulla probatio sine defensione
• Princípio do contraditório ou da defesa ou da
falseabilidade.

Seguir os axiomas a risca é a receita do garantismo
para o legítimo e bom exercício do Direito Penal,
podendo haver discussão sobre o significado e
alcance de cada um desses axiomas, destacando,
ainda, que apenas sua positivação não é o
suficiente, devendo seu respeito ser absoluto,
tanto por outras leis quanto pela prática jurídica
que muitas vezes abre mão de formalidades de
maneira temerária.


Direito penal do inimigo

O termo Direito Penal do Inimigo é relativamente
recente. Ele foi cunhado pelo jurista alemão
Gunther Jakobs, em 1985.
reconhecido mundo afora como um dos maiores
criminalistas da atualidade, foi o responsável pela
criação, em meados dos anos 80, do que hoje se
conhece como direito penal do inimigo. É uma
teoria de direito penal que, adorada por uns e
odiada por tantos outros, se consolidou como
questão de discussão obrigatória na academia.


Origem do Direito Penal do Inimigo
O Direito Penal do Inimigo surgiu na Alemanha,
com as idéias de Gunther Jakobs, professor de
Filosofia do Direito e Direito Penal na renomada
Universidade de Bonn. O termo original
é Feindstrafrecht, que se opõe conceitualmente
a Bürgerstrafrecht, o Direito Penal do Cidadão.
O alemão é também responsável pela a criação do
funcionalismo radical, corrente que outorga vultoso
valor à norma como única maneira de proteção
social. Para Jakobs, apenas a rigorosa e recorrente
aplicação da lei é capaz de estabelecer na vida em
comum as condutas esperadas por parte de seus
indivíduos.


Conceito de Direito Penal do Inimigo

O conceito de Direito Penal do Inimigo significa
que pessoas “inimigas da sociedade” não
recebem as mesmas garantias, remédios e
benefícios concedidos pelo Direito Penal àqueles
considerados cidadãos. Alguns exemplos de
inimigos seriam os terroristas e os membros de
grupos do crime organizado e máfias.
Jacobs defende, portanto, uma espécie de
despersonalização daqueles indivíduos que
apresentam potencial diferente de periculosidade
para a sociedade.
Eles não são privados de todos os seus direitos mas,
em certos aspectos, são desprovidos dos mesmos
direitos que um verdadeiro cidadão usufrui.
Esse conceito apoia-se em três pilares:
• A sanção referenciada não no ato já cometido,
mas no ato futuro;
• A sanção desproporcional em relação ao
delito ou ao seu potencial lesivo;
• A legislação específica para estes indivíduos
considerados “inimigos da sociedade”.

Também há mais dois pontos essenciais dessa
teoria:

• Flexibilização ou eliminação de certas garantias
do Processo Penal para determinados tipos
penais;
• Criação de tipos penais e sanções vagas, para
dar mais liberdade ao poder judiciário na
aplicação da lei.

O Direito Penal do Inimigo é uma alternativa para
prevenir a ocorrência de certos crimes, com uma
exacerbação do caráter punitivo da Justiça. É uma
teoria que vai justamente na direção oposta de
outras tendências, como a justiça restaurativa.
Por esse motivo, ele encontra algum apoio da
sociedade, especialmente quando existe um clima
de insegurança. Ele pode ser observado mais
claramente nos ordenamentos jurídicos de países
como a Espanha e os EUA.

Direito Penal do Inimigo no ordenamento jurídico


brasileiro

Nota-se uma influência do Direito Penal do Inimigo


sobre o ordenamento jurídico brasileiro.
Percebemos essa tendência tanto no Código Penal
quanto em leis esparsas, como a Lei de Drogas, a Lei
de Crimes Ambientais e o Estatuto do
Desarmamento.
Um exemplo do Direito Penal do Inimigo no
ordenamento jurídico do Brasil esteja no Código de
Processo Penal.
No art. 312 do CPP, autoriza-se a prisão preventiva,
com a intenção de manter a ordem e garantir que a
lei penal seja aplicada através do processo.
No Código Penal, outro exemplo é o artigo 288, que
tipifica a formação de quadrilhas. Neste artigo,
aplica-se uma sanção ao que é mero preparativo –
ou seja, pune-se antes de um ato criminal ser
cometido de fato.

Nas leis esparsas, temos o exemplo do artigo 33,


§1º, I da Lei de Drogas, que comina sanção a vários
atos envolvendo matéria-prima que pode ser usada
na fabricação de drogas. Mais uma vez, pune-se
antes do ato, já que o tipo não envolve drogas, mas
apenas matéria-prima que talvez leve à sua
produção.

Quem é o inimigo?

Para Jakobs, o inimigo é aquele que desafia as


convenções da sociedade estabelecidas.
dessa forma, ameaça a estrutura estatal buscando
a sua destruição.
Por não respeitar os regramentos próprios do
estado democrático, esse indivíduo não faz jus
aos direitos e garantias fundamentais aplicáveis aos
cidadãos.
O inimigo não é simplesmente o criminoso habitual
ou aquele que pratica pequenos e médios delitos,
mas sim aquele que abdicou totalmente dos
preceitos da vida em sociedade, vinculando-se a
organizações criminosas e/ou terroristas, pondo em
risco as convenções da coletividade.

O que é a teoria do direito penal do inimigo?

Desde o início, impõe-se ao inimigo a perda dos seus direitos


por não restar enquadrado como cidadão. Tira-se as
garantias processuais de ampla defesa, duplo grau de
jurisdição, e sendo viável nesse modelo até práticas de
tortura para se obter os fins condenatórios ou anteceder
eventuais atos terroristas.

Exemplo prático de uso do direito penal do inimigo

O USA PATRIOT Act é uma lei antiterrorista que, com


inspiração no modelo de Jakobs, impunha exatamente
essas restrições de direitos e legalizou inclusive a
tortura, talvez o mais grave abuso de liberdades civis
na história Estados Unidos.
O ponto de atenção sobre esse tipo de lei é que
geralmente é abarcada por um viés
populista, respaldada no medo da população diante da
ineficiência do estado em propiciar uma efetiva
política de combate ao crime. Movimentos assim
podem acontecer gradativamente ou de maneira
abrupta, como diante de ataques terroristas, por
exemplo.
O problema maior é que uma vez concedida tal
prerrogativa ao estado, de modo ilimitado e sem
mecanismos de controle, fica inviável exercer a
cidadania em sua plenitude.
O que se viu posteriormente é que a lei americana
abriu as portas para que o governo violasse as
liberdades de todos fundamentando em qualquer
ilação mínima que chegasse ao seu conhecimento. Os
resultados dessa guerra só o tempo trará as reais
respostas.

Direito penal do inimigo no Brasil

Exatamente como está posta em sua concepção


original, a teoria do direito penal do inimigo é
totalmente incompatível com o ordenamento
jurídico brasileiro. Os direitos e garantias
direcionados aos indivíduos como um todo estão
previstos em cláusulas pétreas da Constituição
Federal e por tal não podem ser sequer objetos de
deliberação de emenda.
teoria do direito penal do inimigo busca, a sua
maneira, uma solução para a ineficiência estatal no
combate e repressão aos crimes.
Contudo, ela aposta em uma separação conceitual
dos membros da sociedade entre os “cidadãos” e os
“inimigos” que, após a superação de algumas
etapas evolutivas no contexto criminoso, perderiam
o status de sujeitos de direitos perante os demais.
Os inimigos, por sua vez, ao perder seus direitos e
garantias, poderiam sofrer uma aplicação mais
célere e rigorosa da lei, com tratamento rígido
especificamente aplicado aos seus casos.
• A teoria do direito penal do inimigo busca, a
sua maneira, uma solução para a ineficiência
estatal no combate e repressão aos crimes.
Contudo, ela aposta em uma separação conceitual
dos membros da sociedade entre os “cidadãos” e os
“inimigos” que, após a superação de algumas
etapas evolutivas no contexto criminoso, perderiam
o status de sujeitos de direitos perante os demais.
Os inimigos, por sua vez, ao perder seus direitos e
garantias, poderiam sofrer uma aplicação mais
célere e rigorosa da lei, com tratamento rígido
especificamente aplicado aos seus casos.
o direito penal do inimigo é totalmente antagônico
ao garantismo penal, se mostrando incompatível
com essencialmente todos os ordenamentos
jurídicos modernos, onde cada vez mais se
privilegiam as liberdades individuais em detrimento
do estado absoluto.

Conclusão:
Na minha opinião a lei deve ser aplicado conforme
o tipo de crime
As duas teorias de fato regem por diferentes
opiniões a teoria do garantismo penal ajuda o
“bandido” já a do direito do penal do inimigo o
condena com duras penas.
Então na minha opinião o direito penal do inimigo
prevalece pois todos nós temos livre
Arbítrio para suas escolhas então “fez tem que
pagar”
……….

Fontes de pesquisa;

https://dizuza.jusbrasil.com.br/artigos/366909725
/os-dez-axiomas-do-garantismo-penal

https://www.politize.com.br/garantismo-penal/

https://www.conjur.com.br/2020-jul-29/ana-
claudia-pinho-garantismo-penal-ferrajoli-ferrajoli

https://revistajuridica.presidencia.gov.br/index.ph
p/saj/article/view/180/169

https://www.aurum.com.br/blog/direito-penal-
do-inimigo/

https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/419
/edicao-1/direito-penal-do-inimigo

https://www.unigran.br/dourados/revista_juridic
a/ed_anteriores/31/artigos/artigo06.pdf

https://www.scielo.br/j/seq/a/xY33FT6CgXQBw9
dvNMXxzvH/?lang=pt

https://blog.sajadv.com.br/direito-penal-do-inimigo/


https://youtu.be/w8GDrSYx3Bc


https://www.google.com.br/amp/s/rogeriogreco.jusbrasil.com.br/artigos/121819866/direito-
penal-do-inimigo/amp
https://www.aurum.com.br/blog/direito-penal-do-inimigo/

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