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MATERIAL

DIDÁTICO
Laboratório de Ensino de Matemática
Definição
◦De acordo com Lorenzato (2012, p.18):
◦Material didático (MD) é qualquer instrumento útil ao
processo de ensino-aprendizagem.
◦Portanto pode ser um giz, uma calculadora, um filme, um
quebra-cabeça, um jogo, uma embalagem, etc.
De acordo com Bandeira (2009, p.1):
◦Ainda segundo Bandeira (2009, p.1): o material didático pode
ser definido amplamente como produtos pedagógicos
utilizados na educação e, especificamente, como material
instrucional que se elaboram com finalidade didática.
Material didático quanto ao suporte e ao uso das mídias (2009,
p.14):
◦De acordo com Lorenzato (2012, p.18):
◦Apesar da enorme gama de possibilidades, todos os MD
constituem apenas um dos inúmeros fatores que interferem no
rendimento escolar do aluno.
◦Os MD podem desempenhar várias funções, conforme o objetivo
a que se prestam, e, por isso, o professor deve perguntar-se para
que ele deseja utilizar o MD:
◦Para apresentar um assunto? ◦Para auxiliar na memorização
◦Para motivar os alunos? de resultados?
◦Para facilitar a de redescoberta
pelos alunos?
◦De acordo com Lorenzato (2012, p.18):
◦São respostas dessas perguntas que facilitaram a escolha do MD
mais conveniente à aula.
◦Por melhor que seja, o MD nunca ultrapassa a categoria de meio
auxiliar de ensino, de alternativa metodológica à disposição do
professor e do aluno, e, como tal, o MD não é garantia de um bom
ensino, dentro de uma aprendizagem significativa e não substitui o
professor.
◦Qualquer material pode servir para apresentar situações nas quais os
alunos enfrentam relações entre objetos que poderão fazê-los
refletir, conjecturar, formular soluções, fazer novas perguntas,
descobrir estruturas. Entretanto, os conceitos matemáticos que eles
devem construir, com a ajuda do professor, não estão em nenhum
dos materiais de forma a ser abstraídos deles empiricamente. Os
conceitos serão formados pela ação interiorizada do aluno, pelo
significado que dão às ações, às formulações que enunciam, às
verificações que realizam. (PASSOS, 2006, p. 81).
MATERIAL
CONCRETO (MC)
◦De acordo com Nascimento (2020, p.1) ao buscar uma
concepção de Material Concreto várias são as nomenclaturas
e significados que norteiam os materiais concretos, por
exemplo: Material Didático, Material Concreto, Material
Didático-Pedagógico, Material Manipulável.
Definição – Material Didático Pedagógico
◦Quanto a Material Didático-Pedagógico, Mottin (apud
Nascimento (2020, p.1) afirma "o material concreto, os jogos
e os recursos audiovisuais, embora outros também possam
ser considerados".
◦Brito (apud Nascimento (2020, p.1) mostra duas visões, a partir
do termo "concreto" defendido por alguns autores:
◦Na dimensão material, se refere a algo manipulável e palpável,
denominando-o de material concreto ou manipulativo.
◦Na dimensão mais ampla, definem como 'algo material ou não,
desde que tenha seu conteúdo de significações'.
◦Segundo Nascimento (apud Michaelis 2008, p. 206), concreto
significa: "[...] 2. Real. 3. Determinado, claro, definido. 4 Gram
Qualificativo dos substantivos que exprimem seres materiais,
percebidos por nossos sentidos. [...] sm 1 Aquilo que é
concreto".
◦Barbosa (apud Cavalcanti 2006, p. 18) qualifica material concreto
enquanto: um ente qualquer que possa ser manipulado podendo ser
de ordem natural ou artificial.
◦Desse modo, segundo Nascimento (2020, p.1) afirma que o “natural
é aquele que existe espontaneamente, sendo gerado pela ação da
natureza. É o caso de uma pedra, uma flor, uma fruta, etc. O artificial
é aquele que é gerado pela produção do homem. É o caso de um
lápis, uma folha de papel, um pedaço de fio, um cordão, etc”.
◦O concreto pode ter duas interpretações: uma delas refere-se ao
palpável, manipulável, e outra mais ampla, incluindo também as
imagens gráficas (LORENZATO, 2012, p.23);
◦Assim, de acordo com Turrioni e Perez (2006) o material concreto é
fundamental para o ensino experimental, uma vez que “facilita a
observação, análise, desenvolve o raciocínio lógico e crítico, sendo
excelente para auxiliar o aluno na construção dos seus
conhecimentos”. (TURRIONI; PEREZ, 2006, p. 61).
◦Matos e Serrazina (1996 apud RODRIGUES E GAZIRE, 2012, p.
191) complementam que a aprendizagem baseia-se “na experiência,
e a construção de conceitos matemáticos é um processo longo que
requer o envolvimento ativo do aluno que vai progredindo do
concreto para o abstrato”. (SERRAZINA, 1990, p. 1).
◦Logo, nessa transição, acredita-se que o material didático concreto
pode ter um importante papel nesse processo, atuando como meio
auxiliar de ensino, podendo ser um recurso capaz de catalisar
experiências individuais de aprendizagem na construção dos
conceitos matemáticos (RODRIGUES E GAZIRE, 2012, p. 191).
MATERIAIS
MANIPULÁVEIS
◦De acordo com Rodrigues e Gazire (2012, p. 190), Lorenzato
estabelece uma classificação para esses tipos de materiais:
◦1) O material manipulável estático: material concreto que não
permite a transformação por continuidade, ou seja, alteração
da sua estrutura física a partir da sua manipulação.
◦Durante a atividade experimental, o sujeito apenas manuseia
e observa o objeto na tentativa de abstrair dele algumas
propriedades.
◦Ao restringir o contato com o material didático apenas para o
campo visual (observação), corre-se o risco de obter apenas
um conhecimento superficial desse objeto. (RODRIGUES E
GAZIRE, 2012, p. 190).
◦ 2) O material manipulável dinâmico: material concreto que
permite a transformação por continuidade, ou seja, a
estrutura física do material vai mudando à medida em que ele
vai sofrendo transformações, por meio de operações
impostas pelo sujeito que o manipula.
◦A vantagem desse material em relação ao primeiro, na visão
do autor, está no fato de que este facilita melhor a percepção
de propriedades, bem como a realização de redescobertas
que podem garantir uma aprendizagem mais significativa.
(RODRIGUES E GAZIRE, 2012, p. 190).
◦Desse modo, para Lorenzato (2012, p.18), existem vários
tipos de materiais didáticos.
◦Alguns não possibilitam modificações em suas formas;
◦É o caso dos sólidos geométricos construídos em madeira ou
cartolina, por exemplo, que por serem estáticos permitem só
a observação;
◦Outros já permitem uma maior participação do aluno;
◦Por exemplo, o caso do Ábaco, do Material Montessoriano
ou Dourado e os jogos de tabuleiro;
◦Existem ainda aqueles dinâmicos;
◦Que permitem transformações por continuidade, facilitam ao
aluno a realização de descobertas, a percepção de
propriedades e construção de uma efetiva aprendizagem;
◦Convém temos sempre mente que a realização em si de
atividades manipulativas ou visuais não garante
aprendizagem;
◦Para que essa aprendizagem aconteça, faz-se necessária
também a atividade mental por parte do aluno;
◦E o material didático pode ser um excelente catalisador para
o aluno construir saber matemático (LORENZATO,2012,
p.21).
◦“Em relação a isso, Kaleff (apud RODRIGUES E GAZIRE,
2012, p. 190) se posiciona em defesa do material concreto
manipulável, explicando que por mais sofisticadas que sejam
as simulações produzidas na tela do computador, essas
representações tridimensionais permanecem planas, não
dispensando a utilização do MD manipulável. Neste caso,
uma experiência não invalida a outra, pois ambas podem se
completar”.
◦Segundo Lorenzato (2012, p.21) um exemplo de material didático
é aquele que se refere ao Teorema de Pitágoras:
◦Ele compõe-se de um triângulo retângulo com quadrado
construído sobre os respectivos lados do triângulo;
◦Esse material está que pode se transformar em dinâmico,
interessante, desafiador e inspiradores, se for construído.
◦No entanto, qual o tipo de material didático os alunos irão
preferir: o estático ou o dinâmico?
MATERIAL DIDÁTICO
E O PROCESSO DE
ENSINO-
APRENDIZAGEM
◦Os conceitos evoluem com o processo de abstração; a
abstração ocorre pela separação mental das propriedades
inerentes a objetos (DAVIDOV, 1982, p.332);
◦Esse processo começa com apoio dos nossos sentidos e,
assim ,ele aparentemente paradoxal porque, para se chegar no
abstrato, é preciso partir do concreto. O abstrato, segundo
Kopnin (1978, p.54) é isolamento de alguma propriedade
sensorialmente acessível do objeto.
O papel do professor
◦Para que os alunos aprendam significativamente não basta
que o professor dispunha de um LEM;
◦Tão importante quando a escola possuir um laboratório é o
professor saber utilizar corretamente os materiais didáticos,
pois exigem conhecimentos específicos de quem utiliza;
◦Assim o professor de matemática, ao planejar sua aula,
precisa perguntar-se: será conveniente, ou até mesmo
necessário, facilitar a aprendizagem com algum material
didático?
◦Com qual?
◦Por que material didático?
◦Qual é o material?
◦Quando utilizá-lo?
◦Como esse material deverá ser utilizado?
◦O modo de utilizar cada material didático, depende
fortemente da concepção do professor a respeito da
matemática e da arte de ensinar;
◦Assim, para Lorenzato (2012, p.25) para o aluno, mais
importante conhecer as verdades matemáticas, é obter alegria
na descoberta, a percepção da sua competência, melhoria da
autoimagem, a certeza de que vale a pena procurar soluções e
fazer constatações, a satisfação do sucesso, e compreender
que a matemática longe de ser um bicho-papão é um canto
de saber onde ele, aluno, pode navegar.
POTENCIALIDADES
DO MATERIAL
DIDÁTICO
◦Segundo Lorenzato (2012, p.27), todo material tem um poder
de influência variável sobre os alunos, porque esse poder
depende do estado de cada aluno e, também, do modo como
o MD é empregado pelo professor;
◦Por exemplo, há uma diferença pedagógica entre a aula em
que o professor apresenta oralmente o assunto, ilustrando-o
com um material didático MD e aula em que os alunos
manuseiam esse material.
◦Assim, os materiais didáticos são os mesmos, mas o resultado do
segundo tipo de aula serão mais benéficos à formação dos alunos
porque, de posse do material didático, as observações e reflexões
deles serão mais profícuas, uma vez que poderão, em ritmos
próprios realizar as suas descobertas e, mais facilmente
memorizar os resultados obtidos durante suas atividades.
(LORENZATO, 2012, p.27).
◦Além disso, talvez a melhor das potencialidades seja revelada
no momento de construção do material didático pelos
próprios alunos, pois é durante esta que surge em entrevistas
e desafios os quais conduzem os alunos a fazer conjecturas e
descobrir caminhos e soluções. (LORENZATO, 2012, p.28).
◦Para Rêgo e Rêgo (2006) cabe ao professor alguns cuidados
básicos, dentre os quais se destacam:
◦I. Dar tempo para que os alunos conheçam o material
(inicialmente é importante que os alunos o explorem
livremente);
◦II. Incentivar a comunicação e troca de ideias, além de
discutir com a turma os diferentes processos, resultados e
estratégias envolvidos;
◦ III. Mediar, sempre que necessário, o desenvolvimento das atividades,
por meio de perguntas ou da indicação de materiais de apoio,
solicitando o registro individual ou coletivo das ações realizadas,
conclusões e dúvidas;
◦ IV. Realizar uma escolha responsável e criteriosa do material;
◦V. Planejar com antecedência as atividades, procurando
conhecer bem os recursos a serem utilizados, para que
possam ser explorados de forma eficiente, usando o bom
senso para adequá-los às necessidades da turma, estando
aberto a sugestões e modificações ao longo do processo, e
◦ VI. Sempre que possível, estimular a participação do aluno e
de outros professores na confecção do material. (RÊGO;
RÊGO, 2006, p. 54).
EXEMPLOS DE
MATERIAIS
DIDÁTICOS
Livro didático
◦ Segundo Soares (apud Bandeira 2009, p.14) hoje, o
livro didático ampliou sua função precípua. Além
de transferir os conhecimentos orais à língua
escrita, tornou-se um instrumento pedagógico que
possibilita o processo de intelectualização e
contribui para a formação social e política do
indivíduo. O livro instrui, informa, diverte, mas
acima de tudo prepara para a liberdade.
Geoplano
◦ Este é um material concebido para trabalhar
diversos conceitos, que se encontram
incluídos nos temas da álgebra, da geometria
e dos números e operações, cuja manipulação
permite calcular e fazer previsões, de forma a
otimizar todo o processo de exploração e
descoberta, realizados pelo próprio aluno.
(CAMACHO, 2012, p.49)
◦ Foi criado pelo
matemático inglês Caleb
Gattegno e é constituído
por um tabuleiro com
pregos, dispostos em
quadrado, formando uma
espécie de quadriculado.
(CAMACHO, 2012, p.49)
Construção de figuras geométricas
◦Possibilidade de trabalhar conceitos,
como a congruência de triângulos,
medidas dos lados; (CAMACHO,
2012, p.50)
Tangram
◦O Tangram é um antigo jogo chinês
formado por sete polígonos com os
quais podem ser construídos figuras
variadas e diversos conteúdos
envolvendo matemática.
(SCOLARO, 2008, p.6)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
◦ BANDEIRA, Denise. Materiais Didáticos. Curitiba, PR: IESDE, 2009.
Disponível em:
https://www.academia.edu/10850993/Materiais_did%C3%A1ticos.
Acesso em: 14 mai. 2021 as 10:52.
◦ CAMACHO, Mariana Sofia Fernandes Pereira. Materiais Manipuláveis no
Processo Ensino/Aprendizagem da Matemática: Aprender explorando e
construindo. Relatório de Estágio de Mestrado. Mestrado em Ensino da
Matemática no 3° Ciclo do Ensino Básico Secundário. Universidade da
Madeira, 2012. Disponível em:
https://core.ac.uk/download/pdf/62478011.pdf. Acesso em: 14 mai. 2021
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JANUARIO, Gilberto. Materiais manipuláveis: uma experiência com alunos
da educação de jovens e adultos. Disponível em:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/
MATEMATICA/Artigo_Gilberto_01.pdf. Acesso em: 14 mai. 2021 as
10:00.
KALEFF, A. M. M. R. Do fazer concreto ao desenho em geometria: ações e
atividades deenvolvidas no laboratório de ensino de geometria da
Universidade Federal Fluminense. In: LORENZATO, Sérgio. Laboratório de
Ensino de Matemática na formação de professores. Campinas: Autores
Associados, 2006. p. 113-134.
◦ NASCIMENTO, Bruno dos Santos. Uso de Materiais Concretos e a
Criação de Cenários para Trabalhar a Matemática nas Séries Iniciais do
Ensino Fundamental. Disponível em:
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao-
fisica/uso-de-materiais-para-trabalhar-a-matematica-no-ensino-
fundamental/13934#. Acesso em: 14 mai. 2021 as 10:34.
◦ SCOLARO, Maria Angela. O uso dos Materiais Didáticos Manipuláveis
como recurso pedagógico nas aulas de Matemática. Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1666-8.pdf.
Acesso em: 14 mai. 2021 as 10:10.
◦ SERRAZINA, M. L. Os materiais e o ensino da Matemática. Educação e
Matemática, n. 13, jan/mar., 1990. (Editorial).
◦ PASSOS, C. L. B. Materiais manipuláveis como recursos didáticos na
formação de professores de matemática. In: LORENZATO, Sérgio.
Laboratório de Ensino de Matemática na formação de professores.
Campinas: Autores Associados, 2006. p. 77-92.
◦ RÊGO, R. M.; RÊGO, R. G. Desenvolvimento e uso de materiais didáticos no
ensino de matemática. In: LORENZATO, Sérgio. Laboratório de Ensino de
Matemática na formação de professores. Campinas: Autores Associados, 2006. p.
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◦ RODRIGUES, Fredy Coelho; GAZIRE, Eliane Scheid. Reflexões sobre uso de
material didático manipulável no ensino de matemática: da ação experimental à
reflexão. Revista Eletrônica de Educação Matemática: Revemat. eISSN 1981-
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file:///C:/Users/fabri/OneDrive/%C3%81rea%20de%20Trabalho/26126-
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◦ TURRIONI, A. M. S.; PEREZ, G. Implementando um laboratório de educação
matemática para apoio na formação de professores. In: LORENZATO, Sérgio.
Laboratório de Ensino de Matemática na formação de professores. Campinas:
Autores Associados, 2006. p. 57- 76.
SEMINÁRIO
◦ Realizar a leitura dos artigos: Laboratório de matemática:
contribuições no processo de ensino e aprendizagem e o papel do
laboratório no ensino de matemática;
◦ Data do seminário: 21/05/21.
TRABALHO DE
LABORATÓRIO DE
ENSINO DE
MATEMÁTICA
Metodologia
◦ Confeccionar um material didático para o ensino de matemática para
o Ensino Fundamental ou Médio;
◦ Por meio de um vídeo:
▪Mostrar a história do material;
▪Evidenciar a série para o qual o material se destina;
▪As habilidades a serem desenvolvidas com a utilização do material;
▪Materiais utilizados na confecção do mesmo;
▪Como utilizá-lo em sala? Mostrar seu uso.
◦Data da apresentação do vídeo: 04/06/21.
◦Grupo 01: João Paulo, André, Carlos André, Karolyne
◦Grupo 02: Adiel, Taís, Liliane, Solange
◦Grupo 03: Djeyle, Tallytta, Isadora
◦Grupo 04: Agnaldo Jr, Cicero Rodrigo, Winicius, Rafaela
◦Grupo 05: Gabriella, Caio, Deivid, Thiago

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