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Leiam a tirinha abaixo que apoia seu humor em um jogo linguístico, brincando com um desvio
gramatical do que se denomina regência.
BROWNE, Dik; BROWNE, Chris. Hagar. Folha de S. Paulo. São Paulo, 10 set. 2000.
Compare as frases abaixo, retiradas da tirinha:
I. E sempre consigo o que estou a fim.
II. E sempre consigo aquilo de que estou a fim.
2) Regência verbal: quando os termos regidos (o complemento) estão ligados a verbos, que,
dependendo da transitividade do verbo, podem exigir preposição ou não.
Exemplo: O candidato contou com o apoio do sindicato para ser eleito.
I. REGÊNCIA NOMINAL
Evidências sugerem que os transtornos de ansiedade envolvem disfunção nas partes do sistema
límbico e do hipocampo que regulam as emoções e a resposta ao medo. Estudos de hereditariedade
indicam que fatores genéticos e ambientais desempenham um papel. Nenhum gene específico foi
identificado; muitas variantes genéticas provavelmente estão envolvidas.
Pais ansiosos tendem a ter filhos ansiosos e têm o indesejável potencial de tornarem os problemas
das crianças piores do que realmente poderiam ser. Mesmo uma criança normal tem dificuldades
para permanecer calma e tranquila na presença de pais ansiosos, o que se torna um desafio para a
criança que já é geneticamente predisposta à ansiedade. Em até 30% dos casos, é útil tratar a
ansiedade dos pais em conjunto com a ansiedade da criança.
Sinais e sintomas
aparecem com frequência em crianças ansiosas. Vários estudos de acompanhamento a longo prazo
confirmam que muitas crianças com queixas somáticas, especialmente dor abdominal, têm um
transtorno de ansiedade subjacente.
Vejam os destaques em verde, analisem como ele exigem que proposições específicas
estabeleçam a ponte entre eles e os seus complementos.
Medo → medo de quê?
Potencial → potencial de quê?
Predisposto → predisposto a quê?
Ansiedade → ansiedade por quê?
Possibilidade → possibilidade de quê?
2) Termos regidos: atendem ao comando dos termos regentes, iniciando, portanto, com as
preposições exigidas pelos NOMES.
O estudo regência nominal não representa grandes obstáculos para o falante nativo de língua
portuguesa, uma vez que faz parte de nosso domínio linguístico a exigência de preposições, como os
exemplos: necessidade de, amor a, medo de, digno de, essencial para, longe de, entre tantos outros.
No estudo da regência nominal, vários nomes apresentam o mesmo regime dos verbos de que
derivam. Logo, saber o regime do verbo é importante para saber o regime dos nomes cognatos.
Observe o exemplo com o verbo obedecer (verbo transitivo indireto):
O filho nunca obedece ao pai.
As ações dos políticos não são compatíveis com as ideias que defendem em campanha.
Os políticos não agem compativelmente com as ideias que defendem em campanha
Segue abaixo uma pequena relação com alguns NOMES e as PREPOSIÇÕES respectivas,
extraída do livro didático Português: contexto, interlocução, sentido.
longe de
perto de
EXERCÍCIOS:
QUESTÃO 1
Tendo em vista a relação de dependência manifestada entre um nome (termo regente) e seu respectivo
complemento (termo regido), reescreva as orações a seguir, atribuindo-lhes a devida preposição.
QUESTÃO 2
(Cescea) As palavras ansioso, contemporâneo e misericordioso regem, respectivamente, as
preposições:
a) a – em – de – para.
b) de – a – de.
c) por – de – com.
d) de – com – para com.
e) com – a – a.
QUESTÃO 3
(TJ – SP) Indique onde há erro de regência nominal:
QUESTÃO 4
Diante das orações que seguem, analise-as e indique aquela que não se adéqua ao uso da preposição
“a”:
2) Leia o texto abaixo, analisando os grifos, para responder às questões que o seguem:
Brasileiras são hoje 52% dos eleitores, direito que custou a ser conquistado
No fim do século XIX, a cirurgiã-dentista gaúcha Isabel de Sousa Matos tentou votar com base no
Código Eleitoral da época, que autorizava o voto a quem tinha o chamado título científico, ou curso
superior. Ela entrou na Justiça, ganhou em duas instâncias, mas perdeu na instância final. As
justificativas, hoje, seriam chocantes.
Cinquenta e dois por cento do eleitorado brasileiro é composto por mulheres. Isso foi resultado de
uma luta antiga e intensa em defesa desse direito fundamental das cidadãs.
“Eu, a primeira vez que eu fui votar, eu estava tão feliz, eu fiz uma roupa bonita, de linho cor de rosa,
um rosa forte, parecia que era uma coisa assim fenomenal”, conta uma senhora de 95 anos.
Todos sabemos o valor desse gesto simples, mas é preciso valorizar também a luta para que nós,
mulheres, nos tornássemos cidadãs com direito ao voto. Foram necessários longos caminhos.
“Nós tínhamos um papel reservado às mulheres na época, que era o de ser boas mães, dona de casa,
aprender boas maneiras, bordados etc”, conta Schuma Schumanher, pesquisadora.
Abrir portas passou a ser o objetivo. No fim do século XIX, a cirurgiã dentista gaúcha Isabel de Sousa
Matos tentou votar com base no Código Eleitoral da época, que autorizava o voto a quem tinha o
chamado título científico ou curso superior. Ela entrou na Justiça, ganhou em duas instâncias, mas
perdeu na instância final. As justificativas, hoje, seriam chocantes. No parecer, os constituintes
diziam, entre outras alegações, que “o papel social reservado à mulher, de procriar e criar a prole,
requereria seu isolamento e, ainda, que a concessão de direitos políticos às mulheres trará,
infalivelmente, a desorganização do lar e da família”.
A cada não, elas se uniam. Nas décadas de 1910 e 1920, alguns grupos de mulheres foram para as
ruas. Elas descobriram que não podiam votar, mas que podiam criar um partido político; e criaram.
Fizeram passeatas e fizeram panfletagem até de aviões. Essas guerreiras conseguiram um abaixo
assinado com mais de duas mil assinaturas para que o Congresso Nacional se sensibilizasse com a
causa.
A advogada e bióloga Bertha Lutz começou uma agitação nacional pelo voto feminino.
A primeira vitória foi em 1927. Mulheres do Rio Grande do Norte conquistaram o direito de votar.
No ano seguinte, Alzira Soriano foi eleita prefeita de Lajes e se tornou a primeira mulher a assumir
um cargo eletivo no Brasil.
Mas Bertha Lutz e as outras lideranças continuaram pressionando. Em fevereiro de 1932, as mulheres
conseguiram uma das maiores conquistas do século XX: o direito de votar e de serem votadas. Por
Professora Gislene Teixeira Coelho – Terceiro Ano Integrado
Segundo Bimestre – Aula 7
Aula do dia: 27/07/2021.
decreto, o presidente Getúlio Vargas autorizou o voto feminino. Parecia perfeito. Só que não. Havia
restrições: só podiam votar as viúvas ou solteiras que trabalhassem. E quem fosse casada, precisava
da autorização do marido para votar.
“Além do que, era facultativo. Então, obviamente que você já sai em uma corrida na participação
política das mulheres de extrema desigualdade”, explica a pesquisadora Schuma.
A médica Carlota Pereira de Queiroz se tornou a primeira deputada federal do Brasil. Mas, em terreno
tão árido, era preciso bolar estratégias. Mulheres criaram o Sindicato das Taquigrafas para que a
representante da categoria votasse na Assembleia Constituinte.
“Almerinda Farias Gama era uma advogada. E é considerada a primeira negra a entrar na política”,
explica Schuma.
Só em 1965 as mulheres conseguiram votar com os mesmos direitos dos homens, mas em plena
ditadura militar.
“Nós estamos falando de mulheres que lutaram arduamente para serem cidadãs em um contexto de
completamente desigualdade de gênero, em um contexto onde lhes era reservado um papel muito
secundário na sociedade”, avalia Schuma.
a) Analise os termos destacados no texto e indique quais seriam os exemplos de regência nominal.
Fundamente sua resposta.
b) Analise os termos destacados no texto e indique quais seriam os exemplos de regência verbal.
Fundamente sua resposta.
a) Escolha a preposição adequada para ligar o termo regente ao termo regido em cada enunciado.
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b) Explique por que podemos afirmar que os quatro enunciados apresentados exemplificam casos de
regência nominal.
Texto II:
GABARITO
1)
Questão 1
a) O fumo é prejudicial à saúde.
b) Financiamentos imobiliários tornaram-se acessíveis à população.
c) Seu projeto é passível de reformulações.
d) Esteja atento a tudo que acontece por aqui.
e) Suas ideias são compatíveis com as minhas.
f) Estamos ansiosos por notícias.
g) O amor é uma virtude comum a todos.
h) Este rapaz é bacharel em direito.
i) A aluna era alheia a todas as informações.
j) Tenha obediência às leis de trânsito.
Questão 2
Alternativa “c”.
Questão 3
Alternativa “a”.
Questão 4
Alternativa “a”.
2)
a) São exemplos de regência nominal: “papel reservado às mulheres” e “concessão de direitos
políticos às mulheres”. Ambos, trazem o termo “às mulheres” que completa o sentido de um nome
(reservado e concessão) e é regido por ele, obedecendo à necessidade de incluir a proposição “a”.
Como o termo “às mulheres” está ligado a um nome, temos exemplos de regência nominal.
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b) Como exemplos de regência verbal, temos: “se sensibilizasse com a causa” e “precisava da
autorização do marido”. Nos dois casos, os complementos (com a causa e da autorização do marido)
são regidos por dois verbos: sensibilizar-se e precisar, por isso, constituem casos de regência verbal.
Esses verbos, como transitivos indiretos, exigem o uso da preposição com e de.
3)
a) I. para; II. com; III. de; IV. por
b) Todos os quatro exemplos constituem casos de regência nominal, pois os termos regentes são
nomes (substantivo e adjetivo) que exigem complementos acompanhados de preposições. Em I, II e
III, temos os adjetivos “apto”, “condescendente” e “procedente”, em IV, temos o substantivo “
simpatia”, todos acompanhados das preposições “para”, “com”, “de” e “por”, respectivamente.
4)
a) O termo regente é “desculpas”, que exige a preposição “por”, que antecede o seu complemento em
“por não chegarem aqui antes que estação chuvosa começasse”.
b) O termo “bem-vindo” (um nome) é o regente e comando o uso da preposição “a”, que se junta ao
complemento “ao ‘contemplando as vacas’”, o termo regido.
c) Podemos apontar três exemplos de regência verbal, relacionados aos verbos regentes: assistindo,
contemplando e dá. No primeiro caso, o verbo “assistir” é um transitivo indireto, pedindo a
preposição “a”. Nos dois outros exemplos, “contemplar” e “dar” são verbos transitivos diretos, logo,
não pedem preposição. Os termos regidos são: “ao canal 637”, “as vacas” e “uma paz”.
Referências:
ABAURRE, Maria Luíza M.; ABAURRE, Maria Bernadete; PONTARA, Marcela. Português:
contexto, interlocução e sentido. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2016.
BARRETO, Ricardo Gonçalves (org.). Ser protagonista. 1. ed. São Paulo: Edições SM, 2010.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens. 9. ed. São
Paulo: Saraiva, 2013.
DE NICOLA, José. Língua, literatura e produção de textos. São Paulo: Scipione, 2009.