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Desenvolvimento
Econômico e
Inovação

ITEGO
Célio Domingos Mazzonetto
(62) 3307-1700

Técnico em Man e Sup de


Informática
Linguagem script
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Caro estudante!

Este caderno apresenta conteúdos importantes sobre a disciplina de Linguagem


script, com objetivo de: proporcinar noções de criação de sistemas estruturados;
executar ferramentas de processamento criada em sistemas compiladores; chegar
ao resultado de um problema usando algorítimos e rotinas pre-determinadas; e
identificar através de raciocínio lógico o melhor caminho para o resultado.
Conteúdo indispensável para o exercício profissional daqueles que pretendem-se
inserir no mercado de trabalho. Na área de tecnologia, a compreenção da
linguagem de programação é fundamental, pois sabemos que nossa linguagem não
é a mesma do computador, com isso, é necessário o uso de métodos lógicos para
que possam chegar ao resultado desejado.

É imprescindível, para alcançar sucesso na disciplina, que você busque estudar este
material, consultar outros materiais sobre o assunto trabalhado na aula e solicitar
ajuda do tutor, sempre que surgirem dúvidas. Empenhe-se em seus estudos e
lembre-se: o seu sucesso só depende de você. Um curso à distância não acontece
se o aluno não tomar a iniciativa.

Atenciosamente,

Heder Vieira de Lima

Professor

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Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de


linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.

Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.

Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou


“curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado.

Atividades: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para


que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema
estudado.

Mídias integradas: sujestões de vídeos e filmes relacionado ao conteúdo


aplicado.

Dicas: Métodos inteligentes e alternativos que facilitam a sua vida.

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Sumário
1. NOÇÕES GERAIS DE DIREITO ................................... Erro! Indicador não definido.

1.1. Breve conceito de direito? ....................................... Erro! Indicador não definido.

1.2. Direito objetivo e direito subjetivo .......................................................................... 56

2. DIREITO CIVIL .................................................................................................................. 58

2.1. Fatos e atos jurídicos................................................................................................... 59

2.2. Direito de propriedade ............................................................................................... 60

2.2.1. Propriedade intelectual ........................................................................................... 61

2.2.2. Propriedade industrial.............................................................................................. 61

2.2.3. Patentes ...................................................................................................................... 63

2.2.4. Marcas......................................................................................................................... 64

2.3. Direito de propriedade ............................................................................................... 66

2.3.1. Origem e evolução das micro e pequenas empresas no Brasil ..................... 66

2.3.2. Contratos de prestação de serviços..................................................................... 68

3. DIREITO DO TRABALHO ............................................................................................... 70

3.1. Conceito de empregador e empregado ................................................................. 70

3.2. O direito do trabalho ....................................................................................................71

3.3. Direitos individuais do trabalho .................................................................................71

3.4. Direitos coletivos de trabalho .....................................................................................71

4. DIREITO CONSTITUCIONAL.......................................................................................... 72

5. ÉTICA ................................................................................................................................... 75

5.1. O que é ética .................................................................................................................. 75

5.2. Princípios e normas éticas .......................................................................................... 77

5.3. Ética social, família, empresa, nação e globalização ............................................. 79

6. CÓDIGOS DE ÉTICA PROFISSIONAL E EMPRESARIAL ......................................... 82

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6.1. Códigos de ética ........................................................................................................... 82

6.1.1. O código de ética profissional............................................................................... 82

6.1.2. O código de ética empresarial .............................................................................. 85

6.2. A responsabilidade social ........................................................................................... 87

6.3. O direito autoral ........................................................................................................... 89

6.4. Código de defesa do consumidor ............................................................................. 91

6.4.1. Direitos básicos do consumidor ........................................................................... 93

7. ASPECTOS JURÍDICOS DA INTERNET....................................................................... 94

7.1. Liberdade de informação na Internet, mensagens eletrônicas, habeas data e


a privacidade ........................................................................................................................... 94

7.2. Os códigos de ética e o acesso não autorizado .................................................... 97

8. HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO ................................................................ 101

8.1. Higiene do trabalho ................................................................................................... 101

8.2. Segurança do trabalho .............................................................................................. 103

Referência............................................................................................................................ 107

Currículo do Professor ..................................................................................................... 109

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Apresentação da disciplina
Disciplina: Linguagem script (carga horária: 40h).

Ementa: Todas as aulas (teorias e práticas) serão em laboratório; então todos


deverão estar familiarizados com o manuseio dos computadores, pois o conteúdo
da aula será fornecido pela internet.

Tem como conteúdo programático: Algoritmos: Introdução; Algoritmos: Portugol;


Introdução a Linguagem C.

E lembre-se: Aprofunde seus conhecimentos compartilhando suas dúvidas e


conhecimentos com seus tutores e colegas. Use esse material como base e busque
conhecimentos em outras fontes.

Bom Estudo!

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UNIDADE I Noções gerais de direitos;


10 horas
direito civil;

UNIDADE II Direito do trabalho; Direito


10 horas
constitucional

UNIDADE III Ética. 10 horas

UNIDADE IV Aspectos jurídicos da internet 10 horas

Total 40 horas

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1. ALGORITMOS

O que é Algoritmos
Um algoritmo representa de forma estruturada, um padrão de
comportamento de eventos ou sequência de ações, que levam a um
resultado esperado.

1.1. Definição de algoritmo

Várias definições de algoritmos estão presentes na literatura (ver


bilbliografia indicada). De forma geral um algoritmo pode ser definido como um
padrão de comportamento de eventos ou sequência de ações, que levam a um
resultado esperado.

Resumindo:

algoritmo = como definir o problema, esquematizar, exercício do


raciocínio;

técnicas de programação = como operacionalizar, recursos, exercício da


implementação.

Exemplos:

Seqüência de ações para chegar ao trabalho/universidade:

Pegar o ônibus
Chegar ao
Acordar Levantar Tomar café ou
Pegar o carro destino

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Note que, para cada ação acontecer, é necessário que a ação


imediatamente anterior tenha sido executada.

Note também que, cada ação pode conter outros eventos associados
(outros algoritmos).

Anotações

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1.2. Algoritmos em Portugol

Como no item 1 ".... Um algoritmo representa de forma estruturada, um


padrão de comportamento de eventos ou sequência de ações, que levam a um
resultado esperado...” a descrição deve ser finita, e os passos devem ser bem
definidos sem ambiguidades. A razão da existência do algoritmo vem da
dissonância entre um estado desejado e aquele observado na realidade.

Algoritmo não é a solução de um problema, mas é o meio de obtê-la. A


resolução de um problema envolve vários parâmetros que devem ser organizados
através de alguma técnica formal.

As técnicas de desenvolvimento estruturado de algoritmos, tem o


objetivo de:

· Facilitar o desenvolvimento de algoritmos;

· Facilitar o seu entendimento pelos operadores;

· Antecipar a correção;

· Facilitar manutenção e modificações;

· Permitir que o desenvolvimento seja feita por uma equipe de pessoas.

Uma técnica formal afasta a possibilidade de uma ambiguidade. Ou seja,


a partir de dadas condições iniciais a execução do algoritmo será realizada por um
mesmo "caminho" (sequência de ações), que deve resultar num mesmo estado final.
Uma destas técnicas é o portugol.

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2. PORTUGOL
2.1. Introdução Portugol

Portugol é uma pseudolinguagem que permite ao programador pensar no


problema em si e não no equipamento que irá executar o algoritmo. Devem ser
considerados a sintaxe (em relação à forma) e a semântica (em relação ao conteúdo
ou seu significado). Em portugol a sintaxe é definida pela linguagem e a semântica
depende do significado que quer se dar ao algoritmo.

No portugol e nas linguagens de programação, basicamente têm-se


comandos e variáveis que operacionalizam a execução de um algoritmo. Estes
comandos são executados sequencialmente, de forma que um comando só será
executado após a finalização do comando anterior.

A estrutura de um algoritmo em portugol pode ser dada como:

Exemplo:

algoritmo

<declarações de variáveis>

<comandos>

fim_algoritmo

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2.2. Variáveis
2.2.1. Declaração de Variáveis

Uma variável é um local (área na memória do computador) que armazena


um tipo específico de conteúdo. Uma variável contém um valor que se modifica
durante a execução do programa. A variável possui um identificador (nome), que
pode ser representado da seguinte forma:

2.2.1.1. Tipos de Variáveis

Variáveis são componentes das linguagens de programação, que


identificam os valores que estão sendo manipulados pelos programas. Uma variável,
como o próprio nome sugere, contém valores que variam de acordo com a
execução do programa. Uma variável deve possuir um tipo específico. As variáveis
em portugol, são divididas em 4 tipos principais, (embora na linguagem C existam
modificações para estes tipos principais).

No portugol, os tipos básicos de variáveis são:

· numerico: Qualquer número inteiro (negativo, nulo ou positivo).

Exemplo: -100, 0, 1, 2, 1250.

· literal: Caracteres alfanuméricos.

Exemplo: “casa”, “Win31”, “123”, “alfa#2”, etc...

· logico: valor lógico verdadeiro ou falso

Exemplo: x > y ?

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2.2.1.2. Identificadores de Variáveis

O identificador de uma variável, se refere ao nome de como ela vai ser


conhecida no programa. É importante não esquecer que:

a) Não é possível definir variáveis de diferentes tipos com o mesmo


identificador (nome);

exemplo:

causaria erro na programação, como palavra reservada repetida.

O correto seria:

“n” reservado para valor numérico e “t” reservado para texto

b) Tomar alguns cuidados em relação à sintaxe da linguagem, por


exemplo, não é possível nomear variável como:

O correto seria:

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c) .Letras maiúsculas e minúsculas são tratadas de forma diferente, então


“Valor” é diferente de “valor”, como também de “VALOR”.

Cada variável definida no programa usa um local da memória, que é


acessada através do nome dado a variável. O espaço de memória ocupado pelo
conteúdo da variável, depende do tamanho destes tipos de dados, que variam de
acordo com o tipo do processador a com a implementação do compilador. Como
referência inicial para este estudo sobre variáveis, pode-se considerar pelo ANSI C,
o seguinte:

· Tipo Inteiro com 2 bytes;

· Tipo real com 4 bytes;

· Tipo caracter com 1 byte;

Exemplo:

Pode-se supor a memória como uma matriz, como a figura abaixo, onde
cada célula possui tamanho de 1 byte (8 bits):

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Para armazenar o valor inteiro A= 1, necessita-se de 2 bytes

(1 inteiro = 2 bytes na memória*);

Para armazenar o valor real B= 1, necessita-se de 4 bytes

(1 real = 4 bytes na memória*);

Anotações

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2.2.2. Constantes

Uma constante é um valor fixo, que não se modifica ao longo do tempo,


durante a execução do programa.

Em algoritmos representaremos constantes:

Anotações

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2.3. Estrutura do Algoritmo em Portugol


2.3.1. Comando de Atribuição (<-)

A sintaxe do comando é dada por:

identificador <- expressão

nome_aluno <- "Heder Vieira"

Exemplos:

a) Atribuição de valor constante em texto:

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b) Atribuição de valor constante em número:

c) Atribuição de valor entre variáveis:

d) Resultado de expressões

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2.3.2. Operadores Aritméticos

Os símbolos das operações básicas são:

· A multiplicação é dada através do operador * (asterisco);

Exemplo: z <- x * y;

· A soma é realizada através do operador + (soma) ;

Exemplo: z <- x + y;

· A subtração é dada através do operador – (subtração);

Exemplo: z <- x - y;

· A divisão para real será dada por / (divisão);

Exemplo: z <- x / y;

· A divisão para inteiro será dada por div ;

Exemplo: z <- x div y;

· O resto de uma divisão é dada pelo comando mod .

Exemplo: z <- x mod y;

· O cálculo de xy é dado pelo comando potencia() .

Exemplo: z <- potencia(x, y);

· A raiz de uma valor é extraída através do comando raiz() .

Exemplo: z <- raiz(x);

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Exemplo:

a) Desenvolva um algoritmo em portugol para somar dois valores inteiros (10 + 5):

Obs:

- O incoveniente deste algoritmo é que sempre fornecerá o mesmo


resultado, o que não é interessante. De maneira mais correta, os valores de x e y
podem ser fornecidos pelo usuário, permitindo ao algoritmo que efetue a soma de
dois números quaisquer.

- Neste exemplo podemos observar que o resultado da soma de x + y será


armazenado em z. Como o usuário ficará sabendo da resposta ? É necessário usar
comandos de escrita, para apresentar os resultados.

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2.3.3. Entrada e Saída de Dados

Na construção de algoritmos, é conveniente que o usuário possa informar


dados externos, para serem operados pelo programa. Assim, um programa pode
receber um dado informado por um operador através de um comando de leitura.
Da mesma forma, pode ser necessário conhecer o resultado de determinada
operação executada pelo computador, então será necessária uma forma de exibir
os dados.

Cada linguagem tem uma forma específica para entrada e saída de dados.
Em algoritmos usaremos os comandos genéricos leia() e escreva(), para realizar a
interface com o usuário.

Exemplo:

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2.3.4. Regras para escrever algoritmos em portugol

· Incluir comentários pelo menos nas linhas mais importantes do


programa;

· Usar nomes significativos para as variáveis e constantes, que possam


identificar o conteúdo;

· Alinhar os comandos facilita a legibilidade do algoritmo e reduz a


possibilidade de erros.

Anotações

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Exercícios

1. Desenvolva um algoritmo em portugol para calcular xy. Os valores de x e y


serão fornecidos pelo usuário do programa;

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2. Desenvolva um programa que calcule o volume de uma esfera de raio R,


fornecido pelo usuário. [ V = 4 3 𝜋 R3 ]

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3. Desenvolva um programa que transforme um valor de temperatura fornecido


pelo usuário, de Farenheit ( F ) para Graus Celcius ( ºC ). [V = 5 9 (F – 32)]

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4. Desenvolva um algoritmo para calcular a média entre 4 valores fornecidos


pelo usuário.

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5. Desenvolva um algoritmo para encontrar as raízes de uma equação do tipo


Ax2 + Bx + C.

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2.4. Comandos de Controle

Os comandos de controle permitem alterar a direção tomada por um


programa (desvio), ou fazer com que partes específicas de um algoritmo seja
executada mais de uma vez (loop).

2.4.1. Desvio Condicional

Muitas vezes será necessário desviar a execução do programa segundo


uma condição.

(Exemplo: ir a universidade de carro ou de ônibus?). Para se testar


condições é necessário utilizar operadores lógicos e relacionais.

2.4.1.1. Operadores Lógicos

Os operadores "e", "ou" e "não" permitem realizar a combinação lógica de


variáveis do tipo booleana (lógico).

Para isto utilizam-se as tabelas verdade:

Var1 Var2 E OU NÃO (Var1)

V V V V F

V F F V F

F V F V V

F F F F V

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2.4.1.2. Operadores Relacionais

Permitem realizar a comparação de conteúdos das variáveis:

A igualdade é dada por

A disigualdade é dada por <>


Maior que, pelo símbolo >
Menor que, pelo símbolo <
Maior ou igual, pelo símbolo >=
Menor ou igual, pelo símbolo <=
2.4.1.3. Desvio Condicional Simples e Composta

Para que a execução de um algoritmo seja desviada para uma outra ação,
é necessário um comando de desvio. Este comando é dado pelas palavras
reservadas se, entao e senao. Dentro deste bloco podemos ter vários comandos de
atribuição, operações lógicas e aritméticas, e também novos blocos de desvio
condicional.

Exemplo:

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Anotações

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Exercícios

1 – Desenvolva um programa que apresente como resposta se um valor inteiro


fornecido pelo usuário é par ou ímpar;

2 – Dado o gráfico abaixo, testar se um valor T qualquer fornecido pelo usuário,


pertence ao intervalo T0 ≤ T ≤ T1. Dados T0 = 5, T1 = 10, V0 = 1, V1 = 2;

3 – Dado o gráfico do exercício 2, desenvolva um programa que apresente o valor


de V para um dado valor de T, fornecido pelo usuário.

4 – Modifique os exercícios 2 e 3. para utilizar um desvio condicional composto, se


for o caso.

Anotações

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2.4.2. Laços de Repetição (loop)

Uma sequência de ações é repetida por um número específico de vezes,


até que uma condição seja satisfeita. Enquanto a condição for verdadeira, as
instruções serão executadas. O laço de repetição também pode ser chamado de
loop.

Exemplo 1:

Durante uma semana, um mês, etc, vc pode realizar a mesma seqüência de ações,
como no exemplo:

Neste caso o loop será infinito. Isso é um problema porque o algoritmo não termina,
portanto, não pode ser um algoritmo já que todo algoritmo deve ter um fim.

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Exemplo 2:

Exemplo 3:

Então, pode-se observar que as construções dos exemplos 2 e 3, representam as N


repetições do exemplo 1. Em termos práticos da programação, a forma dos
exemplos 2 e 3, de escrever ações que se repetem, são corretas. A forma de escrever
as ações do exemplo 1 que se repetem é incorreta, apesar de levar o mesmo
resultado, pois imagine reescrever as mesmas ações para 365 dias, ou mais...

Anotações

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2.4.2.1. Comando: enquanto/faça

Em portugol, escreve-se o comando enquanto / faça, da forma


apresentada abaixo. Note que se forma um bloco de comandos, delimitado ente o
início e o fim do loop. Veja o exemplo:

Suponha os algoritmos abaixo que calculam o valor de x10, sendo x


fornecido pelo usuário. Em termos de programação, pode-se ver a diferença na
escrita dos programas a seguir, com e sem o uso de um laço de repetição (loop):

a) Sem laço:

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b) Com laço:

Repetição constante

Repetição variável

Teste de Mesa

n=0ei=5
Início: 0 <= 5
1º loop: 1 <= 5
2º loop: 2 <= 5
3º loop: 3 <= 5
4º loop: 4 <= 5
5º loop: 5 <= 5
6º loop: 6 <= 5 ?

Problema loop infinito


Teste de Mesa

Início: n = 0
1º loop: n = 0
2º loop: n = 0
3º loop: n = 0
4º loop: n = 0
...
nº loop: n = 0
Obs: O programa ficará travado,
pois a condição de saída do loop
nunca será satisfeita ou seja: a
variável n nunca será maior que 5

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2.4.2.2. Comando: para / até / faça

Em portugol, escreve-se o comando para / até / faça, da forma


apresentada abaixo. Note que se forma um bloco de comandos, delimitado ente o
início e o fim do loop.

Veja a sintaxe do comando:

Exemplos:

a) Loop para/faça com passo crescente igual a 1.

Teste de Mesa

Inicio i = 0
1ª iteração i = 1
2ª iteração i = 2
3ª iteração i = 3
4ª iteração i = 4
5ª iteração i = 5
5 < 5 ? sai do loop

Obs: No loop do tipo para/faça o valor da variável de controle do loop é


incrementada automaticamente de 1 a cada loop

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b) Loop para/faça com passo decrecente:

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Exercício

1) Escreva um algoritmo para gerar uma PA (progressão aritmética) de razão


qualquer, com uma série de 10 termos.

2) Modifique o exercício 5.1 para uma PA de N termos.

3) Escreva um algoritmo para gerar a sequência de Fibonacci da forma abaixo, até


o vigésimo termo: 1,1,2,3,5,8,13, ...

4) Sejam dados P(X1,Y1) e Q(X2,Y2) dois pontos quaisquer no plano. Escreva um


algoritmo que leia os pares de coordenada x e y e calcule a distância entre estes
dois pontos.

5) Escreva um algoritmo que gere uma tabela com a conversão de graus para
Fahrenheit para Celsius e vice versa, com valores variando de 1 em 1 grau, de 0 a
100 graus Celsius.

Anotação

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3. PROGRAMAÇÃO EM LINGUAGEM C
3.1. INTRODUÇÃO A PROGRAMAÇÃO EM LINGUAGEM C
3.1.1. Declaração de Variáveis

As diferenças entre os tipos de variáveis do portugol para o C são:

inteiro = int

real = float, double

caracter = char

lógico = bool (normalmente não é necessário tipos booleanos para testes


lógicos)

Para alterar a precisão dos valores podem ser utilizados modificadores:

C ANSI Exemplos:

char char x; (x é um texto ou sequência de caracteres)

int int y; (y é um inteiro sem sinal) unsigned int y (y é um inteiro com sinal)

float float z; (z números com ponto flutuante (reais) com precisão simples)

double double v; (v armazena números com ponto flutuante, com precisão


dupla, ou seja normalmente possui o dobro da capacidade de uma
variável do tipo float.)

Exemplos:

a) signed int (ou simplesmente int):

Tipo de variável que se refere a um número inteiro com sinal. Ou seja, se


um variável int ocupa dois bytes na memória, então, o maior valor decimal que pode
ser armazenado neste tipo de variável deve estar entre –32.767 a 32.767

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O primeiro bit (mais significativo) representa o sinal (0 positivo e 1 negativo). Então


o maior valor decimal que pode ser armazenado em 15 bits é 32.767.

b) unsigned int;

Tipo de variável que se refere a um número inteiro sem sinal. Ou seja, se


um variável int ocupa dois bytes na memória, então, o maior valor decimal que pode
ser armazenado neste tipo de variável deve estar entre 0 a 65.535.

O primeiro bit (mais significativo) não representa mais o sinal. Então o


maior valor decimal que pode ser armazenado em 16 bits é 65.535.

O tamanho em bytes de cada tipo de variável no C, é apresentado na


tabela abaixo.

Tipo Tamanho em Bits Faixa de valores

Char 8 -127 a 127

unsigned char 8 0 a 255

signed char 8 -127 a 127

int 16 -32767 a 32767

unsigned int 16 0 a 65.535

signed int 16 mesmo que int

short int 16 mesmo que int

unsigned short int 16 mesmo que unsigned int

signed short int 16 mesmo que short int

long int 32 -2.147.483.647 a 2.147.483.647

signed long int 32 Mesmo que long int

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unsigned long int 32 0 a 4.294.967.295

float 32 seis dígitos de precisão

double 64 dez dígitos de precisão

long double 80 dez dígitos de precisão

3.1.2. Comando de atribuição:

O comando de atribuição em linguagem é dado pelo símbolo = (igual).

Exemplo:

float A, B, C;

A = 10;

B = 20;

C = A + B;
Obs: na linguagem C o símbolo = (igual) substitui o símbolo <- de portugol

3.2. ENTRADA E SAÍDA DE DADOS FORMATADA

A função scanf() permite que um valor seja lido do teclado e armazenado


numa variável. Sua sintaxe consiste numa cadeia de formatação seguida de uma
lista de argumentos, cada um deles sendo o endereço de uma variável:

scanf(“formatação”, arg1, arg2, ..., argn);

A cadeia de formatação é composta por códigos especiais, denominados


especificadores de formato, que indicam a quantidade e os tipos dos dados que
serão lidos pela função.

“scanf()” em C assume a mesma operação do portugol “leia”.

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Exemplo: Lendo dados com a função scanf()

Enquanto isso em portugol

Como podemos observar, a cada especificação de formato na cadeia de


formatação corresponde um endereço de variável na lista de argumentos.

O operador & informa o endereço de memória em que uma


variável foi alocada.

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Expecificador Representa

%c um único caracter

%o, %d, %x um número inteiro em octal, decimal ou hexadecimal

%u um número inteiro em base decimal sem sinal

%ld um número inteiro longo em base decimal

%f, %lf um número real de precisão simples ou dupla

%s uma cadeia de caracteres (string)

%% um único sinal de porcentagem

A função printf() nos permite exibir informações formatadas no vídeo. A


sua sintaxe é essencialmente idêntica àquela da função scanf(). A principal
diferença é que agora a lista de argumentos deve conter os valores a serem exibidos
e não seus endereços:

printf(“formatação”, arg1, arg2, ..., argn);

Além disso, a cadeia de formatação pode conter também texto, que é


exibido normalmente, e caracteres de controle, cuja exibição causa efeitos especiais.

Os principais caracteres de controle utilizados com a função printf() são:

Caracter de controle Efeito

\a soa o alarme do microcomputador

\b o cursor retrocede uma coluna

\f alimenta página na impressora

\n o cursor avança para uma nova linha

\r o cursor retrocede para a primeira coluna da linha

\t o cursor avança para próxima marca de tabulação

\” \’ exibe uma única aspa ou apóstrofo

\\ exibe uma única barra invertida

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Desses caracteres, o mais usado é \n. Através dele podemos indicar


quando uma nova linha deve ser utilizada ao se exibir alguma informação na tela.

Exemplo: Exibindo dados com a função printf()

Enquanto isso em portugol

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3.2.1. FORMATAÇÃO DE CAMPOS PARA EXIBIÇÃO

A função printf() permite que os campos de exibição sejam formatados.


As formatações mais usadas são o preenchimento com zeros à esquerda, para
inteiros, e a especificação do número de casas decimais, para reais.

Exemplo: Formatação de campos com printf().

-------------------------------------

| 678|

|000678|

| 12.346|

| 12.35|

------------------------------------

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3.3. OPERADORES ARITMÉTICOS

C oferece operadores para as quatro operações aritméticas e também um


operador para calcular o resto da divisão entre dois números inteiros.

Operador Resultado

+ soma de dois números quaisquer

- diferença entre dois números quaisquer

* produto de dois números quaisquer

/ quociente da divisão de dois números

% resto da divisão de dois número inteiros

Destes operadores, apenas dois merecem atenção especial. Os demais


funcionam conforme as regras usuais estabelecidas na matemática básica.

• Divisão: o operador de divisão fornece resultado inteiro apenas quando

ambos os operandos são inteiros. Por exemplo, 7 / 2 ⇒ 3 e 7.0 / 2 ⇒ 3.5.

• Resto: o operador de resto somente pode ser utilizado com operandos

inteiros. Por exemplo, 7 % 2 ⇒ 1 e 7.0 % 2 ⇒ erro.

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Exercício

a) Dadas as duas notas de um aluno, informe a sua média final.


b) Dados uma distância e o total de litros de combustível gasto por um
automóvel para percorrê-la, informe o consumo médio.
c) Dado um caracter, informe o seu código ASCII em octal, decimal e
hexadecimal.
d) Dada um temperatura em graus Fahrenheit, informe o valor correspondente
em graus Celsius. [Dica: C = (F – 32) ∗ (5 / 9)].
e) Dadas as medidas dos catetos de um triângulo retângulo, informe a medida
da hipotenusa. [Dica: para calcular a raiz quadrada use a função sqrt(),
definida no arquivo math.h].

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3.4. COMANDOS DE DECISÃO

Nesse capítulo introduzimos os conceitos básicos relacionados à tomada


de decisão, tais como valores lógicos, operadores relacionais e conectivos, e
apresentamos os comandos condicionais oferecidos na linguagem C.

3.4.1. EXPRESSÕES LÓGICAS

Em C, não existe um tipo específico para a representação de valores


lógicos. Entretanto, qualquer valor pode ser interpretado como um valor lógico:
“zero representa falso e qualquer outro valor representa verdade”. Por exemplo, os
valores 5, –3, 1.2 e 'a' são verdadeiros, enquanto 0 e 4–4 são falsos.

Em C, 0 representa o valor lógico "falso" e 1 representa o valor


lógico "verdade".

Para gerar um valor lógico, usamos os operadores relacionais. Através


deles podemos comparar dois valores de diversas formas. O resultado da avaliação
de um operador relacional é 0 se a comparação é falsa e 1 se verdadeira.

Operador relacional Resultado

x == y verdade se x for igual a y

x != y verdade se x for diferente de y

x<y verdade se x for menor que y

x>y verdade se x for maior que y

x <= y verdade se x for menor ou igual a y

x >= y verdade se x for maior ou igual a y

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Exemplo: Operadores relacionais e valores lógicos.

...

printf("%d %d", 5 < 6, 6 < 5);

...

A saída produzida pela instrução será “1 0”.

Além dos operadores relacionais, C oferece também operadores lógicos.


Com eles, podemos criar expressões lógicas compostas. Os operadores lógicos
funcionam conforme as regras definidas na lógica matemática.

Operador lógico Resultado

!x verdade se e só se x for falso

x && y verdade se e só se x e y forem verdade

x || y verdade se e só se x ou y for verdade

Numa expressão contendo operadores aritméticos, relacionais e lógicos,


a avaliação é efetuada na seguinte ordem:

① primeiro avaliam-se todos os operadores aritméticos;

② em seguida, avaliam-se os operadores relacionais;

③ só então, avaliam-se os operadores lógicos.

Exercício

Qual a saída produzida pela instrução a seguir?

printf("%d %d %d %d", !3, !0, 3+'a'>'b'+2 && !'b', 1 || !2 && 3);


Anotação

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3.5. DECISÃO SIMPLES

A estrutura condicional ou de decisão simples serve para escolher um


entre dois comandos alternativos, conforme ilustrado na figura abaixo. Em C, a
estrutura condicional é codificada da seguinte forma:

if(condição) comando1; else comando2;

e funciona, conforme ilustrado na figura abaixo, da seguinte maneira:

① avalia a condição, que deve ser uma expressão lógica;

② se a condição for verdadeira, executa apenas o comando1;

③ senão, executa apenas o comando2.

Exemplo: Uso de decisão simples

#include <stdio.h>

main() {

float a, b, m;

printf(“\n Informe as duas notas obtidas: ”);

scanf(“%f %f”, &a, &b);

m = (a+b)/2;

if( m >= 7.0 ) printf(“\n Aprovado”);

else printf(“\n Reprovado”);

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O programa solicita as duas notas obtidas pelo aluno, calcula sua média
e, em função desse valor, decide se o aluno está ou não aprovado.

Pode ser que um dos comandos alternativos, ou ambos, seja composto


por mais de uma instrução. Por exemplo, se o programa anterior tivesse que exibir
Aprovado em azul e Reprovado em vermelho, então cada alternativa seria
composta por duas instruções: uma para selecionar a cor e a outra para exibir a
situação do aluno. Nesse caso, teríamos que usar blocos, agrupando as instruções
em cada alternativa dentro de um par de chaves.

Exemplo: O uso de blocos de instruções.

#include <stdio.h>
#include <conio.h>
main() {
float a, b, m;
clrscr();
printf(“\n Informe as duas notas obtidas: ”);
scanf(“%f %f”, &a, &b);
m = (a+b)/2;
if( m >= 7.0 ) {
textcolor(BLUE);
cprintf(“\n Aprovado”);
}
else {
textcolor(RED);
cprintf(“\n Reprovado”);
}
getch();
}

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Em todo instante e em qualquer parte que esteja, o cidadão está às voltas


com o fenômeno do direito, seja para a defesa de uma causa própria ou para exigir
reparação contra um prejuízo que tenha sofrido. Seu modo de agir ou sua

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abstenção diante de determinada situação é determinado em função do que lhe


convém. Daí o direito, que regula as relações dos indivíduos na sociedade,
minimizando ou reduzindo o conflito de interesses.

Quando um conjunto de pessoas se organiza em pequenos grupos, ou


isoladamente, em determinado território, fica estabelecida uma pequena sociedade,
na qual seus elementos passam a interagir, direta ou indiretamente, uns com os
outros.

Desta interação podem ocorrer interferências positivas ou negativas que


afetam interesses e geram conflitos, se não houver regras preestabelecidas de
relacionamento.

A conduta individual ou coletiva é regida por critérios éticos, morais e de


direito. Quando em sociedade, o indivíduo assume as regras morais de forma a
garantir o seu bem-estar, regras essas que são seguidas espontânea e naturalmente.
Por exemplo, a devolução de um objeto perdido ao dono é ato moral quando feito
de forma espontânea.

Por outro lado, nessa mesma sociedade, o indivíduo assume a conduta


estabelecida pelas regras instituídas pelo Estado, que são cumpridas por existir uma
coação, ou seja, uma pena pelo seu não cumprimento. Por exemplo, uma infração
de trânsito.

Em ambos os casos, o indivíduo tem a liberdade de tomar uma decisão,


de cumprir ou não as regras estabelecidas, mas as consequências podem ser
distintas, sofrer condenação moral ou judicial. A sanção pelo descumprimento da
regra moral é a da consciência, e a coercibilidade imposta pela norma é
característica do direito, e é formulada em códigos e leis.

3.6. Direito objetivo e direito subjetivo

A palavra “direito” é comumente empregada em vários sentidos diferentes,


segundo:

• Sentido objetivo: por direito, pode-se entender a norma ou o conjunto


de preceitos em vigor num determinado país, de direito constitucional, de direito

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civil, de direito do trabalho, etc. Nesse sentido, denomina-se o direito também


como direito positivo, ao qual se opõe o chamando direito natural, conjunto de
princípios racionais de justiça que inspiram o primeiro;

• Sentido subjetivo: por direito, pode-se também entender a faculdade


que assiste a quem a norma de direito ampara. O direito do credor com relação ao
devedor, o direito do autor com relação ao plagiador, etc., são exemplos de direitos
empregados no sentido subjetivo. Nesse sentido, é o interesse juridicamente
protegido. Tal direito, entretanto, não pode existir se o outro, o direito objetivo,
também não existe;

• Sentido de fato social: por direito, pode-se entender igualmente o


fenômeno jurídico resultante das relações humanas e decorrentes da vida social. O
direito, nesse sentido, é olhado sob um prisma puramente sociológico;

• Sentido idealista: por direito, pode-se entender, ainda, a ideia de justiça,


verdadeira aspiração moral, toda orientada para o direito natural. Neste sentido,
pode-se falar no sentimento do direito.

• Sentido de ciência: por direito, pode-se entender, finalmente, o corpo


sistematizado de princípios que constituem a chamada ciência do direito.

A noção de “direito” está associada à noção de “justiça”, cujo objeto


consiste em dar a cada um o que lhe pertence. No cotidiano, o indivíduo quase
sempre se sente injustiçado, por ser incapaz de discernir sobre a natureza da
violação de seu direito.

Quando observados os preceitos legais, a sociedade passa a usufruir dos


benefícios de uma ordem social, que assegura a coesão dessa sociedade,
implicando no equilíbrio de interesses opostos existentes.

A justiça pode ser comutativa, distributiva ou social, conforme explica


Paupério (2003):

• justiça comutativa, bilateral, que diz respeito às permutas ou trocas, e


seu fim é estabelecer a igualdade das relações entre os particulares;

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• à justiça distributiva cabe repartir os bens e os encargos sociais,


mediante uma distribuição equitativa, de acordo com seus méritos e habilidades;

• justiça social, que implica na contribuição de cada um para a realização


do bem comum. Sua atenção está voltada para o bem geral da sociedade.

Essas três espécies de justiça integram o conceito da justiça participativa,


que visa a despertar a atenção das pessoas com relação à obrigação de cada um
participar de forma livre e consciente, promovendo maior e melhor interação social.

4. DIREITO CIVIL

“O direito civil é um ramo do direito privado. Trata-se de um


conjunto de normas jurídicas que regula as relações entre as
pessoas e entre estas e seus bens. Tais relações surgem no
âmbito da família, referem-se às obrigações que se criam
entre os indivíduos, seja em razão de lei, seja em função de
contratos, ou seja, em decorrência de fatos alheios à vontade
humana.” (Campos, 2006).

O Código Civil é dividido em duas partes, geral e especial. Na parte geral


estão os artigos que versam sobre as pessoas (naturais e jurídicas), os bens (quanto

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à classificação) e os fatos jurídicos (negócios jurídicos, atos jurídicos lícitos e ilícitos


e da prova). Na parte especial estão os artigos relativos ao direito e obrigações, ao
direito da empresa, ao direito das coisas, ao direito da família, às sucessões.

Os temas tratados no Código Civil são amplos e pretendem englobar as


situações relacionadas às relações de entes privados. Dentre as situações expressas
no referido código, ficam evidenciadas as características de personalidade e da
capacidade do indivíduo e os conceitos identificadores das pessoas jurídicas.

Como nem todas as pessoas possuem aptidões para o exercício de seus


direitos e obrigações, o Código Civil trata especificamente desse tema, ao
estabelecer os casos em que tais pessoas ficam impedidas, por falta de maturidade,
por exemplo, de decidir o que lhes é conveniente, no tocante a seus direitos.

No caso da pessoa jurídica, segundo Campos (2006), “sua existência


começa com a inscrição de seus atos constitutivos, estatutos sociais, contrato social
ou compromissos no registro público competente e termina com sua dissolução ou
falência”.

Em partes específicas, o Código Civil define, por exemplo, a forma de


funcionamento, a composição das sociedades empresariais e os tipos de empresas
no país, além de tratar das obrigações e dos contratos e do direito das coisas, como
a posse e a propriedade de imóvel.

4.1. Fatos e atos jurídicos

Durante sua existência, o homem pratica atos voluntários ou involuntários,


que podem ser classificados de bons ou maus e provocar benefícios ou danos a si
próprio ou a outrem. Dos atos decorrem os fatos, os acontecimentos, que por sua
vez também podem ser prejudiciais ou não.

No tocante aos aspectos jurídicos, Campos (2006) traz as seguintes


definições:

 Ato jurídico – é o ato humano voluntário que produz efeitos


regulados em lei, sem que o agente tenha intenção de produzir

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efeitos jurídicos, mas sim com ato de mero poder. Exemplo: a


fixação de um domicílio.
 Fatos jurídicos – são os acontecimentos da vida em virtude dos
quais as relações de direito nascem, se modificam ou se extinguem.
Exemplo: o falecimento de uma pessoa.
 Negócio jurídico – é o ato humano voluntário, pelo qual o agente
tem o propósito de realizar efeitos jurídicos em seu interesse.
Exemplo: os contratos em geral, tais como o de compra e venda.

Tais definições jurídicas atestam a importância que se deve prestar aos


atos praticados durante o cotidiano, de forma a se evitar consequências negativas
resultantes de tais atos.

4.2. Direito de propriedade

A propriedade pode ser considerada como resultante do trabalho


individual ou de antepassados, e faz parte das tendências da natureza humana.
Desde cedo, na primeira infância, o ser humano procura guardar aquilo que o
agrada, e com o passar do tempo procura, por meio de esforço pessoal, adquirir e
conservar os bens necessários para a satisfação de suas diferentes necessidades.

O conceito de propriedade também pode ser compreendido como o


direito que uma pessoa tem sobre alguma coisa, de forma que possa usar, dispor e
fruir desse bem, além de reavê-lo quando lhe for retirado indevidamente, ou ser
indenizado, no caso de alguém lhe causar dano total ou parcial.

Em princípio, são consideradas como propriedades os bens tangíveis, as


coisas materiais, como as canetas, os automóveis, as roupas, etc. Com o passar dos
tempos, o fruto da criatividade humana também passou a ter valor e a ser
considerado como propriedade, no caso, imaterial. As obras literárias, as músicas, os
programas de computador estão classificados dentro do conceito de bens

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imateriais, os quais também merecem especial atenção quanto a sua proteção. Daí
a constituição do direito intelectual.

São diversos os tipos de propriedades, cada uma delas com um aspecto


característico, como as públicas e as privadas, agrícolas, industriais, rurais, urbanas,
de bens de produção e de consumo, de uso pessoal ou coletivo. Certas categorias
são destinadas à apropriação pública, como as praias, os lagos, os rios, as praças,
etc.

Dentre as propriedades especiais, destacam-se aquelas asseguradas por


lei, tais como os proprietários de inventos, marcas, obras literárias, entre outras.

4.2.1. Propriedade intelectual

Segundo definição da Organização Mundial de Propriedade Intelectual


(OMPI), constituem propriedade intelectual as invenções, obras literárias e artísticas,
os símbolos, os nomes, as imagens, os desenhos e modelos utilizados pelo comércio.

As questões pertinentes ao direito autoral e da propriedade industrial


estão inseridas no contexto da propriedade intelectual. Os temas referentes às
marcas e patentes, ao desenho industrial e às indicações geográficas, por exemplo,
estão sob a esfera da propriedade industrial. No tocante aos aspectos relacionados
às obras artísticas e literárias, à cultura imaterial e aos domínios da Internet, estes
são da alçada do direito autoral.

4.2.2. Propriedade industrial

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Figura 1 - Lei de Propriedade Industrial

Desde o advento da Revolução Industrial, ocorrida na segunda metade


do século XVIII, a sociedade vem presenciando um acelerado processo de inovação
tecnológica e se beneficiando com seus resultados práticos, como a utilização de
máquinas, equipamentos e utensílios cada vez mais utilitários e econômicos.

A mutação da técnica industrial promoveu um intenso incremento na


produtividade, com a redução de custos de produção e o consequente aumento na
oferta de novos produtos e serviços.

Toda essa evolução foi, e continua sendo, viabilizada graças aos novos
inventos, às novas descobertas científicas e às criações tecnológicas, gerando
riquezas materiais com os novos produtos e serviços, os novos modelos de utilidade
e a adição de valores agregados aos produtos então existentes.

Nesse cenário, os inventores e criadores careciam de proteção jurídica


para obter alguma recompensa por suas criações, e as organizações também
buscavam proteção contra o uso indevido por terceiros das criações geradas por
suas equipes de trabalho.

Após décadas de tentativas e debates sobre o tema, por parte de


comunidades empresariais, governamentais e representativas dos inventores e

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autores, passou a vigorar a lei que regula os direitos e as obrigações relativos à


propriedade industrial, a Lei nº. 9.279, de 14 de maio de 1996.

Conforme expresso no art. 2º da lei, a proteção dos direitos relativos à


propriedade industrial, considerado o seu interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do país, efetua-se mediante:

I. concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade;


II. concessão de registro de desenho industrial;
III. concessão de registro de marca;
IV. repressão às falsas indicações geográficas;
V. repressão à concorrência desleal.

Quanto à titularidade, o artigo 6º da lei define: Ao autor de invenção ou


modelo de utilidade será assegurado o direito de obter a patente que lhe garanta a
propriedade, nas condições estabelecidas nesta lei.

4.2.3. Patentes

Após anos de investimento em pesquisas, desenvolvimento, produção,


marketing e demais recursos intelectuais, materiais e humanos, uma determinada
organização lança novos produtos no mercado atraindo a atenção dos
consumidores, e também dos concorrentes.

Para evitar ou minimizar as perdas decorrentes da ação de competidores


capazes de copiar esses produtos e vendê-los a custos menores, a empresa dispõe
de um importante dispositivo de proteção, a patente.

De acordo com a definição do Instituto Nacional da Propriedade


Industrial (INPI), patente é: Um título de propriedade temporária sobre uma

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invenção ou modelo de utilidade, outorgados pelo Estado aos inventores ou


autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação.

Texto disponível em: http://www.inpi.gov.br/menu-


esquerdo/patente/pasta_oquee

A autoria da patente pertence ao inventor, pessoa física, que deve


proceder ao depósito de pedido de patente no órgão responsável pelo registro, para
obter a titularidade do invento a nível nacional. Com isso, o então titular da patente,
durante sua vigência, passa a ter o direito de impedir o uso, a fabricação, ou a
exploração comercial da sua criação. Caso o inventor trabalhe em determinada
empresa para quem o produto foi criado, esta poderá requerer o pedido da patente.

Cabe ao titular da patente o pagamento das anuidades, durante sua


vigência e, após concedida a patente, deve iniciar a comercialização ou a exploração
do produto patenteado.

Dentre os requisitos de patenteabilidade destacam-se:

• a novidade do invento, por não ter sido revelado ao público através de


qualquer meio de comunicação;

• aplicação industrial, por meio da produção do invento para o consumo;

• atividade inventiva que permita a constituição de produto ou processo


inédito no mercado, capaz de promover melhora substancial em comparação a
algum outro existente.

4.2.4. Marcas

Segundo Kotler e Armstrong (1988), marca é “um nome, termo, signo ou


símbolo ou design, ou uma combinação desses elementos, para identificar produtos

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ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenciá-los dos de seus


concorrentes”.

O entendimento das funções da marca vem evoluindo ao longo dos anos,


acompanhando o progresso industrial, de tal forma que hoje contribui
decisivamente para o sucesso das organizações.

A força da marca, como propulsora do desenvolvimento dos negócios,


pode ser avaliada pelos valores que são atribuídos a muitas delas. Hoje, existem
marcas mais valiosas do que todo o conjunto dos demais ativos de uma empresa.

Conforme estabelece o INPI:

A marca registrada garante ao seu proprietário o direito de uso exclusivo


em todo o território nacional em seu ramo de atividade econômica. Ao mesmo
tempo, sua percepção pelo consumidor pode resultar em agregação de valor aos
produtos ou serviços por ela identificados.

Texto disponível em: http://www.inpi.gov.br/menu-


esquerdo/marca/marca

Para que a empresa possa obter ganhos com a marca, é necessário que a
mesma seja registrada, sendo o registro válido por dez anos, e podendo ser
renovado por iguais e sucessivos períodos.

De acordo com sua finalidade de uso, a legislação brasileira instituiu três


tipos de marcas: as de produto ou serviço; as de certificação, que validam a
conformidade do produto com relação à normas específicas; e as coletivas, relativas

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a produtos de uma mesma organização. Quanto à forma de apresentação, as


marcas são classificadas como:

 nominativas: composta por algarismos, letras ou palavras;


 figurativas: apresentada por meio de imagem, figura ou desenhos;
 mista: quando associa os elementos nominativos e figurativos;
 tridimensionais.

As marcas notoriamente conhecidas e as de alto renome recebem


proteção especial, conforme os artigos 125 e 126 da Lei da propriedade industrial.

Para uma proteção efetiva de uma marca, recomenda-se um estudo


atento do que dispõe a referida lei e uma assessoria jurídica para o
acompanhamento do processo de registro.

4.3. Direito de propriedade


4.3.1. Origem e evolução das micro e pequenas empresas no Brasil

Não se pode afirmar com precisão o momento em que as micro e


pequenas empresas surgiram no Brasil. As poucas informações disponíveis estão
nas obras de historiadores, como Caio Prado Jr., em que constam informações
referentes à atividade produtiva na época colonial em pequenas propriedades
privadas, além de pontos de comércio ainda incipientes.

O crescimento das atividades voltadas à agricultura de subsistência gerou,


ao longo dos anos, uma série de pequenas empresas que, ainda embrionárias,
participariam ativamente das principais atividades econômicas.

O Brasil colônia crescia produzindo suprimentos para a Coroa, em


Portugal, e depois para os centros urbanos que se formavam ao largo da costa,
centros estes que se expandiram intensamente a partir da chegada de D. João VI e
sua comitiva ao Brasil, no ano de 1808.

A partir daquele ano, as atividades empresariais se multiplicavam nas


diversas regiões do país, e tiveram impulso graças ao início das operações do
primeiro banco no Brasil, em 1809, que passaria a emitir notas bancárias. Com o
advento da República e a expansão das atividades produtivas, com destaque para

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os ciclos do café e da borracha, cujos produtos eram exportados e contribuíram


para a geração de divisas para o país.

Nos anos 1950, o Brasil já diversificava sua pauta de exportação, devido


ao aumento da produção de manufaturados.

Nos anos 70/80, ocorreu um grande crescimento da economia brasileira,


conhecido, na época, como “Milagre Econômico”.

A partir de então, e até atualmente, a economia brasileira vem crescendo


e atravessando as turbulências das crises econômicas que se sucederam.

Durante todo esse período, dos tempos coloniais até hoje, as micro e
pequenas empresas vêm se constituindo em importante sustentáculo do
crescimento e do desenvolvimento nacional.

Dados estatísticos, elaborados e divulgados pelo SEBRAE, demonstram


que o segmento das micro e pequenas empresas representava, em 2004, 25% do
Produto Interno Bruto (PIB), gerava 14 milhões de empregos, correspondentes a
60% do emprego formal, e constituía 99% dos seis milhões de estabelecimentos
formais existentes.

Atuando em mercados de crescente competitividade, essas pequenas e


médias organizações careciam de tratamento diferenciado para atuar junto às
grandes corporações.

Até o ano de 1984, as micro e pequenas empresas não contavam com


legislação específica, quando entrou em vigor o estatuto da microempresa, Lei nº
7.256 daquele ano.

Atualmente, vigora a Lei nº 9.841, de 5 de outubro de 1999, que institui o


estatuto da microempresa e da empresa de pequeno porte, “favorecendo-as com
tratamento diferenciado e simplificado nos campos administrativo, fiscal,
previdenciário, trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial”:

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Para fins de enquadramento no SIMPLES – Sistema Integrado


e Pagamento de Impostos e Contribuições de Microempresas
e das Empresas de Pequeno Porte, considera-se
microempresa, a pessoa jurídica que aufira receita bruta igual
ou inferior a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) por ano, e
empresa de pequeno porte, a pessoa jurídica que aufira
receita bruta superior a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais)
e igual ou inferior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos
mil reais) por ano.

Texto disponível em: < http://www.biblioteca.sebrae.com.br >

Cerca de dois milhões de microempresas e empresas de pequeno porte


se beneficiam dessa lei, uma vez que, por não possuírem os benefícios de produção
em grande escala, possuem menor capacidade econômico financeira.

4.3.2. Contratos de prestação de serviços

O crescente desenvolvimento das atividades empresariais, notadamente


numa época em que os relacionamentos virtuais se ampliam com grande rapidez,
exige uma postura cautelosa e preventiva por parte de todos que, direta ou
indiretamente, promovem qualquer tipo de transações, compra, venda, locação, etc.
Para se evitar contratempos, desgastes e conflitos, e gerar harmonia e confiança
entre os parceiros de negócios, é de vital importância a adoção de um instrumento
capaz de promover segurança jurídica nas relações, o contrato.

Ao estabelecer, formalmente, os direitos e deveres que vinculam as partes


envolvidas, o contrato permite afiançar o comprometimento referente aos
compromissos assumidos, sejam eles societários, comerciais ou de outra categoria.

Os contratos que formalizam os acordos entre as pessoas, conforme


vontade para sua realização, podem ser expressos de forma escrita ou oral e devem
obedecer aos pressupostos legais.

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Segundo Campos (2006), direito contratual é um conjunto de regras que


se dispõe a regular as declarações de vontade das pessoas, estabelecendo um
vínculo jurídico com o fim de resguardar, modificar ou extinguir direitos e
obrigações.

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5. DIREITO DO TRABALHO
5.1. Conceito de empregador e empregado

De acordo com o que estabelece a Consolidação das Leis do Trabalho


(CLT), “considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva que, assumindo
os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige prestação pessoal de
serviços”. A partir dessa definição, depreende-se que qualquer organização ou
profissionais liberais que admitam empregados são considerados empregadores.

A mesma legislação trabalhista atesta:

É considerado empregado toda pessoa física que presta serviços de


natureza não eventual a empregador, sob dependência deste e mediante
salário, não havendo distinções relativas à espécie de emprego e à
condição de trabalhador, nem entre trabalho intelectual, técnico e
manual (CLT art. 3º, parágrafo único).

Quanto ao empregado, este só o pode ser na condição de pessoa física,


sendo contratado para prestação de serviços de forma contínua, não podendo ser
de formas eventuais ou ocasionais, diferentemente dos serviços prestados por
pessoa jurídica.

Também, conforme institui a lei trabalhista, o vínculo entre o empregador


e o empregado deve ser formal, ou seja, firmado por meio de contrato entre as
partes, de forma clara, espontânea e consensual, desde que vá de encontro às
disposições de proteção ao trabalho e respectivos contratos coletivos estabelecidos
na referida lei.

Tanto o empregador quanto o empregado devem possuir algumas


características, específicas às responsabilidades e atribuições, como, por exemplo, o
empregador, como um empreendedor, assume os riscos de sua atividade
econômica, cujo resultado pode ser positivo ou negativo. Ao admitir um empregado
para a prestação de determinado serviço, mediante o pagamento da respectiva
remuneração, fica impedido de transferir tais riscos ao referido empregado,

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podendo, entretanto, dirigir suas atividades e definir que as mesmas sejam


desempenhadas de acordo com as normas disciplinares internas da empresa.

O empregado deve subordinação ao empregador, ou seja, se sujeita a sua


dependência. Quando sujeita-se a si próprio, o trabalhador sem vínculo
empregatício é denominado autônomo.

O vínculo empregatício é reconhecido quando o empregado é um


trabalhador que presta pessoalmente os serviços, quando existe a subordinação a
outrem e recebe remuneração sob a forma de salário e não é eventual.

5.2. O direito do trabalho

Segundo Alonso, Castrucci e López (2006), o direito do trabalho é um


conjunto de normas que regula as relações entre empregadores e empregados,
estabelecendo os recíprocos direitos e obrigações decorrentes dessa atividade.

5.3. Direitos individuais do trabalho

Ao dispor sobre os direitos sociais, em especial o direito do trabalho, a


Constituição Federal garante aos trabalhadores a relação de emprego contra a
demissão injusta ou arbitrária, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o
seguro-desemprego, férias anuais, repouso semanal remunerado, salário mínimo,
licença-maternidade, aviso prévio e aposentadoria, dentre outros.

Além disso, o trabalhador tem direito à carteira de trabalho e previdência


social, ao registro de empregados em livros de registros especificados pelo
Ministério do Trabalho, à jornada de trabalho predefinida por lei e a remuneração
pelos serviços prestados.

5.4. Direitos coletivos de trabalho

A lei também garante diversos direitos coletivos, conquistados ao longo


dos anos por meio das ações promovidas por sindicatos e demais entidades
representativas de trabalhadores, como associações e sociedades profissionais,
dentre os quais: liberdade de associação profissional ou sindical, direito de
representação na empresa e direito de greve:

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6. DIREITO CONSTITUCIONAL

O direito constitucional é um ramo do direito público que tem por objeto


estudar, de forma sistematizada, os princípios e as normas fundamentais da
ordenação jurídica do país. A norma fundamental é a Constituição, por meio da qual
se conhecem os direitos fundamentais do ser humano e suas respectivas garantias
referentes às regras básicas da ordem social e econômica. Tais direitos e garantias
são fundamentados por meio do primeiro item analisado pela Constituição Federal,
o da dignidade humana.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel


dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I – a soberania;

II – a cidadania;

III – a dignidade da pessoa humana;

[...]

Partindo do preceito constitucional, o trabalhador deve ter sua dignidade


respeitada, visto ser o trabalhador um ser humano. Para Marques (2002, p. 147), “o
princípio da dignidade humana busca propiciar melhores condições de vida ao
empregado. Na dignidade humana se valoriza o trabalho humano; na igualdade ou
não discriminação se combatem as desigualdades ou permite-se alguma diferença,
desde que legítima e justificada”.

É por meio do trabalho que a maioria dos indivíduos obtém os recursos


necessários para sua existência e sobrevivência, como a alimentação, a saúde e a
educação. Nos momentos atuais, o trabalho é visto como atividade dignificante e
gratificante para o indivíduo, diferentemente dos idos tempos, quando o trabalho
estava associado à escravidão ou a uma atividade “menos nobre”.

A Constituição Federal faz-se, portanto, cada vez mais importante por


proporcionar garantias ao trabalhador e ao profissional das mais diversas áreas e
setores das atividades humanas.

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O empregador tem poderes para gerir a empresa e estabelecer as relações


desta para com os empregados de forma limitada, ou seja, não tem o direito de se
opor aos dispositivos constitucionais, nem contrariar os preceitos previstos nas
legislações trabalhista, administrativa ou comercial, dentre outras. Os direitos
individuais devem ser respeitados, notadamente aqueles previstos na Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), quando existe uma relação de prestação de serviços
pactuada entre as partes.

O direito da liberdade de expressão intelectual, artística e científica, mais


um dos direitos individuais, é assegurado desde que não comprometa os temas
relacionados aos direitos intelectuais e de propriedade intelectual, pois o
empregador também deve estar atento aos aspectos relacionados às invenções e
criações de seus empregados.

O dispositivo constitucional que versa sobre a liberdade de ação


profissional deve ser observado com a maior atenção pelo empregador, pois,
segundo a Constituição Federal de 1988, “confere liberdade de escolha de trabalho,
de ofício e de profissão, de acordo com as propensões de cada pessoa e na medida
em que a sorte e o esforço próprio possam romper as barreiras que se antepõem à
maioria do povo. Confere, igualmente, a liberdade para exercer o que fora escolhido,
no sentido apenas de que o Poder Público não pode constranger a escolher e a
exercer outro”.

Num cenário de grandes transformações na sociedade, em que o


acelerado desenvolvimento tecnológico contribui para profundas mutações nas
relações de trabalho, empregadores e empregados podem contar com o apoio e o
suporte de organizações criadas por eles próprios para a elaboração de estudos e
propostas que possam levar ao aperfeiçoamento dessas relações. Tais documentos,
elaborados e formatados dentro de associações representativas das classes
patronais e trabalhadoras, são poderosos e importantes instrumentos orientadores
para os legisladores trabalharem na atualização e modernização dos textos
constitucionais.

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7. ÉTICA
7.1. O que é ética

Segundo o Dicionário Aurélio, ética é o “estudo dos juízos de apreciação


referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem
e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto”.

Durante o exercício de nossas atividades pessoais e profissionais, estamos


sujeitos às opiniões próprias e de terceiros acerca de regras de conduta
comportamentais, insuficientes para definir as formas de agir nas mais diversas
situações. Então, em algum momento, surge um dilema de como proceder com
colegas de trabalho, amigos, parentes e com todos aqueles que, direta ou
indiretamente, nos relacionamos. Agir bem ou mal, voluntária ou involuntariamente,
é um dos desafios que se sucedem continuamente, principalmente quando os
conceitos de ”ética” e de “moral” são mal compreendidos, mal interpretados ou
desconhecidos.

Derivada do grego, ethos significa costume. De origem latina, moral


significa usos e costumes.

Em suas origens gregas, a “ética” se propunha a auxiliar o homem a cultivar


um bom caráter, influenciando as boas práticas pessoais. Com isso seria possível o
alcance da felicidade, por meio da prática da ética.

Em sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles (século IV a.C.) formula uma


pergunta para si próprio: “qual o bem supremo que podemos conseguir em todos
os atos de nossa vida?”, e responde: “a palavra que designa o bem supremo, aceita
por todos, é a felicidade e, segundo a opinião comum, viver bem, agir bem, é
sinônimo de ser feliz.”

Mas esse tema, estudado e debatido durante os séculos, continua a gerar


controvérsias, face aos diferentes processos de mudança dos costumes e das
culturas que se sucedem ao longo dos tempos.

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Nos tempos atuais, em que presenciamos um acentuado processo


migratório, motivado pela crescente onda de globalização, e um intenso
intercâmbio de pessoas, ideias e culturas, proporcionado pelas novas tecnologias
de transportes de pessoas e de informações, a assimilação dos conceitos éticos se
torna cada vez mais complexa.

Nesse cenário, a conduta humana vem sendo cada vez mais observada,
comentada e julgada. Quando boa, uma conduta é considerara moral ou ética, e
qualificada como imoral ou antiética, a conduta má:

“Ética” é a ciência da conduta humana, segundo o bem e o


mal, com vistas à felicidade (Alonso, Castrucci e López, 2006).

Como, em tão pouco tempo, assimilar e praticar princípios éticos e morais,


vistos e interpretados sob diferentes pontos de vista? Como se adaptar à moral de
uma sociedade específica? São questões que fustigam as mentes daqueles que
aspiram à felicidade, buscando interagir da melhor maneira possível com seus
semelhantes e com a natureza que o cerca:

“Moral” é o conjunto das prescrições e normas admitidas


numa época por determinada sociedade (Lalande, 1993).

Dotado de faculdades superiores, o ser humano capaz de formular e


disseminar ideias e conhecimentos, de prever atos e suas respectivas
consequências, de emitir julgamentos de atos e fatos pessoais e coletivos, se vê na
busca da felicidade, condicionado a adaptar-se às condições temporais, sociais e
ambientais do meio onde vive.

Segundo Alonso, Castrucci e López (2006), são faculdades superiores do


homem, a inteligência, a vontade e a amorosidade:

Inteligência - mediante a inteligência, o ser humano conhece os outros


seres e a si próprio;

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Vontade - é a faculdade que permite ao ser humano determinar-se,


decidir-se, optar por isto ou aquilo, por agir bem ou agir mal;

Amorosidade - é a aproximação envolvente do ser humano com as outras


pessoas.

7.2. Princípios e normas éticas

No Dicionário Houaiss, encontramos algumas acepções para o termo


“princípios”, tais como, ditame moral; regra, lei, preceito; dito ou provérbio que
estabelece norma ou regra; proposição elementar e fundamental que serve de base
a uma ordem de conhecimentos; proposição lógica fundamental sobre a qual se
apoia o raciocínio.

Durante seu processo evolucionário, iniciado em tempos remotos, o ser


humano vem buscando a satisfação de suas necessidades fisiológicas, de segurança,
sociais, de estima e de autorrealização, o que não deixa de ser, de certa forma, a
busca pela felicidade.

Mas, para a realização desse ideal de felicidade, o homem envolveu-se em


diversos conflitos, devido à escassez de recursos capazes de satisfazer a suas
necessidades. Muitas vezes o homem viu-se obrigado a disputar com outrem aquilo
que poderia garantir sua sobrevivência ou mesmo impor sua superioridade.

Desde aquela época, passando por vários períodos da História até o


momento atual, a decisão do agir moralmente é prerrogativa livre e soberana do
indivíduo que, consequentemente, é responsabilizado por seus atos, bons ou maus,
considerando os costumes da época e do local onde exerce suas atividades
pessoais e profissionais.

Com o passar do tempo, o homem foi aprendendo que a instituição e a


adoção de princípios particulares e gerais seriam de vital importância para viabilizar
a conquista da felicidade, mesmo que efêmera e fugidia. Tais princípios foram
estabelecidos por estudiosos da natureza humana, em especial os filósofos gregos
dos anos 500 a.C., e de demais estudiosos que se seguiram até o período atual.

Os princípios clássicos da ética social dizem respeito:

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 à dignidade humana, que independe de posses, dos cargos e dos


títulos;
 ao direito de propriedade, correspondente ao direito das pessoas
possuírem bens visando ao atendimento de suas necessidades;
 à primazia do trabalho, atividade realizada pelo homem para sua
subsistência e crescimento como pessoa;
 à primazia do bem comum, o conjunto de condições sociais que
permite e favorece aos membros da sociedade o seu
desenvolvimento pessoal e integral;
 à solidariedade que promove a inclusão social;
 subsidiariedade, na qual o subsídio corresponde ao auxílio dado, que
estimula e promove a participação ativa de todas as pessoas e de
todos os grupos sociais nas esferas superiores, econômicas, políticas
e sociais, de cada país e do mundo.

Na atualidade, nos deparamos com inúmeras normas de comportamento


criadas e estabelecidas de acordo com interesses de grupos de pessoas, para
atender à finalidades diversas e específicas. Muitas dessas normas são
transformadas em lei, de acordo com a expressão espontânea e formal dos
integrantes de uma comunidade ou sociedade. As leis de trânsito são exemplos da
formalização de normas que visam a manter organizado o fluxo de pessoas e
veículos em uma determinada localidade ou região, garantindo os direitos
individuais e coletivos dos membros de uma sociedade.

As normas escritas, como os códigos de ética, são de grande importância,


notadamente no aspecto educativo, porém não devem ser substituídas pelas
normas naturais, estabelecidas pelas famílias para a formação das pessoas.

Em todos os agrupamentos familiares, tribais, citadinos, nacionais ou


internacionais, a criação e a adoção de princípios da ética social são de profunda
importância no tocante aos aspectos comportamentais do indivíduo em sociedade,
bem como do comportamento das organizações em diferentes níveis, naturezas e
dimensões.

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7.3. Ética social, família, empresa, nação e globalização

O núcleo familiar é a sociedade primordial e fundamental, na qual o ser


humano recebe as primeiras lições para sua formação e educação. Essas primeiras
lições influenciarão seu comportamento e suas atitudes no convívio com seus
semelhantes por toda sua vida.

Nos últimos anos, notadamente a partir dos anos 1950, o núcleo familiar
vem sofrendo fortes desgastes em função de impactos provocados pelo elevado
ritmo do crescimento populacional, no qual a luta pela subsistência se acirra
intensamente. Nesse cenário, as famílias se desagregam muito cedo, com a saída
precoce das crianças e dos adolescentes do ambiente doméstico para o mercado
de trabalho, geralmente informal, sem que possam ter assimilado os conceitos de
formação e educação básicos fornecidos por seus pais que, por sua vez, também
sacrificam sua responsabilidade formadora na busca pelos recursos para a
subsistência do grupo.

Os integrantes do núcleo familiar passam, então, a desenvolver atividades


internas e externas para a sobrevivência do grupo. A criação de pequenas hortas e
de animais para o abate é uma atividade que, realizada conjuntamente e com vistas
ao bem comum, constitui-se em atividade organizacional ou empresarial. Essas
incipientes organizações empresariais, ao evoluírem com o passar dos anos, são
consideradas essenciais para a existência da sociedade e para o desenvolvimento
humano.

Segundo Linton (1971, p. 107), a sociedade pode ser definida como: “...todo
o grupo de pessoas que vivem e trabalham juntas durante um período de tempo
suficientemente longo para se organizarem e para se considerarem como formando
uma unidade social, com limites bem definidos”.

Todo o processo econômico de formação e distribuição de riquezas,


originado das sociedades mais primitivas, do núcleo familiar até a sociedade de
capital surgida no século XV, foi fundamentado por meio de ações empreendedoras
e empresariais, que promoveram as mudanças visando à melhoria das condições
de produção e da distribuição de produtos e serviços para o bem comum.

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A integração dos núcleos familiares, por vínculos de parentesco e de


interesses econômicos e políticos, vem ocorrendo desde a formação do primeiro
agrupamento, as tribos. Do crescimento das tribos, e da reunião de diversas delas,
surgiu a cidade, onde a ética, como ciência, começou a ser elaborada, no século V
a.C. A partir do crescimento dos agrupamentos humanos, a educação geral das
pessoas evoluiu e regrediu, sucessivamente, notadamente no sentido ético.

A partir da Idade Moderna, iniciada em 1453 com a tomada de


Constantinopla pelos turcos, surgem as primeiras nações, onde grupos tribais
sediados em determinados territórios tomam consciência de suas raízes comuns,
etnia, língua e culturas próximas. A nação, então, é composta por famílias e
agrupamentos situados em determinado território e que possuem características
comuns, e passam a ter uma forma de governo com vistas ao bem de toda a
coletividade.

Com o crescimento e o fortalecimento das nações, em diversos


continentes, surgem as primeiras associações internacionais da iniciativa privada, e
as organizações transnacionais, que culminam com o início da organização
internacional no século XIX. Em 1945, é criada a Organização das Nações Unidas
(ONU), com a finalidade de manter a paz e a cooperação entre as nações.

Dentre os órgãos do sistema das Nações Unidas, direta ou indiretamente


voltados para os temas da ética, pode-se destacar:

 Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR);


 Comissão de Direitos Humanos (CDH);
 Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS);
 Comissão para o Desenvolvimento Social (CsocD);
 Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW);
 Departamento das Operações de Manutenção da Paz (DPKO);
 Agência para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA);
 Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Com o crescimento das relações internacionais, originado da migração


dos povos, passando pela conquista e submissão de nações, e no qual se destaca

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as relações comerciais, a globalização vem se impondo e impactando, diretamente,


o cotidiano das pessoas.

A globalização atual é resultante das novas tecnologias da informática e


das telecomunicações, que permitem um crescente e intenso inter-relacionamento
cultural, político, econômico e social entre os povos. Atrelado aos benefícios
proporcionados pela tecnologia facilitadora da interação global, surgem também
mais e maiores conflitos éticos.

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8. CÓDIGOS DE ÉTICA PROFISSIONAL E EMPRESARIAL


8.1. Códigos de ética

A ética é a disciplina ou campo do conhecimento que trata da


definição e avaliação do comportamento de pessoas e
organizações (Maximiniano, 2004).

Em todo e qualquer tipo de relacionamento, constatamos diversos tipos


de comportamentos pessoais ou coletivos fundamentados em valores adquiridos
durante a formação familiar, educacional e profissional, além daqueles ditados
pelos diversos segmentos da sociedade em que se desenvolve e atua o indivíduo.
Mas, em todos esses comportamentos, ajustáveis a cada situação, existe uma marca
pessoal própria que identifica cada ser humano, demonstrado em cada atitude ou
gesto.

Nesse cenário há a busca de um comportamento ideal para cada situação,


definido por meio de padrões ou códigos de conduta estabelecidos, formal ou
informalmente, por grupos sociais, profissionais ou organizacionais. Tais códigos,
com suas normas e regras de conduta, por definirem o que é permitido, aceito e
válido em ocasiões distintas, são conhecidos como códigos de regulação ou
regimentos. Quando sustentados por princípios éticos têm-se os “códigos de ética”,
que servem para nortear ações pessoais e organizacionais válidas em qualquer
contexto da sociedade.

8.1.1. O código de ética profissional

A ética da área de exatas

Ética profissional é um conjunto de normas de conduta que


deverão ser postas em prática no exercício de qualquer
profissão (Sá, 2005).

Todo o trabalho individual influencia e recebe influências do meio onde


é praticado, daí a importância do estabelecimento de um conjunto de valores e

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princípios que, fundamentados em condutas éticas, orientem as ações para o


exercício das atividades profissionais e empresariais com vistas ao bem comum de
toda uma sociedade.

Tais valores e princípios, inerentes à cultura de uma empresa, podem ser


formalizados e expressos por meio de um determinado código de ética, cujo
conteúdo é formado por um conjunto de políticas e práticas específicas que devem
servir de parâmetro para determinados comportamentos e tornar claras as
responsabilidades.

Os aspectos referentes ao respeito às leis do país, à transparência nas


relações com seus públicos internos (dirigentes e funcionários) e públicos externos
(clientes, fornecedores, comunidade e demais stakeholders) devem ser abordados
no código de ética, notadamente aqueles relacionados com os consumidores, por
estarem sujeitos ao que estabelece o Código de Defesa do Consumidor e a
reparação de danos causados pelas práticas de propaganda e de danos ambientais.

Numa época em que o elevado e crescente índice da capacidade de


armazenamento, tratamento, difusão e captação de informações vem assumindo
proporções de grande vulto, graças à célere evolução da tecnologia da informação
e da comunicação, os temas da privacidade e da transparência são fundamentais,
uma vez que devem estabelecer e fazer cumprir o código de ética, definido por Sá
(2005) como “um acordo explícito entre os membros de um grupo social. E deve
descrever um modelo de conduta para seus membros”.

Nesse cenário, se fazem presentes, e cada vez mais atuantes, as


organizações representativas de diversas categorias profissionais, como os
conselhos federais e regionais que buscam, na criação e no estabelecimento de
normas de condutas éticas pautadas pela integridade e pela observância das leis,
dos regulamentos e padrões, o reconhecimento de suas competências e atribuições.

Para muitos autores, a ética profissional estaria relacionada ao estudo e à


regulação do relacionamento do profissional com seus clientes, fornecedores e
parceiros, visando à dignidade humana e à construção de um bom ambiente
sociocultural no qual possa exercer sua profissão.

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Na área da informática, as questões relativas à influência do computador


na vida das pessoas, a pirataria de software e o direito autoral dos sistemas e
programas são os que mais comumente afetam os profissionais do setor.

A intensificação do uso dos computadores nos ambientes domésticos e


empresariais agiliza o processo de execução das atividades, ao mesmo tempo em
que provoca profundas alterações nas formas de relacionamentos, agora mais
virtuais do que reais. Enquanto isso, as empresas e profissionais produtores de
software têm prejuízos incalculáveis com a pirataria. Mesmo considerando a
crescente utilização de software livre, que pode ser usado, copiado, estudado,
modificado e redistribuído sem restrição, os desenvolvedores de outros aplicativos,
como os jogos eletrônicos, se ressentem da redução de suas receitas em
decorrência da pirataria.

No tocante à natureza jurídica dos softwares e suas tratativas, o tema vem


sendo amplamente discutido por diversos segmentos da sociedade, na busca da
preservação dos direitos de seus desenvolvedores e proprietários.

No que diz respeito à privacidade e à proteção das informações das


empresas e profissionais responsáveis pelo provimento dos serviços de tecnologia
da informação devem, então, buscar a garantia, por meios técnicos ou legais, e a
inviolabilidade dos referidos serviços, principalmente quando este ato for cometido
por alguém que fira os preceitos éticos e morais.

Importante ressaltar que a violação de um contrato de licença de software


ou de qualquer outro que envolva a propriedade intelectual, como trabalhos
literários, fotografias e vídeos, pode trazer riscos legais contra a empresa e contra o
indivíduo responsável. Cabe lembrar também que, em muitos casos, infrações éticas
graves são crimes sujeitos às leis penais do país.

Primar pela segurança física e virtual da rede e dos equipamentos, pela


confidencialidade e integridade das informações, pelo treinamento e
aprimoramento pessoal e de terceiros, quanto ao uso correto e adequado dos
equipamentos e sistemas e, principalmente, pela orientação das consequências
decorrentes do não cumprimento do estabelecido no código de ética profissional

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e/ou empresarial, são atitudes esperadas, se não exigidas, daqueles que atuam num
dos mais importantes e significativos setores da economia, a informática.

8.1.2. O código de ética empresarial

Uma organização é um sistema de trabalho que transforma


recursos em produtos e serviços (Maximiniano, 2004).

As organizações constituídas pelo homem fornecem os mais diversos


produtos e serviços para a comunidade em geral e proporcionam condições de
subsistência para os que ali trabalham, como dirigentes e funcionários, por meio do
pagamento de algum tipo de remuneração. Além disso, investidores e acionistas
também são remunerados por meio da participação nos resultados obtidos pelo
empreendimento.

De importância capital para o crescimento e o desenvolvimento das


sociedades, a atividade empresarial abrange diversos tamanhos, tipos e setores,
como padarias, fábricas, escritórios contábeis, instituições de ensino, igrejas e órgão
públicos, dentre outros.

Cabe destacar diversas instituições que não visam ao lucro, formadas por
associações, fundações e demais movimentos engajados, principalmente nos
aspectos voltados para fins assistenciais e preservacionistas.

Com o advento da Revolução Industrial, no século XVIII, e a consequente


mecanização da produção, as relações de trabalho sofrem profundas
transformações, notadamente no tocante ao relacionamento entre empregadores
e empregados. Com a priorização do capital e dos bens de produção, em
detrimento do trabalho, surgem os conflitos éticos. A dignidade humana, princípio
ético fundamental, é colocada a prova. As condições de trabalho, aviltantes e
exaustivas, impostas aos trabalhadores, com o aumento do rendimento do trabalho
e do acelerado acréscimo da produção, comprometem os resultados obtidos.

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Tais condições de trabalho foram sendo gradualmente contestadas por


diferentes setores da sociedade, que passaram a se organizar na busca por soluções
alternativas, capazes de promover um equilíbrio justo nas relações trabalhistas.

Desde aquela época até os tempos atuais, continuam a ocorrer graves


comportamentos antiéticos por todo o tipo e tamanho de empresa, dentre elas as
multinacionais, ocasionando grandes prejuízos, notadamente no aspecto referente
à imagem empresarial perante a sociedade:

Tudo isso tem levado muitas empresas a criarem códigos de


ética, auditorias, programas de treinamento e contratação de
assessorias especializadas em ética, códigos do consumidor,
políticas de valorização dos empregados e outros (Alonso,
Castrucci e López, 2006).

O resultado desses esforços começa a ter efeito a partir dos anos 1960,
nos Estados Unidos, onde o conceito de ética nos negócios passa a evoluir com
intensidade, motivado principalmente pelas pressões às indústrias automobilísticas,
efetuadas por movimentos ligados aos direitos dos consumidores que
questionavam a segurança dos produtos, a proteção do meio ambiente e o
comportamento de alguns empresários, que nada ou pouco se preocupavam com
as implicações negativas de suas condutas profissionais.

Nas décadas de 1960 e 1970, o ensino da ética é impulsionado nas


universidades americanas, com especial ênfase à ética nos negócios. Em fins dessa
última década, são incentivadas as criações de códigos de ética corporativos, para
minimizar ou reduzir os conflitos de padrões éticos de diversas culturas, então mais
interdependentes.

A partir da década de 1980, formam-se redes acadêmicas de estudos da


ética na Europa e nos Estados Unidos, universalizando e disseminando o conceito.

No Brasil, na década de 1990, é criado o Centro de Estudos de Ética nos


Negócios pela Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Em 1998, também em São
Paulo, é criado o Instituto Ethos, de empresas e responsabilidade social. E, em 2003,

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é fundado o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, que tem como objetivo a


promoção da melhoria no ambiente de negócios.

Atualmente, os conceitos e princípios da ética empresarial, admitidos e


assumidos por crescente número de empresas, são de vital importância na
formulação e implantação das estratégias empresariais. Os códigos de ética
empresarial, além de formalizar compromissos, também são instrumentos de
comunicação de seus valores e práticas para todos aqueles que, direta ou
indiretamente, se relacionam com a empresa. A atenção especial aos aspectos
relacionados ao meio ambiente e à responsabilidade social na condução dos
negócios, constitui-se em diferencial competitivo, que contribui decisivamente para
o crescimento e a sobrevivência das empresas num cenário de alta competitividade.

(...) a introdução da reflexão ética nas organizações serve para


elucidar as questões que suscitam polêmicas ou controvérsias
morais, sem o quê, corre-se o risco de patinar na indefinição e de
estimular abusos por parte do corpo funcional. Ao revés, se houver
respostas consistentes aos dilemas, a nervura central da cultura
organizacional será consolidada, porque tais respostas
transformam-se em orientações emblemáticas; dizem o que justo e
injusto, certo e errado, lícito e ilícito; esclarecem o que se espera dos
funcionários e dos dirigentes; demarcam os padrões culturais
validados pela organização; anunciam o que será recompensado e
inibem possíveis racionalizações individuais, ao formular proibições
e licenças (Srour, 1998).

8.2. A responsabilidade social

Responsabilidade social pode ser definida como o compromisso


que uma organização deve ter com a sociedade, expresso por meio
de atos e atitudes que a afetem positivamente, de modo amplo, ou
a alguma comunidade, de modo específico(....) Assim, numa visão
expandida, responsabilidade social é toda e qualquer ação que
possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade
(Ashley, 2002).

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O princípio da responsabilidade social está apoiado na concepção de que


as empresas, criadas por integrantes da sociedade, utilizam os recursos dessa
mesma sociedade afetando, positiva ou negativamente, a qualidade de vida das
pessoas. Os efeitos causados pela poluição e pela degradação ambiental acelerada
nos últimos anos estimularam o debate acerca de tais problemas.

Fundamentada em amplos estudos científicos produzidos pela


comunidade acadêmica, em especial a partir da década de 1960, empresas e
instituições representativas dos diversos segmentos sociais passaram a ter mais
consciência dos malefícios produzidos pela atividade empresarial descontrolada,
política, econômica, técnica e eticamente. O trabalho infantil e a divulgação de
produtos nocivos à saúde são exemplos de condutas antiéticas frequentes.

Com a mobilização da sociedade pelas causas sociais, em especial pelas


causas ambientais, a comunidade empresarial começou a perceber que a prática
dos valores éticos, a transparência de suas relações com seus públicos, a integridade
de suas atividades administrativas e produtivas são capazes de trazer melhores
retornos em termos de produtividade e lucratividade, dentre outros indicadores de
desempenho.

No tocante à ética empresarial e à responsabilidade social, Srour (2000)


define duas “frentes”:

Na frente interna das empresas, equacionam-se os investimentos dos


proprietários (detentores do capital) e as necessidades dos gestores e dos
trabalhadores. Na frente externa, são levadas em consideração as
expectativas dos clientes, fornecedores, prestadores de serviços, fontes
de financiamentos (bancos, credores), comunidade local, concorrentes,
sindicatos de trabalhadores, autoridades governamentais, associações
voluntárias e demais entidades da sociedade civil.

Daí decorre que a empresa deve desenvolver e implementar, programas


que beneficiem a comunidade, principalmente aquela em que está inserida, por
sofrer direta e imediatamente as reações por atitudes e comportamentos antiéticos.

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Para a aferição do comprometimento das empresas com as causas sociais


e ambientais, foram criados alguns indicadores que consistem na adoção e na
implantação de normas de qualidade, como as certificações ISO 14000 (referente à
gestão ambiental), a ISO 9000 (relativa à gestão da qualidade) e a AS8000, que
atesta a qualidade das relações de trabalho, como o trabalho infantil, discriminação,
segurança e saúde dos trabalhadores, dentre outros fatores. Esta última certificação
está fundamentada nas convenções da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), da Legislação do país, da Declaração Universal dos Direitos Humanos e da
Declaração dos Direitos da Criança.

Como consequência de um novo posicionamento da sociedade com


relação às questões sociais, muitas empresas brasileiras estão adotando posturas
socialmente responsáveis, de modo consciente ou por conveniência, para poder
atuar num mercado cada vez mais exigente por produtos, serviços e
comportamentos éticos.

8.3. O direito autoral

Segundo Campos (2006), a proteção do direito do autor vem consagrada


na Constituição Federal, em seu artigo 5º, incisos XXVII a XXIX, dizendo que ao autor
pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmitindo-se esses direitos aos herdeiros no tempo que a lei fixar. Também é
assegurado aos autores de inventos industriais, o privilégio de registrá-los em
órgãos públicos, para fazer valer, perante terceiros, seu direito exclusivo de
exploração por determinado tempo. Com isso, fica assegurado também pela lei o
direito dos autores de obter a reparação por perda e danos que lhes forem causados
por terceiros, em razão do uso indevido ou desautorizado do bem de seu criado, o
qual pode se utilizar da ação de busca e apreensão, com efeitos imediatos de
cessação do abuso.

A lei do direito autoral, nº 9.610, reeditada em 1998, está sendo muito


comentada e discutida, mas é pouco conhecida e compreendida, principalmente
por aqueles que produzem obras literárias, artísticas, científicas e intelectuais.

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Casos de violação dos direitos autorais são cada vez mais frequentes,
como a falta de créditos em textos, ilustrações, fotografias e composições musicais,
dentre outras. A prática dessas violações ocorre de forma voluntária e involuntária,
pelo desconhecimento da lei, desconhecimento esse que não isenta de punição
pelo ato cometido.

Com o progresso acentuado da tecnologia, são disponibilizados a cada


instante centenas ou milhares de recursos de fácil utilização e manejo que auxiliam
na produção de obras diversas. Tais recursos, entretanto, também são utilizados
para a reprodução de outras tantas obras publicadas ao longo dos tempos, como
aquelas que são copiadas quase que no mesmo instante em que são criadas.

A lei do direito autoral determina que seja creditada a autoria de um


trabalho intelectual para que não ocorra uma violação do direito moral do autor da
obra criada. Esse crédito deve ser efetuado mesmo quando ocorre um processo de
cessão ou licenciamento de direito patrimonial, pois o reconhecimento da autoria
da obra é irrenunciável e inegociável.

Visando a evitar questionamentos legais, é recomendável a realização de


contratos de cessão de direitos patrimoniais, mediante condições específicas, para
a disponibilização de qualquer criação intelectual.

Para que determinada obra possa ser protegida, é necessário que, de


acordo com o expresso no artigo 7º da referida lei, sejam “expressas por qualquer
meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se
invente no futuro”.

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A lei também determina que os direitos patrimoniais do autor, que lhe


permite usar desses direitos para fins de benefícios econômicos, perdurem por 70
anos, contados de 1º de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento,
obedecida a ordem sucessória da lei civil. Decorrido esse prazo de proteção, a obra
passa a pertencer ao domínio público.

A leitura e o estudo da lei são de fundamental importância


para os criadores de trabalhos intelectuais que, no entanto,
devem contar com a assistência jurídica específica para que
possa ter as garantias legais sobre suas obras.

A lei do direito autoral está disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/l9610.html

8.4. Código de defesa do consumidor

Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou


utiliza produto ou serviço como destinatário final (Art. 2º do
Código de Defesa do Consumidor)

Nos tempos em que as relações comerciais eram essencialmente


personalizadas, quando vendedores e consumidores se conheciam, prevalecia a
confiança nas relações de consumo. A publicidade, meramente informativa na
época, era feita pelos vendedores, que deveriam conhecer muito bem os produtos
e serviços ofertados, pois em muitas circunstancias era ele próprio o responsável
pela orientação de uso do referido produto ou o prestador do serviço contratado.

Com a ampliação da produção devido à industrialização, a publicidade


passou a ser destinada ao crescente mercado consumidor, composto por milhões
de pessoas que são atingidas simultaneamente por mensagens sobre as
características, as vantagens e os benefícios oferecidos pelos mais variados
produtos e serviços.

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O mercado se despersonaliza e com isso compradores e vendedores


tornam-se desconhecidos, enquanto que a publicidade cumpre o seu papel de
exercer influência sobre os consumidores para o ato de consumo de determinados
produtos ou a utilização de serviços específicos.

Nesse cenário, no qual as organizações se valem dos mais simples aos


mais sofisticados meios de publicidade, apoiados em pesquisas sobre o
comportamento do consumidor e nas teorias de motivações de compra, o
consumidor nem sempre percebe sua importância como propulsor do crescimento
e da ampliação de toda uma cadeia produtiva.

O homem é consumista por natureza: “ao comprar um alimento, ao


procurar um médico, ao contratar um serviço, estamos sempre consumindo.
Consumimos até mesmo ao dormir, porque utilizamos o produto do trabalho de
outras pessoas materializado em nosso lençol, em nosso travesseiro, em nossa
cama, em nossa casa (...). Somos todos consumidores e é quase impossível escapar
dessa condição – pelo menos numa sociedade organizada, em que o homem não
se relaciona diretamente com a natureza.”(Lazzarini, 1999, p.7 apud Cesca; Cesca,
2000, p. 41).

Assim, sujeito ao assédio permanente pelo setor produtivo, por meio das
campanhas publicitárias, o consumidor passou a merecer também a atenção dos
órgãos governamentais, de forma a ter proteção contra as falsas promessas dos
anunciantes, como as relativas à qualidade do produto, os apelos tendenciosos e as
propostas quase que fictícias de vendas a preços baixos. Sem invalidar a
importância da autoproteção exercida pelo próprio consumidor.

O direito do consumidor é um conjunto de regras jurídicas que visa a


equilibrar as relações decorrentes do consumo de bens e serviços,
preservando os interesses do consumidor (Campos, 2006).

Com o Código de Defesa do Consumidor, transformado na Lei 8.078 em


11 de fevereiro de 1990, as empresas passaram a criar setores de atendimento ao
consumidor, que, quando bem estruturados, constituem-se em valorosas alavancas
de negócios. O sistema de atendimento ao consumidor, além de atender às

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reclamações dos consumidores, tem a função de orientar quanto à melhor forma


de operação e de utilização dos produtos.

Segundo Cesca e Cesca (2000), antes da vigência da lei de defesa do


consumidor, as relações do consumidor eram tuteladas por ramos do direito civil,
do direito comercial e por algumas leis esparsas. Ao infringir um preceito de ordem
penal, o comerciante ou comerciário estava sujeito ao Código Penal.

Diante de um quadro atual, no qual existe monopólio de fornecedores,


ausência de concorrência e informações distorcidas sobre bens e serviços e,
principalmente, a preponderância de poderes nos relacionamentos, o Código de
Defesa do Consumidor vem se constituindo em um poderoso agente na
restauração e manutenção do equilíbrio de forças nas relações comerciais.

8.4.1. Direitos básicos do consumidor

Segundo Campos (2006), o Código do Consumidor tem por escopo


defender os interesses do consumidor, considerado a parte mais fraca da relação
de consumo. Suas normas se prestam a atingir as seguintes finalidades:

 proteger o consumidor quanto a prejuízos à saúde e à segurança;


 educar o consumidor sobre o consumo adequado, com liberdade
de escolha;
 prestar informação adequada e clara sobre produtos, sua
composição, especificação, suas características e qualidades;
 proteger contra publicidade enganosa;
 a modificação de cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou excessivamente onerosas;
 a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos;
 acesso ao judiciário para busca da reparação de danos;
 a facilidade da defesa do consumidor, com inversão do ônus da
prova, observada a verossimilhança e hipossuficiência;
 adequada prestação dos serviços públicos em geral.

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9. ASPECTOS JURÍDICOS DA INTERNET


9.1. Liberdade de informação na Internet, mensagens
eletrônicas, habeas data e a privacidade

A liberdade de comunicação consiste num conjunto de


direitos, formas, processos e veículos, que possibilitam a
coordenação desembaraçada da criação, expressão e difusão
do pensamento e da informação (Silva, 1991).

Atualmente, vivemos um momento no qual a liberdade de informação


pela Internet se faz mais presente e almejada, apesar da censura imposta por alguns
países, conforme pôde ser constatada durante as Olimpíadas de Pequim 2008.

Paralelamente a este fato, é crescente e generalizada a preocupação com


a invasão indiscriminada e o roubo de informações dos usuários da rede, que se
mostra cada vez mais vulnerável, apesar dos altos investimentos em segurança
efetuados pelas organizações de diferentes portes e setores.

A necessidade de comunicação e interação com os demais membros da


sociedade, demonstrada ao longo da história da humanidade, impulsionou o
homem a desenvolver, continuamente, novos meios de comunicar a sua forma de
expressão. Conforme descrição do Prof. José Cretella Junior, “a necessidade da
comunicação humana leva o homem a difundir ideias e opiniões, primeiro, de modo
direto, mediante a utilização de recursos primários, depois, com o advento gradativo
da técnica, por meio de todos os instrumentos adequados à transmissão da
mensagem.”

Com a globalização, essa necessidade de comunicação vem


impulsionando a necessidade de mais informações, que passam a se constituir em
bens valiosos. Daí a importância cada vez maior das atividades de armazenamento,
processamento e transmissão de informações, estarem apoiadas em modernos e
complexos equipamentos e sistemas de informática e de telecomunicações.

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Ante essa nova perspectiva, a proteção dos direitos fundamentais das


pessoas, que aspiram pela liberdade de informação concomitantemente a sua
privacidade, deve ser priorizada por meio da formulação e implementação de
preceitos éticos e legais fundamentais para o bem comum de toda a sociedade,
mesmo reconhecendo a disparidade entre a rapidez da evolução dos meios de
comunicação e a do ordenamento jurídico. Conforme afirma o Prof. José Afonso da
Silva:

“Nesse sentido, a liberdade de informação compreende a procura, o


acesso, o recebimento e a difusão de informações ou ideias, por qualquer
meio, e sem dependência de censura, respondendo cada qual pelos
abusos que cometer.”

A reiterada liberdade de informação vem sendo acompanhada das


indesejáveis mensagens que lotam as caixas de correio eletrônico, mesmo quando
aceitas, como um preço a ser pago pela evolução. Entretanto, maiores são as
preocupações com os roubos das informações pessoais, profissionais e
empresariais, provocados por hackers, e até mesmo por pessoas com as quais nos
relacionamos regularmente, motivados por desatenções nossas (descuidos com
senhas, por exemplo) ou mesmo por má-fé.

Outros aspectos relevantes que devem ser considerados, são aqueles


relacionados à difusão e comercialização indevida de informações confidenciais,
tais como as relacionadas aos dados de contas bancárias e de cartões de crédito,
além das referentes à pedofilia e às mensagens que incentivam a violência e as
diversas formas de discriminação.

O crescente acesso aos computadores e à Internet, também provocado


pelos incentivos e ações vinculadas à inclusão digital de camadas cada vez maiores
da população, provocou, simultaneamente, aumento no número de crimes
praticados, até por quem não é considerado um especialista em utilização dos
meios eletrônicos.

A prática do delito, incentivada pelo sentimento de impunidade e até


mesmo pela incapacidade da maioria das pessoas em utilizar adequadamente os

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novos produtos e serviços, que são disponibilizados em um ritmo sem precedentes


na história. A necessidade da memorização de senhas, códigos, e a complexidade
de tais bens, que aparentam simplicidades funcionais e operacionais, são outros
fatores que contribuem para o aumento das transgressões realizadas pelos
inescrupulosos.

Com a apropriação, permitida ou não, dos dados pessoais, por parte de


instituições idôneas e, em muitos casos, por aquelas que nem sempre são
constituídas legalmente, a sociedade estava vulnerável sem dispor de um
instrumento que lhe garantisse o acesso as suas informações particulares
armazenadas em diferentes bases de dados, legais ou não.

A partir da instituição do habeas data na Constituição Federal de 1988, art.


5º, LXXII, foi prevista a possibilidade de impetrar habeas data: para assegurar o
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
para a retificação de dados, quando não se prefirir fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo.

O habeas data, de origem apontada na legislação ordinária dos Estados


Unidos em 1974 e alterada em 1978, visava a possibilitar o acesso do particular às
informações constantes de registros públicos ou particulares permitidos ao público.

Conforme conceitua o Prof. José Afonso da Silva , o habeas data “é um


remédio constitucional que tem por objeto proteger a esfera íntima dos indivíduos
contra: usos abusivos de registros de dados pessoais coletados por meios
fraudulentos, desleais ou ilícitos; introdução nesses registros de dados sensíveis
(assim chamados os de origem racial, opinião política, filosófica ou religiosa, filiação
partidária e sindical, orientação sexual, etc.); conservação de dados falsos ou com
fins diversos dos autorizados em lei”.

Com o remédio constitucional habeas data, objetiva-se que todas as


pessoas possam ter acesso às informações que o Poder Público ou entidades de
caráter público, Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), por exemplo, possuam a seu
respeito.

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Tão importantes quanto os fundamentos jurídicos voltados para a


garantia dos direitos individuais, são os aspectos culturais e educacionais que
devem ser priorizados visando à formação de pessoas conscientes de suas
responsabilidades, e capazes de usufruir dos inumeráveis benefícios trazidos pelas
inovações tecnológicas, sem o prejuízo das suas individualidades.

9.2. Os códigos de ética e o acesso não autorizado

Prevenir que atacantes alcancem seus objetivos através do acesso não


autorizado ou uso não autorizado dos computadores e suas redes
(Howard, 1997).

A segurança em um Sistema de Informação (SI) visa a protegê-lo contra


ameaças à confidencialidade, à integridade e à disponibilidade das
informações e dos recursos sob sua responsabilidade (Brinkley e Schell,
1995).

Os computadores e os sistemas de informação são uma parte do


ambiente que pode afetar, positiva ou negativamente, a segurança de milhões de
pessoas que utilizam os recursos computacionais e de telecomunicações
diariamente.

Os recentes avanços tecnológicos nessas áreas trazem benefícios


incontáveis à sociedade, que passa a usufruir das comodidades oferecidas pela
revolução digital, como a difusão e a disponibilização de informações globais em
tempo real.

A cada dia, mais e mais pessoas se integram à rede mundial de


computadores e passam a compartilhar textos, sons, imagens e vídeos pessoais e
profissionais. As organizações, de todos os portes e ramos de atividade, ampliam
seus negócios transacionando produtos e serviços em diversas partes do mundo e
utilizando os dispositivos, equipamentos, softwares e demais recursos tecnológicos.

A capacidade de processamento, transporte e armazenamento das


informações se amplia para quase todos os tipos de atividades. Boletins médicos,
avaliações acadêmicas, condições meteorológicas, operações financeiras, músicas

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e poesias fluem rapidamente entre as pessoas através de cabos, e do ar. Enquanto


isso, o aroma aguarda sua vez de fluir por essa rede integradora, e também
dissociadora.

Nesse mesmo cenário, outros fatores afrontam aqueles que fazem um


bom uso dos recursos e das inovações disponibilizadas: a utilização de pessoas
despreparadas, e de boa-fé, além dos referidos recursos e inovações para o exercício
de atividades ilegais, destrutivas ou não autorizadas.

Além disso, tudo seria mais perfeito se não houvesse mais alguns
inconvenientes, como a invasão da privacidade, a quebra da confidencialidade, a
violação da integridade e a indisponibilidade, temporária ou definitiva, dos recursos
do sistema.

A vulnerabilidade do referido sistema, dos gestores, mantenedores e


usuários é posta à prova a cada momento, daí a importância crescente de tudo
aquilo que se refere, ou está relacionado, à segurança do sistema computacional,
ou dos sistemas de informação.

Os sistemas de informação são formados por muitos componentes que


podem estar situados em diversos locais, tornando-os mais vulneráveis a muitos
riscos ou ameaças potenciais. Essa vulnerabilidade é maior num mundo de
computação em rede sem fio.

As ameaças podem ser classificadas em não intencionais, relacionadas


aos erros humanos, riscos ambientais e falhas de sistema, e intencionais, como as
referentes ao roubo ou uso indevido de dados, fraudes na Internet, destruição por
vírus e ataques semelhantes, dentre outros.

Nesse cenário, uma política de segurança da informação serve como base


ao estabelecimento de normas e procedimentos que garantam a segurança da
informação, bem como determina as responsabilidades relativas à segurança
dentro da empresa. Uma política de segurança também deve prever o que pode ou
não ser feito na rede da instituição e o que será considerado inaceitável. Tudo o que
descumprir a política de segurança é considerado um incidente de segurança. A
elaboração dessa política deve ser o ponto de partida para o gerenciamento dos

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riscos associados aos sistemas de informação. Uma das normas mais utilizadas é a
ISO 17799, que pode ser aplicada para empresas de qualquer tipo ou porte.

Dente os objetivos da política de segurança pode-se destacar: a


especificação das ações “seguras” e aquelas “não seguras”; os mecanismos de
segurança, que visam a prevenir, detectar ou recuperar-se de ataques; a prevenção,
que visa a impedir o sucesso dos ataques; a detecção, capaz de determinar que um
ataque esteja ocorrendo ou que já ocorreu; e a recuperação, complexa porque a
natureza de cada ataque é diversa.

Neste momento, em que proliferam os ataques indiscriminados às


pessoas ou às instituições, notadamente por meio de vírus ou pela violação dos
direitos autorais, as atenções relativas à segurança e à proteção dos equipamentos
e sistemas devem ser redobradas. O desconhecimento da legislação não exime de
responsabilidade aqueles que, mesmo inadvertidamente, cometem pequenos
delitos.

Observações “Capítulo IV - DOS CRIMES CONTRA A


SEGURANÇA DOS SISTEMAS INFORMATIZADOS.

Acesso não autorizado a rede de computadores, dispositivo


de comunicação ou sistema informatizado.

Art. 285- A: Acessar, mediante violação de segurança, rede de


computadores, dispositivo de comunicação ou sistema
informatizado, protegidos por expressa restrição de acesso:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Parágrafo único. Se o agente se vale de nome falso ou da


utilização de identidade de terceiros para a prática do crime,
a pena é aumentada de sexta parte.

SUBSTITUTIVO (ao PLS 76/2000, PLS 137/2000 e PLC


89/2003).

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Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940


(Código Penal), o Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de
1969 (Código Penal Militar), a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de
1989, e a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei nº 10.446,
de 8 de maio de 2002, para tipificar condutas realizadas
mediante uso de sistema eletrônico, digital ou similares, de
rede de computadores, ou que sejam praticadas contra
dispositivos de comunicação ou sistemas informatizados e
similares, e dá outras providências.”

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10.HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO


10.1. Higiene do trabalho

Um ambiente de trabalho pode ser caracterizado por suas condições


físicas e materiais, além das psicológicas e sociais que afetam, direta ou
indiretamente, os trabalhadores. Em muitas organizações, essas condições nem
sempre são estabelecidas de acordo com critérios e especificações adequadas,
provocando danos à saúde física e mental de todos aqueles envolvidos com a
atividade produtiva, inclusive comprometendo a qualidade de suas vidas.

As condições ambientais, formadas pelas ações das pessoas e por um


conjunto de elementos formados pelas edificações, equipamentos, condições de
iluminação, temperatura, qualidade do ar, e a limpeza, por exemplo, nem sempre
são das mais favoráveis para o desempenho das atividades profissionais.

Mesmo com todos os avanços tecnológicos, científicos, e de gestão de


projetos, processos e de pessoas, os seres humanos são expostos ao risco de sofrer
lesões ou de contrair doenças em seus ambientes de trabalho.

Nesse cenário, deve ser implantada a higiene de trabalho, compreendida,


segundo Chiavenato (2004), como o “conjunto de normas e procedimentos voltado
para a integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de
saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas”, e
que relaciona-se como diagnóstico e prevenção das doenças ocupacionais.

A higiene do trabalho corresponde a uma parte da medicina restrita às


medidas preventivas, com a aplicação de sistemas e princípios que a medicina
estabelece para proteger o trabalhador prevendo perigos e eliminando ou
reduzindo os agentes nocivos que possam afetar a saúde daqueles que
desempenham qualquer tipo de atividade profissional.

Dentre os objetivos da higiene do trabalho, podem ser destacados os


relativos à manutenção da saúde, a eliminação das causas das doenças profissionais,
a prevenção do agravamento de doenças e lesões, além do aumento da
produtividade, pelo controle do ambiente do trabalho.

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Fundamentado nos aspectos legais e nas implicações sociais, um


programa de higiene no trabalho deve envolver, além do ambiente físico, aqueles
referentes ao ambiente psicológico, à aplicação de princípios de ergonomia e à
saúde ocupacional.

No tocante ao ambiente psicológico, é importante destacar a


identificação e a consequente eliminação ou redução de possíveis fontes de
estresse, que influenciam e afetam diretamente os relacionamentos pessoais e o
desempenho das atividades profissionais.

O estresse consiste na soma das perturbações orgânicas e psíquicas


provocadas por diversos agentes agressores, como: traumas, emoções fortes, fadiga,
exposição a situações conflitantes e problemáticas, etc. Sua ocorrência advém
quando alguém é confrontado com uma oportunidade, restrição ou demanda
relacionada com o que ele deseja.

A sobrecarga de atividades, os prazos cada vez mais curtos para o


desempenho das tarefas, o tempo despendido no trânsito, a falta de conforto nas
conduções, são mais fatores que acarretam em consequências danosas, que
incluem a depressão, a ansiedade, a angústia, o nervosismo, as dores de cabeça e
os acidentes.

Quanto à aplicação pela organização dos princípios de ergonomia,


relacionados ao mobiliário e às instalações ajustadas ao tamanho das pessoas, aos
equipamentos e ferramentas adequados às características humanas, capazes de
reduzir a necessidade de esforço físico, esta é comumente negligenciada pelos
próprios profissionais. A pressa, a falta de atenção, ou mesmo o despreparo para a
função e o descuido na utilização de equipamentos e utensílios, são responsáveis
por sérios problemas físicos e mentais, de ordem temporária ou permanente
àqueles que realizam suas tarefas laborais.

A saúde ocupacional está relacionada com a assistência médica


preventiva, no programa de higiene do trabalho. Instituído pela Lei 24/94, o
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) exige o exame
médico pré-admissional, o exame médico periódico, o retorno ao trabalho (no caso

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do afastamento superior a 30 dias), o de mudança efetiva de função, antes da


transferência, e o exame médico demissional, nos 15 dias que antecedem o
desligamento definitivo do funcionário.

O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, além de envolver


os exames médicos estabelecidos por lei, promove palestras de medicina preventiva
e elabora mapas de riscos ambientais, objetivando a qualidade de vida dos
funcionários e o incremento da produtividade na organização.

A consequência de sua não implantação por parte das empresas, implica


no aumento do número de afastamentos por doenças, nas indenizações, nos custos
de seguro, e na redução da produtividade e da qualidade do trabalho.

Os programas de higiene e segurança do trabalho estão recebendo


atualmente muita atenção por parte de empresas e, quando implementados,
devem ser monitorados em termos de custo/benefícios, e serem julgados por
critérios como, melhoria de desempenho no cargo, redução dos afastamentos por
acidentes ou por doenças e redução de ações disciplinares.

10.2. Segurança do trabalho

O ambiente do trabalho é o conjunto de condições existentes


no local de trabalho relativo à qualidade de vida do
trabalhador (art.7º, XXXIII e art. 200º da Constituição Federal
de 1988).

Atualmente, milhões de trabalhadores se acidentam, adquirem doenças


profissionais e perdem suas vidas no ambiente do trabalho.

De acordo com estudos nacionais e internacionais, os acidentes e as


doenças são decorrentes da falta de planejamento e compromisso com a questão
do descumprimento da legislação, da utilização de equipamentos e ferramentas
inadequadas, dos riscos e condições ambientais inapropriadas para as atividades
laborais.

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As consequências desses acidentes e doenças são danosas para ambas


as partes, para os empregadores e para os empregados. Para os primeiros, em
função da elevação de seus custos operacionais, comprometendo seus lucros e sua
imagem empresarial. Atingidos pelos danos materiais, físicos e mentais, os
empregados sofrem também outras consequências como a marginalização e o
desemprego.

Para viabilizar sua sustentabilidade no competitivo ambiente globalizado,


diversas empresas viram-se compelidas a adotar medidas de segurança capazes de
proteger os trabalhadores de acidentes diversos, por meio de programas de
prevenção, e do emprego de equipamentos e dispositivos de segurança. Esta
atitude é fundamentada nos preceitos legais, e também na conscientização da
importância da preservação da saúde humana no desempenho das atividades
produtivas, com reflexos positivos nos resultados econômicos e sociais dos
empreendimentos organizacionais.

A segurança do trabalho, pautada a partir dos conceitos referentes aos


acidentes e aos ambientes ocupacionais, pode ser entendida como o conjunto de
medidas que são adotadas visando a minimizar os acidentes de trabalho, as
doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de
trabalho do trabalhador. No Brasil, a Legislação de segurança do trabalho compõe-
se de Normas Regulamentadoras, as NRs, que são de observância obrigatória por
todas as organizações que possuam empregados regidos pela Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT).

Segundo definição do Dicionário Houaiss, um acidente consiste em


“qualquer lesão corporal, perturbação funcional ou doença que, ocorrendo no
exercício do trabalho ou em consequência dele, determine a morte do empregado
ou a perda, total ou parcial, permanente ou temporária, de sua capacidade para o
trabalho”. O Decreto nº 611/92, art. 139, de 21 de julho de 1992, define que um
acidente de trabalho é aquele que acontece no exercício do trabalho a serviço da
empresa, ou ainda, pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando

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lesão corporal ou perturbação funcional e podendo causar morte, perda ou


redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

São equiparados aos acidentes de trabalho, aqueles que acontecem


quando o trabalhador está prestando serviços por ordem da empresa fora do local
de trabalho, quando estiver em viagem a serviço da empresa, ou quando o acidente
ocorrer durante o trajeto entre a residência e o trabalho, ou vice-versa. Também são
equiparadas as doenças profissionais provocadas pelas condições e tipos de
trabalhos executados.

Existem duas causas básicas de acidentes no local de trabalho: a


decorrente de um ato inseguro, praticado por alguém que ignora conscientemente
as normas de segurança, e aquela referente à condição insegura do ambiente de
trabalho, que oferece perigo ou risco ao trabalhador. Por ambiente de trabalho
podemos entender o conjunto de fatores físicos, climáticos, ou qualquer outro que,
interligado ou não, está presente e envolve o local de trabalho da pessoa.

As consequências dos acidentes do trabalho podem ser diversas,


provocando afastamentos temporários ou definitivos, de acordo com a seguinte
classificação:

 acidentes sem afastamento: após o qual o empregado continua


trabalhando sem qualquer sequela ou prejuízo considerável;
 acidentes com afastamento: que provocam o afastamento do
empregado do trabalho por:
o incapacidade temporária, quando as sequelas se prolongam
por menos de um ano;
o incapacidade parcial permanente, quando as sequelas são
parciais e se prolongam por mais de um ano;
o incapacidade permanente total da capacidade de trabalho;
o ocorrência de morte.

Os atos e condições inseguras podem ser reduzidos ou eliminados, por


meio de um programa de prevenção de acidentes que contemple o mapeamento

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das áreas de risco, ou seja, uma avaliação constante e permanente das condições
ambientais que podem provocar acidentes dentro da empresa.

Além disso, outras ações como a análise detalhada dos acidentes, por
meio dos relatórios envolvendo as ocorrências dos danos materiais e
consequências aos trabalhadores, visando a descobrir causas e prevenir novos e
futuros acidentes; o apoio irrestrito da alta administração, que transmite
confiabilidade ao programa; o treinamento de segurança, principalmente para os
novos empregados, promovendo a instrução em práticas e procedimentos para
evitar potenciais riscos; a comunicação interna, difundindo intensivamente as
regras e normas de procedimentos e condutas, são de extrema importância para
manter o ambiente de trabalho seguro.

Cabe destacar ainda, a importante contribuição prestada pela Comissão


Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), na elaboração, implantação e
manutenção de programas de prevenção de acidentes, conforme atribuições
regulamentadas pelo Ministério do Trabalho.

106
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Inovação

Referência

ALONSO,F.R.; CASTRUCCI,P. de L.;LÓPEZ, F.G. Curso de ética em administração.


São Paulo: Atlas, 2006.

ARISTÓTELES. Ética a Nicomaco. São Paulo: Martin Claret, 2002.

ARMSTRONG G.; KOTLER P. Princípios de marketing. Rio de Janeiro: Prentice Hall,


1988.

ASHLEY, P.A.(Coordenação). Ética e responsabilidade social nos negócios. São


Paulo: Saraiva, 2002.

BRASIL. Constituição Federal de 1988 (Incisos extraídos). Disponível em: .

BRINKLEY, D. L.; SCHELL, R. R. Concepts and terminology for computer security. In:
ABRAMS, M. D.; JAJODIA, S.; PODELL, H. J. (Ed.). Information security: an
integrated collection of essays. Los Alamitos, CA: IEEE Computer Society Press, jan.
1995. p. 40-97.

CAMPOS, N.R.P.R.de. Noções essenciais de direito. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

CESCA, C.G.G.; CESCA, W. Estratégias empresariais diante do novo consumidor:


relações públicas e aspectos jurídicos. São Paulo: Summus, 2000.

CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas


organizações. 5. ed. São Paulo: Elsevier, 2004.

CRETELLA JR. J. Curso de liberdades públicas. 1. ed. Rio de Janeiro: Ed. Forense,
1986.

HOWARD, J. D. An analysis of security incidents on the internet: 1989-1995. Tese


de Doutorado – Carnegie Mellon University, Pittsburgh, Pennsylvania, EUA, 1997.

LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico da filosofia. São Paulo: Martins Fontes,


1993.

LINTON, R. O homem: uma Introdução à antropologia. Tradução de Lavínia Vilela.


8. ed. São Paulo: Martins, 1971.

MARQUES, C. O contrato de trabalho e a discriminação estética. São Paulo: LTr,


2002.

MAXIMINIANO, A. C. A. Fundamentos de administração. São Paulo: Atlas, 2004.

PAUPÉRIO, A.M. Introdução ao estudo do direito. Rio de Janeiro, Forense, 2003.

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Desenvolvimento
Econômico e
Inovação

SÁ, A.L.de. Ética profissional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

SILVA, J.A.da. Curso de direito constitucional positivo. 19. ed. São Paulo: Malheiros
Editores, 2001.

SROUR, R.H. Ética empresarial. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

UNIP, Campus Paulista, 2015.

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Currículo do Professor

Heder Vieira de Lima, Graduado em Gestão de Tecnologia da


Informação na Universidade Paulista, Pós-Graduado em
Gestão de Tecnologia da Informação e Marketing Digital na
Universidade Anhanguera, Técnico em TI, Webdesign e
Programador Senior em PHP, JQuery, JSon e JavaScript.

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ITEGO
Célio Domingos Mazzonetto
(62) 3307-1700

Curso: MANUTENÇÃO E SUPORTE A INFORMÁTICA


Disciplina: ÉTICA PROFISSIONAL
Professor: Heder Vieira de Lima
Objeto: Atividade individual
Modalidade: Questões objetivas
Pontuação para fins avaliativo: 10 pontos – 1 ponto por questão.

Aluno(a): ___________________________________________

Data limite para realização desta atividade: 09/06/2020 22:00

CÓDIGO: TNMMSI-N123-AT1

Instruções para realização da atividade.

1. Leia as questões com atenção.


2. Confira se todos os dados estão informados corretamente
3. Assine a folha de resposta com seu nome
4. Utilize caneta preta ou azul para preencher a folha de resposta
5. Preste a atenção para não deixar nenhuma questão sem preencher
6. Só assinale uma alternativa por questão
7. Apresente o gabarito desta atividade para o professor até a data informada acima.
8. O gabarito desta atividade pode ser enviada através de: correspondência para o
ITEGO de Ceres, e-mail (anexo scaneado ou foto para hederv@outlook.com),
entrega pessoalmente na instituição ITEGO ou para o Whatsapp individual do
professor (62 98456-0065)

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Questão 1: Quando a sociedade se organiza e cria institutos e organizações para


reguralizar os conflitos em sociedade, visando manter a ordem, a liberdade e a
harmonia, e conferindo poderes ao Estado para cumprir estas metas e missões, essa
atitude é chamada de:
a) Acordo jurisprudencial.
b) Princípios gerais do Direito.
c) Fontes Formais do Direito.
d) Contrato Social.
e) Contrato Judicial.

Questão 2: As três espécies de justiça que integram o conceito da justiça


participativa, que visa a despertar a atenção das pessoas com relação à obrigação
de cada um participar de forma livre e consciente, promovendo maior e melhor
interação social, são:
a) Justiça comutativa, justiça distributiva e justiça social
b) Justiça comutativa, justiça instrucional e justiça social
c) Justiça comutativa, justiça distributiva e justiça civil
d) Justiça democrática, justiça distributiva e justiça social
e) Justiça democrática, justiça instrucional e justiça social

Questão 3: O conjunto de leis que impera no Direito Civil é o das leis contidas no
Código Civil, que é dividido em duas partes:
a) Geral e específica.
b) Especial e condicional.
c) Geral e especial.
d) Social e comercial.
e) Natural e comercial.

Questão 4: Concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade,


concessão de registro de desenho industrial, concessão de registro de marca,
repressão às falsas indicações geográficas e repressão à concorrência desleal são
direitos relativos à
a) Propriedade de ideias
b) Propriedade industrial
c) Propriedade intelectual
d) Propriedade financeira
e) Propriedade física

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Questão 5: Considerando a teoria do Direito Civil acerca das locuções "direito


objetivo" e "direito subjetivo", assinale a alternativa incorreta:
a) O direito subjetivo associa-se à noção de "facultas agendi".
b) Visto como um conjunto de normas que a todos se dirige e a todos vincula,
temos o "direito subjetivo".
c) Direito subjetivo é a prerrogativa de invocação da norma jurídica, pelo titular,
na defesa do seu interesse.
d) Visto sob o ângulo subjetivo, o direito é o interesse juridicamente tutelado
(Ihering).
e) O direito objetivo refere-se a um conjunto de regras que impõem à conduta
humana certa direção ou limite. Ele descreve condutas obrigatórias e comina
sanções pelo comportamento diverso dessa descrição.

Questão 6: Considere as afirmativas abaixo:

a) III
b) I
c) I e II
d) II e III
e) I e III

Questão 7: O empregado não tem direito ao aviso-prévio quando ocorre a:

a) Rescisão antecipada do contrato de experiência.


b) Despedida indireta.
c) Extinção da empresa.
d) Rescisão por culpa recíproca.
e) Morte do empregador.

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Questão 8: Entre as opões abaixo não são consideradas empregado pela CLT o
trabalhador:
a) Subordinado
b) Avulso
c) Voluntário
d) Eventual
e) Autônomo

Questão 9: Podemos identificar a relação de emprego a partir de seus elementos


característicos. Acerta desse assunto, julgue os itens seguintes e assinale a
alternativa incorreta:
a) Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo
os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação
pessoal de serviços.
b) Empregador é a pessoa individual ou coletiva que admite, assalaria e dirige a
prestação pessoal de serviços e que, observando as modernas doutrinas da
cogestão e da participação dos empregados nos lucros, estará autorizada a
partilhar com estes os riscos do empreendimento.
c) Por subordinação jurídica, deve-se entender a restrição imposta à autonomia
de vontade do operário, que se submete aos poderes de comando e à
hierarquia do empregador.
d) A dependência técnica do trabalhador ao empregador é dispensável para
caracterização da relação de emprego.
e) Nas atividades terceirizadas, o vínculo de emprego não se forma diretamente
com o tomador de serviços, quando a função exercida estiver vinculada às
“operações-meio” ou “não-finalísticas” do empreendimento e desde que
ausentes os requisitos da pessoalidade e da subordinação direta.

Questão 10: O que Direito do Trabalho?


a) É ramo do direito privado que disciplina a atividade econômica entre
empregadores e empregados.
b) É o complexo de princípos, regras e institutos jurídicos que regulam a relação
empregatícia individual ou coletivamente considerada e outras relações
normativamente especificadas.
c) É o ramo do direito privado que trata das relações tributárias.
d) Está ligado ao Direito Cível e Empresarial.
e) Pela sua importância econômica, o Banco Central também opina e altera leis
dentro do Direito do Trabalho.

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Curso: MANUTENÇÃO E SUPORTE A INFORMÁTICA


Disciplina: ÉTICA PROFISSIONAL
Professor: Heder Vieira de Lima
Objeto: Atividade individual
Modalidade: Questões objetivas
Pontuação para fins avaliativo: 10 pontos – 1 ponto por questão.

Aluno(a): ___________________________________________

Data limite para realização desta atividade: 09/06/2020 22:00

CÓDIGO: TNMMSI-N123-AT1

Gabarito:

A B C D E A B C D E

1 6

2 7
QUESTÃO

QUESTÃO

3 8

4 9

5 10

Atenção:

1. A questão será anulada se preencher mais de uma opção.

2. A bolinha da resposta correta, deverá ser preenchida totalmente com


caneta azul ou preta.
3. Não esqueça de preencher seu nome.

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ITEGO
Célio Domingos Mazzonetto
(62) 3307-1700

Curso: MANUTENÇÃO E SUPORTE A INFORMÁTICA


Disciplina: ÉTICA PROFISSIONAL
Professor: Heder Vieira de Lima
Objeto: Atividade individual
Modalidade: Questões objetivas
Pontuação para fins avaliativo: 10 pontos – 1 ponto por questão.

Aluno(a): ___________________________________________

Data limite para realização desta atividade: 09/06/2020 22:00

CÓDIGO: TNMMSI-N123-AT2

Instruções para realização da atividade.

1. Leia as questões com atenção.


2. Confira se todos os dados estão informados corretamente
3. Assine a folha de resposta com seu nome
4. Utilize caneta preta ou azul para preencher a folha de resposta
5. Preste a atenção para não deixar nenhuma questão sem preencher
6. Só assinale uma alternativa por questão
7. Apresente o gabarito desta atividade para o professor até a data informada acima.
8. O gabarito desta atividade pode ser enviada através de: correspondência para o
ITEGO de Ceres, e-mail (anexo scaneado ou foto para hederv@outlook.com),
entrega pessoalmente na instituição ITEGO ou para o Whatsapp individual do
professor (62 98456-0065)

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Questão 1: O indivíduo tem a liberdade de tomar a decisão, de cumprir ou não as


regras estabelecidas, mas as consequências podem ser distintas. A sanção pelo
descumprimento da regra moral será:
a) Divina.
b) Da sociedade.
c) Imposta por legislação específica.
d) Da consciência.
e) Ser preso.

Questão 2: Segundo (Silva, 1991) o conjunto de direitos, formas, processos e veículos,


que possibilitam a coordenação desembaraçada da criação, expressão e difusão do
pensamento e da informação, consiste
a) a liberdade de expressão
b) a liberdade de ir e vir
c) a liberdade de escolha
d) a liberdade de informar
e) a liberdade de comunicação

Questão 3: O objeto de Estudo do Direito Constitucional é:


a) O povo
b) O estado
c) A constituição
d) A política
e) O Governo

Questão 4: O núcleo familiar é


a) a sociedade primordial e fundamental, na qual o ser humano recebe as
primeiras lições para sua formação e educação.
b) o conjunto das prescrições e normas admitidas numa época por determinada
sociedade.
c) a sociedade de convívio profissional que trabalham em prol de um objetivo
em comum.
d) a sociedade alternativa que busca uma convivência intelectual independente
dos estudos curriculares e da cultura no meio onde vive.
e) a sociedade que busca a felicidade, condicionada a adaptar-se às condições
temporais, sociais e ambientais do meio onde vive.

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Questão 5: Segundo Alonso, Castrucci e López (2006), são faculdades superiores


do homem, a inteligência, a vontade e a amorosidade:
a) Inteligência, vontade e sobriedade.
b) Inteligência, altruísmo e amorosidade.
c) Inteligência, vontade e amorosidade.
d) Consciência, vontade e amorosidade.
e) Consciência, altruísmo e amorosidade.

Questão 6: Não é um dos elementos da empresa:


a) Atividade empresarial
b) Atividade econômica
c) Produção de bens e serviços
d) Profissionalismo
e) Atividade organizada

Questão 7: O que é código de ética profissional?


a) é a disciplina ou campo do conhecimento que trata da definição e avaliação
do comportamento de pessoas e organizações.
b) é um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em prática no
exercício de qualquer profissão.
c) é um sistema de trabalho que transforma recursos em produtos e serviços.
d) são instrumentos de comunicação de seus valores e práticas para todos
aqueles que, direta ou indiretamente, se relacionam com a empresa.
e) é a busca de um comportamento ideal para cada situação, definido por meio
de padrões ou códigos de conduta estabelecidos.

Questão 8: É INCORRETO afirmar:


a) Responsabilidade social pode ser definida como o compromisso que uma
organização deve ter com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes
que a afetem positivamente, de modo amplo, ou a alguma comunidade, de
modo específico.
b) O direito autoral é assegurado aos autores de inventos industriais, o privilégio
de registrá-los em órgãos públicos, para fazer valer, perante terceiros, seu
direito exclusivo de exploração por determinado tempo.
c) Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final.
d) Uma organização é um sistema de trabalho que transforma recursos em
produtos e serviços.
e) Ética pessoal é um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas
em prática no exercício de qualquer profissão.

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Questão 9: Quando se diz: Toda pessoal física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final. Estou referindo a
a) Comerciante.
b) Empresário.
c) Consumidor.
d) Empreendedor.
e) Empregado.

Questão 10: O que é direito do consumidor?


a) É ramo do direito privado que disciplina a atividade econômica entre
empregadores e empregados.
b) É o complexo de princípos, regras e institutos jurídicos que regulam a relação
empregatícia individual ou coletivamente considerada e outras relações
normativamente especificadas.
c) É o ramo do direito privado que trata das relações tributárias.
d) É um conjunto de regras jurídicas que visa a equilibrar as relações decorrentes
do consumo de bens e serviços, preservando os interesses do consumidor.
e) Pela sua importância econômica, o Banco Central também opina e altera leis
dentro do Direito do Trabalho.

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Curso: MANUTENÇÃO E SUPORTE A INFORMÁTICA


Disciplina: ÉTICA PROFISSIONAL
Professor: Heder Vieira de Lima
Objeto: Atividade individual
Modalidade: Questões objetivas
Pontuação para fins avaliativo: 10 pontos – 1 ponto por questão.

Aluno(a): ___________________________________________

Data limite para realização desta atividade: 09/06/2020 22:00

CÓDIGO: TNMMSI-N123-AT2

Gabarito:

A B C D E A B C D E

1 6

2 7
QUESTÃO

QUESTÃO

3 8

4 9

5 10

Atenção:

1. A questão será anulada se preencher mais de uma opção.

2. A bolinha da resposta correta, deverá ser preenchida totalmente com


caneta azul ou preta.
3. Não esqueça de preencher seu nome.

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Célio Domingos Mazzonetto
(62) 3307-1700

Curso: MANUTENÇÃO E SUPORTE A INFORMÁTICA


Disciplina: ÉTICA PROFISSIONAL
Professor: Heder Vieira de Lima
Objeto: Atividade individual
Modalidade: Questões objetivas
Pontuação para fins avaliativo: 10 pontos – 1 ponto por questão.

Aluno(a): ___________________________________________

Data limite para realização desta atividade: 09/06/2020 22:00

CÓDIGO: TNMMSI-N123-AT3

Instruções para realização da atividade.

1. Leia as questões com atenção.


2. Confira se todos os dados estão informados corretamente
3. Assine a folha de resposta com seu nome
4. Utilize caneta preta ou azul para preencher a folha de resposta
5. Preste a atenção para não deixar nenhuma questão sem preencher
6. Só assinale uma alternativa por questão
7. Apresente o gabarito desta atividade para o professor até a data informada acima.
8. O gabarito desta atividade pode ser enviada através de: correspondência para o
ITEGO de Ceres, e-mail (anexo scaneado ou foto para hederv@outlook.com),
entrega pessoalmente na instituição ITEGO ou para o Whatsapp individual do
professor (62 98456-0065)

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Questão 1: É considerada incapacidade parcial permanente:

a) Quando as sequelas são parciais e se prolongam por mais de um ano.


b) Quando o empregado continua trabalhando sem sequela ou prejuízo
considerável.
c) A perda todal da capacidade de trabalho.
d) A perda parcial da capacidade de trabalho.
e) Quando o empregado continua trabalhando com sequela.

Questão 2: Apontada na legislação ordinária dos Estados Unidos em 1974 e alterada


em 1978, visando possibilitar o acesso do particular às informações constantes de
registros públicos ou particulares permitidos ao público foi originada a:
a) Habeas corpus
b) Habeas data
c) Juris center
d) Novatio legis
e) Habeas technicus

Questão 3: As ameaças relacionadas aos erros humanos, riscos ambientais e falhas


de sistema são chamadas de:
a) Ameaças intencionais
b) Ameaças eletrônicas
c) Ameaças de vírus
d) Ameaças não intencionais
e) Ameaças de segurança

Questão 4: Não são objetivos da política de segurança da informação:


a) Identificar especificação das ações “seguras” e aquelas “não seguras”.
b) Detectar e recuperar-se de ataques usando os mecanismos de segurança.
c) Detectar ataques que estejam ocorrendo ou que já ocorreu.
d) Realizar recuperação, complexa poque a natureza de cada ataque é diversa.
e) Proliferar os ataques indiscriminados às pessoas ou às instituições.

Questão 5: Uma das normas mais utilizadas na política de segurança associadas


aos sistemas de informação é:
a) ISO 17799
b) ISO 17798
c) ISO 17000
d) ISO 17797
e) ISO 17001

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Questão 6: Origem racial, opinião política, filosófica ou religiosa, filiação partidária


e sindical e orientação sexual são classificados como:
a) Dados impessoais
b) Dados ilícitos
c) Dados sensíveis
d) Dados irrelevantes
e) Dados públicos

Questão 7: Segundo Chiavenato (2004) a higiene de trabalho deve ser implantada


como
a) Conjunto de normas e procedimentos voltado para a integridade econômica
e financeira da empresa e instituição, preservando-a dos riscos de falência
diante da crise nacional.
b) Conjunto de normas e procedimentos voltado para a integridade física e
mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às
tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas.
c) Conjunto de normas e procedimentos voltado para a integridade física e
mental do trabalhador, exigindo o bom desempenho inerentes às tarefas do
cargo e ao ambiente físico onde são executadas.
d) Conjunto de normas e procedimentos voltado para a integridade econômica
da empresa e instituição, consequente da saúde do trabalhador exercendo
sua atividade independente das tarefas do cargo e do ambiente físico onde
são executadas.
e) Conjunto de normas e procedimentos voltado para a integridade física e
mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às
tarefas autônomas fora do ambiente físico da empresa.

Questão 8: Instruído pela Lei 24/94, antes do profissional ser demitido em uma
empresa deve ser feito o exame médico
a) Admissional, nos 15 dias que antecedem o desligamento definitivo do
funcionário.
b) Demissional, nos 15 dias que antecedem o desligamento provisório do
funcionário.
c) Demissional, nos 30 dias que antecedem o desligamento definitivo do
funcionário.
d) Demissional, nos 15 dias que antecedem o desligamento definitivo do
funcionário.
e) Admissional, nos 30 dias que antecedem o desligamento definitivo do
funcionário.

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Questão 9: O Decreto nº 611/92, art. 139, de 21 de julho de 1992, define que


a) Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa, ou ainda, pelo exercício do trabalho dos segurados especiais,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a
perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária.
b) Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa, ou ainda, pelo exercício dos segurados especiais fora do ambiente
de trabalho, resultando em lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho,
permanente ou temporária.
c) Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa, ou ainda, pelo exercício dos segurados especiais no ambiente de
trabalho, resultando em lesão corporal ou perturbação funcional que cause
a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho, restritamente
permanente.
d) Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa, ou ainda, pelo exercício do trabalho dos segurados especiais,
somente quando leva ao óbito.
e) Acidente do trabalho é o que ocorre fora do exercício do trabalho dos
segurados especiais, resultando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho,
permanente ou temporária.

Questão 10: As consequências dos acidentes do trabalho podem ser diversas,


provocando afastamentos temporários ou definitivos, de acordo com a seguinte
classificação:
a) Incapacidade temporária e acidentes com afastamento.
b) Acidentes sem afastamento e acidentes com afastamento.
c) Acidentes sem afastamento e incapacidade parcial.
d) Acidentes com afastamento e incapacidade parcial.
e) Incapacidade parcial e incapacidade temporária.

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Curso: MANUTENÇÃO E SUPORTE A INFORMÁTICA


Disciplina: ÉTICA PROFISSIONAL
Professor: Heder Vieira de Lima
Objeto: Atividade individual
Modalidade: Questões objetivas
Pontuação para fins avaliativo: 10 pontos – 1 ponto por questão.

Aluno(a): ___________________________________________

Data limite para realização desta atividade: 09/06/2020 22:00

CÓDIGO: TNMMSI-N123-AT3

Gabarito:

A B C D E A B C D E

1 6

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QUESTÃO

QUESTÃO

3 8

4 9

5 10

Atenção:

1. A questão será anulada se preencher mais de uma opção.

2. A bolinha da resposta correta, deverá ser preenchida totalmente com


caneta azul ou preta.
3. Não esqueça de preencher seu nome.

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