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Recepção do milho
Maceração.
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O gás sulfuroso pode ser administrado sob a forma de bissulfitos, metabissulfitos, por adição
de SO2 líquido. Pode ainda ser gerado pela queima de enxofre e dissolução em torres
adequadas. Durante a maceração o milho absorve água na proporção de 42,0 a 45,0 % de
sua massa, perde de 2,0 a 3,0 % de material solúvel e retém de 0,02 a 0,04 % de SO2. A
maceração é considerada finalizada quando apresentar de 45,0 a 50,0 % de umidade. Na
prática, observa-se que os grãos de milho apresentam consistência macia, e pode ser
amassado facilmente se apertado entre os dedos ou permitir a penetração pelas unhas.
A água de maceração pode também circular em fluxo contínuo, em uma bateria de tanques
em que a solução de maceração é conduzida em contra corrente com o caminhamento dos
grãos. A água limpa entra em contato com o milho com mais horas de maceração e segue
para os tanques com milho mais seco. A continuidade da operação pode ser feita por
gravidade ou por bombas. Este sistema é o mais comum.
A água de maceração após a separação dos grãos, deve ser tratada antes de desprezada,
ou pode ser recuperada e reutilizada, sendo os fragmentos removidos considerados um sub-
produto.
O material triturado é enviado a tanques de fundo cilíndrico, onde os grãos moídos são
constantemente agitados em água, ao mesmo tempo em que são transportados de uma
para outra extremidade, onde são descarregados automaticamente ou não. Pela agitação,
parte do amido entra em suspensão e torna o líquido mais denso, facilitando a flutuação do
gérmen. Por meio de raspadores contínuos eles são retirados do tanque e enviados para
peneiras, onde são lavados, com retorno da água ao circuito de obtenção do amido. Os
gérmens são centrifugados para retirar o excesso de água e secos para seguirem para
extração de óleo.
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FIGURA 2. Tanque de flotação de gérmen
Hidrociclones também podem ser usados nesta etapa. Gérmens são separados pelo centro
e para cima, enquanto fibras, material protéico (glúten) e amido são arrastados pela água,
que contém o material solúvel.
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Moagem fina e lavagem de “cascas”
Extração de amido
É feita para obter amido sob a forma mais pura, isento o máximo possível dos
acompanhantes solúveis, ou não, oriundos dos grãos. As operações de purificação, que
conduzem à obtenção de amido de alta e uniforme qualidade.
A purificação pode ser feita em centrífugas de pratos, onde o amido é liberado da proteína
insolúvel (glúten) ao mesmo tempo em que é pré-concentrado e lavado com o efluente do
estágio subseqüente. O leite de amido que possuía de 8,0 a 10,0 % de glúten, sai dessa
fase com 1,0 a 3,0 % de material protéico, dependendo do tipo da separadora, da
temperatura e da qualidade do glúten. Esta operação é repetida diversas vezes (bateria
centrífuga), e a suspensão de amido vai concentrando mais a cada etapa. Com 22 a 23 °Bé
é levado para filtros a vácuo, rotativos e contínuos, que eliminam parte da água e daí para
os secadores, ensacamento e empacotamento.
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FIGURA 8 – Fluxograma de Refinação do Amido de Milho e Obtenção de “Glúten”
Secagem do amido.
Após a última centrífuga separadora, o leite de amido com 22 a 23 °Bé segue para a
eliminação de excesso de água em filtros a vácuo, de tambor rotativo, recoberto de tecido
muito fino (gaze ou perlon), onde boa parte da água é separada, deixando uma massa de
amido úmido. Essa eliminação de água pode ser feita opcionalmente em centrífugas
horizontais.
Dos filtros a vácuo, o amido sai com 45,0 % de umidade, e é encaminhado a secadores
pneumáticos, conhecidos por flash-dryers, aquecidos por meio de ar quente obtido em
radiadores providos de queimadores a óleo. Embora aquecido a 105-110 °C, o amido não
gelatiniza, além de não formar grumos.
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FIGURA 9 – Filtro tipo tambor rotativo a vácuo
Uma fábrica de amido de milho produz alguns subprodutos de alto valor comercial (gérmen,
glúten, farelos e água de maceração), obtidos ao longo das etapas de processo, como
segue:
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Gérmen
Os germens são ricos em matéria graxa e, por isso, constituem matéria-prima
importante para as fábricas de óleo, são liberados dos grãos nas operações de pré-moagem
e separados do processo nas separadoras de germe, por flotação em água.
Esta operação tanto quanto as pré-moagens, devem ser conduzidas de maneira a não
romper os embriões, para não haver liberação de óleo que prejudicará as operações de
purificação. Os germes são mais leves devido ao seu alto teor em óleo e flutuam. A pequena
suspensão de amido na água do separador contribui para favorecer a flotação dos germes.
O milho e o material mais pesado são retirados continuamente pelo fundo do separador
enquanto os germes são retirados pela parte superior e enviados para um lavador. Quando
a pré-moagem for executada em duas fases, haverá duas separações e duas lavagens de
germe. Duas pré-moagens aumentam o rendimento em embriões, maior rendimento e
melhor qualidade do amido. Os embriões separados são lavados em lavadores, como os
descritos para a lavagem das cascas, compostos de 3 a 5 unidades, sendo em seguida,
prensados em prensa de parafuso, em cesta cônica e retirados com 55% de umidade,
passando à secagem em secador rotativo horizontal até 3,0 a 5,0% de umidade.
Nas condições de prensado o germe pode ser conservado por um dia e, após a secagem,
seu período de conservação é praticamente ilimitado. Os embriões secos são transportados
para um silo provido de ciclone para poeira e agitador para homogeneização, com
capacidade para estocar a produção de 24 horas, encontrando-se ligado com sistema de
pesagem e ensacamento.
Os embriões podem ser secos separadamente ou depois de adicionados às cascas e
fragmentos.
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Cascas e fragmentos
Água de maceração
A água de maceração contém sólidos arrastados dos grãos, sendo eliminada como resíduo
em fábricas de pequena escala. Quando submetida a tratamento pode ser reutilizada. A
reciclagem da água é recomendada para economia de água e se houver viabilidade
econômica.
Nas indústrias que operam acima de 75 toneladas/dia, o volume de líquido residual é muito
grande, e seu descarte é problemático, por causa do efeito poluidor. Como contém sais e
material protéico em solução, constitui sub-produto aproveitável. Conhecida como água de
milho, a água de maceração (corn-steep-liquor) é usada em indústrias de fermentação,
sobretudo em fábricas de antibióticos, como nutrientes do agente de fermentação. Para
baratear e facilitar o transporte é conveniente concentrá-la em concentradores contínuos,
em evaporadores de múltiplo efeito, de baixo consumo de vapor.
A água de maceração pode ser adicionada aos fragmentos e cascas, para posterior
secagem, melhorando em 4,0 a 8,0% o teor de proteína do alimento resultante.
Glúten
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maceração e lavagem do germe e o pequeno teor de glúten é retornado ao processo,
causando, ao final, recuperação muito eficiente.
Para provocar melhor separação do glúten e do amido, e retirar o glúten mais concentrado,
é conveniente provocar flotação antes de passar ao concentrador. O tanque de flotação
(caixa de espuma), permite reduzir as perdas de amido na separadora primária e diminuir o
teor de proteína no amido. As perdas de amido retornam sempre ao processo.
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O MILHO DOCE COMO MATÉRIA PRIMA INDUSTRIAL
O milho doce apresenta um alto teor de açúcares no endosperma. A Variedade Super Doce
encerra até 19,00% de açúcares, enquanto contém 40,00% de amilose. A variedade Doce-
cubano encerra de 28,00 a 41,00% de amilose, até 35,00% de polissacarídeos solúveis e de
4,00 a 6,00% de açúcares. Essa composição confere aos grãos secos uma aparência
diferente, com o endosperma enrugado e de aspecto translúcido.
O milho doce enlatado no Brasil é desuniforme, encontrando-se grãos pequenos, médios e
graúdos. Embora de sabor e odor agradável, as conservas não apresentam uma
regularidade de triagem, que reflita uma classificação adequadamente realizada. Com
relação a esse detalhe, ainda não há no país exigências na legislação. Assim sendo, não há
uma classificação pós-colheita para ser usada pelos produtores, compradores e indústrias,
que por sua vez, costumam limitar-se à análise de amido, açúcares ou determinação da
tenrura.
Como já foi dito, o milho doce presta-se à industrialização nos estágios leitoso e verde. O
ponto exato de colheita não é fácil de ser determinado. Quando está leitoso contém elevado
percentual de umidade e quando sua maturação encontra-se mais adiantada a superfície do
grão apresenta-se rija e o endosperma contém muita amilose.
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As indicações do momento da colheita não são muito perfeitas. O tempo decorrido após o
aparecimento da barba nas espigas é um indicativo, mas não é índice muito preciso, devido
à influência de variações climáticas. A literatura cita um período variável de 14 a 21 dias,
após aquele fenômeno. Esse intervalo tão longo é, por si só, um índice de imprecisão,
provocado pela maior ou menor umidade, maior ou menor temperatura no período.
Na pratica, é usado o mesmo ensaio feito quando o milho está convenientemente macerado,
para a fabricação de amido: a penetração do grão pelas unhas. Com um pouco de prática
detem-se a sensibilidade necessária.
Outros métodos práticos recomendados são medir o volume de líquido contido no grão
leitoso ou a densidade aparente dos grãos em salmoura, por meio de teste de flutuação.
Ambos tem validade regional, pois o volume do líquido varia com a pressão exercida sobre
os grãos e a densidade aparente assim medida, varia em função da concentração da
salmoura. A análise para determinar o teor de amilose e de açúcares parece ser a melhor
forma, pois oferece boas condições de reprodutibilidade.
Processamento
As operações visando o enlatamento do milho doce iniciam logo após a colheita, para evitar
a deterioração e a transformação do açúcar e do amido. A industrialização inicia como
descascamento e continua com a lavagem, corte dos grãos e o enlatamento, todas as
operações podem ser mecanizadas.
1 Despalha e lavagem
As espigas são descarregadas sobre uma esteira transportadora que as leva para o
despalhador. Nesta etapa, as espigas são despalhadas mecanicamente, por máquinas que
cortam a extremidade e retiram a palha, ou que retiram a palha sem necessidade de corte; a
maior parte do cabelo é arrastada, também. Imediatamente após o descascamento as
espigas são passadas por lavadores rotativos, constituídos de tambor perfurado que gira de
15 a 25 rpm, com um sistema de injeção de água sob pressão, que lava as espigas,
arrastando o restante dos cabelos, pedaços de palha, lagartas, grãos quebrados e outras
impurezas.
Em um outro sistema de limpeza, espigas após a despalha passam através de máquinas
equipada com rolos de escovas rotativas, sob constante jato de água sob pressão.
As espigas lavadas seguem para os cortadores de grãos por meio de outra esteira
transportadora, onde são submetidas a triagem para eliminar as lesadas, para repassar as
mal lavadas e com cabelos.
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2 Corte dos grãos e preparo para o enlatamento
As espigas são introduzidas na máquina, que possui um sistema de facas afiadas, de altura
regulável, que corta os grãos a partir da ponta, sem atingir o sabugo. Nessa operação, há
liberação de suco açucarado, que constitui meio de cultura favorável ao desenvolvimento de
microrganismos. Para evitar contaminações prejudiciais, os grãos após o corte são lavados
em duas etapas, sendo eles são imersos na primeira e, na segunda, transportado
mecanicamente, são submetidos a uma pulverização com água a temperatura próxima a 90
°C. Esse tratamento completa a lavagem e prepara os grãos para o branqueamento em
água quente, quase á ebulição. Ao nível do mar a temperatura situa-se ao redor de 98 °C. O
tempo de imersão varia de 2 a 5 minutos, dependendo do tamanho dos grãos e de seu
estado de maturação.
3 Enlatamento
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Os grãos branqueados são imediatamente resfriados, de preferência por imersão em banho
de água gelada, drenados em, esteira e colocados em envoltórios plásticos ou de papelão
impermeável aos vapores de água. Após o fechamento, são conduzidos a congeladores de
túnel ou placas, para congelamento rápido a -25 °C e armazenados a -18 a -20 °C.
Esse tipo de conservas exige cuidados, sobretudo na lavagem e armazenamento. O
material congelado tem que ser conservado à temperatura indicada e não pode estar sujeito
a oscilações de temperatura.
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Milho
Despalhador de
*
Lavador
Cortador
*
Esteira
Lavador
Tanque de
Esteira de
Tanque de Enchedora
*
Esteira de Transportador
Empacotamento Dosador de
Congelador Túnel de
*
Autoclave
Produto
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