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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA

PÚBLICA DA COMARCA DE FARMINÓPOLIS/MG

ASSOCIAÇÃO MUNICIPAL DE MORADORES, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ nº XXX com sede em XXX, endereço eletrônico XXX,
por intermédio de seu advogado, devidamente constituído, com instrumento de
mandato em anexo, endereço profissional em..., vem perante Vossa
Excelência, com fulcro no artigo 1º e 5º, inciso V, da Lei nº 7.347/85, propor

AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO LIMINAR

em desfavor do MUNICÍPIO FAMINÓPOLIS, pessoa jurídica de direito público


interno, CNPJ nº XXX, com sede no endereço XXX, endereço eletrônico XXX,
e da empresa TransAnt Transportes Ltda, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ nº XXX, com sede no endereço XXX, endereço eletrônico,
pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

I – DA COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DA PRESENTE AÇÃO CIVIL


PÚBLICA

Preliminarmente, cabe citar que a entidade ora autora está devidamente


constituída há dois anos, preenchendo o requisito do art. 5º, inciso V, alínea a,
da Lei nº 7.347/85, tendo sua finalidade institucional, dentre outras, a proteção
dos usuários de transporte público, estando, portanto, alinhada com o tema da
ação, conforme exigência do art. 5º, inciso V, alínea b, da Lei nº 7.347/85.

II – DOS FATOS

A empresa TransAnt Transportes Ltda, exploradora do serviço público de


transporte de passageiros via concessão no MUNICÍPIO FARMINÓPOLIS que
possui altos índices de criminalidade.

Por motivo desse alto índice de criminalidade, a concessionária contratou


profissionais sem habilitação para a direção de ônibus e proibiu a circulação de
veículos a partir das 18 horas, que antes circulavam até meia-noite, por
exigência do poder concedente, além de utilizar ônibus antigos (e mais
poluentes) que estão em péssimo estado de conservação.

Por esta situação, jornais da cidade noticiaram amplamente as péssimas


condições do serviço de transporte público, o que ensejou a presente demanda
que objetiva a regularização da atividade em questão.

III – DO DIREITO

Diz o art. 6º, § 1º, da Lei nº 8.987/95, que são princípios do serviço público, a
regularidade, a continuidade, a eficiência, a segurança, a atualidade, a
generalidade, a cortesia na sua prestação e a modicidade das tarifas.

O § 2º, do mesmo dispositivo, preconiza que a atualidade compreende a


modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua
conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.

No mesmo sentido, o art. 4º da Lei 13.460/17, determina que os serviços


públicos e o atendimento do usuário deverão ser realizados de forma
adequada, observados os princípios da regularidade, continuidade, efetividade,
segurança, atualidade, generalidade, transparência e cortesia.

Na presente hipótese, verifica-se que a prestação de serviço público não


atende condições mínimas de segurança para os usuários, pois os motoristas
dos ônibus não têm habilitação para direção e os veículos apresentam péssimo
estado de conservação, o que viola o princípio da segurança dos serviços
públicos.
A regularidade e a continuidade também não estão sendo observados, dada a
interrupção da circulação dos ônibus a partir das 18 horas, deixando a
população desprovida do serviço, o que implica violação dos princípios da
regularidade e continuidade dos serviços públicos.

Por fim, a utilização de veículos antigos e mais poluentes viola o princípio da


atualidade do serviço, que pressupõe a modernidade dos equipamentos postos
à disposição dos usuários.

Com efeito, verifica-se que a prestação do serviço público de transporte do


município Farminópolis é inadequada, pois não atende aos requisitos mínimos
de segurança, regularidade, continuidade e atualidade.

III – DO PEDIDO LIMINAR

Conforme o art. 300, do Código de Processo Civil, que a tutela de urgência


será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

A probabilidade do direito está fundamentada na prestação de serviço público


inadequado, que não satisfaz as condições de segurança, regularidade,
continuidade e atualidade.

O perigo da demora está presente no caso concreto, pois o serviço é


interrompido antes do horário previsto, causando prejuízos à população, além
de ser prestado em condições que colocam em risco os usuários pois a não
prestação do serviço regularmente, os deixam vulneráveis justamente nos
horários em que ocorrerem crimes com maior frequência, conforme índices de
criminalidade.

Desta feita, necessário se faz a concessão de liminar com o objetivo de impedir


a utilização de motoristas sem habilitação (obrigação de não fazer); obrigar os
réus à renovação da frota (obrigação de fazer); obrigar os réus à circulação dos
ônibus novos até meia-noite (obrigação de fazer).
IV – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer:

A citação dos réus, por intermédio de seus representantes judiciais, caso


houver, para, querendo, contestarem a presente ação no prazo legal sob pena
de revelia;

A concessão da liminar para impedir a utilização de motoristas sem habilitação


(obrigação de não fazer); obrigar os réus à renovação da frota (obrigação de
fazer); obrigar os réus à circulação dos ônibus novos até meia-noite (obrigação
de fazer);

A procedência do pedido, confirmando em definitivo a liminar concedida para


impor aos réus as obrigações de fazer e não fazer;

A condenação dos réus ao pagamento de custas e honorários advocatícios;

A produção de todas as provas admitidas em direito, bem como a juntada dos


documentos anexos.

Atribui-se a causa o valor de R$ XXX

Nestes termos, pede deferimento.

Farminípolis, 20 de setembro de 2021

ADVOGADO

OAB/MG

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