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Universidade Vale do Rio Doce

Curso de Psicologia

Andressa Martins Guedes

Comentário sobre La Borde

Governador Valadares
2020
A professora Janaína intitulou sua aula com o nome de “La Borde e a psicologia
institucional- notas de uma experiência em processo de descolonização” caminho este
que a mesma segue desde o tempo da universidade, como descolonizar a psicologia
através de praticas que não sejam do período colonial. Ela começou contextualizando
o nome do hospital La Borde ou A borda, pensado tanto na fronteira da doença mental
e na fronteira da institucionalidade na psicologia / psiquiatria. Ela contextualizou
também o momento histórico no Brasil e na França antes da construção de La Borde,
onde pessoas que não compactuavam com o sistema capitalista era mandado para
serem exilados em hospitais psiquiátricos.

La borde foi inspirado na clinica Saint Alban, que movimentava praticas anti
manicomiais. O paradigma do hospital, também servia para esconderijo para
militantes e produção de movimentos revolucionários. La Borde é um hospital aberto
fundado em 1953 Por Felix Guattari e se encontra localizado em uma paisagem de
bosques e lagos no interior da França. Os elementos terapêuticos principais são o
acolhimento, o ambiente em si, a relação entre as pessoas e o tratamento psicológico
e psiquiátrico. Sua estrutura é bem diferente dos hospitais convencionais, pois não
possui cercas ou muros que impeça o ir e vir das pessoas. O funcionamento da clinica
é de responsabilidade coletiva dos pensionnaires, como são chamados os pacientes e
dos trabalhadores: médicos, psicólogos, estagiários e etc., E todas as atividades que
mantem o hospital são divididas, inclusive o Clube terapêutico onde é organizado as
atividades dos ateliês como musica, pintura, cinema, escrita, passeios, e trabalhos
relacionadas ao bar e a tabacaria.

Janaina foi para o hospital em 2012, que apesar de já está recém-formada, trabalhou
por dois meses como estagiaria e não como profissional. Ela disse ter programado a
viagem com um ano e meio de antecedência e que o desejo estar em La Borde surgiu
por conta de professores e colegas acadêmicos que estiveram lá . A mesma mandou
uma carta de intenção e foi finalmente aceita. Ela foi então, cheia de anseios e medos
(citou inclusive o que ela chamou de paranoia brasileira, por ter medo de andar a noite
pela região e ser assaltada), mas que apesar dos medos, estava bastante excitada pelo
que estava por vir, afinal tudo era novidade. La ela conviveu com pessoas do mundo
inteiro e disse que foram tempos intensos principalmente por conta das demandas
relacionais. Contou também já no final de sua aula que no inicio ficava espantada com
o fato de moradores e funcionários se misturarem, sem nenhuma hierarquia e que
com o tempo percebeu que aquilo era um preconceito enraizado da mesma. Enfim
esta aula acabou sendo muito enriquecedora para todos os alunos.

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