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Série Alpha's Heart - #1 - Hard To Fight - Bella Jewell
Série Alpha's Heart - #1 - Hard To Fight - Bella Jewell
Bella Jewel
#1 Hard to Fight
~2~
SINOPSE
~3~
A SÉRIE
Bella Jewel
~4~
Prólogo
Minhas botas trituraram o cascalho quando eu entrei em um beco
deserto. Está escuro; o ar tem cheiro de urina velha e lixo, o som de
água pingando é o único que pode ser ouvido no silêncio assustador.
Ainda assim, eu sei que ele está aqui. Ele me ouviu chamar. Eu ouvi o
barulho alto e rítmico dos seus pés correndo pelo cascalho nada
discreto. Ele queria que eu entrasse aqui, nas partes mais escuras do
beco. Eu não sou tão estúpida.
Silêncio.
— Um.
Um passo.
— Dois.
Outro passo.
— Três.
~5~
velho se estreitam e ele continua a acenar as mãos, deixando claro que
ele não quer que eu chegue mais perto.
Meus olhos caem para sua camisa, onde seu nome está
claramente bordado. — Está na sua camisa, — eu digo, lutando contra
um sorriso quando levanto meu olhar de volta para ele.
~6~
— Cole, — eu começo, mas ele me corta sacudindo a mão.
Seus olhos piscam para mim. — Você é uma boa atriz. Me diz em
que show nós estamos? Pranksters 1 ? Eu sempre quis fazer parte
daquele show.
~7~
câmera lenta, agitando os braços enquanto se desequilibra para trás.
Ele pousa com força, deixando escapar um ooomph alto. Pego um par de
algemas, uso meu pé para rolar seu corpo e puxo suas mãos para trás
das costas.
— Sim, Cole?
— Por quê?
~8~
Jesus Cristo, este homem é maluco.
~9~
Capítulo Um
— Não é engraçado, — eu digo, jogando minha bolsa em minha
mesa.
— Ouvi que o bom e velho Cole foi divertido para você, Grace.
~ 10 ~
— Vocês sabiam que ele era louco! — eu indico, tirando a mão do
meu ombro e caminhando em direção à porta do chefe. — Eu não sei o
que vocês acham tão engraçado nisso tudo.
~ 11 ~
Sem lhe dar uma chance de responder, eu me viro e saio do seu
escritório.
*****
~ 12 ~
deveriam ser. O tipo que está lá para mim, não importa o que e sem
perguntas. Sem ele, eu nunca teria lutado tanto para treinar e chegar
onde estou. Ele costumava se sentar comigo por horas depois de cada
caso, me deixando falar durante o tempo que eu precisasse, e então,
antes de me beijar e desejar boa noite, ele sempre me dizia como estava
orgulhoso. Depois que eu saí de casa e aluguei meu próprio lugar, perdi
esses momentos.
— Eu também, — admito.
~ 13 ~
tijolos que funciona ao lado do clube. Kady me puxa até lá e nós
usamos as instalações e arrumamos nossa maquiagem antes de
sairmos.
— Sim, ouço.
~ 14 ~
Maravilhoso? Sim, tanto que ele a deixou sentada em um beco
escuro, porque foi preguiçoso demais para lhe dar um fora cara a cara.
— Você não entende, ele era tão incrível... Você sabe... — ela se
inclina mais perto, — na cama. O melhor que eu já tive. Eu pensei... eu
pensei que era porque tínhamos algo especial.
Seu cabelo escuro me faz querer correr os dedos por ele. Ele se
enrola para baixo em torno da base do seu pescoço, e algumas mechas
caem sobre a testa. Ele é extremamente masculino, bonito. Tem uma
cicatriz irregular na sua bochecha esquerda, mas ela só parece
acrescentar à sua imagem. Seus lábios são cheios, o nariz ligeiramente
torto, como se ele tivesse estado em muitas lutas. Ele também tem essa
perigosa barba rala que reveste suas bochechas e o queixo
perfeitamente esculpido.
~ 15 ~
Mais uma vez, nada disso tira sua perfeição.
Eeek.
Babaca.
Mega babaca.
— O que te faz ter tanta certeza disso? Quer dizer, se você o usa
tão bem, então eu não vejo nenhuma razão para esta pobre garota atrás
de mim estar chorando porque sua buceta está em desespero.
~ 16 ~
Oh, uau, de perto ele é ainda melhor. Sua pele é ligeiramente
mais áspera, o cabelo um toque mais bagunçado. Delícia.
— O que te faz ter tanta certeza de que ela quer provar outra vez?
— eu o desafio.
Arrogante.
~ 17 ~
olha enquanto exala um pouco de fumaça, — mulheres, assumem que a
culpa é do homem quando as coisas vão mal?
— Sim, é verdade.
— E mentem.
— Sim.
— E quebram corações.
— Eu não duvido.
Ele olha para mim como se eu fosse louca. — Tudo isso por que
elas querem, — sua voz diminui, — pau?
— Basicamente.
~ 18 ~
— Ou, melhor ainda, mantenha sua espada na bainha e seja um
ser humano decente.
Ele dá um passo mais perto. Eu dou um passo para trás. Isto não
o impede; ele deixa cair o cigarro no chão e continua esta dança até que
minhas costas estão pressionadas contra a fria parede de tijolos. Minha
pele nua formiga contra ela, e minhas pernas ficam bambas quando ele
se inclina para baixo e suas mãos pressionam a parede em cada lado da
minha cabeça, literalmente me prendendo. Assim tão perto, eu posso
sentir o cheiro dele, e é uma mistura de cigarro e colônia. Funciona
para ele. Bem até demais.
~ 19 ~
Nós prendemos nossos olhares, os dois claramente tão teimosos
quanto o outro. É um momento intenso, quebrado apenas quando ouço
Kady guinchar, — Jesus, você é rápida, não é Grace? Eu fico só cinco
minutos lá dentro e você já está agarrada com um homem.
3Ele pronuncia o nome dela assim, com o ―i‖, que é uma forma carinhosa que se
costuma usar para o nome Grace em língua inglesa, como se eles já fossem íntimos.
Vocês verão, ao longo do livro, que o chefe costuma chamar ela de Grace, mas os
amigos, de Gracie.
~ 20 ~
Capítulo Dois
Ring. Ring. Ring.
Aff!
~ 21 ~
— É um bom...
Eu bufo. — Não.
— E é grande...
— Mega. Você tem vinte minutos para estar aqui, ou Don vai
passar esse caso para Julio, e ele vai rolar por toda essa merda
enquanto faz observações sarcásticas sobre fêmeas inúteis como você.
— Isso aí, garota, — ele diz, soando muito animado. — Vejo você
em breve.
~ 22 ~
principalmente depois da recente reforma nas instalações. Agora as
paredes são de um tom cinza escuro e o chão preto e bonito cobre toda
a área. Todas as salas foram reformadas também, e ganhei um
computador novo e de última geração com isso. Ponto pra mim.
— Nós estamos falando de um cara que vai nos trazer trinta mil.
Eu olho feio para ele. Odeio como ele só assume que o caso seja
dele.
Para mim? O quê? Quer dizer, eu sei que Vance disse que se eu
quisesse o caso deveria vir para cá, mas eu achei que fosse algo médio,
não um enorme como esse. Don nunca me oferece os grandes, nunca.
Por que diabos ele mudou de ideia agora?
~ 24 ~
— Isso é brincadeira, certo? — eu gaguejo.
Minha chance.
— Don, — eu respiro.
Ele abre a boca para disparar algo igualmente duro para mim,
mas Don o interrompe.
~ 25 ~
Don se inclina para frente, apoiando os cotovelos na mesa. — E
você está andando em uma linha tênue, Julio. Eu já fiz a minha
decisão.
Isso, Don!
Ele desliza uma pasta para mim, e eu a abro. Todo meu mundo
faz uma parada brusca quando eu pego a foto do incrivelmente
deslumbrante homem na frente e eu suspiro. Então meus olhos se
movem para o nome, Raide Knox. Ah, não. Ah, não, porra. Não pode
ser. Esse não pode ser o homem que me jogou contra uma parede na
noite passada. O homem que me deixou de joelhos fracos. O homem
que se marcou no meu cérebro.
Merda.
Você poderia dizer isso. Eu não sabia o nome dele até agora, mas
eu já vi o suficiente de todo o resto. Eu não estou prestes a dizer a Don
que eu fiquei excitada com o homem, e dei uma de espertinha com ele,
menos de vinte e quatro horas atrás. Isso dificilmente vai mostrar a ele
que eu sou boa no meu trabalho. Não, ele não pode saber que eu
cheguei perto de Raide e que discutimos sobre a sua espada. Raide é
um criminoso. Ele não parecia um criminoso. Ele certamente não
parecia um assassino... ou pelo menos alguém que queria assassinar
outra pessoa.
~ 26 ~
— Bem, então você sabe que ele é bastante conhecido e poderoso.
Você precisa ter cuidado com esse, ele é inteligente e astuto.
Ah, ele é.
— Dois meses.
*****
~ 27 ~
— Você não vê? Você está olhando para tudo isso do jeito
errado. Você está esperando ser capaz de pegar ele e arrastá-lo de volta
para cá, mas você não pode fazer isso. Quer goste ou não, você não tem
força física para trazer um homem do seu tamanho. Então comece a
pensar fora da caixa.
— Seduza-o.
Eu pisco. — Me desculpe?
— Exatamente.
— Sério, Grace, — diz ela, mais suave agora. — Pense nisso. Você
o seduz, faça com que ele se interesse, então você arma para ele. Você
poderia fazer algo tão simples como sair com ele – e bam, ele está
dentro.
— Ele não vai ficar todo interessado em mim do dia para noite.
— O quê? — ela ri. — Um homem que não vai apenas cair aos
seus pés? Horrível. Mas, falando sério, o cara estava despindo você com
os olhos. Eu não acho que você vai ter problemas com isso.
~ 28 ~
— Ele estava sim, e você pode fazer isso. Eu sei que você pode.
Basta soltar o seu encanto, e você vai ter ele ofegante.
— Vance? — eu bufo.
Ah, Kady e Vance. Ela o quer, mas ele ainda não a notou, bem, se
ele notou, não me disse nada.
— Obrigada, Kady.
~ 29 ~
Eu desligo e me inclino para trás contra as almofadas macias do
sofá. Seduzir Raide Knox, provar à minha equipe que eles estão errados
e ter uma oportunidade de crescer na minha carreira. Tudo parece
simples, mas eu não tenho nenhuma dúvida de que não vai ser. Raide é
um homem duro, e ele vai pensar que eu sou uma grande piada quando
eu aparecer, tentando seduzi-lo. Eu só posso esperar que ele seja um
seduzível.
~ 30 ~
Capítulo Três
— “A Hora do Rush”, sério?
Ele torce os lábios para mim. Vance não gosta de A Hora do Rush.
Eu realmente não sei o que há de errado com ele. É apenas o melhor
filme já criado. Eu rio sempre, não importa quantas vezes eu já assisti.
Vance, no entanto, tem uma opinião diferente, mas isso não o impede
de se juntar a mim.
Absolutamente nada.
Na verdade, acho que ele nem sequer sabe o que é uma prancha
de surf.
Ele vira o rosto para mim. — Por que você está me encarando?
Está me assustando.
~ 31 ~
Eu rio, empurrando seu ombro com o meu. — Pare.
Seu olhar suaviza. — Você sabe que sim. Algo está errado?
— E? — ele rosna.
~ 32 ~
Ele solta um profundo suspiro de alívio. — Ok, então você sabe
onde ele costuma sair. Isso é uma coisa boa, certo?
— E... ?
— Então vou ter que usar algo mais, algo mais... Infalível.
~ 33 ~
— Você tem certeza que é uma boa ideia? — Vance finalmente
pergunta. — Seduzir ele pode sair errado, Gracie. E se ele for perigoso e
descobrir?
Ele balança a cabeça. — Não há nenhuma regra que diz que você
não pode fazer o que for preciso para trazer um criminoso. Se é assim
que você vai conseguir pegá-lo, tudo bem, só me prometa que vai ter
cuidado, Gracie. Eu li o seu perfil. Ele pode ser perigoso, e eu não quero
ver você machucada.
Ele coloca as mãos para cima. — Não estou dizendo que você não
pode.
— Então... Você sabia que Kady queria vir hoje à noite? — eu digo
casualmente.
~ 34 ~
Eu protesto. — É quase às cegas, você já conhece Kady.
Ele ri baixo e gutural. — Ela não parece ser o tipo que sai com
caras como eu. Eu a vejo saindo com garotos de fraternidade que
acabaram de se formar e que passam muito tempo se depilando na
esperança de conseguir transar.
— Ela é gostosa...
Ela joga o braço por cima do meu ombro. — Por agora sim.
Por agora.
*****
Meu pai sempre me apoiou, e eu acho que ele está esperando tão
pacientemente quanto eu tenho por esse dia chegar.
~ 35 ~
— Princesa, isso é incrível! — ele praticamente canta ao telefone.
Às vezes eu acho que meu querido papai esquece que eu não tenho
mais cinco anos.
Eu rio. — Claro, pai, quero dizer, como eu poderia não ser incrível
seguindo os seus passos super demais?
~ 36 ~
Capítulo Quatro
Eu bocejo e me espreguiço enquanto saio do trabalho na noite
seguinte. Eu deveria estar indo para a casa dos meus pais, conversar
com meu pai sobre meu novo caso, mas eu estou exausta. Eu sei, no
entanto, que ele vai ficar desapontado se eu não aparecer – assim, com
muito esforço, levanto a mão e aceno para um táxi. Um trovão alto ecoa
ao longe, e eu sei que vai chover a qualquer momento.
— Ah, eu...
— Eu conheço você?
~ 37 ~
Minha mente gira, sabendo que essa é a minha chance de ouro
para seduzir ele, embora eu não tenha começado exatamente muito
bem. Além disso, se ele perceber o que eu estou fazendo, ele
provavelmente vai atirar na minha cabeça e me enterrar em uma cova
rasa. Eu mordo o lábio, pensativa, e ele se vira para me olhar um pouco
melhor. Como eu me esqueci de como ele é bonito? Os mais bonitos são
os mais mortais.
— Você tem certeza de que não nos conhecemos antes? Seu rosto
me parece familiar... Embora eu tenha visto um monte de rostos nesse
último mês — ele sorri, olhando para os meus lábios agora.
Uau, ele ainda é tão arrogante como no dia que o conheci. Para
não mencionar que eu deixei nele uma enorme impressão... Só que não.
Como eu esperava seduzir o homem se eu não posso fazer com que ele
sequer se lembre do meu rosto? Eu preciso voltar ao jogo. Rápido.
Ai.
~ 38 ~
duro. — Leve ela para onde ela quiser ir primeiro, — ele murmura para
o taxista.
Ele ri. — Eu não fiz de você uma refém, se você quer sair, — ele
balança a cabeça em direção à porta, — Que saia. Eu só estava
tentando ser um cavalheiro.
Oh, cara, meu coração começa a bater tão rápido e eu não posso
evitar que meus olhos caiam para os seus lábios. Raide Knox é perigoso,
não há nenhuma dúvida sobre isso.
— O que uma moça como você está fazendo na rua tão tarde, de
qualquer maneira? Não é muito sábio andar sozinha há essa hora,
especialmente uma coisinha pequena como você.
Eu sei que por causa da coisa da sedução eu deveria lhe dar uma
boa resposta e continuar a flertar. Mas seu comentário me irrita. — Eu
posso me cuidar muito bem. Eu sou uma mulher, não uma idiota
indefesa.
Ele ri. — Eu não tenho nenhuma dúvida de que você pode cuidar
de si mesma, mas não é muito mais divertido ter um homem para
cuidar de você? — pelo calor nos seus olhos, eu entendo o duplo sentido
do que ele está dizendo.
~ 39 ~
— Eu tenho uma boa ideia de que coisas são essas, e eu vou
deixar que você saiba que nós somos capazes de muito mais do que
apenas satisfazer as necessidades de um homem.
Isso tudo sai com pressa da minha boca, e Raide fica em silêncio
por um momento. Então ele começa a rir. — Você realmente tem um
pau enterrado na bunda, não é, moça?
Maldito seja ele. Ele tem um ponto. Mesmo que eu odeie admitir
isso.
Idiota estúpido.
Minha boca cai aberta enquanto ele fecha a porta e vai embora.
~ 40 ~
Capítulo Cinco
— Gretchen, — eu sorrio, — Isso é uma espinha se formando?
— Por que você tem que ser tão infantil, Grace? — ela murmura.
— Não seja ciumenta, mana, um dia você vai ser tão descolada
quanto eu.
~ 41 ~
— Não brinque comigo, Grace. Será que dói você fingir ser
feminina? Quero dizer, já é ruim o suficiente que você trabalhe em um
cargo de homens e fique ao redor de homens todos os dias. O mínimo
que você pode fazer é agir como uma dama quando não está lá.
— Não, mãe, você tentou criar mais uma rainha da beleza, mas,
para seu azar, você só tem duas. Eu segui o meu pai.
~ 42 ~
Eu rio. — Não se preocupe, mamãe e Gretchen já me informaram
da criança vergonhosa que eu sou.
Ele morde o lábio para parar seu riso. — Você é minha filha, por
completo.
Eu também.
*****
— Então, como vai o seu novo caso? — meu pai pergunta, quando
todos nós nos sentamos juntos para tomar chocolate quente mais tarde
naquela noite.
— Bem, eu acho.
~ 43 ~
— Ora, Stacy, — eu digo, — com meu charme e boa aparência, é
claro.
Eu não discuto.
Eu entro em seu carro e ele me leva para casa. Quando lá, ele se
vira para mim. — Eu sei que elas nem sempre fazem você se sentir
como se o que você fizesse é algo bom, Gracie, mas eu quero que você
saiba que eu estou orgulhoso de você.
~ 44 ~
Capítulo Seis
— Kady, desça! — eu assobio.
— Porque, se ele vir você olhando para ele, vai saber que estamos
o seguindo.
— Fique quieta.
~ 45 ~
— Eu tenho uma ideia, — ela geme. — Você deve apenas ir lá e
derrubar ele no chão.
— Kady, dar a ele uma ereção não é parte do plano. Ainda não, de
qualquer maneira.
5Na verdade, essa frase é meio estranha, mas é uma gíria, literalmente quer dizer ―dar
uma conferida nos peitos‖, mas figurativamente que dizer algo como ―conferir, checar,
verificar com atenção, de perto‖. É por isso que Kady faz a pergunta, ela leva para o
sentido literal, mas claro que Grace usou no sentido figurado.
~ 46 ~
*****
— Qual?
Ela pega minha mãe e nós fazemos nosso caminho até a pista de
dança. Começamos a nos mexer com outras vinte ou mais dançarinas
confiantes o suficiente para balançar seus traseiros.
— Não, ele está falando com um barman. Mas ele está sentado.
Então, obviamente, ele está confortável. Agora é a hora de chamar sua
atenção.
6 É um drinque.
~ 47 ~
— Parece que eu tenho que fazer um strip para conseguir a sua
maldita atenção!
Kady ri.
— Foda-se.
— Ele está provando ser uma pessoa difícil! — eu grito para Kady.
~ 48 ~
Sério mesmo? Eu quero bater o pé no chão.
*****
— Gracie? — é Vance.
— Vance.
~ 49 ~
— Eu estou espionando.
Ele suspira. — Você sabe que eu não faria isso, Gracie. Mas
espionagem...
— O que é?
Vance ri. — Você deixou o seu próprio jogo muito mais difícil.
7 É porque ele não chama ela do jeito carinhoso aquele, Gracie com I, ele usa o nome
real dela.
~ 50 ~
Ele solta um suspiro longo e profundo. — Tudo bem, enfim, eu só
estava ligando para saber como você está. Você vai ir ao trabalho
amanhã?
— Até depois.
— Sim, bem, você tem vinte e quatro horas para me dar um novo
local.
~ 51 ~
Então ele obviamente encerra a ligação, porque seus passos se
apressam e ele desaparece. Conversa interessante. Eu espero uns
instantes, e então me levanto, me arrastando para fora dos arbustos.
*****
~ 52 ~
— Obrigada, Don.
Por quê? Isso não faz sentido. No material que encontrei diz que
Raide teve uma educação difícil; seu pai era um viciado, preso quando
Raide tinha doze anos. Sua mãe o deixou, junto com sua irmã, quando
ele tinha catorze anos, e ela apenas onze. Eles foram levados juntos
para um orfanato. Aconteceu alguma coisa lá? Por que ele iria querer
matar a sua própria irmã? As coisas simplesmente não se encaixam.
Meu peito aperta com uma emoção estranha. Eu não posso fingir
que eu conheço Raide bem o suficiente para saber se ele faria algo como
isso, mas ele simplesmente não parece o tipo. Ele tem um lado
arrogante, com certeza, mas há algo mais em seus olhos, também. Algo
que expressa à dor que ele viveu no passado. Poderia ser essa mágoa
porque ele realmente matou sua irmã? Ou ele está vivendo com o fato
~ 53 ~
de que alguém a matou e ele não conseguiu salvá-la? Isso faz muito
mais sentido.
Parte de mim não quer acreditar que Raide fez isso, porque
significaria que o homem com quem eu estou jogando é perigoso. Esse
simples pensamento faz meu coração apertar. Por que eu deveria me
importar, de qualquer maneira? Se ele fez isso ou não, meu trabalho é
pegar ele de qualquer maneira. Eu não deveria me preocupar se ele está
sendo injustiçado, ou tentar decifrar seus sentimentos no meio dessa
coisa toda. Eu me forço de volta para o aqui e agora, empurrando de
lado minhas emoções sobre o assunto.
Toc Toc.
Isso é verdade. A maioria das pessoas teria nojo disso, mas azar.
É a minha coisa.
~ 54 ~
— Obrigada, — eu digo e a pego. — Bem, ali diz que ele foi
encontrado com uma faca na mão, sua irmã morta, o namorado tinha
sido espancado...
— E?
— Mas por quê? — eu coço meu queixo. — Por que ele teria tanta
raiva? Não há nenhum registro anterior de problemas com a irmã ou o
namorado dela. Não faz sentido. Se ele só queria matar os dois, por que
dar uma surra nele, mas não nela? Por que ele não o esfaqueou e o
deixou para morrer?
~ 55 ~
comida chinesa. Enquanto eu como, tento empurrar meus pensamentos
sobre Raide para fora da minha mente. Ele não parece uma pessoa
ruim. Arrogante com certeza, mas assassino? Isso simplesmente não
encaixa. Mas então, quem sou eu para analisar isso? Alguns dos
melhores assassinos são aqueles de quem você menos suspeita.
~ 56 ~
Capítulo Sete
Aqui estou eu de novo. Tentando chamar a atenção de Raide.
~ 57 ~
— Eu posso jogar também.
Eu tremo mais.
~ 58 ~
Eu tiro suas mãos do meu corpo e me viro. Me inclino muito
perto, minha respiração sopra contra os seus lábios. — Um pouco mais.
Ele olha para mim, sua expressão ilegível. — O que você vai me
dizer?
Seus olhos caem para os meus lábios, e eu tenho que engolir para
me impedir de me lançar para frente e provar sua boca. Eu realmente
quero fazer isso.
— Qual é?
— Ah, vamos lá, vai ser divertido. Você diz que cansou de jogos,
bem, eu também, — eu digo. — E eu quero saber mais de você,
também.
~ 59 ~
— Vai sim.
Eu fico boquiaberta.
Ele põe a mão sobre o coração. — Me dói que você ache que eu
sou fácil, Gracie.
~ 60 ~
Eu me preparo, prendendo a respiração enquanto ele se inclina
para frente. Minha frequência cardíaca acelera e minha pele se
arrepia. Deus, seus lábios...
— Você é horrível.
Certo.
~ 61 ~
Seus olhos estão com mais desejo agora e, Deus, eu gosto disso.
— Continue, moça.
— Bife.
Ele se afasta para trás, parecendo confuso. Ele não esperava essa
pergunta e, devo admitir, eu não esperava perguntar isso.
— Sim.
— É isso? — eu digo.
— Sim.
~ 62 ~
Capítulo Oito
— Ele acabou de entrar em uma loja de armas! — Kady chora,
pegando meu braço enquanto nos apressamos pela a rua onde Raide
acaba de desaparecer dentro de uma loja de armas de aparência
assustadora. Já faz alguns dias desde o nosso momento no clube, e é
hora de eu correr para ele novamente.
Eu zombo. — Claro que está, eu não ando com ela por diversão.
— Olha só, você não precisa vir junto. Vá para o café três quadras
abaixo, eu te encontro quando terminar.
Eu lhe dou um sorriso e ela corre pela rua em direção aos carros.
Eu me viro e vou em direção à loja. Assim que chego na entrada, uma
mão se prende ao meu pulso e me puxa para trás. Eu giro rapidamente,
soltando minha mão.
~ 63 ~
Há um homem, provavelmente na casa dos trinta, em pé na
calçada ao meu lado. — Olá, eu estava me perguntando se essa era a
loja de armas?
Ele geme de dor e tropeça para trás. Eu não espero. Salto para
frente e uso a palma da mão para acertá-lo no mesmo lugar, só que
mais forte dessa vez. O sangue jorra da sua boca e ele cai de joelhos.
Quando ele está no chão, uso meu pé para chutar ele mesmo local,
mais uma vez, até ele cair de costas no chão com um grito quebrado.
Ele olha para mim, horrorizado. — Você acabou de dar uma surra
nesse cara?
— Sim.
~ 64 ~
Ele pisca. — Você está falando sério?
Eu sorrio. — Muito.
Concentre-se, Grace.
— Jesus, você sabe como usar essa coisa? — ele diz, dando um
passo para o lado.
Corro até a porta da loja, mas quando chego lá, me viro e olho
para ele. Raide está me observando com uma expressão sensual em seu
rosto. Ah, sim, Raide Knox não gosta de mulheres que se exibem na sua
frente. Não, Raide Knox gosta delas selvagens e fodonas, mas mais do
que isso, ele gosta de um desafio. Acho que eu finalmente chamei sua
atenção. Agora as coisas podem realmente começar a andar.
~ 65 ~
Capítulo Nove
— Latte, por favor, — eu digo para a senhora atrás do balcão.
~ 66 ~
Ele caminha até o balcão com um propósito, seu corpo poderoso
faz com que todo mundo na loja pare para olhar para el. Ele tem essa
aura, exala essa sensação, ele é simplesmente magnífico. Deixo meus
olhos correrem o comprimento do seu corpo, desde seus ombros largos
até a bunda firme. Ele está vestindo uma camiseta preta que se serve
como uma luva, e calça jeans desbotada. Ele parece divino.
— Olá, bonito.
— Você me seguindo?
— Nós estivemos jogando jogos por tempo suficiente para você vir
tomar um comigo?
Bingo.
— Esse não é meu olhar por favor me foda, Raide. Você nem
chegou perto de ver o que eu posso fazer com esses olhos.
~ 67 ~
Merda. Merda. Merda.
~ 68 ~
— Você é uma maluca de merda. Ouça aqui, moça. Eu não estou
interessado.
— Eu moro aqui.
— Sim, querida, você está, — ele sibila baixo. — E você vai parar
com isso, porra.
Com isso, ele se vira, pega o seu café e sai. Minha boca ainda está
aberta, e todos na cafeteria estão olhando para mim. Ótimo, ótimo. Com
a cara vermelha eu corro até a porta. Então eu me viro e grito, — Eu
não estou perseguindo ele!
~ 69 ~
Capítulo Dez
— Ele acha que eu estou perseguindo ele, — eu gemo, passando
minhas mãos sobre o rosto. — Eu vou falhar miseravelmente nesse
caso, Don vai ficar decepcionado, Julio vai fazer sua dancinha feliz ao
meu redor e eu nunca vou conseguir outro trabalho grande outra vez.
~ 70 ~
Eu reviro os olhos. — Sim, Kady, e como você acha que eu vou
fazer isso? Em qualquer lugar que eu apareça, ele vai pensar que eu
estou lhe seguindo.
— Obrigado.
Parece que ela quer rir outra vez. Eu aponto um dedo para ela e
digo, — Feche a boca, Kady.
~ 71 ~
Eu sou grata por essa distração depois da bagunça que fiz com
Raide.
*****
~ 72 ~
uma jovem enquanto ele sussurra alguma coisa. Na verdade, eu o vejo
puxar um comprimido branco e largar na bebida dela enquanto eles
conversavam. Porco.
— Eu te conheço?
Ela olha para sua bebida e deixa o copo cair no chão, vidro se
quebrando em milhares de pedacinhos antes que ela sai cambaleando
pelo corredor escuro. Eu me viro de volta para Terry, envolvendo o meu
braço ao redor de seus bíceps e o levando até a porta.
Merda. Raide.
~ 73 ~
— Não, nenhum problema. Eu só estou levando meu primo para
casa. Ele tentou drogar a garota, e seu pai vai ficar superchateado.
Ele tenta se afastar, mas eu não deixo. Em vez disso, uso meu pé
para chutá-lo onde eu sei que vai o fazer cair de quatro. Coloco meu pé
no meio das suas costas e pressiono. Ele pousa em seu estômago com
barulho e eu me inclino para baixo, segurando sua nuca com a minha
mão e empurrando seu rosto no chão. — Terry, não há necessidade de
discutir. Vou levar você para casa. Nós estamos cansados do jeito que
você vem se comportando. Drogar uma garota é inaceitável.
— Você vai olhar para mim a noite toda? — eu digo, e seus olhos
se movem para mim, sua mandíbula apertada. — Tanto faz. Eu não
tenho tempo para isso. Venha para casa comigo, ou eu vou quebrar o
seu nariz.
Isso é, até Raide me parar com uma mão no meu braço. Ele faz
com que tanto eu quanto Terry giremos e invade o meu espaço. — Você
e eu, nós estamos indo tomar uma bebida depois disso.
~ 74 ~
Eu pisco para ele. — Com licença?
— Infelizmente, sim.
Me viro para levar Terry para o meu carro, mas Raide me alcança
de novo, me parando. Eu solto o braço de Terry quando Raide me gira
~ 75 ~
outra vez em direção a ele. Seu outro braço serpenteia e se enrola em
torno dos meus quadris, me puxando e pressionando meu corpo no
seu. Eu engulo em seco, tentando olhar para qualquer lugar que não os
seus lábios devastadores, que são... Merda... Ele vai...
Ele me beija.
Eu pego Terry pelo braço e o arrasto para o meu carro, sem olhar
para Raide, sem querer ver aqueles olhos devastadores. Eu não preciso
me lembrar que cometi um erro. Não existem regras sobre a forma como
vamos trazer alguém, mas Don sempre nos advertiu para evitar
quaisquer conexões físicas ou emocionais com os nossos casos. Eu
preciso pegar Raide, e preciso fazer isso rápido, antes que tudo isso se
complique ainda mais.
~ 76 ~
Lágrimas queimam sob minhas pálpebras quando chegamos ao
carro. Eu pisco para mandá-las para longe e faço um levantamento da
área para me certificar de que estamos sozinhos, então puxo fitas zip8
da minha bolsa e algemo Terry. Depois eu o empurro furiosamente para
dentro do carro. Ele está prestes a desmaiar, seu corpo está fraco e
vacilante. Quando ele está dentro, eu bato a porta e corro para o meu
lado.
— Você sabe que isso foi incrível pra caralho, Gracie, — ele me
chama.
Jesus.
*****
8 Lembra uma fita de plástico flexível, são usadas como algemas, mas são mais
discretas, ocupam menos espaço e machucam menos os pulsos.
~ 77 ~
— Mulher, — ele geme novamente.
Ugh.
~ 78 ~
— Apenas me deixe ir, — ele chora. — Eu não vou fazer isso de
novo.
~ 79 ~
— Por que diabos você está na minha casa? — eu choramingo.
Isso não é bom. Nada legal mesmo. Ele não pode saber onde eu moro.
Isso é ruim, ruim, ruim.
Eu quero rir alto disso, mas não faço. — Sim, ele era alto, ele não
queria ser levado para casa. Merda acontece. Agora, você pode se
mover? Porque eu quero ir para a cama.
~ 80 ~
— Você colocou gelo nisso? — ele pergunta, apontando para meu
olho.
— Não.
~ 81 ~
— Moça, — ele murmura, passando os lábios pelo meu pescoço.
— Você estava se esfregando.
~ 82 ~
Com isso, ele me solta e se vira, caminhando pela minha calçada
da frente. Quando ele chega à rua, olha por cima do ombro e pede, —
Gelo nesse olho, sim?
~ 83 ~
Capítulo Onze
Eu arrasto os pés pelos corredores em direção ao meu escritório
na manhã seguinte. Estou exausta. Estou cansada. Estou dolorida.
Meu olho está preto e inchado. Obrigada, Terry. Eu não consegui pregar
o olho na noite passada, porque tinha Raide e mente e uma dor de
cabeça latejante. Estou tentando descobrir um melhor plano de ação
para provar o meu ponto e manter esse caso. Manter esse caso significa
capturar Raide. O que significa que qualquer emoção que possa existir
tem que ir embora. Eu tenho que ser profissional.
— Ei, — eu murmuro.
— Obrigada, Vance.
Ele pega meu braço e me leva para seu escritório. Ele fecha a
porta e eu afundo na cadeira ao lado da sua mesa. Ele se senta e
~ 84 ~
arrasta sua cadeira de rodinhas até mim, parando nossos joelhos se
batem. — O que está acontecendo?
Ele esfrega a mão no queixo. — Você sabe que deve usar Tasers
somente quando for muito necessário. Tem certeza que não você não
consegue trazer ele sem isso?
~ 85 ~
Isso é verdade.
— Terry.
Eu concordo. — Sim.
— Bem.
~ 86 ~
— Bom — ele se vira para a porta. — Eu vou estar fora o restante
da semana. Quero relatórios do seu progresso quando eu voltar.
— Combinado.
Então o meu dia não está indo tão mau como eu pensava.
*****
9 É mais uma palavra inglesa incorporada ao nosso vocabulário. Um crush é como ter
uma queda, se apaixonar, mas não amar, é mais aquela coisa que existe no período do
flerte, da paquera, não é nada muito profundo.
~ 87 ~
muita espuma. Então, as próximas outras duas horas são gastas
conversando com Kady no telefone. Ela gostou do meu plano de mulher
bêbada em perigo, e pensa que este fim de semana é o momento de
colocá-lo em prática. Mas eu não posso fazer isso com um olho preto e
inchado feio.
Ela suspira. — Ok, tudo bem, você me pegou. Venha até aqui
primeiro, e eu vou fazer o seu cabelo e a maquiagem, vamos passar no
Bar do Jackson para comer alguma coisa, e então vamos para os
clubes.
Ela ri. — Isso foi por causa daquelas botas pretas chamativas que
você estava usando – não me culpe por isso.
~ 88 ~
— Oh meu Deus, Gracie, isso é perigoso.
— Não está tudo bem. Talvez ele seja um assassino psicopata que
vai querer vingança.
— Sem graça.
~ 89 ~
Capítulo Doze
Estou tonta e tentando desesperadamente encontrar um local
tranquilo onde eu possa fazer uma ligação e tentar rastrear Kady. É
sexta-feira à noite, e nós estivemos fora por três horas, esperando Raide
aparecer em um dos seus clubes favoritos. Não tive tanta sorte. Depois
que minha esperança de encontrar ele hoje à noite se desfez, eu tomei
dois martinis enquanto Kady mostrava seu gingado na pista de dança.
Mas foi uma semana desgastante, e como a vovó que eu sou, decidi que
é hora de ir para casa e para cama.
Eu não tinha planos de beber muito hoje à noite, uma vez que eu
precisava estar alerta, mas o estresse que meu trabalho me trouxe
ultimamente e a decepção por não encontrar Raide acabou me levando
a isso. Eu me viro e encontro um local tranquilo, onde pressiono meu
corpo contra a parede de tijolos e começo a correr a lista de contatos do
meu telefone para encontrar o número de Kady.
— Bem, oi.
Tento passar por ele, mas ele ataca, curvando o braço em volta da
minha cintura e me empurrando de volta contra a parede. — Do que
você me chamou?
— Me solta, — eu rosno.
~ 90 ~
— Eu disse... — ele me tira da parede e me bate de volta. — ...do
que você me chamou?
~ 91 ~
— Sim, eu fui até sua casa para a gente beber alguma coisa e vi
você saindo. Então eu te segui. Você me deve uma bebida.
— Não é possível.
— Certo.
— Tudo bem, então eu vou ligar para ela e esperar aqui fora.
Eu não quero que ele me leve para casa. Eu quero que ele me leve
para onde ele mora, para que eu possa ver, para que eu possa ir até lá
captura-lo quando eu estiver fisicamente bem outra vez.
~ 92 ~
Ele olha para mim com os olhos apertados. — Por que não?
Ele rosna. — Entendi o ponto. Porra, você precisa pôr gelo nesse
tornozelo.
Droga.
— Algumas semanas.
~ 93 ~
— Isso não significa que você não cheira bem.
— Por quê?
~ 94 ~
— E daí? — eu digo, minha voz mais cheia de desejo. — Não
significa que você deve estar com raiva de mim porque aquele homem
louco me jogou no chão.
— E?
Ah, cara.
— Por quê?
— Por quê?
Ele rosna e me deixa ir. — Não, você não pode, porra. Você vai
sentar aqui e descansar o seu pé.
~ 95 ~
— Você faça sério às vezes?
— E você? — eu suspiro.
Deus.
~ 96 ~
Ele está quebrando o meu coração.
*****
Eu tenho que piscar pelo menos seis vezes, porque não há como
alguém com essa aparência ser real. Seus ombros são largos e
musculosos, se estreitando em direção aos quadris perfeitos, nos quais
seus jeans estão pendurados. Seus bíceps são enormes, e linhas duras
de músculos marcam seus braços de cima a baixo, flexionando quando
ele se move. Deus. Quando sua calça jeans cai, eu puxo uma respiração
afiada.
Nu.
~ 97 ~
— Você vai ficar aí me olhando, ou vai vir aqui e terminar o que
nós começamos há algum tempo?
Eu engulo em seco. Ele sabe que eu posso vê-lo. Ele quer que eu
vá lá e termine o que começamos. Eu quero – oh garoto, como eu quero
– mas se eu for por esse caminho, estou arriscando tudo. Não preciso
pensar sobre isso muito tempo, porque ele se vira e vem na minha
direção. Deixo escapar um pequeno grito e meus olhos caem para
aquele lugar entre as suas pernas. Oh... santa... ereção. Ele é enorme,
não que eu não tenha achado que ele seria, considerando como seu
corpo é grande, mas ele é enorme.
— Eu...
~ 98 ~
sensação é incrível. Eu o beijo duro e profundamente, levando tudo dele
até que nós dois estamos ofegantes. Seu corpo nu é quente contra a
minha pele, e eu nem sequer tento parar meus dedos de viajarem pelas
suas costas e músculos.
Ele desliza a mão pelas minhas costas e abre meu sutiã, então ele
o empurra para longe do meu corpo junto com o vestido. Em seguida,
sua boca está se fechando sobre o meu mamilo. Eu gemo, batendo
minhas mãos no colchão e enrolando meus dedos nos lençóis. Sua
língua se movimenta e me provoca, rodando e provocando até que estou
implorando por mais. Então sua boca está movendo para baixo pelo
meu corpo, seus dedos deslizando ao longo da minha pele.
— Raide, — eu ofego.
Ele não diz nada, ele não precisa. Sua presença é tudo o que
alguém precisa de um homem. Ele é dominante e perigoso, e eu não
preciso ouvir ele falar para saber disso. Ele prende seus polegares na
minha calcinha e de repente ela já não está mais lá. Então ele está bem
ali. Exatamente onde eu preciso dele. Exatamente onde eu o imaginei
por tanto tempo. Sua língua mergulha nas minhas dobras,
atormentando meu clitóris até que eu estou me contorcendo debaixo
dele. Um dos seus dedos encontra a minha entrada e desliza para
dentro, lentamente me fodendo com ele enquanto sua boca me devora.
~ 99 ~
que eu estou me empurrando para ele, querendo mais. Os botões
apertados estão lutando contra as suas mãos, precisando de mais.
— Raide, — eu suspiro.
— Deus.
— Sim.
Oh, Deus.
~ 100 ~
Por que ele tem que fazer isso?
Por que ele tem que fazer as coisas mais difíceis do que já são?
~ 101 ~
Capítulo Treze
Luz do sol queima meus olhos, me acordando de um sono
profundo. Eu pisco rapidamente e gemo quando percebo como está
malditamente quente aqui. Levo um bom minuto para perceber que a
razão desse calor todo é porque há um corpo duro e grande envolvido
em torno do meu. Meus olhos se abrem e eu suspiro. Raide. Estou na
cama com Raide. Eu dormi com Raide. Oh, querido Senhor. Isso é ruim.
Muito, muito ruim.
Eu sou um fracasso.
~ 102 ~
me obrigo a ir em direção à pia. Eu estraguei tudo, mas posso
consertar. Estou em uma posição perfeita para capturar Raide.
— Você sempre foge dos homens sem sequer um bom dia? — ele
murmura da cama.
Engula essa dor, Grace. Faça o seu trabalho. Você que escolheu
isso. É a sua carreira. É para isso que você foi contratada. Se você não
pode fazer, não deveria ter lutado pela missão.
Eu não percebo que estou chorando até que sinto braços quentes
em volta da minha cintura e lábios macios e suaves na pele do meu
pescoço. — Baby, — ele murmura.
— Por quê?
~ 103 ~
Ele me gira suavemente e me encara nos olhos. Eu só quero
esquecer. Eu não quero que ele olhe para mim assim. Eu não quero que
ele pense que eu sou alguém que ele pode ter.
— Você me desafia.
Eu engulo em seco.
— Eu gosto disso.
Ah, merda.
— Não.
— Baby.
— E daí?
— E daí que você poderia ser qualquer um, Raide. Eu não sei
nada sobre você.
Oh, Deus. Meu coração dói por ele. Emoção explode no meu peito,
fazendo meus joelhos fraquejarem. Eu sabia que Raide não tinha feito
isso, mas ouvi-lo contar a história, ouvi-lo dizer o que aconteceu faz
meu coração inchar de tristeza por ele. Eu não posso imaginar como
deve ter sido difícil para ele. As lágrimas queimam sob minhas
pálpebras, e eu luto para mantê-las presas. Tudo dentro do meu corpo
dói por este homem, dói porque ele está sofrendo, e essa porra me
mata.
~ 105 ~
gosto de passar as férias, você quer saber a pior parte de mim, e moça,
é essa.
Ele olha de mim para a parede. — Porque ele disse a eles que eu
entrei, tentei levar minha irmã embora, e quando ela não aceitou, eu
perdi a cabeça. Ele tinha sido espancado, e ela foi espancada e
esfaqueada. Eu tinha a faca. Eu tinha os dedos machucados. Esse filho
da puta era inteligente, ele não tinha marcas nos dedos, ele deve ter
batido nela com as palmas das mãos. Eu tinha um registro anterior por
invasão de domicílio e assalto, de quando era mais jovem. Em quem
você acha que eles acreditaram?
Pobre Raide.
— Ele tem que pagar, Gracie. Ele tirou a vida dela, ele a tirou de
mim... — sua voz quebra e meu coração se rompe, se rasga
completamente aberto. — Então vou fazer com que ele pague antes que
eu vá preso.
Eu fecho meus olhos e meu corpo treme. Vingança. Ele está indo
atrás de vingança. Eu quero estar com raiva dele por isso, mas como eu
posso estar? Ele está quebrado, ele está sofrendo, e ele vai ser preso por
algo que não fez. Aquele homem, ele tirou tudo de Raide. Dor rasga o
meu peito, e eu quero me aproximar e abraça-lo. Eu quero fazer as
coisas melhores, mas no fundo do meu coração, eu sei que só vou
deixar tudo pior.
~ 106 ~
— Então é isso – esse sou eu e o pior de mim.
— Eu... — eu sussurro.
Então eu digo a única coisa que eu posso. Eu sei que é para o seu
bem, mas nesse momento, rasga o meu coração dizer as palavras. —
Não.
~ 107 ~
Capítulo Catorze
Eu estou entorpecida enquanto ando em direção ao escritório.
— Sim.
Eu dormi com ele, foi a melhor noite da minha vida. — Eu... isso
realmente importa?
— Certo.
~ 108 ~
fácil. Que é parte do trabalho. Que a dor que eu estou sentindo não é
real. Que Raide vai ficar bem e eu fiz o melhor que pude por ele.
~ 109 ~
É isso aí. Para mim, acabou. Eu me lanço em Gretchen. Eu sou
rápida. Eu sou forte, e eu tive treinamento. Devido a isso, eu pego seu
cabelo e puxo sua cabeça para trás com tanta força que ela grita, e
então eu estou no seu rosto. — Eu posso não ser uma rainha da beleza,
eu posso não sentir a necessidade de ter um pau gigante na bunda
como você, e eu posso não ser tão fodidamente perfeita como você,
Gretchen, mas eu sou uma maldita pessoa, e estou cansada dos seus
insultos!
— Faça ela parar, papai! — Gretchen grita para o meu pai. — Ela
está arrancando o meu cabelo. Oh, meu Deus, o meu cabelo.
Quando meu pai fala, sua voz é como um chicote. É um tom que
eu nunca o ouvi usar com elas. — Eu amo todas vocês, vocês são a
minha família, mas se eu escutar vocês insultando Gracie novamente,
que Deus meu ajude, eu vou largar vocês com as suas lindas bundas
magras e deixar vocês com porra nenhuma! — ele está rugindo agora. —
Porque se não fosse por mim, vocês não teriam esse estilo de vida de
rainha da beleza, — então ele se vira e olha para a minha mãe. — Eu
nunca tive vergonha de chamar você de minha esposa até hoje.
Sua boca cai aberta e seu lábio inferior treme quando papai nos
vira e praticamente me leva arrastada para a porta da frente. Ele me
leva para o seu carro e me guia para o banco da frente, e eu não ouso
protestar. Ele se senta no lado do motorista, e decola fazendo os pneus
chiarem. Seus dedos estão apertados ao redor do volante e sua
mandíbula parece que vai quebrar. Meu pai é um homem grande e
assustador, quando ele quer ser.
— Pai? — eu sussurro.
~ 110 ~
Ele não diz nada, seus olhos são intensos, e ele está com
raiva. Eu sei que ele está com raiva.
— Pai...
— Eu não sabia que ela falava com você assim. Eu sabia como
elas eram, mas eu nunca... Eu nunca soube que era assim.
Eu recuo. Papai não fala palavrão. Ele não grita. Ele é sempre tão
calmo.
Eu sei que ele não sabia, porque ele está geralmente escondido
em seu galpão quando estou na casa com elas, e geralmente elas
mantêm os seus comentários mais suaves ao redor dele. Hoje, no
entanto, minha mãe achava que ele não estava em casa. Então ela
soltou a língua.
— Pare de falar palavrão, isso não tem nada a ver com você.
~ 111 ~
Ele aperta mais os olhos. — Ruim pra caramba, pelo olhar no seu
rosto.
— Jesus, princesa.
Ele me puxa para trás e olha para o meu rosto, seus olhos agora
suaves, toda a raiva passou. — O que aconteceu?
Seu telefone toca. Ele olha fixamente para ele, e eu posso ver o
nome da minha mãe piscando na tela. Ele parece magoado, porque sei
que ele gosta dela, e o que ele acabou de ver rasgou o seu coração.
— Atenda, — eu digo em voz baixa. — Você sabe que ela não quis
dizer isso, pai. Ela... Ela está tentando ser algo que eu não acho que ela
é, também.
— Sim.
~ 112 ~
— Pai, — eu digo suavemente. — E você sempre me
favoreceu. Não é realmente tão diferente.
*****
— Grace, estou ligando apenas para deixar você saber que não
conseguimos pegar Raide Knox.
— Essa casa não era dele. Não era nem mesmo a casa de alguém
que ele conhecia. Ele rondou o lugar, viu que os proprietários não
estavam e invadiu. Ele esteve se escondendo aqui.
~ 113 ~
— Quando chegamos, estava tudo perfeitamente limpo. Não havia
um sinal dele. Ele deve ter suspeitado de você.
— Droga.
— E agora?
— Você ainda tem um mês. Aproveite. Ele não deve ter ido longe.
Raide está aqui por uma razão, e ele não vai embora até que ache o que
está procurando.
— Claro. Não foi você que estragou as coisas. Como eu disse, isso
acontece. Você está fazendo um excelente trabalho, me dando relatórios
detalhados.
~ 114 ~
— Obrigada.
— Gracie...
~ 115 ~
Capítulo Quinze
Meu pai e eu entramos pela porta da frente e vejo minha mãe,
Gretchen e Stacy sentadas à mesa da sala de jantar, parecendo tão
derrotadas como o inferno. Elas olham para cima quando entramos, e
minha mãe pula, correndo em direção ao meu pai. Eu sei que ela o
ama, não importa o quão egoísta ela possa ser, eu sempre soube disse a
minha vida inteira. Me fale sobre disfuncional. Ele levanta uma mão
quando ela chega perto e murmura, — Não tenho nada a dizer a você,
mas você tem muito a dizer para Grace. Você não acha?
Ela balança a cabeça, a deixa cair para frente, e se vira para mim.
— Baby, — ela começa e eu recuo. Ela nunca me chamou assim. —
Eu... eu sinto muito. Eu não sei o que eu me tornei. Eu nunca deveria
ter falado com você assim. Estou orgulhosa de você, Grace. Estou. De
verdade. Eu fui pega pelo momento, passei dos limites, eu não queria
dizer isso.
— Desculpe, pai.
~ 116 ~
Ela vira os olhos para mim. — Sinto muito, Grace.
Ela não quer dizer isso, eu sei que não, mas aceito de qualquer
maneira. — Sem problemas. Desculpe por, ah, puxar seu cabelo.
Haha.
Okay, certo.
Papai se vira para mim. — Você precisa que eu te leve para casa?
Eu balanço a cabeça.
*****
~ 117 ~
— Você está certo, — eu digo. — Eu menti.
— Por quê?
Ele avança para frente. Sua mão se levanta e corre pelo meu
rosto. — Não tenha medo de mim, baby. Eu não vou te machucar.
Baby.
— Raide, — eu sussurro.
— Venha comigo.
— Raide.
— Ok.
— É surpresa.
~ 118 ~
Com um aceno de cabeça, eu me viro e vou para dentro do
apartamento. Ele me segue e eu vejo seus olhos varrendo a área
enquanto fazemos nosso caminho, passando pela pequena cozinha e
pelo corredor que leva ao meu quarto. — Lugar legal, — diz ele, com a
voz baixa e rouca.
Linda.
Faz muito tempo desde que alguém olhou para mim assim.
— Raide, — eu respiro.
Quando recuo, sinto isso pela primeira vez. Uma conexão que é
mais profunda do que o meu trabalho, do que a sua vingança, do que o
jogo que temos jogado. Raide e eu nos conectamos – por que razão eu
~ 119 ~
não sei, mas é real e intenso. Ele me fez sentir coisas em um curto
espaço de tempo que eu tenho lutado para sentir toda a minha vida. Ele
faz tudo parecer mais fácil... Mesmo em nossa complicada situação, ele
faz com que eu esteja ao seu lado sem esforço.
~ 120 ~
Capítulo Dezesseis
A estrada é longa, e se estende por um lindo terreno. Eu me
inclino para trás no meu assento, o pé perto da janela, meus cabelos
longos livres, se fundindo na brisa. O vidro está abaixado, estou usando
óculos de sol, e estamos viajando como se não tivéssemos outras
preocupações no mundo. Como se nossas vidas não fossem uma
bagunça. Raide olha para mim de vez em quando, e um canto dos seus
lábios puxa para cima em reconhecimento à minha presença. É uma
sensação boa.
Eu espero que vacile ou endureça, mas ele não faz nada disso. Ele
sorri, e isso derrete o meu coração, porque é um sorriso cheio de amor.
— Ela era uma loucura, — ele começa. — Sempre se metendo em
encrencas. Quando fomos colocados em um lar adotivo, eu estava
sempre cobrindo as suas costas, a perseguia em todos os lugares,
porque ela vivia causando problemas. Ela tinha tanta personalidade, o
suficiente para nós dois e mais. Ela estava sempre sorrindo, feliz pra
caralho.
— Mesmo quando ela era uma pirralha, havia algo diferente. Ela
era inteligente como o inferno e amava escrever. À noite, não importava
em que casa nós tínhamos sido atirados, ela pegava uma caneta e um
papel velho e escrevia histórias. Ela tinha tantas, e todas eram muito
boas. Ela costumava me dizer que quando ficasse velha o suficiente
para viver por conta própria, ela ia se tornar escritora e mudar de vida.
~ 121 ~
— O que aconteceu? — eu pergunto baixinho.
Eu estremeço.
— Ele olhou para mim e sorriu. Ele sabia, porra, ele sabia o que
ela significava para mim. Eu vi vermelho, perdi a cabeça. Ele estava no
chão e embaixo de mim antes mesmo que eu percebesse o que tinha
feito. Ele foi espancado, e eu tinha a maldita faca na mão. Acho que os
vizinhos devem ter ouvido o barulho e ligado para a polícia. Os policiais
apareceram, ele começou a gritar como uma garotinha, soluçando e
chorando, parecendo realmente apavorado.
~ 122 ~
— Será que ela está por perto para me dizer que porra ela quer?
— ele late.
~ 123 ~
uma mentira, e eu acabo optando por um trabalho típico para a maioria
das garotas da minha idade. — Eu sou garçonete. — Ugh.
— Sim.
— Garçonete?
— Absolutamente.
— Há um tipo?
— Só isso?
— Só isso.
— Para as montanhas.
~ 124 ~
— Sim, para as montanhas do Colorado.
— Sim. Comprei cerca de seis anos atrás. Gasto meu tempo livre
arrumando ela. Agora eu vou lá quando eu posso, só para ficar passar
uns dias longe.
Uma cabana.
Ele ri, e é um som rico e bonito que faz minha pele formigar. —
Eu ainda não tenho certeza se uma coisa pequena como você pode usar
uma arma de forma segura.
— Certeza?
— Sim.
~ 125 ~
Oh, cara.
— Na mesa.
Eu tremo.
— Nada de velas.
Desafio aceito.
*****
~ 126 ~
sua cabana não está longe, mais uma hora até as montanhas. Eu caio
no sono assim que termino o meu sanduíche e acordo apenas quando
chegamos à cabana de Raide.
Eu não percebo quão rude foi minha pergunta até que ela tenha
saltado da minha boca. Ele não parece ofendido, apenas dá de
ombros. — Eu trabalhei duro conseguir um emprego o mais rápido que
pude. Guardei cada centavo, nunca gastei nada comigo. Este lugar, eu
gostei dele assim que o vi, e então pus todas as minhas economias aqui.
~ 127 ~
testa. Lá, ele murmura, — Vá tomar um banho, eu vou fazer algo para a
gente comer.
— Oh.
— Banho, sim?
— Sim.
~ 128 ~
Os lábios de Raide se curvam para cima em um sexy meio
sorriso. — Eu quero que você saiba que eu me evoluí muito bem.
— Foda-se os ovos.
Certo.
~ 129 ~
Raide está fora de mim em um segundo, e eu estou saltando para
cima, ofegante, enquanto coloco meus olhos sobre um homem parado
junto à porta. Oh meu Deus. Ele poderia ter visto muito mais do que
uns beijos. Nós nem sequer o ouvimos entrar. Me viro para Raide e vejo
que ele está dando um sorriso, grande e largo.
Benny é bonito. Agora que estou mais perto, posso ver isso. Ele
tem longos cabelos loiros que caem em torno de seus ombros. Ele
parece estar em seus trinta anos, seus olhos são uma avelã claro e sua
pele é verde-oliva, mas não naturalmente, é mais do tipo ―eu peguei
muito sol‖. Seu corpo é alto e magro, e ele tem uma espingarda
pendurada no ombro. Suas grandes botas pretas estão desamarradas,
os laços somem na parte de trás. Está óbvio que Benny não vai muito
para a cidade.
— Me diga, Gracie, o que ele teve que fazer para chegar até aqui?
Raide bufa.
~ 130 ~
— Tenho certeza de que ele trouxe muitas garotas aqui, — eu
digo.
Eu rio.
— Você não pode me culpar. Teve uma vez que você me convidou
para passar uns dias aqui na cabana.
— Habilidades? — Raide ri. — Ben, você tinha que ter visto ela
derrubando o cara que tentou roubar a sua bolsa.
Seus olhos amolecem e ele responde com uma voz suave. — Perdi
minha esposa há dois anos, tem sido difícil desde então. Então eu
trabalho aqui na terra, conserto carros, coisas assim.
~ 131 ~
Meu coração se parte. — Eu sinto muito.
Benny pula para cima e me abre um sorriso que me diz que está
tudo bem, antes de caminhar e pegar um prato do balcão. Eu sigo atrás
dele e olho para os ovos mexidos e as torradas com manteiga que Raide
serviu junto. Todos nos sentamos à mesa e começamos a comer. É
realmente bom, por mais surpreendente que seja. Não que eu duvidava
que Raide era capaz de cozinhar. A maioria dos homens é, eles apenas
optam por não fazer isso.
Ele se parece com Benny, então eu estou supondo que ele é seu
pai. Seus olhos são quentes e azuis, o cabelo é grisalho e ele tem linhas
de riso marcando seus olhos. Ele é bonito, mesmo em sua idade
avançada. A mulher ao lado dele é, obviamente, a mãe de Benny. Ela é
pequena, com um corte de cabelo curto, tingido de castanho claro com
mechas loiras. Sua idade mostra aparece um pouco apenas ao redor
dos olhos e da boca; no mais, ela parece radiante e bonita.
~ 132 ~
Meu coração aperta, é irracional e completamente estúpido, mas
eu não posso evitar. A menina se joga em seus braços. Ela o abraça
apertado, pressionando o nariz em seu pescoço, sussurrando algo em
seu ouvido. Ela cora e dá um passo para trás com um sorriso enorme
quando ele a deixa ir. Ela é uma mulher bonita, bonita mesmo. Longos
cabelos loiros e lisos, olhos castanhos, como os de Benny, e um corpo
de morrer.
— Deixe ele em paz, pai, — Benny ri. — Não é culpa dele ser tão
atrofiado socialmente.
~ 133 ~
Lynn ri. — Eu aposto que ele estava perseguindo você. Por que
não? Você é linda, Grace.
~ 134 ~
segurando minha mão. É boa a sensação de ser importante, de ser
especial, de ser querida.
— Deus, você se lembra daquela vez que você e Raide foram pegos
no Lookout Point? — Benny ri, e eu inclino a cabeça.
— Kelly? — eu pergunto.
— Oh.
Deus. Noivos. Eles foram noivos. Você não fica noive assim,
simplesmente, sem nenhuma boa razão. Ele devia adorar ela, amar.
~ 135 ~
Nós todos levantamos e nos despedimos, então eles se foram e
Raide e eu estamos sozinhos mais uma vez. Voltamos para a cabana, e
desta vez Raide tranca a porta. O sol acaba de se pôr, e os sons da noite
preenchem o pequeno espaço.
Oh. Deus.
~ 137 ~
Capítulo Dezessete
Lábios quentes deslizam para baixo e sobre os meus seios. Raide
está sobre mim, seu corpo duro, forte e grande. Suas mãos são um
pouco ásperas, mas ele sabe como usá-las sem infligir dor. Ele tem uma
barba de dois dias, e ela arranha minha pele quando ele move. E agora
ele está deslizando para baixo pelo meu corpo, lentamente,
dolorosamente. Ele se lança sobre os meus seios de novo, e sua língua
ataca os mamilos duros. Um primeiro, depois o outro.
~ 138 ~
lentamente e eu ainda posso sentir o pulsar intenso entre as minhas
pernas enquanto ele desliza seu corpo por cima e sobre o meu. Ele se
estende, pega um preservativo, e momentos depois ele está coberto e
pronto. Sua mão se enrola em volta do meu pescoço, enquanto a outra
orienta seu pau para a minha abertura.
Ele me vira até que eu estou de quatro. Ele levanta meus quadris
e, em seguida, está dentro de mim novamente, desta vez eu posso sentir
seu pau bem no fundo, atingindo todos os lugares sensíveis e fazendo
meu corpo explodir com a sensação. Eu grito, rangendo os dentes e
agarrando os lençóis quando ele começa a me foder do jeito que eu
preciso que ele faça. O som distinto de pele batendo em conjunto pode
ser ouvido sobre a nossa respiração ofegante e gemidos. Eu inclino
meus quadris e chego para baixo para encontrar meu clitóris. Eu crio
rápidos e pequenos círculos, friccionando, até que estou explodindo ao
seu redor.
— Puta. Merda.
Ele ri e rola nós dois, então ele me ajusta até que eu estou
escondida em seus braços, o rosto em seu peito.
~ 139 ~
Ficamos um momento em silêncio, enquanto recuperamos o
fôlego, então eu decido lhe perguntar algo que eu queria saber desde o
início. — Raide?
— Hmmmm?
Ele se vira e olha para mim. — O que quer dizer, por que você?
Ele bufa. — Por um tempo, sim. Até que eu vi você no clube com
o seu primo, e então eu percebi que você não estava.
~ 140 ~
— Então, por que o interesse em armas? — ele finalmente
pergunta.
— Justo.
Ele sorri. — Sim, eles são como a família que eu não tive.
*****
— Legal! — eu grito.
~ 141 ~
do alvo, acertando exatamente onde eles estariam em uma pessoa
real. Eu acerto os cotovelos.
Nós dois nos viramos para ver Benny caminhando até o campo
aberto em que estamos.
Raide ri.
Benny começa a rir tão duro, que ele tem que agarrar sua barriga.
~ 142 ~
nos joelhos, na virilha e no estômago. Ele fez isso de forma rápida e sem
esforço.
Eles riem e eu olho para os dois. Enquanto eles ainda estão rindo,
eu me viro e aponto minha arma. Eu acerto cada um dos buracos que
Raide fez – perfeitamente, então minhas balas não saem para o espaço.
Quando termino, coloco a arma no chão e giro.
~ 143 ~
Capítulo Dezoito
Eu tinha acabado de sair do chuveiro quando Raide entra pela
porta da frente. Seus olhos estão brilhando e ele está todo suado e
lindo, e caminha na minha direção como se o mundo estivesse prestes a
acabar e ele precisa de um último beijo. Quando ele me alcança, enrola
um braço na minha cintura e me puxa para perto dele. — Raide, — eu
grito. — Eu acabei de tomar banho.
Ele não responde. Ao contrário, ele puxa a toalha até que ela cai,
então nos gira na direção da cama e, com um empurrão rápido, eu
estou deitada de costas. Ele pega os meus joelhos e os levanta antes de
separar bem minhas coxas. — Isso é quente pra caralho, — ele rosna,
caindo de joelhos. — Nunca conheci uma mulher que me deixou tão
duro, porra.
Oh.
Sim.
Sua boca desce para o meu clitóris e ele chupa com força. Ele me
devora como um animal enlouquecido, lambe e chupa até que eu estou
me contorcendo na cama, batendo de lado a lado, implorando por
mais. Ele desliza dois dedos dentro de mim e me fode com eles. Eu gozo
enlouquecida, e não ouço nada além de um ruído branco, por longos
momentos de felicidade.
Ele afasta sua boca e fica de pé, olhando para mim. — Coloque
um vestido bonito, moça. Nós estamos tendo um encontro.
~ 144 ~
Eu pareço mais feminina... do que nunca.
Eu acho que ele vai me levar até o carro, mas ele não faz. Ele me
leva por um pequeno caminho no local onde antes demos os tiros.
Quando chegamos no topo, eu paro para respirar.
— Raide, — eu respiro.
— É perfeito.
~ 145 ~
Nós caminhamos até a mesa, e em cima dos pratos há uma
espécie de caixa de alumínio10. Raide puxa minha cadeira e eu sento,
então ele abre a caixa e eu rio em voz alta. Hambúrguer, batatas fritas e
um milk shake.
— Hambúrguer? — eu sorrio.
Deus.
Ele é perfeito.
~ 146 ~
— Sim, moça?
~ 147 ~
— Sim, — ele diz, seu tom carinhoso. — Quando morávamos em
frente à casa de Benny, a vida era boa.
— Pode ser.
Eu não respondo.
— Não, — ele murmura. — Você está certa. Ela deveria ter lutado
mais. Você deve sempre lutar por aquilo que ama.
— Meu lugar feliz, — diz ele, com a voz baixa e gutural. — E você
acabou de fazer ele muito mais feliz.
~ 148 ~
Porque eu vou perdê-lo.
~ 149 ~
Capítulo Dezenove
Eu sou acordada pelos lábios macios de Raide escovando a minha
testa. Pisco os olhos para ver ele me olhando. Adormeci no balanço da
varanda. É a nossa última noite aqui, em nós passamos todo o dia
caminhando, fazendo amor e comendo coisas gostosas. Voltamos para a
cabana e eu desmaiei de cansaço. Agora o sol está começando a se pôr e
a realidade está mostrando sua cabeça feia.
— Ei, — eu coaxo.
Oh.
Eu não estou prestes a dizer que ele não pode passar tempo com
Benny. — Claro, — eu digo.
~ 150 ~
tela que é Vance. Droga. Eu não disse a ele onde eu estou. Eu disse a
Kady, mas não tive a chance de pensar em qualquer outra pessoa.
— Está tudo bem. Eu pensei que tinha tudo resolvido, mas não.
Tenho certeza que Don contou a você.
— Você está bem, Gracie Lou? Você não parece tão atrevida como
de costume.
~ 151 ~
Seus olhos piscam para mim, e eu vejo tanta raiva por trás
deles. — Benny, — ele rosna, sem nunca deixar de segurar o meu olhar.
— Cala a boca.
Oh, Deus.
— Cala-a-porra-da-boca!
Não.
Não.
Não.
— Raide deu uma surra nele. Pela graça divina eu estava lá, e o
cara estava tão bêbado, chapado e fora de si que ele não fazia ideia de
quem era Raide.
Não.
— Grace.
~ 152 ~
que você está com raiva e quer vingança. Alguma vez você parou e
realmente considerou tudo isso? Você ficou falando sobre como eu
estou fazendo as coisas melhores para você, mas como pode ser assim
quando você ainda vai acabar na prisão porque sua necessidade de
vingança é maior que qualquer coisa?
— Baby...
Eu sei que não estou sendo justa, porque eu sou uma mentirosa
tão grande quanto Raide. Minha culpa, minha dor, meus sentimentos,
tudo isso finalmente me alcançou. Mas eu serei amaldiçoada se apenas
assistir Raide jogar sua vida fora.
— Grace.
— Perdão?
Eu recuo.
~ 153 ~
Eu recuo.
Ele recua. — Eu não achei que nós dois iriamos tão longe.
Oh-meu-Deus.
— Grace, eu não...!
— Grace.
— Me leve para casa! — eu grito tão alto que Benny, ao meu lado,
vacila. — Agora.
— Não.
~ 154 ~
— É a porra do meu carro! — eu grito. — Eu vou dirigir.
— Você bebeu.
~ 155 ~
Eu arrasto meus pés pelo posto de gasolina e sou cumprimentada
por um funcionário excessivamente alegre. Forço um sorriso e caminho
até o refrigerador. Abro e pego uma garrafa de água, e também um saco
com batatas fritas, antes de ir para o balcão pagar. Até esse momento
Raide já terminou de abastecer, então eu pago por tudo. Quando volto
para o carro, ele já está em seu assento, mas há algo diferente nele.
Seus olhos estão direcionados para frente, e eles são duros, parecem
que podem quebrar com um toque.
Eu paro de repente.
— Quem é você?
— Quem é Don?
Eu estremeço.
— E Vance?
Outro estremecimento.
~ 156 ~
— Responda a maldita pergunta! — ele grita. — Quem diabos é
você?
— Raide...
— Se vire.
— Se vire!!
Ele grita tão alto que eu dou um grito assustado. Ele está me
assustando. Me viro devagar e olho para o compartimento do meu carro
onde mantenho meu Taser. Faço uma escolha rápida e salto para
frente, abrindo-o e puxando a arma. Eu giro, mas Raide é mais rápido e
chuta o Taser das minhas mãos. Ele sai deslizando para longe, pela
sujeira e na escuridão entre as árvores. Eu não o encontro, e reajo como
faria se fosse qualquer outra pessoa.
~ 157 ~
— Não, — eu raspo.
Ele desvia o olhar e seus olhos estão tão cheio de dor que eu
quero gritar e segurá-lo perto de mim. Não posso, no entanto. Assim,
quando ele não está olhando, eu torço meu corpo, liberando uma das
minhas mãos. Eu a lanço para cima e acerto diretamente na sua
garganta. Ele cai para trás com um grunhido e eu me levanto e consigo
começar a correr em direção ao meu carro.
~ 158 ~
Capítulo Vinte
Eu acordo de repente. Meu corpo entra em modo de pânico
automático e eu me contorço. Me leva apenas um momento para
perceber que eu estou algemada. Eu pisco rapidamente, e todo o meu
corpo dói, como se alguém tivesse me levado para alguns rounds em um
ringue. Me leva mais um momento para reunir os meus pensamentos e
perceber que estou na cabana novamente, algemada à cama de Raide.
— Raide, — eu coaxo.
~ 159 ~
— Estou me apaixonando por você.
— Trinta mil.
— Você pode ir até o tribunal, lutar pelo seu caso e sair livre. Se
você matar ele, Raide, vai ficar preso para sempre.
~ 160 ~
— No entanto, você ainda estava disposta a colocar uma grande
faca de merda nas minhas costas.
Abro os olhos e vejo que ele está olhando para mim. A expressão
assassina em seu rosto está me matando.
Ele se inclina sobre mim, trazendo seus lábios para baixo até que
eles estão a milímetros dos meus. — Será que nada disso significou
uma coisa maldita para você?
E então ele pressiona seus lábios nos meus. Seu beijo não é
suave, é áspero e me pune, mas eu quero. Eu o quero tanto que
queima. Eu o beijo de volta, nossas línguas se enredam duramente,
nossos dentes colidem. Ele move o corpo sobre o meu, seus lábios
esmagam os meus enquanto ele usa as mãos para puxar meus shorts
para baixo. Eu não o impeço. Eu não quero impedir ele. Ele me tem nua
em uma questão de segundos, e então ele está entre as minhas pernas,
suas mãos se enredeando em meus cabelos.
Deus.
Não.
~ 161 ~
— Porque eu estava me apaixonando por você também, sua
mulher egoísta e sem coração.
Não.
Eu sei que ele pararia. Eu sei disso. Raide não vai me machucar,
não importa o quão furioso ele esteja. Mas não importa o quê, alguma
parte desesperada de mim não quer que ele pare. Eu preciso dele. Eu
quero ele. Não importa como isso pareça patético no momento. — Não,
— eu coaxo.
— Por favor.
Ele acha que eu estou implorando para que ele me deixe ir, mas
não é isso que eu quero. O que preciso de Raide é saber que ele não me
odeia. Eu não poderia suportar se ele me odiasse.
~ 162 ~
ele libera um grunhido igualmente doloroso. Em seguida, o seu peso se
foi e desespero enche meu peito. Abro os olhos e grito seu nome.
Ele está puxando sua calça jeans para cima, e quando ele ouve o
meu apelo patético, olha para mim.
~ 163 ~
Capítulo Vinte e Um
Devo ter gritado e chorado até dormir, porque sou facilmente
despertada por uma mão no meu ombro. Meus olhos doloridos e
pesados vibram abertos, e vejo Benny olhando para mim. Abro a boca
para dizer algo, mas nada sai. Me lembro que estou nua e começo a me
contorcer, mas, então, recordo que Raide deixou um cobertor sobre mim
antes de partir.
— Você o quebrou.
Benny recua e olha para mim com uma expressão dura. — Você
está falando a verdade ou só está tentando me convencer a te deixar ir?
~ 164 ~
Seu rosto suaviza um pouco e ele suspira. — Ele se foi,
Grace. Desta vez, ele não vai ser encontrado.
Eu fecho meus olhos e a dor volta com tanta força ao meu peito,
eu tenho medo de me afogar nela. Raide vai cometer um erro, ele está
com raiva, ele está machucado, e ele quer vingança agora mais do que
nunca. Ele vai encontrar o namorado da sua irmã e eu vou perdê-lo
para sempre. Eu tenho que corrigir isso. Abro os olhos e encaro
Benny. — Preciso ir para casa.
*****
~ 165 ~
Ambos estão usando equipamento de proteção, armas enfiadas
em seus cintos.
Vance me atinge antes que Don possa dizer mais alguma coisa.
Ele segura os meus ombros e seus olhos se movem pelo meu corpo. —
Você parece que saiu do inferno – o que aconteceu?
Quando eles estão todos focados, falo. — Como vocês sabem, fui
designada para o caso Raide Knox. Eu sabia desde o início que ele seria
um desafio. Ele é um homem grande, e mesmo com toda a minha
formação, trazer ele sozinha seria praticamente impossível. Então decidi
trabalhar uma forma diferente. Pensei que poderia chamar sua atenção,
e então ligaria para vocês ou para a polícia quando estivéssemos
sozinhos.
~ 166 ~
— Julio, sente-se! — Don late.
Don se vira para mim. — Grace, você sabe que você quebrou as
regras.
— Não.
~ 167 ~
Ele balança a cabeça. — Você entende que eu tenho que reportar
isso?
Julio está de pé e olha para mim. — Eu sabia que você não daria
conta. Você é uma garota, e garotas sempre se perdem do jeito que você
fez. Você é muito fraca, — ele cospe, e então, também avança para fora
da sala com pressa.
— Eu não acho que ele quer agradecer. Ele vai matá-lo. Isso faz
dele um assassino.
~ 168 ~
Capítulo Vinte e Dois
— Grace?
~ 169 ~
— Eu acredito em você, Grace. Eu sei que você é capaz e é uma
boa pessoa. Eu também entendo o que nós sentimos quando nos
apaixonamos. Eu já estive lá, já experimentei isso. Você fez a coisa
errada e vai pagar por isso, mas eu acredito que você aprendeu uma
lição valiosa.
— Remuneradas, é claro.
Eu engulo em seco.
— E Grace?
*****
~ 170 ~
Eu ando pelo corredor, e quando passo pelo escritório de Vance,
eu olho para vê-lo em sua mesa. Ele olha para mim e então se afasta
antes que eu tenha a chance de expressar qualquer coisa para ele. Eu
deixo minha cabeça cair e saio para ir até o carro de Kady.
— Grace, seu trabalho é tudo para você. Você fez a coisa certa.
~ 171 ~
Concordo com a cabeça, mas a verdade é que eu realmente não
acredito nela. Eu coloquei meu coração e alma em minha carreira, eu
implorei para ter uma chance, para ser tratada da mesma forma que os
caras, e na única oportunidade que tive, joguei tudo fora porque minha
compaixão ficou no caminho. E agora uma grande parte de mim sabe
que eu voltaria e faria tudo de novo por Raide – o que me assusta.
— Claro.
— Sim, eu sei.
Eu espero.
~ 172 ~
Capítulo Vinte e Três
Meu pai se senta em silêncio, cervejas na mão, olhando para a
escuridão. Os postes enchem o quintal de luz quente, e a noite está
tranquila, todos dormindo. Passei a última hora contando a ele a minha
história. Agora ele está apenas me olhando, sem dizer nada.
— Você sabe, — diz ele. — Eu teria feito isso pela sua mãe.
~ 173 ~
Eu aceno, tomando um gole de cerveja. — Sim, eu realmente
acredito nisso.
— Então o ajude.
— Eu não entendo.
— York? — eu pergunto.
— Eu falei com York sobre o seu caso há alguns dias, ele disse
que o seu departamento está lidando com isso. Acho que é por causa da
sua relação comigo que ele vai fazer isso por você, Gracie.
— Fazer o quê?
~ 174 ~
— Obrigada, pai, — eu sussurro. — Muito obrigada.
— O quê? — eu sussurro.
— Não deveria ser assim, mas há uma chance de que você esteja
arriscando seu trabalho fazendo isso.
Eu engulo e olho para ele de novo, e sei que ele entende minhas
próximas palavras. — Não muito tempo atrás, eu teria dito que não
havia nada no mundo que poderia abalar o meu trabalho. Era tudo o
que eu queria, tudo que me importava. Mas, pai, — mais uma vez eu
sinto a emoção me engolindo, — eu nunca me apaixonei. Nunca senti
isso por alguém que me faria mudar toda minha maneira de pensar. Ele
fez isso por mim. Eu sei como eu trabalhei duro e eu não quero desistir
disso, mas sem ele nada vale a pena para mim. Eu amo Raide. Eu vou
fazer qualquer coisa, inclusive arriscar o meu emprego, para ajudar ele.
— Eu sei, — eu sussurro.
~ 175 ~
Capítulo Vinte e Quatro
Eu não dormi naquela noite. Virei e revirei na cama, liguei para o
telefone de Raide uma e outra e vez, deixei mensagens patéticas e então
desisti e aí da cama. Assim, aqui estou atirada no sofá olhando para o
nada. Eu penso em Raide, penso em Vance, penso sobre York. Estou
arriscando tudo ao perguntar se York pode me ajudar? Será que ele
está arriscando sua carreira também? Estou arriscando a minha? Eu
me enrolo em uma bola no sofá e fecho os olhos, me concentrando em
tomar respirações profundas.
Devo ter pegado no sono, porque a próxima coisa que estou ciente
é do sol passando pelos espaços da cortina e aquecendo minha pele. Eu
pisco rapidamente e olho ao redor. Respiro fundo e me levanto,
deixando as palavras do meu pai afundarem. Se eu quero ajudar Raide,
preciso empurrar essa dor de lado e encontrar a minha garota fodona
interior para corrigir isso. Mesmo que isso signifique perder o meu
emprego.
Vance. Eu vejo como ele sai e avança em direção a mim com uma
expressão dura no rosto. Eu odeio vê-lo assim. Eu odeio que seja minha
culpa que estamos nessa situação.
~ 176 ~
Eu não vou fazer isso.
Silêncio.
~ 177 ~
Longo silêncio mortal.
Ele olha para baixo, e eu sei que é para que assim eu não veja as
profundezas da sua agonia. Eu estendo a mão e a coloco no seu rosto.
— Eu sinto muito que você se sinta assim e eu não possa retribuir, mas
Vance, eu te adoro. Você é o meu melhor amigo. Eu confio em você. Eu
não quero te perder.
— Eu não sei se posso fazer isso, Grace, — diz ele com voz rouca.
— Fazer o quê?
— Vance...
*****
~ 178 ~
amigáveis olhos azuis que me lembro. Seu cabelo é agora mais grisalho,
mas ele é um homem bonito, mesmo na sua idade.
Ele sorri e seus olhos enrugam nas laterais. — Bem, Gracie, você
cresce mais a cada vez que vejo você, menina. E está cada vez mais
bonita, também.
— Eu sei que você sabe quais são as acusações de Raide, mas vou
passar por cima de tudo isso novamente, para ficar bem claro. Ele vai a
julgamento por agressão com arma mortal, e também é suspeito no
caso de assassinato da sua irmã. Não há muitas evidências até agora,
além das fornecidas por Dean Smith.
— Dean?
— O namorado de Kelly.
Esse é o seu nome? Dean? Eca. — Ok, então onde é que isso
deixa Raide?
~ 179 ~
— Sua irmã.
— O seu pai me disse que Raide estava lá porque a irmã havia lhe
chamado, dizendo que estava sendo espancada. Raide não revelou isso
quando foi preso. Eu tenho alguém procurando nos registros telefônicos
dele, e também dela, e estamos investigando mais a fundo. Nós vamos
conversar com os vizinhos de novo, seus amigos, seu chefe, qualquer
um que possa ser capaz de nos confirmar que Dean estava batendo
nela.
— Uma boa parte foi, mas nós não tínhamos muita informação,
porque Raide nunca nos deu a chance. Então, durante a investigação,
ele fugiu e nossos esforços foram transferidos para trazê-lo de volta
para o julgamento.
— Mas, — diz York. — Dean não é nenhum santo. Ele foi preso
algumas vezes por posse de drogas.
— Como eu disse, Raide estava com a faca. Dean jurou que Raide
o derrubou, e Raide não disse nada. Sem mencionar que Raide tem
antecedentes por agressão.
— Eu sei, — eu digo.
~ 180 ~
— Isso é o que nós estamos esperando. Pode ser arriscado, mas
eu acho que é nossa melhor chance.
Eu pisco. — Perdão?
— Ele pode fazer isso se achar que você é uma menina quebrada
deixada por Raide.
— Você está quebrada, arrasada. Ele fala com você e você diz a
ele que um porco de homem a machucou. Você mantém a conversa,
deixa escapar o nome de Raide. Dean vai saltar sobre você, porque ele
quer ver Raide sofrer. Ele está desfrutando deste jogo. Tanto é assim
que ele poderia estar disposto a se vangloriar dos seus feitos. Se você
jogar suas cartas direito, pode obter o que precisa.
Estou pronta.
~ 181 ~
Capítulo Vinte e Cinco
York me vira e coloca fios presos ao meu corpo. — Isso não é
volumoso, mas você não pode se esfregar contra ele. Ele vai notar
rapidinho. Não é algo que queremos. Eu tenho três carros em você, e
haverá pelo menos cinco homens à paisana no bar, assistindo. Se Raide
aparecer, você sai de lá.
— Tem certeza que você está pronta para isso? — pergunta York,
puxando a minha camisa para baixo e se certificando que eu estou bem
para ir.
— Eu estou.
— Obrigada, York.
~ 182 ~
tenho uma arma na minha bolsa de qualquer maneira, apenas no caso
de ser necessária.
Ele realmente leva até a luz para ver se não foi adulterada,
apertando os olhos e correndo os dedos sobre a superfície. Sério? Quer
dizer, eu acho que eu deveria estar lisonjeada, mas, honestamente, esse
cara está apenas sendo um idiota. Ele finalmente balança a cabeça e a
devolve para mim. — Entre.
~ 183 ~
— Puxa, obrigada, — eu murmuro.
— Não.
~ 184 ~
maçãs do rosto são ocas, a pele sob os olhos é escura e ele tem marcas
de faixa bem visíveis nos braços.
Viciado.
Bingo.
Deus.
— Dean.
~ 185 ~
*****
Porco.
Em seguida, ele corre para fora. Ok, isso não foi exatamente como
eu imaginei. Eu me levanto e o sigo pelo corredor escuto, em direção ao
banheiro. Eu viro em um canto, onde uma porta está balançando, e
uma mão agarra meu braço e me puxa para um espaço escuro. A porta
é fechada e então, chaveada. — Me solte! — eu assobio.
Dean.
Merda.
~ 186 ~
Ele me dá um tapa tão duro que eu vejo estrelas. Eu chuto para
fora do seu aperto, mas como não posso vê-lo, me perco
completamente. Antes que eu possa alcançar minha arma, sinto o cano
de uma pressionando na minha testa. Congelo e puxo uma respiração
profunda. Ele acende uma pequena luz e eu vejo que há uma faca
oscilando na sua outra mão. Isso não é bom.
— Eu juro, — eu sussurro.
— Ninguém, eu juro.
Puta merda.
~ 187 ~
— Assim, tanto quanto se sabe, você foi ao banheiro, mas não
voltou.
~ 188 ~
Capítulo Vinte e Seis
Eu acordo com a cabeça latejando.
Apenas fantástico.
— Raide? — eu chio.
— Me diga que você não está aqui porque foi atrás de Dean?
~ 189 ~
Meus olhos suavizam e eu digo, — Você está ferido?
Ele balança a cabeça. — Agora você está aqui também. Esta está
provando ser a porra da minha semana de sorte.
Eu estreito meus olhos para ele. — Eu vejo que você ainda está
com raiva de mim.
~ 190 ~
Eu balanço minha cabeça. — Isso significa que você não escuta,
você não se importa, e você não faz nada por ninguém além de si
mesmo.
— Você não tinha a mim antes. Você não tinha nada pelo que
lutar. Agora você tem, e se você for embora, isso significa que eu vou
perder o único homem com quem eu já me importei. Então, sim, é
egoísta. É egoísta porque você nunca pensa naqueles que vão te perder.
É egoísta porque você não conta a verdade à polícia. É egoísta você se
colocar nessa posição!
~ 191 ~
— Você sabe o quê? — eu guincho. — Vá se foder, Raide Knox! Eu
estava fazendo o meu trabalho. Eu não fiz nada de errado, exceto me
apaixonar por você, seu idiota arrogante. Eu cometi um erro, mas você
está cometendo um erro a cada maldito dia da sua vida. Você está
fugindo da realidade. Você quer se afastar com sangue nas mãos,
porque você não consegue deixar ir, porque você não se importa o
suficiente com as pessoas que ainda estão aqui. Então vá se foder! Eu
não me arrependo de quem eu sou. Não mesmo.
Eu me lanço para empurrá-lo, mas sua mão atira para cima e ele
pega meu pulso. Ele me puxa para baixo tão rapidamente, eu estou de
costas antes de perceber que ele está em cima de mim. Eu suspiro e me
contorço, mas é inútil. Ele é pesado e ele está determinado.
Ele se inclina para baixo, tão perto que nossos lábios estão
apenas a alguns milímetros de distância. — Você não pode fingir que
me conhece, — ele raspa, e Deus, ele cheira bem. — Só tem uma coisa
da qual eu vou fugir quando terminar, e vai ser você.
— Grace.
*****
~ 192 ~
careca e possui olhos negros sérios. Eu tremo e me sento, passando os
braços em volta dos meus joelhos.
Eu jogo um olhar para Raide, mas ele tem está olhando fixamente
para os três homens. — Onde está o Dean? — ele late.
— Agora, vocês dois estão indo para uma agradável viagem pela
estrada, então um passeio de barco e, por fim, uma natação recreativa
no fundo do oceano.
— Dean lhe disse para fazer isso? — ele finalmente diz ao careca.
Eu recuo.
— Não tenho ideia de por que iriam dizer isso a você. Eu nem ao
menos conheço ela, — Raide murmura.
Ele está brincando? Certo? Ele está jogando eles. Ele tem que
estar. Ele não correria o risco de me deixar ser morta.
~ 193 ~
— Bem, então, não há porque esperar, — o careca se abaixa e me
puxa para cima rapidamente.
— Positivo.
— Raide! — eu grito.
Será que ele pensa que o homem não vai terminar isso?
Ele está com dor. Eu sei que ele está. — Me deixe te ajudar, por
favor, — eu empurro seu ombro suavemente e ele se mexe, então está
sentado contra a parede. Eu levanto a manga e decido que não há
porque manter essa bagunça esfarrapada em seu corpo quando eu
~ 194 ~
posso usá-la para parar o fluxo de sangue escorrendo pelo seu braço. —
Eu vou usar a sua camisa, está bem?
Ele não diz nada, então eu dou alguns puxões e tiro a camisa do
seu corpo. Eu amarro algumas tiras rasgadas e então faço mais uma
bola com outro pedaço e o coloco sobre a ferida. Raide estremece, mas
ele não me impede. Eu uso as tiras amarradas para colocar a bola de
tecido no lugar, e então amarro firmemente. Antes que eu termine, a
porta se abre e dois homens entram. Desta vez, eles têm armas enormes
e eu não tenho dúvidas de que elas irão nos destruir se formos
baleados.
~ 195 ~
Raide está ao meu lado em segundos, me puxando para o seu
colo. — Eu nunca teria deixado ele te machucar, Grace! — diz ele
novamente. — Você tem que acreditar nisso.
Oh. Sim.
— Com você.
Eu inclino minha cabeça para cima e olho para ele. Ele está
olhando para mim, seus olhos cor de âmbar cheios de algo muito mais
profundo do que luxúria.
— Raide, — eu sussurro.
~ 196 ~
Então ele me beija. Seus lábios são brutos, mas tão, tão macios.
Ele me beija com força, separando meus lábios e suavemente
persuadindo minha língua a encontrar a sua. Ele mexe meu corpo,
assim estou em cima dele e suas mãos deslizam para cima e para baixo
nas minhas costas e nosso beijo se aprofunda, até que estamos
ofegantes e segundo um ao outro. Ele me empurra para trás depois de
alguns minutos de paixão, se inclina e corre a boca pelo meu pescoço.
Eu fecho os olhos, deixo minha cabeça cair para trás para que ele possa
se movimentar pela minha garganta. Ele beija o pequeno oco ali antes
de deslizar os lábios de voltar até encontrar os meus outra vez.
— Sim.
— Não há muitas opções, moça. Eles vão nos drogar antes de nos
tirar daqui, pode ter certeza. Eles não vão correr o risco que a gente
escape de carro.
— Porra.
— Qual?
~ 197 ~
Eu estreito meus olhos. — Brigar?
— Poucos dias.
— Me desculpe, — eu sussurro.
— Grace.
~ 198 ~
— Não se ele tiver uma arma.
— E?
Eu concordo.
~ 199 ~
Capítulo Vinte e Sete
Gemendo, me mexo em meu sono e me leva alguns momentos
para acordar. O chão debaixo de mim é duro, e minhas costelas doem
enquanto uso as mãos para, lentamente, me sentar. O gemido fica mais
alto e eu percebo que é Raide. Ele parece estar com dor. Eu me
espreguiço e esfrego os olhos, então balanço meu braço para fazer com
que ele volte à vida.
— Seu braço?
— Sim.
Merda. Como eu vou aliviar sua dor? Talvez haja muita pressão
sobre a ferida. Eu não consigo ver, como vou verificar isso?
— Eu tenho.
~ 200 ~
Ele ri, mas é cheio de dor. — Basicamente.
— Bolso.
— Espere.
Meu coração incha, mas eu não deixo que isso me pegue. Ele está
apenas sendo gentil. Se certificando de que estou forte. Eu pego a
garrafa e abro, então tomo um longo gole. Ofereço a Raide, que também
bebe. Depois eu encontro o pedaço mais limpo que resta da sua
camiseta esfarrapada e despejo um pouco de água sobre ele. Limpo em
torno do seu ferimento à bala, tentando não reagir ao seu assobio
enquanto eu o limpo da melhor forma possível. Quando acabo, faço
uma nova bola de tecido e a coloco no mesmo lugar. Amarro com menos
força dessa vez.
~ 201 ~
— No de trás.
— Não.
Idiota.
Ele está mentindo, mas está fazendo isso porque ele sabe o que
eu quero. Ele também quer. Eu não estou a ponto de negar isso a ele,
não agora.
— Não se mova — eu corro meu dedo pelo seu peito e pelo seu
abdômen. Paro no alto de sua calça jeans e deslizo minha mão por cima
dela, sentindo seu pau inchado e grosso abaixo do tecido. Dou um
aperto e ele sibila. Eu sorrio na escuridão. Eu o provoco usando a
palma da minha mão para esfregar nele por cima do jeans, e ele
empurra os quadris para cima, silenciosamente implorando por mais,
mas eu continuo com meus movimentos de fricção lentos.
~ 202 ~
— Continue fazendo isso, — ele raspa. — Eu vou gozar e você vai
ficar na mão.
Bom ponto.
— Mais rápido, baby, — ele resmunga, usando sua mão boa para
capturar meu quadril.
Eu balanço para trás e para frente, para trás e para frente. Meus
dedos encontram meu clitóris e eu fecho os olhos, deixando cair a
cabeça para trás. E continuo, para trás e para frente.
~ 203 ~
— Baby, — ele estremece. — Merda.
Eu coloco minha mão no sem braço bom, e ali posso sentir seu
bíceps contraindo enquanto ele usa o meu corpo para me fazer foder
com ele mais duro. Ele vai machucar seu braço. Ele vai... Oh, Deus,
isso é tão incrível.
— Porra.
~ 204 ~
— Você não pode prometer isso, Raide.
*****
— Nós vamos sair daqui, mas você tem que lutar, baby. Você
pode fazer isso?
Ele dá um meio sorriso que faz meu coração queimar por ele. —
Boa garota.
— O que... ?
Empurro a estante com toda força que tenho. Ela cai para frente e
eu ouço um grito alto de dor, de alguém que foi atingido. A arma
dispara e eu pulo fora antes mesmo de ter a chance de olhar para quem
~ 205 ~
a estante derrubou. Raide está abordando um homem, sua mão
enrolada em volta da arma em seu aperto. Outro homem está meio
preso sob a estante, mas ele tem sua arma apontada para Raide. Eu
salto para frente e chuto a arma de sua mão. Ela vai deslizando pelo
chão e ele sibila uma maldição para mim.
Eu vou dar um bote para a pistola, mas uma mão ataca e pega
meu tornozelo. Ele me puxa duro e eu vou para baixo com um baque no
chão. Com um chute, o homem consegue se livrar de debaixo da
estante. Ele joga seu corpo em cima do meu.
De repente, seu peso saiu de cima de mim e ele está rolando pelo
chão. Raide ainda está enfrentando o outro homem, mas ele não tem
mais uma arma. Ele, também, está no chão. Raide deve ter chutado ele
de cima de mim, enquanto eles estavam lutando. Eu não perco
tempo. Deslizo em direção a arma e quando os meus dedos se curvam
ao redor dela, quero chorar de alívio. Eu volto para o homem com quem
estava lutando e vejo que ele está avançando para mim novamente.
Aponto a arma e atiro, acertando o joelho. Ele cai no chão com um grito
e eu rapidamente me levanto.
Ele está muito ocupado gritando de dor para tentar lutar mais,
então eu saio de perto dele e volto para Raide. Ele conseguiu derrubar o
cara, mesmo com um braço machucado. O homem está de cara no chão
e Raide está puxando os braços dele para trás. — Grace, me dê as
algemas que estão no cinto, — eu corro e pego as algemas. Eu prendo
os pulsos do idiota e Raide o solta.
— Não.
Sua voz está apertada, então eu olho para ele. Vejo sangue
escorrendo pelo seu braço, onde ele foi baleado. — Raide, você está
sangrando.
— Estou bem.
Ele olha para mim por um segundo, e o que eu vejo em seus olhos
me assusta. — Vamos acabar com isso.
~ 207 ~
Capítulo Vinte e Oito
Por ―acabar com isso‖, eu acho que ele quer dizer matar Dean.
Ele tem aquele olhar em seu rosto. Ele está com raiva, ele está
sofrendo, e ele parece que está mais do que pronto para fazer o
assassino de sua irmã pagar. Eu sei que não posso falar com ele sobre
isso, não importa o que eu diga, ele já fez sua cabeça. Ele fez isso muito
antes de eu aparecer. Ele não me diz mais nada, e porque meu corpo
está exausto, acabo caindo no sono.
Não.
~ 208 ~
— Mas, — eu digo, e as lágrimas dos meus olhos escapam e
escorrem pelas minhas bochechas. — Mas não pegamos Dean, e se não
encontrarmos ele...
Ele me empurra para trás e olha nos meus olhos, mas eu estou
chorando tanto, mal posso vê-lo.
— Não! — eu grito. — Ele não fez isso, Don. Ele não fez.
~ 209 ~
Ele se inclina mais perto. — Você precisa saber que eu te
amo. Você precisa saber que você me mudou. Você precisa saber que
isso... isso está me mostrando que eu desistiria de tudo. Por você. Por
mim. Por Kelly. Vamos passar por isso, você vai ver.
~ 210 ~
Capítulo Vinte e Nove
— Você confia em mim, Grace?
Eu amo ele.
— Grace, querida?
— Ele pegou a escuta, fez parecer que ele não tinha participação
em nada disso, ele vai se safar dessa e....
Eu suspiro. Eu sei que tenho que deixar York assumir agora, mas
fazer isso também significa compreender que há uma chance sólida de
que eu nunca mais esteja com Raide de novo, e isso me assusta. —
Sim, — eu finalmente sussurro.
~ 211 ~
— Então me deixe cuidar isso. Você precisa ir, descansar um
pouco e fazer uma revisão médica.
~ 212 ~
Eu consegui o que queria.
*****
Ela envolve seus braços ao meu redor, mas seu abraço parece
frio. Eu sei que ela está preocupada, eu sei que ela me ama, mas ela
não é o conforto que eu preciso agora. Estou me segurando, mas estou
por um fio. Só mais uma palavra sobre Raide e essa situação e eu
poderia não ser capaz de aguentar por mais tempo. Deixo ela me
abraçar por um longo momento antes de me afastar e forçar um sorriso.
— Eu vou me deitar. Estou exausta.
~ 213 ~
Capítulo Trinta
Eu não acordo até o início da noite. Meu corpo inteiro dói como se
eu tivesse acabado de correr uma maratona. Eu me forço a sentar e me
arrasto para fora da cama. Minhas pernas parecem de chumbo quando
ando até o banheiro. Eu me refresco, visto um par de shorts de algodão
e um top, e então me dirijo para os sons de vozes conversando. Chego
na sala para ver toda minha família comendo em frente à televisão.
Eu dou de ombros.
Fascinante.
Eu fico olhando para ele, então para ela, e eu posso ver que ela
está fazendo um esforço. Ela nunca faz um esforço, então eu pego a lata
e sussurro, — Obrigada.
— Ah, obrigada.
~ 214 ~
— Você pintou recentemente? — mamãe pergunta.
— Tem certeza que você não quer comer alguma coisa? É o seu
favorito.
Minha mãe sorri e que só isso faz com que o esforço valha a
pena. Eu vou até a cozinha e abro a geladeira. Pego os cogumelos à
carbonara e uso um garfo para colocar um pouco em um prato. Então
coloco no micro-ondas e inclino meu quadril contra o balcão enquanto
espero. Quando está pronto, me junto à minha família no sofá. Eles
estão assistindo a algum show de moda sem sentido, assim que eu
apenas desligo e como.
~ 215 ~
ameaçando subir pela minha garganta enquanto me esforço para
acalmar minhas emoções. Eu ainda estou enrolada em uma bola
apertada quando uma batida suave vem à porta do quarto. Eu não
respondo. Eu não quero para me mover.
Eu fecho os olhos bem fechados para que tudo vá para bem longe.
— Merda.
Eu não faço.
— Gracie...
Ele aperta os olhos. — Que tipo de homem você acha que eu sou?
~ 216 ~
Eu balancei minha cabeça, mas ele continua.
Eu concordo.
Graças a Deus.
~ 217 ~
Capítulo Trinta e Um
YORK
— Chefe?
— Sim, você pode ir falar com ele quando estiver pronto. Chefe,
mas antes disso, há algo mais.
Eu o encaro com uma expressão que lhe diz para falar de uma
vez.
— Nome?
~ 218 ~
— Janet Liason.
Porra. — Vamos fazer o que for preciso para proteger você, Janet.
Eu prometo.
Ela visivelmente engole e olha para mim com seus verdes olhos
quebrados. Eu gostaria de matar Dean pela dor que ele deixou em seu
rosto.
~ 219 ~
mim o tempo todo, especialmente quando eu lhe dizia que não estava
pronta para... — suas bochechas coram — você sabe...
— Sim, vá em frente.
*****
~ 220 ~
— Eu não sei por que eu estou aqui! — Dean cospe, fechando os
punhos. — Eu estava tomando uma cerveja.
— Não sei.
Dean olha para mim. — Como diabos eu vou saber? Ele estava
louco. Ele queria controle sobre ela. Não queria ela perto de mim. Ela o
desafiou e ele não gostou.
— Então você está me dizendo que ele a matou porque ela não
queria se afastar de você?
— Sim.
— Isto não tem nada a ver com o psicopata do Raide Knox e o seu
caso.
— Tem tudo a ver. Eu só vou dizer isso, Dean: você está em sérios
apuros. Temos evidências que provam que você foi agressivo e violento
não apenas em um, mas em dois relacionamentos. Temos provas de que
você sequestrou Raide e também uma mulher chamada Grace, e que os
mantêm em cativeiro.
Mais uma vez, Dean se encolhe. — Não tenho ideia do que você
está falando.
Sua pele fica um pouco mais pálida, o que me diz que foi ele
quem tirou os fios. Também me diz que agora ele sabe que está
fodido. Ele não diz nada, mas seus olhos correm para a esquerda, com
medo.
Agradeço aos céus pelo cérebro frito de Dean, por todas as drogas
que ele consumiu, por sua estupidez, porque ele grita, — Você não
entende! Não entende. Não foi minha culpa.
~ 222 ~
— Por que você não me diz o que aconteceu e vamos pegar leve
com você, — eu digo, sem querer dizer nada disso. Eu sei que covardes
como Dean, quando veem qualquer coisa que possa salvar seus rabos
sem valor, ficam bem motivados. — Quando mais difícil você fizer isso
para nós, mais difícil faremos para você.
— Ela não ia parar! — ele estala, e todo seu corpo salta. — Ela me
fez fazer isso. Ela me fez esfaqueá-la. Eu só queria que ela me
escutasse, mas ela não quis. Ela não quis me ouvir.
~ 223 ~
Capítulo Trinta e Dois
GRACE
Meu telefone tocando me tira do sono.
— O que foi?
— Grace?
~ 224 ~
— Provavelmente de três a seis meses.
Pelo menos isso não uma vida. Eu posso viver com três a seis
meses.
— Ok, — eu sussurro.
*****
Quatro meses.
Certo?
*****
~ 225 ~
razões de trabalho, manter isso no mínimo. Assim, eu só o vi três vezes
desde que ele foi embora, e através de um pedaço de vidro espesso. Eu
sofro por não poder tocá-lo, meu corpo dói para se sentir pressionado
contra o dele. Sinto falta dele a cada momento, mas sei que em breve
estaremos juntos novamente.
Ela bufa. — Você não é divertida. Você pode vir até aqui ou eu
devo mandar ele para você?
~ 226 ~
casa e quando chego, vejo Benny e Kady em pé na minha varanda rindo
de alguma coisa. Eu me aproximo mais e dou um grande sorriso
quando Benny me vê e estende os braços.
— Pensei em arrastar minha bunda até aqui e ver como você está
indo. Raide me mataria se soubesse que eu não vim te ver nem ao
menos uma vez.
— Sim, eu aposto que você sente. Eu fui visitar ele ontem. Ele
está indo bem. Me ofereci para dar um beijo em você por ele, mas Raide
não gostou muito da ideia.
— Porque será.
~ 227 ~
Eu suspiro. — Uma garota pode sonhar.
Assim eu ouvi.
~ 228 ~
Capítulo Trinta e Três
Todo mundo está aqui, e é incrível: minha família, Benny e sua
família, Kady e Vance, até mesmo Don. Ela conseguiu trazer todos para
o meu aniversário, e ainda assim eu não consigo afastar a dor latejando
em meu peito. Todo mundo está aqui, menos ele... e ele é o rosto que eu
mais preciso ver. Ainda assim, mantenho um sorriso no rosto e interajo
com todos da melhor forma possível. Kady e eu dançamos, bebemos, e
todos nós rimos muito. Mesmo Gretchen e Stacy parecem estar se
divertindo.
Ele ri. — Nunca disse que eu não era, — ele me larga na frente do
bolo e todos se reúnem ao redor.
~ 229 ~
Bem, isso é bom.
Ái.
Então eu ouço.
Quando nos separamos, ele está ofegante e seus olhos, oh, seus
olhos.
*****
~ 230 ~
Todo mundo praticamente vai embora tão logo Raide chega. Eu
acho que eles sabem que queremos privacidade. Quando eles se foram,
me viro para o grande homem parado na minha cozinha. Ele está
enfiando o dedo na cobertura do bolo, e então o leva até os lábios,
chupando. Ah, cara. Eu aperto meus pés um contra o outro. Ele olha
para mim e seu rosto é suave, gentil e cheio e amor.
Eu sorrio. — Não.
— Então pare de falar e me beije. Faz dois meses que quero fazer
isso.
— Sim.
~ 231 ~
tigela de glacê e abre a tampa, e então retira uma boa quantidade com o
dedo. Ele espalha ao redor dos meus mamilos com suavidade.
Ele sorri e então passa o dedo sobre o meu clitóris. Oh, Deus.
Sim. Sua boca segue logo atrás e eu grito no primeiro contato. É uma
sensação incrível. Ele tem que trabalhar duro para lamber e chupar até
que todo o glacê saia, e por isso meu clitóris está dançando com prazer.
Gozo tão duro e rápido, meu corpo inteiro treme e eu jogo a cabeça para
trás no travesseiro. Incrível. Ele me faz sentir incrível.
— Baby.
~ 232 ~
Ele geme e puxa para fora, e então empurra para dentro outra
vez. Oh. Sim. Ele começa lento, trabalhando meu corpo com o seu, suas
mãos enroladas no meu cabelo, sua boca consumindo a minha e tudo
me levando ao limite. Em seguida, ele acelera o ritmo, até que nossa
pele estala junta, nossos gemidos estão desesperados e nós dois
estamos fazendo som que fazem minha pele formigar.
— Ah.
— O quê? — eu choro.
Com isso, ele começa a rir com tanta força que meu corpo todo
treme com o dele. Eu não posso evitar – eu rio junto.
~ 233 ~
— É o que eu queria, certo?
Eu sorrio. — Está tudo bem. Don diz que eu posso voltar para os
pequenos casos depois que a minha suspensão acabar.
Ele franze os lábios, mas acena com a cabeça. — Por que uma
caçadora de recompensas?
— Eu sei.
Silêncio.
— Raide?
— Mmmmm?
Ele fica quieto por um minuto, e então se inclina para trás e olha
para mim. — Porra, não.
~ 234 ~
— Eu fiz a coisa errada quando fugi, Grace. Você tinha todo o
direito de me perseguir. Eu sei disso agora. Não posso ficar com raiva
de você. Minha maior preocupação é a sua segurança.
Ele geme e rola para deitar de costas. — Isso ainda vai me matar,
não é?
Sua garota.
Maravilhoso.
~ 235 ~
Capítulo Trinta e Quatro
— Nós estamos tendo um encontro?
Ele bufa e olha para o teto, tentando ter paciência. — Vá, coloque
um vestido e pare de fazer perguntas.
Ele vai abrir a boca, sem dúvida para perguntar porque diabos eu
demorei tanto, mas ele rapidamente a fecha quando me vê. Em vez
disso, seus olhos escurecem e ele vem na minha direção. Eu engulo em
~ 236 ~
seco e levanto as mãos, colocando-as em seu peito para o impedir de
avançar quando ele está perto o suficiente. Ele parece um animal
prestes a atacar. Seus olhos correm por todo o meu corpo, então ele
murmura rispidamente, — Se vire.
Meu. Deus.
— Raide...
— Silêncio.
~ 237 ~
Raide puxa os dedos para fora.
Forte e rápido.
Felicidade.
*****
— Vinho, senhora?
Concordo com a cabeça e volto para Raide, que está olhando para
mim. Seus olhos estão vagando sobre o meu rosto, e ele tem um sorriso
preguiçoso. — O quê? — eu pergunto, corando.
— Raide! — eu zombo.
— Você está.
~ 238 ~
Seus lábios se torcem em um sorriso e ele se inclina para
frente. — O que você vai comer?
— Oh, delícia!
— É incrível.
Algo se aquece sobre o seu rosto. — Por que você iria querer fazer
isso?
Olho para ele, confusa. — Por que não? Ela é sua irmã, Raide. Ela
é a única coisa que você tinha, e ela foi tirada de você. Nós devemos
visitar o seu túmulo.
~ 239 ~
Seus olhos estão brilhando com humor. — Não é assim que eu me
lembro.
Eu pisco. — Perdão?
— Sim, senhora.
— Aparentemente.
— Mandy.
~ 240 ~
Ele sorri, porque ele sabe que isso me deixa um pouco...
ciumenta. — Sim, Mandy. Ela tem amigos. Benny disse a ela que eu ia
sair da prisão e precisava de um lugar. Ela conseguiu um antes mesmo
que eu estivesse fora.
Oh. Certo. — Existe alguma coisa que você não pode fazer, Super
Homem?
— Talvez? — eu sussurro.
Ele estende a mão, cobrindo meu rosto. — Eu juro, você vai saber
tudo que há para saber sobre mim muito em breve.
~ 241 ~
Capítulo Trinta e Cinco
TRÊS MESES DEPOIS
~ 242 ~
— Sim, eu não fiz nada. Nem ao menos usei drogas na minha vida
toda.
Eu rio. Olho para ele e digo que isso é uma mentira. Ele é magro,
os olhos estão injetados, e ele tem marcas de agulha nos braços, assim
como maçãs do rosto afundadas.
~ 243 ~
para o carro. Então nós dirigimos até a casa dos meus pais. Meu pai
adora Raide, ele gosta muito dele e deixa isso muito claro para Raide.
Minha mãe é calorosa com ele, e até mesmo minhas irmãs parecem
capazes de manter uma conversa decente.
Kady está de férias em Fiji com um cara bonito que ela conheceu
há um mês. Ele é um latino gostoso por quem ela se apaixonou à
primeira vista. Quando ele a convidou para uma viagem a Fiji, ela
agarrou a chance. Eu disse a ela que havia grandes chances de ele ser
um serial killer, mas ela parecia pensar que eu estava louca. Ele está
tendo o momento da sua vida, então acho que isso significa que ele não
é nenhum psicopata, o que é um alívio.
— E o cara?
— Totalmente louca.
— Raide.
~ 244 ~
cabelo. Ela tem um encontro hoje à noite, - oh! - e seu cabelo não está
perfeito. Mamãe está freneticamente tentando arrumá-lo, enquanto
Stacy está apenas olhando com um sorriso em seu rosto que me diz que
ela está secretamente gostando disso.
— Sim, rainha.
~ 245 ~
— Faço cachos em seu cabelo, enrolando as pontas. Vai tirar
esse, ah, esse ninho de passarinho da cabeça dela.
Stacy tira uma foto com seu telefone e mostra para Gretchen. —
Bem, Grace, talvez você tenha algo do nosso sangue, no fim das contas.
~ 246 ~
Epílogo
— Posso abrir meus olhos?
— Não.
— Raide!
— Cale-se, mulher.
— Estou tentado.
~ 247 ~
têm as suas próprias capas decoradas. Há pratos cobertos com tampas
de prata e uma garrafa de vinho em um balde ao lado dele. Música
suave toca ao fundo.
~ 248 ~
Eu me inclino para perto, pressionando meu rosto contra o seu
peito e fechando os olhos. Raide é tudo que eu preciso. Ele pode ter
aparecido em uma situação complicada, mas ele encontrou uma
maneira de me completar. Eu não quero que ele finja. Eu o quero assim
como ele é. Um homem que rouba flores do jardim dos seus amigos, me
serve hambúrgueres e café, e dança sem música, porque ele pode ver
beleza mesmo que não haja nenhum som.
Há beleza mesmo nas coisas que você não pode ver ou ouvir. Você
apenas tem que se abrir e deixá-la entrar.
*****
Raide coloca uma flor no chão e uma garoa suave começa a cair,
me fazendo estremecer. Eu quero estar aqui, no entanto. Eu preciso
estar aqui. Kelly nunca será uma parte da minha vida, mas ela era uma
grande parte da dele, uma que ele perdeu. Ele merece isso, assim como
ela.
— Não o suficiente.
Eu aperto a sua mão. — Nós estamos aqui agora. Diga a ela o que
você está segurando em seu peito, Raide.
~ 249 ~
— Deixe ir, meu amor. Você tem que perdoar a si mesmo para
seguir em frente. Você merece ser feliz. Ela iria querer isso.
— Sinto muito que você teve que ir tão cedo, — ele sussurra. —
Mas eu sei que você me perdoou, mana. Você quer saber como?
Eu engulo.
~ 250 ~
com você. Eu gostaria que nós pudéssemos ter tido a chance de ser
amigas. Eu não posso te dar muito, mas eu prometo uma coisa, —
minha voz cresce mais forte, — Eu prometo a você, Kelly, que eu vou
cuidar dele. Eu juro.
E eu vou.
Fim
~ 251 ~