Você está na página 1de 7

Cochrane

Evidências confiáveis.
Decisões bem informadas.
Melhor saúde.

Recursos sobre Coronavirus (COVID-19) (/pt/our-evidence/coronavirus-covid-19-resources)

Musicoterapia para pessoas com esquizofrenia ou transtornos esquizofreniformes.

Pergunta da revisão

Quais são os efeitos da musicoterapia ou de adicionar a musicoterapia ao tratamento de pessoas com esquizofrenia ou transtornos
esquizofreniformes?

Introdução

A esquizofrenia e os transtornos esquizofreniformes caracterizam-se por desordens nos pensamentos, sentimentos, crenças e
percepções. As pessoas com esquizofrenia geralmente apresentam dois tipos principais de sintomas: os agudos e os crônicos. Os
sintomas agudos incluem ouvir vozes ou ver coisas (alucinações) e ter crenças estranhas (delírios). Os sintomas crônicos incluem
tristeza/depressão, isolamento social e problemas de memória. A musicoterapia é um método terapêutico que usa as experiências
musicais para ajudar pessoas com transtornos mentais graves a melhorar suas competências emocionais e relacionais e a lidar com
questões que elas podem não ser capazes de expressar usando apenas palavras.

Busca por evidências


Buscamos por estudos publicados até janeiro de 2015 que randomizavam (sorteavam) pessoas com esquizofrenia ou transtornos
esquizofreniformes para receber musicoterapia ou tratamento padrão. Encontramos e avaliamos 176 estudos potenciais.

Evidência encontrada

Incluímos 18 estudos, envolvendo um total de 1215 participantes, que preencheram os critérios de inclusão da revisão e tinham dados
úteis.

A qualidade da evidência disponível é baixa a moderada. Os resultados desses estudos sugerem que a musicoterapia melhora o estado
geral e pode também melhorar o estado mental, a função social e a qualidade de vida dos pacientes, se eles participarem de um
número suficiente de sessões.

Conclusões

A musicoterapia parece ajudar as pessoas com esquizofrenia. Porém, é necessário fazer mais estudos para confirmar os efeitos positivos
da musicoterapia encontrados nessa revisão. Estes estudos devem avaliar especialmente os efeitos da musicoterapia no longo prazo, a
qualidade da musicoterapia fornecida e avaliar desfechos relevantes.

Conclusão dos autores: 

Existe evidência de qualidade moderada a baixa de que o uso da musicoterapia associada ao tratamento padrão melhora o estado
geral, o estado mental (incluindo sintomas negativos e sintomas gerais), a função social e a qualidade de vida de pessoas com
esquizofrenia ou com transtornos esquizofreniformes. No entanto, os efeitos foram inconsistentes entre os estudos e dependeram
do número de sessões de musicoterapia, assim como da qualidade da musicoterapia fornecida. Mais pesquisas são necessárias,
especialmente sobre os efeitos da musicoterapia no longo prazo, a relação dose-resposta dessa intervenção, bem como sobre a
relevância dos desfechos relacionados à musicoterapia.

Leia o resumo na íntegra...


Introdução: 

A musicoterapia é um método terapêutico que utiliza a interação musical como meio de comunicação e expressão. Na área de
transtornos mentais graves, o objetivo da terapia é ajudar pessoas a melhorar suas competências emocionais e relacionais e a
abordar questões que elas podem não ser capazes de abordar usando apenas palavras.

Objetivos: 

Revisar os efeitos da musicoterapia ou da musicoterapia associada ao tratamento padrão, comparada com terapia placebo,
tratamento padrão ou nenhum tratamento para pessoas com transtornos mentais graves, tais como esquizofrenia.

Métodos de busca: 

Fizemos buscas no Cochrane Schizophrenia Group Trials Register (em dezembro de 2010 e 15 de janeiro de 2015).
Complementamos a busca entrando em contato com autores de estudos relevantes, fazendo buscas manuais em periódicos de
musicoterapia e nas listas de referências dos estudos.

Critério de seleção: 

Incluímos todos os ensaios clínicos randomizados (ECRs) que compararam musicoterapia versus tratamento padrão, terapia
placebo ou nenhum tratamento.
Coleta dos dados e análises: 

Os autores, trabalhando de forma independente, selecionaram, avaliaram a qualidade e extraíram os dados dos estudos.
Excluímos os dados em que a perda de seguimento dos participantes, em qualquer grupo, fosse superior a 30%. Calculamos a
diferença média padronizada (SMD).dos desfechos contínuos com distribuição normal e que foram colhidos usando escalas
validadas. Utilizamos o modelo de efeitos fixos para todas as análises. Nos casos com heterogeneidade estatística, avaliávamos a
dose do tratamento (ou seja, o número de sessões de musicoterapia) e a abordagem de tratamento como possíveis fontes de
heterogeneidade.

Principais resultados: 

Nessa atualização, adicionamos dez novos estudos. Portanto, a revisão inclui agora 18 estudos, envolvendo um total de 1215
participantes. Estes estudos avaliaram os efeitos da musicoterapia no curto, médio e longo prazo. Os pacientes participaram de 7
até 240 sessões de musicoterapia. No geral, a maioria das informações é proveniente de estudos com risco de viés baixo ou incerto.

Há evidência de baixa qualidade de que a musicoterapia é superior ao tratamento padrão na melhora do estado geral no médio
prazo: RR 0,38, intervalo de confiança (IC) 95% 0,24 a 0,59, 2 ECRs, n = 133, número necessário tratar para um benefício (NNTB) 2, IC
95% 2 a 4. Não encontramos nenhum dado binário para os outros desfechos. Há evidência de baixa qualidade de que a
musicoterapia promove efeitos positivos no médio prazo nos sintomas negativos avaliados por meio da Escala para Avaliação de
Sintomas Negativos: SMD= -0,55 IC 95% -0,87 a -0,24, 3 ECRs, n=177. Há evidência de baixa qualidade de que a musicoterapia
melhora os escores de estado mental geral avaliado por meio da Escala de Sintomas Positivos e Negativos (SMD= -0,97 IC 95% -1,31
a -0,63, 2 ECRs, n=159). Há também evidência de moderada qualidade de que a musicoterapia melhora os escores médios da Escala
de Avaliação Psiquiátrica Breve ( SMD= -1,25 IC 95% -1,77 a -0,73, 1 ECR, n=70). Existe evidência de moderada qualidade de que a
musicoterapia não tem nenhum efeito na função geral, avaliada por meio da Avaliação Geral da Função (2 ECRs, n=118, SMD -0,19
IC -0,56 a 0,18). Porém, há evidência de que a musicoterapia melhora a função social, avaliada por meio dos escores na Social
Disability Screening Schedule (SMD -0,72 IC 95% -1,04 a -0,40, 2 ECRs, n=160), e melhora a qualidade de vida, avaliada por meio dos
escores da General Well-Being Schedule (SMD 1,82, IC 95% 1,27 a 2,38, 1 ECR, n=72, evidência de qualidade moderada). Não
encontramos dados sobre os efeitos adversos da musicoterapia, o uso de serviços de saúde, o engajamento com serviços de saúde
ou sobre custos.

Notas de tradução: 
Tradução do Centro Cochrane do Brasil (Talita Martins Alves da Costa e Ana Carolina P. N. Pinto)

(/#facebook)
(/#twitter)
(/#whatsapp)
(/#email)

(https://www.addtoany.com/share#url=https%3A%2F%2Fwww.cochrane.org%2Fpt%2FCD004025%2FSCHIZ_musicoterapia-para-

pessoas-com-esquizofrenia-ou-transtornos-

esquizofreniformes&title=Musicoterapia%20para%20pessoas%20com%20esquizofrenia%20ou%20transtornos%20esquizofreniformes.)

Publicada: 
29 May 2017

Autores: 
Geretsegger M, Mössler KA, Bieleninik L, Chen X-J, Heldal TO, Gold C

Grupo de Revisão Principal: 


Schizophrenia Group (http://schizophrenia.cochrane.org/)

Geretsegger M, Mössler KA, Bieleninik Ł, Chen X, Heldal T, Gold C. Music therapy for people with schizophrenia and schizophrenia-like disorders. Cochrane
Database of Systematic Reviews 2017, Issue 5. Art. No.: CD004025. DOI: 10.1002/14651858.CD004025.pub4

Você também pode gostar