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I.

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Disciplina/Módulo: Microbiologia – Prática

Carga Horária: 24 horas Curso: Formação Integrada em Saúde


Professor: Fábio Ramos de Souza Período Letivo: Modalidade: Presencial
Carvalho 2021/2

AULAS PRÁTICAS 02 E 03: Exposição de placas a diferentes ambientes e


assepsia das mãos

I- Introdução
Os microrganismos são invisíveis a olho nu e estão em todo lugar, como ar, rios,
terra, plantas, animais e no nosso corpo. Eles são parte essencial da biosfera e muito
importantes para a manutenção da vida na Terra.
As principais características dos microrganismos estão associadas à morfologia,
variabilidade genética e flexibilidade metabólica, garantido a ubiquidade sob todas as
condições ambientais. Por exemplo, o tamanho reduzido dos microrganismos possibilita
a grande capacidade de dispersão ambiental. Além disso, a variabilidade genética e a
flexibilidade metabólica permitem ampla adaptação e tolerância microbiana às
condições ambientais desfavoráveis. Os microrganismos podem ser isolados a partir de
diferentes ambientes, incluindo aqueles com características mais extremas como as
fontes termais, com temperaturas atingindo até 130°C, até as regiões polares, com
temperaturas inferiores a -10°C; bem como de ambientes extremamente ácidos ou
básicos. Alguns microrganismos sobrevivem em ambientes extremamente pobres em
nutrientes, assemelhando-se à água destilada.
O corpo humano possui uma microbiota normal que se distribui pelas partes do
corpo que estão em contato com o meio externo, isto é, pele e mucosa. Embora a grande
maioria destes microrganismos não cause qualquer dano, algumas vezes estes podem
originar uma série de doenças, com maior ou menor gravidade. Nesta classe de
organismos estão aqueles denominados patogênicos e potencialmente patogênicos.
A microbiota normal da pele é dividida em residente e transitória. A microbiota
residente coloniza as camadas mais profundas da epiderme e é mais resistente a
remoção pelas técnicas de lavagem e assepsia. Os componentes da microbiota
transitória, por ouro lado, colonizam as camadas mais superficiais da pele e mucosas,
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sendo, geralmente, removíveis pela degermação com água e sabão ou destruídos pelo
uso de antissépticos.
A lavagem e assepsia das mãos é considerada a ação isolada mais importante
no controle de infecções. A utilização simples de água e sabão, ou o uso correto de
álcool 70% pode reduzir a população microbiana transitória presente nas mãos e, na
maioria das vezes, interrompe a cadeia de transmissão de doenças.
II- Objetivos
- Executar técnicas e manobras básicas e essenciais para o trabalho em laboratórios de
microbiologia,
- Avaliar o crescimento de microrganismos nas placas expostas a diferentes ambientes
rotineiros;
- Avaliar as diferentes formas de lavagem e assepsia das mãos.
III- Materiais e equipamentos
- 05 placas de Petri contendo ágar Müeller Hinton (pH 7,3)
- Estufa bacteriológica a 37 °C
- Bico de Bunsen
IV- Reagentes
- Álcool 70 %
- Sabonete antibacteriano
V- Procedimentos
Estabelecer grupos de trabalho.
Funções: manipulador, experimentador, anotador, organizador.
Manipulador: manusear meios de cultura estéreis próximo a chama do bico de Bunsen,
garantir o padrão de esterilidade das amostras inoculadas nos meios de cultura, efetuar
a inoculação das amostras no meio de cultura de forma asséptica, retirar as placas
estéreis da estufa bacteriológica e garantir a posterior incubação das placas inoculadas
na estufa bacteriológica;
Experimentador: prover condições para a execução dos desafios experimentais e
garantir o padrão de assepsia durante os ensaios;
Anotador: executar todas as anotações necessárias nas placas de Petri com meio de
cultura, anotar no caderno as funções e os respectivos nomes dos componentes do
grupo de trabalho, promover a participação integrativa de todos os membros do grupo
de trabalho;

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Organizador: Manter a boa organização e gestão dos processos pelo grupo de
trabalho, garantir a perfeita participação de todos os integrabtes do grupo de trabalho,
garantir que luvas de procedimentos seja devidamente descatadas em lixo biológico
específico (identificado pela cor branca), desinfetar a superfície da bancada de trabalho
com solução de Álcool 70% e promover a ignição do bico de Bunsen.

A- Exposição das placas a diferentes ambientes:


- Enumerar 4 placas de Petri contendo ágar (01 a 04). Colocar data e identificar a turma
e o grupo.
- Expor as placas as seguintes condições:
Placa 01: manter aberta, exposta ao ambiente, durante 5 minutos.
Placa 02: expor o ágar ao contato com um fio de cabelo.
Placa 03: falar ou tossir sobre o ágar.
Placa 04: placa controle, manter sem exposição ao ambiente (manter fechada, sem
manipulação).
- Após cada exposição, tampar as placas 01, 02 e 03 e incubar na posição invertida,
juntamente com a placa 04, em estufa bacteriológica a 37°C por 24 horas.

B- Assepsia das mãos e inoculação das Placas de Petri:


a- Identificação das placas de Petri:
Dividir 1 placa de Petri contendo ágar em quatro quadrantes e identifica-los conforme o
esquema abaixo:
**a identificação deve ser feita da parte de baixo das placas que contém o ágar

Placa 05

C MS

AL S

B- Controle; MS- Mão suja; AL- Álcool 70%; S- Sabonete;

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b- Inoculação das Placas de Petri

Atenção:
*Um único aluno deve fazer todo o processo de assepsia das mãos e inoculação nas
placas.
*Nada deve encostar no quadrante identificado com C (controle).

- Abrir a placa 05 próximo ao bico de Bunsen e encostar levemente a superfície do dedo


polegar, sem lavar, no quadrante do ágar identificado como MS (Mão Suja). Fechar a
placa para evitar contaminação.

Figura 1: forma correta de inoculação da placa com o dedo.

- Lavar as mãos com sabonete antibacteriano e secá-las levemente, obedecendo o


procedimento-padrão para assepsia das mãos. Abrir a placa 05 próximo ao bico de
Bunsen e encostar, levemente, o mesmo dedo no quadrante do ágar identificado como
S (Sabonete). Fechar a placa para evitar contaminação.

- Limpar as mãos com álcool 70 % e secá-las levemente. Abrir a placa 05 próximo ao


bico de Bunsen e encostar, levemente, o mesmo dedo no quadrante do ágar identificado
como AL (Álcool). Fechar a placa para evitar contaminação.

- Incubar as placas na posição invertida, em estufa bacteriológica a 37 °C por 24 horas.

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VI- Avaliação do crescimento microbiano e comparação da microbiota
A- Exposição de placas a diferentes ambientes;
Crescimento microbiano
Desafios
- + ++ +++ ++++
Placa 01 (ar)
Placa 02 (fio de cabelo)
Placa 03 (falar ou tossir)
Placa 04 (controle)

B- Assepsia das mãos;


Crescimento microbiano
Desafios
- + ++ +++ ++++
Controle
Mão sem lavar
Placa 05
Sabonete
Álcool 70%

C- Compare a diversidade microbiana das placas utilizadas na aula prática (cor,


tamanho e formato das colônias);

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D- Esterilizar a alça de Platina no Bico de Bunsen. Em uma lâmina de vidro, com
auxílio da alça de Platina estéril, adicionar 1(uma) gota de solução salina
fisiológica (NaCl, 0.85%). Selecionar uma colônia microbiana, realizar uma
colheita superficial da colônia com a alça de Platina estéril, seguido de esfregaço
sobre a gota de solução salina, tomando o cuidado de espelhar bem o material
biológico sobre a área delineada na lâmina de vidro. Esperar secar o material e
fixar a amostra na chama do bico de Bunsen, passando a lâmina 3 vezes sobre
a chama (Figura 2). Identificar e guardar a lâmina, pois a mesma será utilizada
na aula sobre “Técnicas de coloração”.

Figura 2. Procedimento de fixação de microrgaismos em lâmina de vidro


utilizando calor.

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