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Curso Técnico de Metalurgia – Fundição II

4. Alumínio - Propriedades
do Alumínio puro

4.1. Introdução

Neste capítulo iremos estudar o comportamento do Alumínio para diferentes faixas


de temperatura, bem com suas propriedades industriais.

4.2. Ponto de fusão


O alumínio puro (99,99 %) se funde a 660,5 °C. A proporção em que se adicionam
outros elementos ocorre alteração no ponto de fusão, surgindo inclusive, a formação
de um intervalo de solidificação.

4.3. Ponto de ebulição


O alumínio puro se vaporiza a 2494 °C.

4.4. Viscosidade
Quanto maior a quantidade de óxidos de alumínio e impurezas dissolvidas no metal
líquido, maior é a viscosidade para uma mesma temperatura, ou seja, menor será a
fluidez do alumínio.

4.5. Densidade
A densidade do alumínio puro, no estado sólido é de 2,69g/cm³. Com a elevação da
temperatura, ocorre também a variação da densidade do alumínio conforme quadro
abaixo:

Temperatura °C 25 660 700 750 800 850 900


Densidade g/cm³ 2,69 2,37 2,37 2,35 2,33 2,31 2,3

Volume específico cm³/g 0,3716 0,4219 0,4255 0,4273 0,4291 0,4329 0,4347

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A densidade do alumínio é alterada pela introdução de outros metais, aumentando com


a adição de ferro, manganês, cromo, cobre, níquel, titânio e zinco ou diminuindo com a
adição de magnésio, silício e lítio.

4.6. Condutividade térmica


O alumínio é um bom condutor de calor, substituindo o cobre em muitas aplicações
como dissipadores de calor e manufaturas de utensílios domésticos.

4.7. Condutibilidade elétrica


O alumínio puro é um bom condutor de energia elétrica atingindo a 60 % de eficiência
de quando comparado com o cobre o que permite a sua aplicação em cabos de alta
tensão e fabricação de rotores. A condutividade elétrica também e fortemente afetada
pela adição de elementos de liga: o ferro e zinco pouco afetam a condutividade; cobre
e magnésio afetam moderadamente; silício, zircônio, titânio, manganês, vanádio e
cromo afetam significativamente.

Fig. 03 – Influência dos elementos de liga sobre a condutibilidade elétrica do alumínio.

4.8. Contração
A contração do alumínio puro é de cerca de 6,0 % ocorrendo em três fases distintas
(Fig. 04):
a. Contração líquida: quanto maior a temperatura do alumínio, menor sua
densidade ocupando maior volume. Durante o resfriamento, até a
temperatura de inicio de solidificação, tem se aumento da densidade e
conseqüentemente, redução no volume de metal;

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b. Contração de solidificação: quando o alumínio atinge a temperatura de


solidificação (próximo de 660,5 ºC), esta inicia se junto às paredes do
recipiente progredindo para o centro. È neste estágio que ocorre a formação
de chupagens (depressão visível) e rechupes (defeito interno).

c. Contração sólida: é a contração do alumínio a partir da temperatura de


solidificação até a temperatura ambiente;

Fig. 04 – Curva do resfriamento do alumínio puro mostrando as contrações.

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As adições de elementos de liga alteram significativamente a forma como ocorre a


solidificação nas ligas de alumínio: ora na forma pastosa como na liga SAE 306 ou em
“casca” como na liga SAE 305 (Fig. 05).

SAE 305 12%Si SAE 306 9%Si 3%Cu

Fig. 05 – Amostra de duas ligas de alumínio SAE 305 e 306 mostrando as diferenças
de solidificação em função da variação de teor de silício.

4.9. Oxidação do alumínio

O oxigênio tem grande afinidade com o alumínio formando sobre sua superfície uma
película de óxido cuja espessura está em torno de 25 a 30 angstron (0,0000025 a
0,0000030 mm) à temperatura ambiente. A formação de óxido sobre a superfície é
imediata, sendo que seu volume molecular é 1/3 maior que o alumínio consumido na
reação.

A película de óxido é contínua, aderente e dura, o que lhe confere resistência à


corrosão contra alguns ácidos. O óxido confere ao alumínio líquido, alta tensão
superficial, se refazendo continuamente durante o vazamento do metal formando uma
película protetora em torno do jato de líquido.

Ao término do vazamento, esta película é arrastada para junto do metal podendo ser
incorporada à peça formando uma descontinuidade interna com a presença de gases
que estavam dissolvidos no alumínio líquido.

O óxido não é “molhado” pelo alumínio líquido, ou seja, não existe adesão que permita
a formação de uma estrutura contínua gerando falhas que comprometem a resistência
bem como a aparência do produto.

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A taxa de oxidação do alumínio varia em função do tempo e temperatura (Fig. 07). O


óxido inicialmente formado é protetiva e mantém a taxa de oxidação baixa. Em
determinadas circunstancias, a camada protetiva perde sua função.

O óxido inicial formado a alumina gama - Al2O3-γ - é densa e contínua, mas com a
elevação da temperatura, por exemplo, ela sofre uma transformação alotrópica e passa
a ser denominada de alumina alfa - Al2O3-α - com uma redução de volume de
aproximadamente 24% provocando fratura na película e expondo o alumínio ao
oxigênio iniciando novo ciclo de oxidação.

A alumina alfa, por ser mais densa, é incorporada ao metal líquido e facilmente
conduzida ao produto, o que pode gerar problemas consideráveis de usinabilidade e
desgaste acentuado das ferramentas de corte.

Fig. 6 – Incrustação de alumina


α na superfície da peça. A
ferramenta de usinagem foi
danificada em função da dureza
do óxido.
Acréscimo de peso, µg/cm2 h

Fig. 07 – O gráfico mostra a aceleração da formação de óxidos com o aumento da


temperatura.

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Fig. 08 - Efeito da variação da altura sobre a formação de


óxidos na superfície do metal.
(a)A película de óxido permanece intacta.

(b)O filme de óxido começa a se destacar e acumulando


se em torno do jorro de metal formando um anel

(c) Os filmes de óxido, junto com o ar são arrastados


para o interior do metal líquido.

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