PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL E
DESENVOLVIMENTO SOCIAL DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: CONTRIBUIÇÕES DA
PSICOLOGIA PARA A EDUCAÇÃO
1. Introdução
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para isso aos outros. Esta em nossas mãos fazer com que as crianças
surdas, cegas e com retardo mental não sejam deficientes. Então,
desaparecera o próprio conceito de deficiente, o sinal justo da nossa
própria deficiência” (VIGOTSKI, 2006, p. 54).
todos esses alunos foram considerados “iletrados escolarizados”, isto é, analfabetos que
frequentam a escola a um longo período.
E, nesta direção a Psicologia Tradicional, ainda hegemônica, com frequência
tem se posicionado trazendo explicações que situam o problema do não
desenvolvimento exclusivamente nas incapacidades dos alunos, sem questionar o
sistema educacional e todo o contexto histórico e econômico que perpassa esse sistema.
Uma das explicações mais recorrentes para os problemas escolares se refere às
explicações biológicas para fenômenos que são sociais - a biologização do indivíduo -
isto significa que “há um deslocamento do eixo de análise da sociedade para o indivíduo
e, muito particularmente, para o organismo do indivíduo” (MEIRA, 2001, p. 95).
Outra explicação muito utilizada é a que atribui explicações de caráter
psicológico à questões construídas socialmente – psicologização do indivíduo. De
acordo com Costa (1984, apud MEIRA, 2011), este discurso psicologizante foi
incorporado no cotidiano escolar no Brasil a partir do movimento higiênico-pedagógico
dos séculos XVIII e XIX, “o qual introduziu as ideias da medicina social com o objetivo
de normatizar o modo de vida das massas populares por meio do controle de seus
corpos e costumes, bem como da repressão de comportamentos considerados
socialmente nocivos e inadequados” (MEIRA, 2001, p. 113).
Collares & Moysés (1996, apud MEIRA, 2011, p. 122) afirmaram que essas
condutas higienistas se tornam essenciais numa sociedade que discursa sobre a
igualdade entre os homens, mas que se alicerça na desigualdade entre as classes sociais.
Sendo assim, disseminar preconceitos é fundamental para a manutenção desses sistema
social, uma vez que através dos preconceitos e mitos é possível “responsabilizar as
pessoas e não a sociedade pelas desigualdades existentes” (MEIRA, 2001, p. 123).
3. Considerações finais
deficiência. Destaca que a criança aprende de uma maneira própria, sendo fundamental
mediações que possibilitem este desenvolvimento.
De acordo com Meira (2001, p. 102-103), “é preciso que os professores
auxiliem cada criança a desenvolver cada vez mais a consciência e o controle sobre seu
próprio comportamento”. O controle do próprio comportamento não é algo natural, ele
ocorre a partir das relações que a criança estabelece com o mundo. O outro mais
experiente ensina a criança a se controlar. Portanto, cabe ao professor dirigir
intencionalmente o processo educativo e promover o desenvolvimento das funções
psíquicas tipicamente humanas nos alunos com ou sem deficiência.
As funções psicológicas superiores são originadas nas relações sociais que os
indivíduos estabelecem ativamente com o mundo exterior, “com a intensificação das
relações da criança com o mundo, todas as funções psicológicas superiores passam a ser
determinadas pela vida em sociedade” (MEIRA, 2001, p. 115).
É o processo de aprendizagem que concretiza as potencialidades dos alunos:
REFERÊNCIAS
VYGOTSKI, L.S. Acerca de la dinámica del carácter infantil. In: ____. Fundamentos
de Defectología, Obras Escogidas, tomo V. Moscú: Editora Pedagógica, 1983. p. 169
– 180.