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DEFECTOLOGIA

Contribuições e implicações político-pedagógicas

Profa. Débora Dainez


Universidade Federal de São Carlos – Campus Sorocaba
Objetivo

- Abordar os estudos de Vigotski sobre defectologia e destacar as principais


contribuições e implicações político-pedagógicas da teoria para o campo da
Educação Especial.
Tópicos abordados

•Contexto da produção dos escritos de Vigotski sobre defectologia;

•Conceito de compensação e concepção dialética de deficiência;

•Proposta de Educação Social;

•Implicações político-pedagógicas da defectologia na contemporaneidade.


Contexto da produção dos escritos defectológicos
- Pensamento historicamente situado
- Contexto revolucionário, 1917 – Revolução Socialista: construção de uma nova
sociedade e formação do homem novo;
- Nova escola – nova pedagogia – nova psicologia.
- Envolvimento político de Vigotski com a Revolução – participação em grupos políticos
e partidos judaicos dos trabalhadores (Prestes e Tunes, 2017).
- 1925 – Instituto associado à Universidade de Moscou: estudo do desenvolvimento
humano e ensino da crianças com múltiplas deficiências.
- Acadêmico e Ativista Civil (Stetsenko, 2017) .

- Empreendimentos práticos e políticos de reorganização do Sistema Nacional de


Educação -> construção de uma escola única para todos os cidadãos em todos os níveis
com base na emancipação humana (Krupskaya, 2017).

- Questiona a organização do ensino que separava uma pedagogia especial de uma


pedagogia geral;

- Contesta os princípios educacionais hegemônicos baseados nas incapacidades


biológicas que permeavam a educação especial
Lugar que a deficiência ocupa em suas investigações sobre desenvolvimento
humano:

- Parte do estudo da deficiência para entender o específico do ser humano;

- Diversidade dos modos de se constituir como humano;

- O papel da educação e o potencial do trabalho pedagógico;

- Educação e desenvolvimento da criança com deficiência diante das condições


sociais concretas.

- Compromisso em contribuir com a criação de condições de desenvolvimento de


grupos submetidos a processos de exclusão e desigualdade social.
“Em nenhuma outra área, como a defectologia, na clínica das afecções
cerebrais e na psicopatologia talvez se descubra o caráter profundamente
humanista da concepção de Vigotski. Aí, na enfermidade, no defeito, na
insuficiência e na incapacidade desenham-se plenamente as perspectivas de
sua teoria, cujo núcleo de sentido é o profundo otimismo nas possibilidades do
homem como sujeito da atividade, criador de sua própria história, artífice do seu
desenvolvimento” (SHUARE, 2017, p.72).
Conceito de Compensação

- Projeto teórico-metodológico – desenvolvimento humano.

- Princípios marxistas: concepção de ser humano ancorado em um projeto que


nucleia o ethos sociopolítico da igualdade e da justiça social que conduzem a uma
práxis social transformadora (Stetsenko, 2016).

- Supera fronteiras impostas pela natureza – múltiplas determinações da vida


social (orgânicas, sociais, culturais, ideológicas, políticas, econômicas).

“É a sociedade e não a natureza que deve figurar em primeiro lugar como fator
determinante da conduta do ser humano” (Vigotski, 1995, p.89).
- Relação educação e desenvolvimento humano;

“A história do desenvolvimento cultural da criança nos leva completamente aos


problemas da educação” (Vigotski, 1995, p.303).

- Tematiza a deficiência quando vincula o problema do desenvolvimento


humano à educação – explora o significado de práticas educacionais
transformadoras.

“Onde não é possível avançar no desenvolvimento orgânico, abre-se um


caminho sem limites para o desenvolvimento cultural” (Vigotski, 2011, p. 869).

- Conceito de Compensação em circulação na época.


Teorias da Compensação:

- Vertente Mística.
- Vertente Biológica/Sensorial.
- Enfoque naturalista do desenvolvimento;
- Prescrição de um caráter religioso, assistencialista, médico e terapêutico à
educação;
- Avaliação quantitativa;
- Proposta educacional.

Educação Especial: Caridade social X Educação Social.

Argumento: Função da educação é a criação do desenvolvimento cultural da criança,


de novas formas de inserção na prática social e suporte na vida de relações e
produção humana.
Diálogo entre Vigotski e A. Adler:

Pontos em comum:

- Posição social da personalidade X Disposição orgânica;


- Deficiência promove potencialidades (dialética déficit-superação);

Divergências:

- Natureza subjetiva do humano X Natureza social do desenvolvimento


humano;
- Modo de conceber o social;
- Compensação: Forças subjetivas – lutar contra a desvantagem X Condições
concretas de vida - Mediação social.

(Dainez, Smolka, 2014)


Vigotski (1997): “a teoria da compensação impede o avanço da área de
estudos das crianças com deficiência”.

Preocupação em estudar em nível de funções psíquicas, os efeitos e as


possibilidades da ação social/educacional diante das variadas condições
orgânicas;

Como o social afeta e constitui o funcionamento psíquico – Plano primário


transformado pelas novas formações psicológicas nos processos de
significação e mediação social.

Destaca a fusão da dimensão orgânica e cultural, afetiva e cognitiva, que


resulta na constituição integral de uma síntese singular, complexa e dinâmica
– formação da personalidade.
- Complexidade do funcionamento psíquico;

- Heterogeneidade dos processos de desenvolvimento por sua estrutura,


dinâmica e condições – modos singulares de constituição.

- Especificidades do organismo: não como impeditivas das ações


pedagógicas, mas como possíveis de serem trabalhadas por meio do gesto
educativo. Conhecer as especificidades para criar novos canais de
desenvolvimento cultural.

- Abertura das possibilidades de humanização via práticas educacionais –


prospectivo do desenvolvimento.
A deficiência orgânica é parte da constituição da pessoa, mas não
determina o desenvolvimento - demanda recursos, novas formas
de mediação, orientadas para a abertura de canais de apropriação
da cultura.
Concepção dialética de deficiência

- Desenvolvimento da criança com deficiência é intrínseco ao desenvolvimento


histórico da humanidade;

- Tematiza as não conformidades dos percursos de desenvolvimento – variabilidade e


dinamicidade dos processos psíquicos.

- Sem desconsiderar a base orgânica, Vigotski indaga sobre como a cultura constitui o
curso do desenvolvimento da criança – Duplo nascimento (Pino, 2000).

- Estudar não o déficit, mas a relação da criança com o meio social - como a situação
social de desenvolvimento, marcada pela deficiência, incide sobre a dimensão
orgânica e afeta a constituição da personalidade.
- O social sempre possibilita o desenvolvimento? Ou pode se tornar fonte de
constrangimentos e impedimentos que também constitui tais processos?

A contradição das relações sociais.

- Como compreender a relação da criança com o meio social? Em que


condições e com que bases e pressupostos este tem sido organizado?

Condições desiguais; padrões de normalidade.


- Plano cultural e plano biológico – as não coincidências.

- Organização social não contempla a diversidade dos modos de constituição. Condição


de desigualdade priva processos de desenvolvimento na sua variabilidade.

- Deficiência: lócus de impedimentos X lócus de criação de canais de desenvolvimento


cultural; novas condições para ampliar e favorecer o desenvolvimento humano.

- Natureza dinâmica e dialética da deficiência, afetada pelas relações e mediações


sociais e podendo ser suplantada pelos processos educacionais;

- Concepção de deficiência - modelo de sociedade – projeto de educação.

(Dainez, 2017; Souza; Dainez, 2022)


Educação Social

- Defesa de uma educação comum pública – acessibilidade do conhecimento escolar


para toda população.

- Conteúdo escolar se entretece aos princípios de uma vida em sociedade sem


antagonismo de classes (Barroco, 2011).

- Escritos em defectologia: Educação Social articulada ao problema da formação


integral e desenvolvimento cultural da personalidade (Dainez; Freitas, 2018).
- Projeto de escola comum pública que respondesse às especificidades e
às possibilidades de desenvolvimento cultural dos alunos com deficiência.

- Educação Especial repensada no âmbito da educação geral - Educação


Social pautada na atividade laboral, com vistas à ampliação dos
processos de humanização.

- Trabalho enquanto categoria marxista (autorrealização da existência


humana) – Educação orientada à vida objetiva – Participação ativa da
criança nas relações e produções humanas.
- Perda do aspecto coletivamente organizado/planejado do trabalho; a
separação entre a dimensão intelectual e a dimensão técnica no processo
educacional corrompe o potencial de humanização e o desenvolvimento da
personalidade a níveis mais complexos.

- Relação intencional, planejada, perspectivada e prospectiva de ensino –


atividade coletiva e atribuída de sentido e função social – desenvolvimento
volitivo da aprendizagem coletivamente orientado –> formação integral da
personalidade.

- Atividade escolar – suplantar as tarefas executivas/automatizadas (trabalho


forçado imposto).
Sentido social e valor de uso – aluno se reconheça no produto.
- É por meio da organização ativa da vida na escola que os alunos com
deficiência poderão fazer parte da vida social comum – Educação
significativa, participativa, criadora, e transformadora.

- Organização do trabalho pedagógico que tenha como diretriz a formação


integral da personalidade e que considere os modos singulares de se
constituir como humano/variantes qualitativas dos processos.

- Leis gerais de desenvolvimento, mesmos princípios educativos e


conteúdo de ensino-aprendizagem – mediadores culturais que podem
ser criados e acionados no trabalho com o conhecimento.
Implicações político-pedagógicas da defectologia na
contemporaneidade
Situação de aula: A situação ocorreu no início do ano letivo, quando PR assumiu o 5o
ano. Gustavo integrava o grupo de 32 alunos de 10 a 11 anos que compunham a
turma. O tema da aula neste dia era a "História dos Números".
A PEE havia participado do planejamento e estava presente na aula. O planejamento
das professoras incluía dois filmes que abordavam o tema. A escolha por este recurso
audiovisual levou em consideração o interesse de Gustavo por filmes. Uma das
pesquisadoras encontrava-se também na sala de aula, com uma filmadora, o que já
fazia parte do cotidiano das crianças e das professoras. Nesta aula, as carteiras
móveis estavam agrupadas de diversas maneiras, possibilitando o trabalho em duplas
ou trios de crianças. Gustavo sentou-se na primeira carteira, próximo do telão que
exibia o filme e ao lado da PEE que manuseava os equipamentos, o computador e o
data show. PR, sentada à frente da sala, estava próxima das crianças e voltada para
elas.
A aula teve a duração de aproximadamente uma hora.
01. Começa o primeiro filme, narrado em inglês e legendado em português. As
crianças estão sentadas em suas carteiras e não conseguem acompanhar as
legendas. A professora pergunta se estão enxergando ou se querem sentar no
chão, na frente da sala. Gustavo faz gesto de positivo com a mão e permanece em
sua carteira. Alguns alunos sentam-se próximo ao telão.
02. Alguns alunos registram questões sobre o filme. Gustavo pega o lápis, olha para
o filme, olha para PEE, registra algo em um papel.
03. PR: Ela (refere-se à narradora do filme) está falando de que povo aí?
04. Aluno: Egípcios.
05. PR: Os Egípcios, isso! Eles precisavam calcular o tempo. Porque eles, ó,
plantavam.
06. Gustavo continua assistindo ao filme e registrando algo em sua folha
07. PR: Está vendo ó. As pessoas precisavam da Matemática pra que? Calcular o
pedaço da terra que elas tinham.
08. Gustavo aponta para o filme e diz: Ó lá.
09. PR: Isso. Eles usavam pau, olha lá.
10. PR: Eles faziam conta igual a gente faz hoje?
11. Alguns alunos, dentre eles Gustavo, respondem: Não. Outros alunos respondem:
Sim.
12. PR: A gente faz assim?
13. Alunos: Não. Não.
Gustavo: Não, não (faz movimento com a cabeça e gesto com o dedo indicando não).
14. PR: Eles faziam conta de um jeito diferente do nosso.
(00:11:27). Termina o filme legendado.
15. PR: Vocês querem ver esse mais uma vez ou podem ir pra outro?
16. Alguns alunos respondem: Sim. Outros alunos respondem: Não.
Gustavo em tom elevado de voz diz: Não (bate na carteira).
17. PR: Olha para Gustavo e diz: Não né Gu...
18. Alguns alunos continuam dizendo: Sim. Outros alunos, dentre eles Gustavo, dizem:
Não.
19. Alunos: Votação. Faz votação.
20. PR: É, vai ter que fazer votação.
21. A votação acontece e o resultado é favorável a exibição do próximo filme. O
próximo filme começa.
22. O filme explica que a palavra ‘cálculo’ significa ‘pedrinha’.
23. Gustavo aponta para o filme e diz: Ó lá. Olha para PEE e diz: Ó lá. Doi (faz o
número dois com os dedos).
24. PR: A palavra ‘calculo’ significa...?
25. Alunos: Pedrinha.
26. PR: Anota isso que é legal ó.
27. Alguns alunos pedem para PR voltar o vídeo. Uma aluna sugere dar uma
pausa em um determinado trecho do filme para poderem copiar os algarismos
romanos.
PR coloca o filme para rodar desde o início. Os alunos se preparam para registrar.
28. Gustavo olha para PEE e diz: Mão, mão.
29. PEE: O que, a pedrinha?
30. Gustavo aponta para o filme e diz: Ó lá mão.
31. PEE: As mãos? (mostra as duas mãos).
32. Gustavo, sorrindo, mostra as mãos para PEE. Olha para uma colega que
estava sentada no chão, próxima a sua carteira, e aponta para o filme.
33. A colega, assistindo o filme, dá a mão para Gustavo, que continua apontando
para o telão, e faz gesto positivo com a cabeça.
34. PR pausa o filme para que os alunos possam registrar os algarismos romanos.
35. PEE: Gu, copia também na sua folha.
PR conversa com a turma sobre alguns pontos do filme.
36. Gustavo pega o lápis e o papel e vai até o telão. Coloca o papel em cima do
número no telão.
37. PEE: Copia esse.
38. PR: Copia Gustavo (aponta para a carteira do aluno, como se estivesse
solicitando para que ele se sentasse).
39. Alunos: Dá licença, Gustavo. Gustavo, dá licença.
40. PR se levanta, vai em direção a Gustavo e diz: Ó, vamos lá (aponta para a
carteira do aluno), o pessoal está copiando.
41. PEE: Copia o seu também. Senta ali.
42. Gustavo vai até a sua carteira e senta-se.
43. PEE: Pega o caderno.
44. Gustavo olha para PEE e diz: Ó (aponta para os números no telão e mostra as
mãos).
45. PEE: É. Copia.
46. PR: É a mão (mostra a mão).
47. Gustavo pega o seu caderno na mochila, olha para PR, aponta para os
números no telão e diz: Ó.
48. PR: Você vai escrever?
49. Gustavo aponta para si e em seguida para os números no telão. Pega o
caderno da mochila, olha para os números no telão e copia no caderno.
50. Aluna: Pode mudar (referindo-se ao filme).
51. PR: O Gu está escrevendo. Ó, enquanto o pessoal vai terminando deixa eu
perguntar uma coisa: Tem algumas regrinhas para usar os algarismos romanos.
Quem sabe me dizer uma regra. Por exemplo, eu quero escrever o número vinte,
como é que eu faço?
52. Gustavo termina de copiar o número um em algarismos romanos, olha para
PEE, para PR, para a pesquisadora, que estava com a câmera, e aponta para sua
atividade dizendo Ó i ó. (Olha aí).
53. PEE: Aí, Gu.
54. Pesquisadora dá um zoom com a câmera na atividade realizada por Gustavo e
diz: Copiou, Gu? O número um?
55. PEE: Isso. Agora o outro, o cinco. O número cinco.
56. Gustavo continua registrando os números romanos em seu caderno. Olha para
a tela e copia.
57. PR: Podemos continuar? (Refere-se ao filme).
58. Alunos: Sim.
59. PEE: Gu, eu vou continuar, tá? Tá Gu?
60. PR: Pode continuar?
61. Alunos: Pode.
Gustavo continua concentrado, olha para a tela e copia.
62. PR: Enquanto o Gu está terminando... ó turminha, 5º.Ano, 5º. Ano, eu to falando
com vocês, Leonardo, Gabriel... Enquanto o Gu está terminando, eu vou fazer mais um
desafio. Eu perguntei do quarenta. E o oitenta? Como que escreve oitenta?
63. Gustavo termina de copiar, enquanto a turma responde ao desafio proposto pela
professora. Olha para a PEE, olha para a pesquisadora e diz em tom elevado de voz:
Ó, ó (apontando em seu caderno). Depois, olha para PR e, em tom elevado de voz e
prolongamento da vogal i, chama: Ciiiii (parte do nome da professora). PR estava tirando
uma dúvida de um aluno e não atende Gustavo, que levanta o caderno e vocaliza
(ininteligível). PR continua conversando com o aluno. Gustavo vocaliza (ininteligível),
com a mão fechada bate na carteira, como se estivesse zangado por não obter a
resposta da professora. Levanta-se de sua carteira, posiciona o seu caderno na direção
de PR e diz: Ó. Mostra a sua atividade para a professora, que o elogia e sugere em
prosseguir o filme.
64. O filme, então, continua.
Dainez, Smolka, Souza (2022).
- Planejamento conjunto e ação compartilhada das professoras: envolver todos os
alunos na mesma atividade;

- Potencial da atividade escolhida: viabiliza trabalhar a história do conhecimento, a


contextualização o conteúdo.

- Modo como usa os diferentes recursos: artefatos se transformam em instrumento


semiótico na ação mediada pedagogicamente.

- Postura da professora: convoca todos os alunos a registrarem, intervém, aponta,


retoma, reitera, incentiva, indaga, propõe situações problemas, investiga
possibilidades de apropriação do conhecimento, aguarda o aluno com deficiência a
terminar o registro.

- Considera os diferentes ritmos - tempo de aprendizagem.


- Indícios de como Gustavo vai compreendendo e ocupando o lugar de aluno
no meio escolar (mostra-se atento às instruções, observa os
comportamentos dos colegas, usa os materiais escolares, participa da
escolha do filme (vota, opina), registra, mostra para a professora).

- Mostra-se atento às instruções das professoras, observa os comportamentos


dos colegas, usa adequadamente o material (caderno, folha, lápis), participa
da escolha do filme e das tarefas propostas, termina o registro e mostra para
as professoras.

- Lugar de aprendiz e a função social da escola.

- Função social da escola, desempenhada na atividade coletivamente


organizada, incide e redimensiona a ação volitiva do aluno,
transforma-se em função psíquica mediada.
- Princípios e argumentos como lócus de reflexão sobre as políticas pública de
educação – compromisso com a escola pública.

- Contexto atual – ataque político aos Direitos Humanos, ao direito à educação


escolar das pessoas com deficiência – ampliando espaços de segregação social.

- Educação escolar pública – bem comum – como mediadora do desenvolvimento


humano e potencializadora dos processos emancipatórios e, portanto, um direito
humano fundamental.

- Projeto escolar, educacional e societário.


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Tradução de Nilson Dó ria. Marxists Internt Archive, jul. 2004. Disponível em:
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