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1 CONCEITO

Os anabolizantes ou esteroides anabolizantes são substâncias sintéticas ou


semissintéticas quimicamente derivadas do hormônio masculino, testosterona.
(DIEHL, A.; CORDEIRO, D. C.; LARANJEIRA, R. 2011).

A testosterona é produzida naturalmente no homem, através das células de


Leydig, nos testículos. Esse hormônio exerce efeitos designados como androgênios
e anabólicos. Os efeitos androgênicos são responsáveis pelo desenvolvimento do
órgão reprodutor masculino e das características sexuais secundárias. Já os efeitos
anabólicos estimulam a fixação de nitrogênio e aumentam a síntese proteica,
apresentando ação miotrófica, que leva a um aumento da massa muscular. (DIEHL,
A.; CORDEIRO, D. C.; LARANJEIRA, R. 2011; SANTOS, A. M. 2007).

Os anabolizantes podem ser injetáveis (intramuscular) ou de uso oral


(comprimidos). Os esteroides mais consumidos são o Deca-durabolin, Dianabol,
Depo-testosterona, dentre outros. Em geral, são obtidos de forma ilegal em
academias e farmácias, sem receita médica. (DIEHL, A.; CORDEIRO, D. C.;
LARANJEIRA, R. 2011).
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2 UTILIZAÇÃO

Os anabolizantes foram desenvolvidos para fins terapêuticos. Eles são


empregados pela medicina com usos clínicos no tratamento de doenças, como das
sarcopenias, do hipogonadismo (reestabelecendo os níveis normais de testosterona
no plasma), do câncer de mama, da osteoporose, dos estados catabólicos e
deficiência no metabolismo protéico. Além de serem usados para desenvolver ganho
de peso para deficiência nutricional crônica ou AIDS; na indução do catabolismo
pelo corticosteroide, na anemia severa; na angiodema hereditária e em casos de
deficiência hormonal em homens. O uso de anabolizantes deve ser supervisionado,
rigorosamente, por médicos. (DIEHL, A.; CORDEIRO, D. C.; LARANJEIRA, R. 2011;
SANTOS, A. M. 2007).

O uso de anabolizantes ganhou um grande destaque no meio esportivo, por


causa de suas propriedades anabólicas. Muitos jovens e atletas, em busca de uma
melhor aparência física e um melhor desempenho atlético, acabam fazendo uso de
anabolizantes, com o intuito de aumentarem a massa muscular, esta ocorre devido
ao aumento da síntese proteica, da inibição do catabolismo proteico, da estimulação
da eritropoiese, e por promoverem motivação. Há estudos que demonstram que os
anabolizantes podem aumentar a síntese proteica pela estimulação intramuscular da
expressão do gene para o IGF-I (insulin-like grow fator-I). (DIEHL, A.; CORDEIRO,
D. C.; LARANJEIRA, R. 2011).
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3 EFEITOS À SAÚDE

Os anabolizantes podem gerar tanto efeitos prejudiciais à saúde, quanto


efeitos benéficos. Os efeitos benéficos já foram citados anteriormente, são eles, os
objetivos alcançados no tratamento médico clínico no combate a doenças e
deficiências do corpo. Já o uso abusivo desses esteroides podem desencadear
efeitos negativos.

Os efeitos negativos gerados pelo abuso no consumo de esteroides são:


icterícia, tremores, hipertensão, acne severa, tumores no fígado, retenção de
líquidos, diminuição dos índices de HDL e dores nas articulações. Em homens
podem ocasionar a diminuição da produção e da qualidade de espermatozoides e
redução no tamanho dos testículos, impotência, infertilidade, aumento da próstata,
dificuldade ou dor para urinar, desenvolvimento de mamas, calvície, maior chance
de neoplasia do rim e do fígado e infarto do miocárdio. Já nas mulheres, podem
ocasionar voz grossa, aumento do clitóris, crescimento de pelos faciais, alterações
ou ausência de ciclo menstrual e diminuição de seios. Em adolescentes, gera
maturação esquelética prematura e puberdade acelerada, que resulta em um
crescimento raquítico. Efeitos psíquicos também se faz presente, como o
desenvolvimento de extrema agressividade e variações de humor, quando se trata
de abuso no uso de anabolizantes. O efeito colateral do uso de anabolizantes varia
de acordo com a pessoa, dosagem, o tempo de uso, o tipo consumido, além de pré-
disposição genética, nutrição e treinamento. (ZANELATTO, N. A.; LARANJEIRA, R.
2013; SANTOS, A. M. 2007).

3.1 EFEITOS FISIOLÓGICOS E DEPENDÊNCIA

Os hormônios são substancias químicas secretadas na corrente sanguínea


pelas glândulas. Eles provocam efeitos específicos em determinados tecidos que
apresentam receptores adequados, alterando as atividades de vários órgãos. Os
hormônios anabólicos sintéticos, usado no esporte, provocam a mesma resposta
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nas células-alvo onde esses receptores se encontram. Mas nem todos os hormônios
sintéticos, utilizados para desempenho esportivo, encontrarão seus receptores
específicos, visto que, algumas substâncias utilizadas são especificas para animais
equinos e outros. E, por abuso no uso dos anabolizantes, pode fechar um receptor
para determinada droga. (SANTOS, A. M. 2007)

Há estudos que indicam que o uso de anabolizantes causa dependência. Esta


pode ser dividida em dois estágios. No primeiro estágio, o treinamento, a dieta e a
ingestão da substância são compulsivos; não há dependência química, apenas a
voltada ao desejo de adquirir características mioativas. O consumidor de
anabolizantes, por questões de vulnerabilidade genética e abuso da dosagem de
consumo, pode levar a uma evolução para o segundo estágio. Neste último estágio,
os usuários utilizam os anabolizantes tanto pelas propriedades mioativas, quanto
psicoativas da droga, devido à estimulação do centro de recompensa cerebral,
resultando em neuroadaptação manifestada como síndrome de abstinência durante
a tentativa de descontinuação. (DIEHL, A.; CORDEIRO, D. C.; LARANJEIRA, R.
2011).

Os sintomas prováveis gerados a partir da abstinência são depressão,


inquietude, perda de apetite, insônia, fadiga, diminuição da libido, fissura, cefaleia,
insatisfação com a imagem corporal e ideação suicida. (ZANELATTO, N. A.;
LARANJEIRA, R. 2013)
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REFERÊNCIAS

DIEHL, A.; CORDEIRO, D. C.; LARANJEIRA, R. Dependência Química:


Prevenção, Tratamento e Políticas Públicas. Porto Alegre: Artmed, 2011. 528 p.

SANTOS, A. M. Mundo Anabólico. 2. ed. Barueri: Manole Ltda, 2007. 315 p.

ZANELATTO, N. A.; LARANJEIRA, R. O Tratamento da Dependência Química e


as Terapias Cognitivo-Comportamentais: Um Guia Para Terapeutas. Porto
Alegre: Artmed, 2013. 568 p.

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