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Manual de Epicure Sommelier para Iniciados
Manual de Epicure Sommelier para Iniciados
Manual Epicure
Sommelier
Formação inicial
Conteúdo
Introdução ..................................................................................................................................... 3
Os Charutos na História................................................................................................................. 4
A transformação do tabaco em Charutos ..................................................................................... 7
A produção de Charutos.............................................................................................................. 10
Humidificadores .......................................................................................................................... 13
Escolher um charuto ................................................................................................................... 15
Cortar o Charuto ......................................................................................................................... 22
Acender o Charuto ...................................................................................................................... 24
Apagar o Charuto ........................................................................................................................ 26
O fumador experimentado ......................................................................................................... 27
Zino Davidoff
O número de apreciadores não para de crescer, numa verdadeira paixão que perdura
desde a expedição de Colombo ao Novo Mundo.
São folhas de tabaco enroladas de tal forma que fazem ao mesmo tempo de cachimbo e
de tabaco.
John Cockburn
Os Charutos cubanos começaram a viajar pelo mundo à medida que o mapa político
mudava. Durante o século XVIII, com as guerras entre potências europeias, o charuto
atravessou fronteiras e invadiu novas culturas. Em 1763 os Ingleses ocuparam Cuba
durante um ano, tempo mais que suficiente para sucumbir ao feitiço dos charutos
cubanos. Em 1803, quando os seus homens travaram conhecimento com os charutos se
estendesse à França.
Embora o habito de fumar charuto só se tenha popularizado nos estados unidos à época
da guerra da secessão. Em finais do século XIX o país tinha já desenvolvido uma
importante indústria tabaqueira, que utilizava tabaco produzido nos diversos estados e
também o que importava de Cuba. No último quartel do século XIX, os imigrantes
cubanos, muitos deles fugidos ao colonialismo espanhol, viriam a constituir uma mão-
de-obra qualificada para esta indústria. A Flórida, o ponto de entrada mais próximo para
estes imigrantes, tornou-se na Meca da indústria tabaqueira, e locais como Key West e
Tampa, os maiores produtores de charutos de um país com um apetite cada vez mais
voraz por esse produto. E nem o breve embargo provocado pela guerra Hispano-
Americana de 1898 viria a afetar este estado de coisas.
Durante esse período, os charutos implantaram-se de tal forma na Grã-Bretanha que este
país se tornou no maior mercado mundial para os charutos Cubanos. Os aristocratas e os
mais abastados em geral eram verdadeiros devotos. Quando o financeiro britânico
Leopold de Rothschild manifestou a sua vontade em ter um charuto que se adequasse ao
seu gosto e estilo de vida, com o sabor que só os grandes calibres proporcionavam mas
um corpo suficientemente pequeno para poder ser fumado em pouco tempo, a fábrica
Hoyo de Monterrey fez-lhe a vontade. E assim nasceu o formato Rothschild, ainda hoje
muito popular. A Inglaterra vitoriana, cujo requinte se tornou célebre, perpetuou a
imagem do charuto como um acessório indispensável a um hábito muito bem visto (a
própria rainha Vitória o desaprovava), o charuto fumado depois do jantar numa sala à
parte tornou-se um costume muito apreciado pelos homens, de quem era alias exclusivo.
No século XX a história dos charutos continuou a ser ditada por acontecimentos que
ultrapassavam largamente o simples ato de fumar. Depois da I guerra mundial a
indústria norte-americana de charutos foi praticamente destruída pela crescente
popularidade dos cigarros, uma alternativa bem mais económica. Mas a invenção das
máquinas para o fabrico de charutos rejuvenesceu a indústria, pois permitiu a produção
de charutos de qualidade a preços acessíveis. Feitos ainda com tabaco cubano, o seu
baixo preço permitiu que as pessoas os continuassem a comprar mesmo durante a
grande depressão. Foi assim que nos anos 30 o charuto (à exceção dos habanos feitos à
mão) deixou de ser um privilegio dos mais abastados para se tornar acessível a todos.
Barten Holyday
O intenso prazer de uma hora passada a degustar um bom charuto resulta de meses, por
vezes anos de um trabalho rigoroso e especializado.
Produto inteiramente natural, os charutos começam na planta de tabaco. Mas não num
qualquer pé a crescer espontaneamente numa encosta tropical. De factos, são poucos os
locais abençoados com o solo, a temperatura e a humidade necessária para que ai
floresça uma planta cujas folhas possam ser utilizadas na produção de charutos. As
condições climatéricas não bastam, já que a alquimia reside no solo e não existem dois
locais rigorosamente iguais. Assim, mesmo em Cuba, os tabacos utilizados no involucro
(capa), na subcapa (capote) e no enchimento (tripa) dos puros só se cultivam em
determinados locais, de que o mais famoso é o do vale de Vuelta Abajo, no lado
ocidental da ilha. A mais famosa folha de involucro do mundo, a Connecticut Shade, é
plantada em não mais do que 40 hectares bem demarcados daquele estado norte-
americano. A mesma Planta cultivada no equador muito embora possa ser soberba, será
necessariamente diferente. Por isso independentemente do respetivo grau de excelência,
os charutos produzidos na República Dominicana, nas Honduras, na Nicarágua, no
México ou em cuba nunca poderão ser iguais. Todos eles têm características próprias,
fruto dos diferentes solos nativos e dos seus insubstituíveis ingredientes subterrâneos.
A vida de um charuto Premium começa numa pequena semente, vigiada durante 45 dias
num viveiro para ser depois lançada à terra em campos cuidadosamente lavrados para a
receber. O tabaco desenvolvido à sombra cresce sob amplas estruturas cobertas por gaze
ou redes. Passados mais 45 dias é chegada a altura de colher as primeiras folhas
destinadas aos charutos. Os segredos do paladar de um charuto começam logo nesta
fase, pois o sabor das diferentes folhas varia consoante a sua posição na planta.
Assim, as folhas da parte inferior da planta, a que se dá o nome de volado, têm um sabor
mais suave, as folhas seco, do meio da planta, um sabor intermedio, e as folhas ligero,
do topo, um sabor e uma textura mais fortes. De notar ainda que, em cinco ou seis
destas apanhas, uma planta de tabaco que não rende mais do que 16/18 folhas de
qualidade compatível com os elevados padrões que a produção de charutos Premium
exige.
Essas folhas cuidadosamente escolhidas são atadas em diferentes maços, de acordo com
a respetiva textura e tamanho, sendo os maços depois pendurados em estufas, onde ira
decorrer o processo de cura. Aí permanecem durante 3 a 8 semanas, consoante as
condições as climatéricas e o resultado pretendido. Do verde inicial, as folhas vão então
assumindo diferentes tons de castanho. Terminada a cura, as folhas são novamente
separadas e agrupadas de acordo com o seu tamanho, textura e cor, operação alias
Formação de Epicure Sommelier para Iniciados
Formador: Luís Miguel Alves Página 7
recorrente ao longo de todo o processo de preparação. São depois reunidas em maços de
vinte folhas a que se dá o nome de “mãos” e levadas para a fermentação, operação
determinante que as transformará de mera vegetação num tesouro em potência.
Terminado este período de maturação, o tabaco está pronto para deixar o armazém.
Todavia, nesta fase as folhas apresentam-se ressequidas e quebradiças, sendo por isso
borrifadas com água para que readquiram a sua maleabilidade. A este processo de
humidificação dá-se o nome de “moja”. Só então as folhas estão prontas a ser
trabalhadas, sendo-lhes removidos os veios e, no caso das folhas de invólucro, cortadas
de modo a separar as dias metades, assim se garantindo a homogeneidade dos charutos
feitos à mão. Finalmente, as folhas são de novo examinadas e separadas consoante se
destinem ao enchimento, à subcapa ou ao invólucro dos charutos. De quando já se
descreveu, fácil se torna constatar que todo este processo exigiu muitas horas de
trabalho manual rigoroso e especializado e a produção dos charutos ainda nem sequer
começou.
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Formador: Luís Miguel Alves Página 8
Falta ainda a magia do “misturador”. Se o conhecimento profundo das diferentes folhas
de tabaco, do seu sabor e da sua velocidade de queima, resulta da experiencia e do saber
acumulados pelo trabalhador, já o conhecimento da sua capacidade da combinação, é
uma verdadeira forma de arte. As possibilidades são praticamente infinitas, como as que
se deparam a um pintor se socorre da imaginação para preencher a tela, a experiencia do
misturador irá permitir-lhe selecionar as proporções relativas das diferentes folhas que
conferem à casa marca o seu sabor distintivo. Essas proporções, verdadeiros segredos de
produção, são mantidas secretas pelas diferentes marcas. O trabalho do misturador
representa assim o culminar do longo processo de plantação, crescimento, apanha,
seleção, fermentação e manutenção do tabaco, que está agora pronto para a produção de
charutos.
Lord Byron
Os Mitos são geralmente fascinantes, e a lenda segundo a qual os melhores charutos são
enrolados entre coxas de raparigas virgens não constitui exceção à regra. Mas, na
realidade, o processo é bem mais complexo. É com as mãos, não com as coxas, que se
enrola um bom charuto muitos pares de mãos, habilidosos e incansáveis.
É então chegada a hora dos enroladores (torcedores), a elite dos trabalhadores das
fábricas de charutos. Depois de cortada à medida certa, a folha de invólucro é enrolada à
volta do charuto, ficando o topo da folha no pé e a base na cabeça. Desta forma o
paladar será mais suave no início do charuto. Uma vez enrolada a folha de invólucro, do
que desta sobrou corta-se uma pequena peça circular, para servir de tampa, a qual é
colada na cabeça do charuto com uma goma vegetal insípida. Para se chegar a
enrolador, é primeiro necessário passar por um período de aprendizagem de dois anos.
Os poucos que são aprovados para exercer a nobre arte terão depois de trabalhar durante
pelo menos 6 anos até serem versados em todos os formatos. Os critérios são tão
rigorosos que nem vinte anos se consideram tempo demasiado para se formar um mestre
enrolador.
A partir desta fase o facto ser humano torna-se secundário, e é a natureza quem toma
conta do processe. Os charutos acabados, cujo tabaco foi humedecido para poder ser
trabalhado, são então postos a secar em salas forradas a madeira de cedro com
temperatura controlada. Mas não é só a secagem que é importante. Os sabores dos
diferentes tipos de tabaco, cuidadosamente escolhidos para se complementar entre si,
precisam de tempo para se fundir. Só assim cada charuto poderá adquirir os cambiantes
de sabor que caracterizam as várias marcas. E para que esse carácter do charuto possa
desabrochar serão precisas pelo menos 3 semanas, período que será mais prolongado na
series especiais de charutos, que chegam a ficar guardados durante vários meses, as
vezes mesmo mais de um ano.
Mas isto não quer dizer que os bons charutos sejam apenas feitos a mão. Desde logo
porque há ainda os charutos feitos a máquina e enrolados a mão, em que ao “feixe”
produzido pela máquina um enrolador ira aplicar a folha do invólucro, sendo depois os
charutos cuidadosamente examinados, separados e envelhecidos. Alias, e em termos
legais, estes charutos ainda se podem considerar feitos a mão, havendo mesmo quem
veja a componente mecânica do processo como uma vantagem, já que garante a
consistência do produto acabado. De facto, o recurso as maquinas permite evitar a
menor homogeneidade, ou mesmo os erros, da produção manual. Isto para não falar do
preço, bem mais convidativo no caso destes charutos acabados a mão.
Certos charutos feitos a maquina, de que são exemplo os charutos “secos” europeus, são
muito populares em todo o mundo. Alguns são feitos com 100% de tabaco. O
enchimento destes pequenos charutos, muitos dos quais devem classificar-se já como
cigarrilhas, e composto por pequenas aparas de folha de tabaco. A sua qualidade não e
de modo algum negligenciável, havendo mesmo conhecedores que os preferem aos
restantes.
Anónimo
Alguns bens preciosos, como os quadros e jóias, devem ser mostrados e usados, mas os
charutos, talvez a maior das preciosidades, têm de permanecer bem guardados, num
local escuro e sem alterações climatéricas. Assim, para uma boa conservação, os
charutos devem ser guardados num ambiente com temperaturas de 20ºC a 21ºC e com
valores de humidade entre os 70% e os 72%. Esta recriação do ambiente tropical
destina-se a evitar que os charutos fiquem secos e quebradiços, permitindo assim
conserva-los durante mais tempo, alem de proporcionar as condições ideais para a
continuação do processo de envelhecimento.
Embora os charutos estejam bem acondicionados em sua casa, a verdade e que pode
querer fuma-los noutro lugar. Nesse caso, o ideal será transporta-los numa charuteira de
bolso. Os charutos parcialmente fumados não se devem misturar com os ainda intactos,
pois o seu odor ira contagiar os restantes. Os charutos não fumados devem ser
recolocados diariamente no humidificador, pois a charuteira não tem as condições ideais
para a sua conservação.
No que aos charutos diz respeito, há muitas superstições. E a principal e a de que existe
um padrão ideal, quando nada podia ser menos verdadeiro. A preferência individual e
o único padrão aceitável, o único que pode reger a conduta de cada um. Nem um
congresso de todos os apreciadores de tabaco conseguiria escolher um padrão que o
vinculasse a si ou a mim, ou sequer influenciasse a nossa escolha.
Mark Twain
A marca
A informação de que necessita começa pelas marcas. Não esquecendo que apos a
revolução cubana em 1959 e a subida de Fidel Castro ao poder com a subconsequente
nacionalização da industria tabaqueira, muitos produtores abandonaram o pais, crentes
que poderiam levar consigo as respetivas marca. Contudo, os que ficaram em Cuba não
se conformaram com esta atitude, e continuaram a produzir charutos com as suas
designações originais. Esta e a razão pela qual marcas como Romeu Y Julieta,
Montecristo, Partagas, Punch, entre outras são atualmente fabricadas por empresas
diferentes, uma sediada em Cuba e a outra num qualquer lugar das Caraíbas. A origem
cubana de um charuto pode verificar-se pela inscrição “Habana”, em miniatura, na
respetiva cinta.
A cor
Claro - ocre clara. As folhas foram plantadas debaixo de proteção à luz do sol, colhidas
antes de estarem maduras e secas rapidamente por difusão de ar. Tem sabor neutro.
Oscuro ou Negro - quase negra, mais escura que Maduro. As folhas são colhidas da
planta após longo período de maturação e são usadas somente as folhas da parte
superior da planta de tabaco, onde o sol atinge a planta com mais intensidade e
frequência. As folhas são deixadas para fermentação por longo período.
Especiales
São módulos especiais cujo comprimento está entre 23,5 e 24 cm ou mais, e cujo
diâmetro está em torno de 1,9 cm. Só existem na forma arredondada e são verdadeiras
raridades cuja combustão pode se prolongar por até três horas.
Double Coronas
Com exceção dos Especiales, acima, são os maiores charutos disponíveis, com
comprimento de 19 cm e diâmetro próximo de 2 cm. São considerados os imperadores
do havana e muito apreciados em todo o mundo. O seu fabrico obedece a princípios
muito restritos e poucas marcas tem o privilégio de poderem estampar este detalhe nos
seus charutos.
Churchills
Havanas com 15 cm de comprimento e diâmetro entre 1,6 e 1,7 cm e, como no caso dos
Churchills, deve o seu nome a um aristocrata britânico, Lord Lonsdale, que
encomendava charutos com essas dimensões para consumo próprio, Possuindo uma
variedade de aromas e sabores, dos mais leves aos mais potentes.
Gran Coronas
Tem um comprimento entre 14 e 15 cm e seu diâmetro variando entre 1,6 e 1,9 cm,
sendo um intermediário entre os tamanhos Corona e Robusto, com grande variedade de
aromas e sabores.
Coronas
Robustos
Coronas São pequenos charutos que medem 12,5 cm e tem diâmetro entre 1,6 e 1,7 cm,
sendo degustado tanto por apreciadores de charuto como por fumadores esporádicos. É
um sucesso de vendas dentre os havanas, com combustão de cerca de 50 minutos, sendo
ideais para uma degustação após as refeições.
Gran Panetelas
Figurados
São charutos que apresentam uma ponta em forma de bicuda, semelhante a um final
cônico, com sub-itens como o modelo "Torpedo" (foto acima - também conhecido como
pata-de-elefante ou pirâmide), com 14 ou 15 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro. O
bico da ponta serve de amplificador de aromas.
Com formato exótico feito de até 3 charutos entrançados e amarrados como um só. As
três partes devem ser separadas e fumadas uma a uma, geralmente possuem 12 a 15 cm
de comprimento e são charutos relativamente raros hoje em dia.
Figurado (Diademas)
Charuto muito comprido (cerca de 21cm ou mais), tem sua ponta totalmente fechada.
Figurado (Perfecto)
Minicharutos e Panetelas
São os mais curtos e de menor diâmetro entre os charutos feitos à mão, medindo entre
10 e 11 cm de comprimento (podendo chegar, em casos, até 17 cm) por 1,2 cm de
diâmetro, sendo também conhecidos como "cigarritos". A sua combustão dura cerca de
15 minutos, sendo também muito apreciado pelas mulheres.
Quando se trata de saber em que medida o carácter do charuto e afetado pela folha de
invólucro, as opiniões dividem-se, embora todos estejam de acordo quanto ao facto de
que o seu papel e determinante. Ainda assim, um charuto e na sua maior parte
constituído pelo enchimento, não se podem menosprezar a importância da mistura de
tabaco que a compõem. As características desse enchimento dependem da região de
origem do tabaco. Assim entre os principais produtores mundiais de tabaco e charutos
de qualidade devem destacar-se: Cuba, Brasil, Republica Dominicana, Honduras,
Jamaica, Sumatra, Filipinas, Ilhas Canárias, Camarões, Equador, Holanda, México,
Nicarágua e Estados Unidos, pais de origem da mais famosa folha de invólucro, a
Connecticut Shade, cultivada a sombra. A lista que seguir se apresenta permite aferir
das relações entre o lugar de produção e as características dos charutos ai produzidos:
Camarões – este pais não produz charutos, mas uma folha de invólucro de sabor
picante e sabor intenso.
Brasil – o tabaco e os charutos brasileiros tendem a ser escuros, ricos e suaves, com um
ligeiro sabor adocicado.
Tenho por norma nunca fumar mais do que um charuto de cada vez.
Mark Twain
Todavia, há varias coisas que não se devem fazer nesta altura. Não há qualquer razão
para remover a vitola (cinta), cuja aplicação e, afinal, parte integrante do delicado
processo de produção manual que distingue o charuto de outros passatempos. Alem das
razões de ordem estética, a cinta pode estar colada ao invólucro com um pouco de cola,
sendo provável que o danifique ao ser retirada. Se ainda assim pretender faze-lo, espere
ate que o calor do charuto derreta a cola. Mas acima de tudo, não lamba o charuto. Esta
pratica remonta aos tempos em que não havia humidificadores e hoje em dia não só e
desnecessária como desagradável. Para desfrutar plenamente do prazer de fumar um
charuto há que ter alguns conhecimentos de ordem técnica. O primeiro destes e o corte,
uma abertura que e necessária fazer na cabeça de todos os charutos Premium.
Jules Sandeau
Quanto maior o calibre de seu charuto mais tempo você levará para acendê-lo.
Um charuto reacendido nunca será tão agradável como um charuto novo e, se possível,
não acenda novamente o mesmo charuto num evento social; você pode até guardá-lo
apropriadamente na seu porta charutos para posterior degustação em ambiente menos
formal.
Dê atenção à cinza e não a deixe cair sobre roupas ou pele pois ela é bastante quente e,
portanto, queima. Periodicamente bata o seu charuto sobre o cinzeiro, evitando que a
cinza ultrapasse os 2cm de comprimento. Se a cinza cair sobre a roupa, a sua, ou de
outra pessoa, não se preocupe, pois diferentemente do cigarro comum, o charuto é feito
somente de tabaco, sem papel ou outros agentes químicos, portanto sua cinza é somente
pó e vai sair com uma leve escovadela.
Aquele que não fuma, ou nunca conheceu grande pesar ou recusa a si mesmo o mais
doce dos consolos, só comparável ao que dimana dos céus.
E. G. Bulwer-lytton
Poderá sentir vontade de apagar o seu charuto ou ainda, outras pessoas por diversos
motivos podem solicitar a sua gentileza de apagar o seu habano no melhor momento de
sua degustação.
O seu Charuto apagará sozinho se você o deixar a repousar, no cinzeiro. A sua brasa ira
reduzir e ele irá apagar-se em cerca de 10 minutos. Claro que este tempo varia de
charuto para charuto.
Ao deixar que o seu charuto apague corretamente poderá utilizar a sua guilhotina,
cortador ou tesoura para cortar a parte queimada e a cinza, conservando o restante do
charuto para posterior degustação.
Não se preocupe, isto faz parte da etiqueta de fumar charuto. Apenas não conserve o
charuto que já foi parcialmente degustado junto a outros charutos novos, guarde-os de
forma apropriada, seja em caixa separada seja em outro porta charuto e fume-o depois.
Guardando-os em separado dos charutos novos garante-se que os aromas de charuto
queimado já degustado não adulterem as propriedades dos charutos novos,
prejudicando-os alterando seu gosto.
Evite apagar o charuto como se faz com cigarro, ou seja, apertando a parte em brasa
contra o cinzeiro ou, pior, jogando-o ao chão e pisando. Um charuto apagado
indevidamente exala um forte cheiro pior que o de cigarro apagado
Zino Davidoff
Também não deve fumar de forma apressada, manter o equilíbrio deste dueto entre o
fumador e o charuto deve ser bem calculado. Quanto mais depressa fumar, menos
aprazível será a experiencia. Fumar como uma chaminé, não so e deselegante como
contrario ao objectivo de fumar um charuto. Alem disso puxar com demasiada
frequência sobreaquece o charuto, que adquirira então um sabor amargo.
Quando conseguir ser sensível as cambiantes do sabor, ira reparar que a primeira
metade do charuto e bem diferente da segunda. De facto, o paladar altera-se a medida
que o charuto vai diminuindo. O fumo ganha intensidade com a redução da quantidade
de tabaco, ate que atinge um ponto (diferente para cada charuto) em que o sabor muda e
não para melhor. A maior parte dos charutos atinge esse ponto depois de fumado 1/3 do
seu comprimento. Alguns fumadores experimentados preferem pousar o charuto antes
desse momento. A maior parte consegue aperceber-se quando o charuto já libertou a sua
verdadeira essência, sendo então que o pousam satisfeitos.