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Colégio Champagnat / Porto Alegre


Ilustração: Arquiteto e Urbanista Daniel Pitta

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“NOSSO CARÁTER
É O RESULTADO DA
NOSSA CONDUTA.”
Aristóteles

EDIÇÃO / 2019 3
ÉTICA DE CADA UM,
RESPONSABILIDADE DE
TODOS
A crise que vivemos, no Brasil e no mundo, não é apenas
econômica. Estamos envolvidos em uma profunda crise de compor-
tamento que confronta a civilização com a barbárie. A barbárie é
desumana e selvagem, fruto da violência imposta pela agressividade
do mais forte. A barbárie é destruidora do progresso, da educação,
da cultura, da igualdade.
Já a CIVILIZAÇÃO é fruto da evolução humana que consolida
o desenvolvimento cultural, político e econômico de uma sociedade.
A palavra tem origem no latim civita que significa cidade e civil e que
é o habitante da cidade. Civilização representa a nossa condição de
viver em cidades, de estar juntos com regras que garantam a paz.
A civilização é um processo social que exige a definição de
comportamentos compartilhados por toda a sociedade. Uma das
principais ferramentas da civilização é a LEI. A lei determina as
normas que regem as relações humanas e estabelecem a ordem que
permite a igualdade e a liberdade para o convívio dos cidadãos. A
palavra também tem origem latina em ligare ou legere, “aquilo que
liga” ou “aquilo que se lê”. A lei é o que liga umas pessoas às outras
para viverem em sociedade.
Mas leis não são imutáveis e são fruto da sociedade de uma
época e de sua conduta moral. A MORAL é o conjunto de compor-
tamentos cotidianos aceitos como corretos pelos indivíduos e que
norteiam suas ações e julgamentos sobre o que é certo ou errado,
bom ou mau. O estudo dos comportamentos morais e a sua racio-
nalização científica e teórica dão origem à ética. A ÉTICA é uma

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reflexão sobre a moral dos indivíduos e tem por objetivo construir
as bases que vão orientar o comportamento destes, indicando a
melhor forma de agir e de se comportar em sociedade. Se a moral é
uma propriedade do caráter de cada um, a ética pode ser considera-
da a regra universal para o comportamento de todos.
A sociedade brasileira determinou, por meio da Lei
12.378/2010, que apenas os profissionais formados Arquitetos e
Urbanistas podem exercer as atividades e atribuições de arquite-
tura e urbanismo. Para tanto, no seu artigo 17, a Lei exigiu a defi-
nição de parâmetros para as condutas dos profissionais por meio
da elaboração de um CÓDIGO DE ÉTICA que disciplina a atuação e
que regula os deveres dos profissionais com a comunidade e com
os demais profissionais. Nesse sentido, os Arquitetos e Urbanistas
tem responsabilidade não apenas com seu próprio trabalho ou com
seus clientes diretos, mas sim com toda a sociedade que nos dele-
gou essa exclusividade, criou o Conselho e exigiu um Código de Ética
para zelar pelo interesse coletivo.
O Código de Ética e Disciplina do CAU, regulado pela
Resolução nº 52/2013, representa a sistematização do acordo
entre todos os Arquitetos e Urbanistas sobre o conjunto de regras
e condutas que devem nortear o nosso comportamento e ativida-
des profissionais. O atendimento ao Código de Ética não é casual
ou opcional, é exatamente como a Lei que todos temos a obriga-
ção de cumprir, mesmo que discordemos ou que não atenda a algum
interesse específico. A construção de um mundo mais civilizado
depende do comportamento ético de cada um de nós e da nossa
atenção às leis e regras que promovem a prosperidade de cada um,
o progresso social e a paz entre todos.

Arquiteto e Urbanista Tiago Holzmann da Silva


Presidente do CAU/RS

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Palácio da Justiça / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto

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O SEGREDO DA
CONDUTA ÉTICA
A prática da Arquitetura e do Urbanismo como ofício é,
antes de tudo, uma atividade de realização profissional pesso-
al. A Arquitetura e o Urbanismo, como reflexo de uma cultura, de
um lugar, de um tempo ou como expressão artística, é o resulta-
do dessa prática. Concebemos mais do que espaços, realizamos
sonhos - grandes e pequenos, individuais e coletivos -, reafirmamos
ou mudamos a estética, somos agentes do protagonismo criativo na
construção das cidades, somos importantes na vida das pessoas.

O segredo da conduta ética é não decepcionar, é fazer o


que se sabe, o que se tem segurança, é reconhecer suas limitações
quando surgirem, é buscar a solução para tudo sempre, é valorizar
e preservar o passado, é realizar o presente com os olhos voltados
para o futuro. Temos responsabilidades para com os nossos contra-
tantes, para com a sociedade, para com os colegas, para com o
nosso conselho profissional; mas, antes de tudo, temos responsabi-
lidades para com a nossa consciência: colocar-se no lugar do outro
é um bom exercício de avaliação de conduta. Recomendamos a leitu-
ra do regramento sobre a conduta ética proposto pelo CAU BR, mas
sem esquecer de que para sermos Arquiteto(a)s e Urbanistas éticos
precisamos antes sermos cidadãos éticos.

Arquiteto e Urbanista Rui Mineiro


Vice-presidente e coordenador da Comissão de Ética e Disciplina do CAU/RS
Torre da Igreja Nossa Senhora das Dores / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto
• Preâmbulo .................................................................................................................. 11
• Funções Deontológicas do Código ................................................................... 13
• Estrutura do Código .............................................................................................. 14
Anexo da Resolução CAU/BR nº 52/2013, que
aprova o Código de Ética e Disciplina

1 - Obrigações Gerais .............................................................................................. 17


2 - Obrigações para com o Interesse Público ................................................ 21
3 - Obrigações para com o Contratante .......................................................... 25
4- Obrigações para com a Profissão ................................................................ 33
5 - Obrigações para com os colegas ............................................................... 36
6 - Obrigações para com o Conselho de Arquitetura ................................. 43

Trechos da Lei nº 12.378, de 31 de dezembro de 2010 .................................. 44


Trechos da Resolução nº 143 de 23 de junho de 2017 ................................... 47
Casa de Cultura Mario Quintana / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto
CÓDIGO DE ÉTICA E
DISCIPLINA DO CONSELHO DE
ARQUITETURA E URBANISMO
DO BRASIL
Aprovado pela Resolução nº 52,
de 06 de setembro de 2013

PREÂMBULO
O Código de Ética e Disciplina define os parâmetros deonto-
lógicos que devem orientar a conduta dos profissionais registrados
nos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo.

As normas reunidas no Código de Ética e Disciplina impõem


elevadas exigências éticas aos arquitetos e urbanistas, as quais se
traduzem em obrigações para com a sociedade e para com a comu-
nidade profissional, além de alçarem o dever geral de urbanidade.
O conjunto normativo deste Código também expressa e reafirma o
compromisso dos arquitetos e urbanistas em assumir as responsa-
bilidades a eles delegadas pela Nação e pelo Estado brasileiro de
autogestão e controle do exercício profissional – responsabilidades
estas reivindicadas há décadas e consubstanciadas no processo de
aprovação da Lei n° 12.378, em 31 de dezembro de 2010.

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A Lei, em seus artigos 17 a 23, materializa a finalidade precí-
pua do Código de Ética e Disciplina, orientando o Conselho de
Arquitetura e Urbanismo do Brasil a instaurar, defender e manter
as normas de conduta dos profissionais. Essa conduta foi histori-
camente delineada a partir de um propósito humanista e preser-
vacionista do patrimônio socioambiental e cultural, e encontra-se
intrinsecamente relacionada com o direito à cidadania e com o aper-
feiçoamento institucional dos campos de atuação da Arquitetura e
Urbanismo.
No que concerne aos aspectos legais coercitivos, este Código
estabelece bases suficientes para proporcionar clareza na identifi-
cação circunstanciada dos fatos, na avaliação das infrações cometi-
das e na aplicação das respectivas sanções disciplinares.
A aplicação harmônica das determinações deontológicas do
Código de Ética e Disciplina será realizada pelos CAU/BR e CAU/UF,
conforme o disposto nas Resoluções que especificam os procedi-
mentos processuais respectivos às etapas de instauração, instru-
ção, defesa, relatório, pedido de reconsideração, recurso à instru-
ção, decisão final, aplicação das eventuais penalidades disciplinares
e a verificação do seu cumprimento.
A processualística presumida nessas Resoluções seguirá,
além do que estabelece a Lei n° 12.378, de 2010, as regras procedi-
mentais constantes nas demais leis do País, uma vez que os arqui-
tetos e urbanistas, essenciais a qualquer sociedade democrática,
sempre estarão sujeitos à Constituição, às leis e aos preceitos éticos
e morais que delas emanam.

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Doravante, os profissionais, assim como as sociedades de
prestação de serviços com atuação no campo da Arquitetura e
Urbanismo, devem orientar sua conduta no exercício da profissão
pelas normas definidas neste Código de Ética e Disciplina.

Funções Deontológicas do Código

Os termos do Código de Ética e Disciplina devem ser inte-


gralmente acatados e obedecidos por todos os arquitetos e urba-
nistas, independentemente do modo de contratação de seus servi-
ços profissionais - como autônomo, como empresário ou gestor,
como assalariado privado ou como servidor público, ou em qualquer
situação administrativa em que exista dependência hierárquica de
responsabilidades, cargos ou funções. Portanto, as normas cons-
tantes neste Código aplicam-se a todas as atividades profissionais e
em todos os campos de atuação no território nacional.
São duas as funções deontológicas deste Código de Ética e
Disciplina. A primeira, e precedente, é a função educacional preven-
tiva, que tem por objetivo a informação pública sobre a dignidade
da Arquitetura e Urbanismo e os deveres de seus profissionais. A
segunda função, subordinada à primeira, é a coercitiva, que admo-
esta e reprime os desacertos procedimentais porventura pratica-
dos pelos indivíduos sujeitos à ética e à disciplina da profissão.

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Estrutura do Código

As normas prescritas neste Código de Ética e Disciplina, embora de-


vam ser consideradas como um todo coordenado e harmônico, estão
estruturadas em uma hierarquia de subordinação relativa, em 3 (três)
classes respectivamente distintas: princípios, regras e recomenda-
ções.
Os princípios são as normas de maior abrangência, cujo cará-
ter teórico abstrato referencia agrupamentos de normas subor-
dinadas. As regras, que são derivadas dos princípios, devem ser
seguidas de forma específica e restrita às circunstâncias objetivas
e concretas. A transgressão às regras será considerada infração
ético-disciplinar imputável.
As recomendações, quando descumpridas, não pressupõem
cominação de sanção, todavia, sua observância ou inobservância
poderão fundamentar argumento atenuante ou agravante para a
aplicação das sanções disciplinares.

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Detalhe da escada do DMAE Hidráulica Moinhos de Vento / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto
Cervejaria Boppe / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto
1. OBRIGAÇÕES GERAIS
1.1 Princípios

1.1.1. O arquiteto e urbanista é um profissional liberal, nos


termos da doutrina trabalhista brasileira, o qual exerce atividades
intelectuais de interesse público e alcance social mediante diver-
sas relações de trabalho. Portanto, esse profissional deve deter, por
formação, um conjunto sistematizado de conhecimentos das artes,
das ciências e das técnicas, assim como das teorias e práticas espe-
cíficas da Arquitetura e Urbanismo.
1.1.2. O processo de formação do arquiteto e urbanista deve
ser estruturado e desenvolvido com o objetivo de assegurar sua
capacitação e habilitação para o desempenho pleno das atividades
profissionais.
1.1.3. O arquiteto e urbanista deve reconhecer, respeitar e
defender as realizações arquitetônicas e urbanísticas como parte
do patrimônio socioambiental e cultural, devendo contribuir para o
aprimoramento deste patrimônio.
1.1.4. O arquiteto e urbanista deve manter e desenvolver seus
conhecimentos, preservando sua independência de opinião, impar-
cialidade, integridade e competência profissional, de modo a contri-
buir, por meio do desempenho de suas atribuições específicas, para
o desenvolvimento do ambiente construído.
1.1.5. O arquiteto e urbanista deve defender os direitos funda-
mentais da pessoa humana, conforme expressos na Constituição
brasileira e em acordos internacionais.

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1.2 Regras

1.2.1. O arquiteto e urbanista deve responsabilizar-se pelas


tarefas ou trabalhos executados por seus auxiliares, equipes, ou
sociedades profissionais que estiverem sob sua administração ou
direção, e assegurar que atuem em conformidade com os melhores
métodos e técnicas.
1.2.2. O arquiteto e urbanista deve exercer, manter e defender
a autonomia própria da profissão liberal, orientando suas decisões
profissionais pela prevalência das suas considerações artísticas,
técnicas e científicas sobre quaisquer outras.
1.2.3. O arquiteto e urbanista deve defender sua opinião,
em qualquer campo da atuação profissional, fundamentando-a na
observância do princípio da melhor qualidade, e rejeitando injun-
ções, coerções, imposições, exigências ou pressões contrárias às
suas convicções profissionais que possam comprometer os valores
técnicos, éticos e a qualidade estética do seu trabalho.
1.2.4. O arquiteto e urbanista deve recusar relações de traba-
lho firmadas em pressupostos não condizentes com os termos
deste Código.
1.2.5. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de
assumir responsabilidades profissionais que extrapolem os limites
de suas atribuições, habilidades e competências, em seus respecti-
vos campos de atuação.
1.2.6. O arquiteto e urbanista responsável por atividade
docente das disciplinas de Arquitetura e Urbanismo deve, além de
deter conhecimento específico sobre o conteúdo a ser ministrado,
ter executado atividades profissionais referentes às respectivas
disciplinas.

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1.3. Recomendações:

1.3.1. O arquiteto e urbanista deve aprimorar seus conheci-


mentos nas áreas relevantes para a prática profissional, por meio de
capacitação continuada, visando à elevação dos padrões de exce-
lência da profissão.
1.3.2. O arquiteto e urbanista deve contribuir para o aperfei-
çoamento e desenvolvimento das tecnologias referentes à concep-
ção e execução das atividades apropriadas às etapas do ciclo de
existência das construções.
1.3.3. O arquiteto e urbanista deve colaborar para que seus
auxiliares ou empregados envolvidos em atividades de sua respon-
sabilidade profissional adquiram conhecimento e aperfeiçoem capa-
cidades e habilidades necessárias ao desempenho de suas funções.
1.3.4. O arquiteto e urbanista deve defender o direito de críti-
ca intelectual fundamentada sobre as artes, as ciências e as técni-
cas da Arquitetura e Urbanismo, colaborando para o seu aperfeiço-
amento e desenvolvimento.
1.3.5. O arquiteto e urbanista deve respeitar os códigos de
ética e disciplina da profissão vigentes nos países e jurisdições
estrangeiras nos quais prestar seus serviços profissionais.

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Pórtico da Hidráulica / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto
2. OBRIGAÇÕES PARA COM
O INTERESSE PÚBLICO

2.1 Princípios

2.1.1. O arquiteto e urbanista deve defender o interesse públi-


co e respeitar o teor das leis que regem o exercício profissional,
considerando as consequências de suas atividades segundo os prin-
cípios de sustentabilidade socioambiental e contribuindo para a boa
qualidade das cidades, das edificações e sua inserção harmoniosa
na circunvizinhança, e do ordenamento territorial, em respeito às
paisagens naturais, rurais e urbanas.
2.1.2. O arquiteto e urbanista deve defender o direito à
Arquitetura e Urbanismo, às políticas urbanas e ao desenvolvi-
mento urbano, à promoção da justiça e inclusão social nas cidades,
à solução de conflitos fundiários, à moradia, à mobilidade, à paisa-
gem, ao ambiente sadio, à memória arquitetônica e urbanística e à
identidade cultural.

2.2 Regras

2.2.1. O arquiteto e urbanista deve considerar o impacto


social e ambiental de suas atividades profissionais na execução de
obras sob sua responsabilidade.

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2.2.2. O arquiteto e urbanista deve respeitar os valores e a
herança natural e cultural da comunidade na qual esteja prestando
seus serviços profissionais.
2.2.3. O arquiteto e urbanista deve, no exercício das ativida-
des profissionais, zelar pela conservação e preservação do patri-
mônio público.
2.2.4. O arquiteto e urbanista deve respeitar o conjunto das
realizações arquitetônicas e urbanísticas do patrimônio histórico e
artístico nacional, estadual, municipal, ou de reconhecido interesse
local.
2.2.5. O arquiteto e urbanista deve considerar, na execução de
seus serviços profissionais, a harmonia com os recursos e ambien-
tes naturais.
2.2.6. O arquiteto e urbanista deve prescindir de utilizar o
saber profissional para emitir opiniões que deturpem consciente-
mente a verdade, persuadindo leigos, a fim de obter resultados que
convenham a si ou a grupos para os quais preste serviço ou os quais
represente.
2.2.7. O arquiteto e urbanista deve adotar soluções que
garantam a qualidade da construção, o bem-estar e a segurança das
pessoas, nos serviços de sua autoria e responsabilidade.
2.2.8. O arquiteto e urbanista, autor de projeto ou respon-
sável pela execução de serviço ou obra, deve manter informação
pública e visível, à frente da edificação objeto da atividade realizada,
conforme o especificado no art. 14 da Lei n° 12.378, de 2010.

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2.3 Recomendações

2.3.1. O arquiteto e urbanista deve ter consciência do caráter


essencial de sua atividade como intérprete e servidor da cultura e
da sociedade da qual faz parte.
2.3.2. O arquiteto e urbanista deve considerar e interpretar
as necessidades das pessoas, da coletividade e dos grupos sociais,
relativas ao ordenamento do espaço, à concepção e execução das
construções, à preservação e valorização do patrimônio arquitetô-
nico, urbanístico, paisagístico e natural.
2.3.3. O arquiteto e urbanista deve envidar esforços para
assegurar o atendimento das necessidades humanas referentes
à funcionalidade, à economicidade, à durabilidade, ao conforto, à
higiene e à acessibilidade dos ambientes construídos.
2.3.4. O arquiteto e urbanista deve subordinar suas decisões
técnicas e opções estéticas aos valores éticos inerentes à profissão.
2.3.5. O arquiteto e urbanista deve promover e divulgar a
Arquitetura e Urbanismo colaborando para o desenvolvimento
cultural e para a formação da consciência pública sobre os valores
éticos, técnicos e estéticos da atividade profissional.
2.3.6. O arquiteto e urbanista deve respeitar a legislação
urbanística e ambiental e colaborar para o seu aperfeiçoamento.

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Palácio da Justiça / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Daniel Pitta
3. OBRIGAÇÕES PARA COM O
CONTRATANTE

3.1 Princípios

3.1.1. O arquiteto e urbanista, nas relações com seus contra-


tantes, deve exercer suas atividades profissionais de maneira cons-
ciente, competente, imparcial e sem preconceitos, com habilidade,
atenção e diligência, respeitando as leis, os contratos e as normas
técnicas reconhecidas.
3.1.2. O arquiteto e urbanista deve orientar sua conduta
profissional e prestar serviços profissionais a seus contratantes
em conformidade com os princípios éticos e morais do decoro,
da honestidade, da imparcialidade, da lealdade, da prudência, do
respeito e da tolerância, assim como os demais princípios discrimi-
nados neste Código.

3.2 Regras

3.2.1. O arquiteto e urbanista deve assumir serviços profissio-


nais somente quando estiver de posse das habilidades e dos conhe-
cimentos artísticos, técnicos e científicos necessários à satisfação
dos compromissos específicos a firmar com o contratante.
3.2.2. O arquiteto e urbanista deve oferecer propostas para a
prestação de serviços somente após obter informações necessárias
e suficientes sobre a natureza e extensão dos serviços profissionais
solicitados por seu contratante.

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3.2.3. O arquiteto e urbanista deve orientar seus contratantes
quanto a valorizações enganosas referentes aos meios ou recursos
humanos, materiais e financeiros destinados à concepção e execu-
ção de serviços profissionais.
3.2.4. O arquiteto e urbanista deve discriminar, nas propos-
tas para contratação de seus serviços profissionais, as informa-
ções e especificações necessárias sobre sua natureza e extensão,
de maneira a informar corretamente os contratantes sobre o obje-
to do serviço, resguardando-os contra estimativas de honorários
inadequadas.
3.2.5. O arquiteto e urbanista deve assumir serviços profissio-
nais somente quando considerar que os recursos materiais e finan-
ceiros necessários estão adequadamente definidos e disponíveis
para o cumprimento dos compromissos a firmar com o contratante.
3.2.6. O arquiteto e urbanista deve prestar seus serviços
profissionais considerando os prazos julgados razoáveis e propor-
cionais à extensão e à complexidade do objeto ou escopo da
atividade.
3.2.7. O arquiteto e urbanista deve prestar seus serviços
profissionais levando em consideração sua capacidade de atendi-
mento em função da complexidade dos serviços.
3.2.8. O arquiteto e urbanista deve, ao comunicar, publicar,
divulgar ou promover seu trabalho, considerar a veracidade das
informações e o respeito à reputação da Arquitetura e Urbanismo.
3.2.9. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de
assumir a autoria de trabalho que não tenha realizado, bem como
de representar ou ser representado por outrem de modo falso ou
enganoso.

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3.2.10. O arquiteto e urbanista deve assumir serviços profis-
sionais somente quando aqueles que lhe prestarem consultorias
estiverem qualificados pela formação, treinamento ou experiência
nas áreas técnicas específicas envolvidas e de sua responsabilidade.
3.2.11. O arquiteto e urbanista deve manter seus contratan-
tes informados sobre o progresso da prestação dos serviços profis-
sionais executados em seu benefício, periodicamente ou quando
solicitado.
3.2.12. O arquiteto e urbanista deve manter seus contratan-
tes informados sobre quaisquer questões ou decisões que possam
afetar a qualidade, os prazos e custos de seus serviços profissionais.
3.2.13. O arquiteto e urbanista deve manter seus contratan-
tes informados sobre quaisquer fatos ou conflitos de interesses que
possam alterar, perturbar ou impedir a prestação de seus serviços
profissionais.
3.2.14. O arquiteto e urbanista deve assumir a responsabilida-
de pela orientação transmitida a seus contratantes.
3.2.15. O arquiteto e urbanista deve manter sigilo sobre os
negócios confidenciais de seus contratantes, relativos à prestação
de serviços profissionais contratados, a menos que tenha consen-
timento prévio formal do contratante ou mandado de autoridade
judicial.

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3.2.16. O arquiteto e urbanista deve recusar-se a receber,
sob qualquer pretexto, qualquer honorário, provento, remuneração,
comissão, gratificação, vantagem, retribuição ou presente de qual-
quer natureza – seja na forma de consultoria, produto, mercadoria
ou mão de obra – oferecidos pelos fornecedores de insumos de seus
contratantes, conforme o que determina o inciso VI do art. 18 da Lei
n° 12.378, de 2010.
3.2.17. O arquiteto e urbanista proprietário ou representante
de qualquer marca ou empresa de material de construção, compo-
nente, equipamento ou patente que venha a ter aplicação em deter-
minada obra, não poderá prestar, em virtude desta qualidade, servi-
ços de Arquitetura e Urbanismo a título gratuito ou manifestamente
sub-remunerados.
3.2.18. O arquiteto e urbanista deve recusar-se a receber
honorários, pagamentos, ou vantagens de duas partes de um mesmo
contrato vigente.

3.3 Recomendação

3.3.1. O arquiteto e urbanista deve exigir dos contratantes ou


empregadores uma conduta recíproca conforme a que lhe é imposta
por este Código.

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Observatório UFRGS / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto
Vila Flores / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto
4. OBRIGAÇÕES PARA COM A
PROFISSÃO
4.1 Princípios

4.1.1. O arquiteto e urbanista deve considerar a profissão


como uma contribuição para o desenvolvimento da sociedade.
4.1.2. O respeito e defesa da profissão devem ser compre-
endidos como relevante promoção da justiça social e importante
contribuição para a cultura da humanidade.

4.2 Regras

4.2.1. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de


contratar, representar ou associar-se a pessoas que estejam sob
sanção disciplinar, excluídas ou suspensas por seus respectivos
conselhos profissionais.
4.2.2. O arquiteto e urbanista deve empenhar-se para que
seus associados, representantes e subordinados conduzam seus
serviços profissionais, realizados em comum, em conformidade com
o mesmo padrão ético e disciplinar da profissão.
4.2.3. O arquiteto e urbanista, ao exercer a docência profis-
sional, deve contribuir para a formação acadêmica, tendo em vista a
aquisição de competências e habilidades plenas para o exercício da
Arquitetura e Urbanismo.

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4.2.4. O arquiteto e urbanista, ao exercer a docência profis-
sional, deve cumprir as ementas e os conteúdos programáticos
das disciplinas de Arquitetura e Urbanismo constantes no projeto
pedagógico.
4.2.5. O arquiteto e urbanista, ao exercer a docência profis-
sional, deve divulgar os princípios deste Código, entre os profissio-
nais em formação.
4.2.6. O arquiteto e urbanista deve denunciar fato de seu
conhecimento que transgrida a ética profissional e as obrigações
deste Código.
4.2.7. O arquiteto e urbanista deve evitar assumir simultane-
amente diferentes responsabilidades técnicas, que sejam incompa-
tíveis quanto a sua extensão, conteúdos, distâncias e jornadas de
trabalho sobrepostas.
4.2.8. O arquiteto e urbanista, quando chamado a cumprir
tarefas de fiscalização, controle ou gerenciamento técnico de
contratos de serviços de Arquitetura e Urbanismo, deve abster-se
de qualquer atitude motivada por interesses privados que compro-
metam seus deveres profissionais, devendo sempre fundamentar
claramente suas decisões e pareceres em critérios estritamente
técnicos e funcionais.
4.2.9. O arquiteto e urbanista, em qualquer situação em que
deva emitir parecer técnico, nomeadamente no caso de litígio entre
projetista, dono de obra, construtor ou entidade pública, deve agir
sempre com imparcialidade, interpretando com rigor técnico estrito
e inteira justiça as condições dos contratos, os fatos técnicos perti-
nentes e os documentos normativos existentes.

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4.2.10. O arquiteto e urbanista deve condicionar todo compro-
misso profissional à formulação e apresentação de proposta técni-
ca que inclua com detalhe os produtos técnicos a serem produzidos,
sua natureza e âmbito, as etapas e prazos, a remuneração proposta
e sua forma de pagamento. A proposta deve ser objeto de contra-
to escrito entre o profissional e o seu contratante, o qual deve ter
também em conta as demais disposições deste Código.

4.3 Recomendações

4.3.1. O arquiteto e urbanista deve apresentar propostas de


custos de serviços de acordo com as tabelas indicativas de honorá-
rios aprovadas pelo CAU/BR, conforme o inciso XIV do art. 28 da Lei
n° 12.378, de 2010.
4.3.2. O arquiteto e urbanista deve empenhar-se na promo-
ção pública da profissão.
4.3.3. O arquiteto e urbanista deve contribuir para o desen-
volvimento do conhecimento, da cultura e do ensino relativos à
profissão.
4.3.4. O arquiteto e urbanista deve colaborar para o aperfei-
çoamento e atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais para
o curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo.
4.3.5. O arquiteto e urbanista deve empenhar-se em partici-
par e contribuir em fóruns culturais, técnicos, artísticos e científi-
cos referentes à atividade profissional

33
4.3.6. O arquiteto e urbanista deve, em concurso com o CAU,
empenhar-se na preservação da documentação de projetos, obras
e outros serviços de Arquitetura e Urbanismo, visando garantir o
acesso da sociedade e das novas gerações de profissionais à histó-
ria da profissão.
4.3.7. O arquiteto e urbanista deve manter-se informado
sobre as normas que regulamentam o exercício da profissão, obri-
gando-se a seguir os procedimentos nelas contidos.
4.3.8. O arquiteto e urbanista deve contribuir para ações de
interesse geral no domínio da Arquitetura e Urbanismo, participan-
do na discussão pública de problemas relevantes nesse âmbito.
4.3.9. O arquiteto e urbanista deve favorecer a integração
social estimulando a participação dos cidadãos no debate arquite-
tônico e urbanístico e no processo decisório sobre a cidade, em tudo
o que diz respeito ao ambiente, ao urbanismo e à edificação.

Fundação Iberê Camargo / Porto Alegre


Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto

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Floreira dos Jardins - DMAE Hidráulica / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto
Pátio Ivo Rizzo / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto
5. OBRIGAÇÕES PARA COM OS
COLEGAS

5.1 Princípios

5.1.1. O arquiteto e urbanista deve considerar os colegas


como seus pares, detentores dos mesmos direitos e dignidade
profissionais e, portanto, deve tratá-los com respeito, enquanto
pessoas e enquanto produtores de relevante atividade profissional.
5.1.2. O arquiteto e urbanista deve construir sua reputação
tão somente com base na qualidade dos serviços profissionais que
prestar.

5.2 Regras

5.2.1. O arquiteto e urbanista deve repudiar a prática de


plágio e de qualquer apropriação parcial ou integral de propriedade
intelectual de outrem.
5.2.2. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de
oferecer vantagem ou incentivo material ou pecuniário a outrem,
visando favorecer indicação de eventuais futuros contratantes.
5.2.3. O arquiteto e urbanista deve estipular os honorários ou
quaisquer remunerações apenas quando solicitado a oferecer servi-
ços profissionais.

37
5.2.4. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de
propor honorários ou quaisquer remunerações por serviços profis-
sionais visando obter vantagem sobre propostas conhecidas, já
apresentadas por colegas concorrentes para os mesmos objetivos.
5.2.5. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de
realizar trabalhos de avaliação crítica, perícia, análise, julgamento,
mediação ou aprovação de projetos ou trabalhos do qual seja autor
ou de cuja equipe realizadora faça parte.
5.2.6. O arquiteto e urbanista deve abster-se de emitir refe-
rências depreciativas, maliciosas, desrespeitosas, ou de tentar
subtrair o crédito do serviço profissional de colegas.
5.2.7. O arquiteto e urbanista, ao tomar conhecimento da
existência de colegas que tenham sido convidados pelo contratante
para apresentar proposta técnica e financeira referente ao mesmo
serviço profissional, deve informá-los imediatamente sobre o fato.
5.2.8. O arquiteto e urbanista, quando convidado a emitir
parecer ou reformular os serviços profissionais de colegas, deve
informá-los previamente sobre o fato.
5.2.9. O arquiteto e urbanista empregador deve cumprir
o disposto na Lei n° 4.950-A, de 22 de abril de 1966, conferindo a
remuneração mínima prevista nessa Lei aos arquitetos e urbanistas
empregados por ele.
5.2.10. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de
associar seu nome a pessoas, firmas, organizações ou empresas
executoras de serviços profissionais sem a sua real participação nos
serviços por elas prestados.

38
5.2.11. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de
exercer a atividade de crítica da Arquitetura e Urbanismo a fim de
obter vantagens concorrenciais sobre os colegas.
5.2.12. O arquiteto e urbanista deve reconhecer e registrar,
em cada projeto, obra ou serviço de que seja o autor, as situações
de coautoria e outras participações, relativamente ao conjunto ou à
parte do trabalho em realização ou realizado.
5.2.13. O arquiteto e urbanista que desempenhar atividades
nos órgãos técnicos dos poderes públicos deve restringir suas deci-
sões e pareceres ao cumprimento das leis e regulamentos em vigor,
com isenção e em tempo útil, não podendo, nos processos em que
atue como agente público, ser parte em qualquer um deles, nem
exercer sua influência para favorecer ou indicar terceiros a fim de
dirimir eventuais impasses nos respectivos processos, tampouco
prestar a colegas informações privilegiadas, que detém em razão de
seu cargo.
5.2.14. O arquiteto e urbanista encarregado da direção, fisca-
lização ou assistência técnica à execução de obra projetada por
outro colega deve declarar-se impedido de fazer e de permitir que
se façam modificações nas dimensões, configurações e especifica-
ções e outras características, sem a prévia concordância do autor.
5.2.15. O arquiteto e urbanista deve rejeitar qualquer servi-
ço associado à prática de reprodução ou cópia de projetos de
Arquitetura e Urbanismo de outrem, devendo contribuir para evitar
práticas ofensivas aos direitos dos autores e das obras intelectuais.
5.2.16. O arquiteto e urbanista, enquanto membro de equipe
ou de quadro técnico de empresa ou de órgão público, deve colabo-
rar para o legítimo acesso de seus colegas e colaboradores às devi-
das promoções e ao desenvolvimento profissional, evitando o uso
de artifícios ou expedientes enganosos que possam prejudicá-los.

39
Centro Histórico / Pelotas
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Noé Vega Cotta de Mello

40
5.3. Recomendações:

5.3.1. O arquiteto e urbanista deve defender e divulgar a legis-


lação referente ao Direito Autoral em suas atividades profissionais
e setores de atuação.
5.3.2. O arquiteto e urbanista deve promover e apoiar a crítica
intelectual fundamentada da Arquitetura e Urbanismo, como práti-
ca necessária ao desenvolvimento da profissão.
5.3.3. O arquiteto e urbanista deve proporcionar bom ambien-
te de trabalho aos colegas associados ou empregados, e contribuir
para o aperfeiçoamento profissional destes.

41
Saguão Biblioteca PUCRS / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto
6. OBRIGAÇÕES PARA COM O
CONSELHO DE ARQUITETURA E
URBANISMO – CAU
6.1 Princípio

6.1.1. O arquiteto e urbanista deve reconhecer e respeitar o


Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) como órgão de regula-
ção e fiscalização do exercício da Arquitetura e Urbanismo, e cola-
borar no aperfeiçoamento do desempenho do Conselho nas ativida-
des concernentes às suas funções e prerrogativas legais.

6.2 Regras

6.2.1. O arquiteto e urbanista deve colaborar com o CAU em


suas atividades de orientação, disciplina e fiscalização do exercício
profissional.
6.2.2. O arquiteto e urbanista deve colaborar com o CAU para
o aperfeiçoamento da prática regular da profissão.
6.2.3. O arquiteto e urbanista que se comprometer a assumir
cargo de conselheiro do CAU deve conhecer as suas responsabilida-
des legais e morais.

43
6.3 Recomendações

6.3.1. O arquiteto e urbanista deve colaborar com o CAU e


empenhar-se para o aperfeiçoamento da legislação que regulamen-
ta o exercício da Arquitetura e Urbanismo.
6.3.2. O arquiteto e urbanista deve colaborar com o CAU
para o aperfeiçoamento da legislação pertinente às atividades da
Arquitetura e Urbanismo e as correlatas nos níveis da União, dos
Estados e dos Municípios.
6.3.3. O arquiteto e urbanista deve empenhar-se no conhe-
cimento, na aplicação, no aperfeiçoamento, na atualização e na
divulgação deste Código de Ética e Disciplina, reportando ao CAU e
às entidades profissionais as eventuais dificuldades relativas a sua
compreensão e a sua aplicabilidade cotidiana.

*LEI Nº 12.378, DE 31 DE DEZEMBRO


DE 2010
Regulamenta o exercício da Arquitetura e Urbanismo; cria
o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - CAU/BR e os
Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito
Federal - CAUs.
Art. 18. Constituem infrações disciplinares, além de outras
definidas pelo Código de Ética e Disciplina:

44
I - registrar projeto ou trabalho técnico ou de criação no
CAU, para fins de comprovação de direitos autorais e formação de
acervo técnico, que não haja sido efetivamente concebido, desen-
volvido ou elaborado por quem requerer o registro;
II - reproduzir projeto ou trabalho técnico ou de criação, de
autoria de terceiros, sem a devida autorização do detentor dos direi-
tos autorais;
III - fazer falsa prova de quaisquer documentos exigidos para
o registro no CAU;
IV - delegar a quem não seja arquiteto e urbanista a execução
de atividade privativa de arquiteto e urbanista;
V - integrar sociedade de prestação de serviços de arquitetu-
ra e urbanismo sem nela atuar, efetivamente, com objetivo de viabili-
zar o registro da empresa no CAU, de utilizar o nome “arquitetura” ou
“urbanismo” na razão jurídica ou nome fantasia ou ainda de simular
para os usuários dos serviços de arquitetura e urbanismo a existên-
cia de profissional do ramo atuando;
VI - locupletar-se ilicitamente, por qualquer meio, às custas
de cliente, diretamente ou por intermédio de terceiros;
VII - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas a clien-
te de quantias que houver recebido dele, diretamente ou por inter-
médio de terceiros;
VIII - deixar de informar, em documento ou peça de comu-
nicação dirigida a cliente, ao público em geral, ao CAU/BR ou aos
CAUs, os dados exigidos nos termos desta Lei;

45
IX - deixar de observar as normas legais e técnicas pertinen-
tes na execução de atividades de arquitetura e urbanismo;
X - ser desidioso na execução do trabalho contratado;
XI - deixar de pagar a anuidade, taxas, preços de serviços
e multas devidos ao CAU/BR ou aos CAUs, quando devidamente
notificado;
XII - não efetuar Registro de Responsabilidade Técnica quan-
do for obrigatório.

* Trecho da Lei nº 12.378, de 31 de dezembro de 2010 que se


refere às infrações ético-disciplinares além de outras definidas no
Código de Ética e Disciplina do CAU/BR.

Parque Farroupilha / Porto Alegre


Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto
RESOLUÇÃO Nº 143, DE 23
DE JUNHO DE 2017
Dispõe sobre as normas para condução do processo ético-
-disciplinar no âmbito dos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo
dos Estados e do Distrito Federal (CAU/UF) e do Conselho de
Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), para aplicação e
execução das sanções de mesma natureza, para o pedido de revisão
e para a reabilitação profissional, e dá outras providências.

CAPÍTULO VII
Das sanções ético-disciplinares

SEÇÃO I
Das Espécies de Sanção Ético-Disciplinar

Art. 62. São sanções ético-disciplinares, nos termos do art.


19 da Lei n° 12.378, de 2010:
I - advertência;
II - suspensão entre 30 (trinta) dias e (um) ano do exercício da
atividade de Arquitetura e Urbanismo em todo o território nacional;
III - cancelamento do registro;

47
IV - multa no valor entre 1 (uma) a 10 (dez) anuidades.
Parágrafo único. A sanção de advertência será aplicada nas
seguintes modalidades:
I - advertência reservada;
II - advertência pública.
Art. 63. A advertência reservada é sanção ético-disciplinar
que consiste em repreensão, por infração ético-disciplinar, conside-
rada como conduta ofensiva à reputação profissional, cuja gravida-
de prescinde de torná-la de conhecimento público.
Art. 64. A advertência pública é sanção ético-disciplinar que
consiste em repreensão, por infração ético-disciplinar, considera-
da como conduta ofensiva à reputação profissional, cuja gravidade
torne necessário seu conhecimento público.
Art. 65. A suspensão é sanção ético-disciplinar que consis-
te em interrupção compulsória, por tempo determinado, do regis-
tro profissional do infrator, tempo no qual ele ficará impedido de
exercer a profissão de Arquitetura e Urbanismo em todo o território
nacional.
Art. 66. O cancelamento do registro é sanção ético-disci-
plinar que consiste na interrupção compulsória e permanente do
registro profissional do infrator, ficando ele impedido de exercer a
profissão de Arquitetura e Urbanismo em todo o território nacional.
Parágrafo único. O registro profissional cancelado poderá
ser restabelecido por meio de procedimento de reabilitação profis-
sional, nos termos do art. 117.
Art. 67. A multa é sanção ético-disciplinar que consiste em
punição pecuniária, podendo ser aplicada cumulativamente com as
demais sanções, nos termos do art. 19, § 4° da Lei n° 12.378, de 2010.

48
SEÇÃO II
Da Aplicação das Sanções Ético-Disciplinares

SUBSEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 68. A aplicação das sanções corresponde às atividades


de fixação e cálculo das sanções adequadas às infrações constata-
das por meio do processo ético-disciplinar.
§ 1° Por sanção adequada entende-se aquela que atende aos
preceitos e limites previstos nesta Resolução.
§ 2° As sanções aplicadas em processo ético-disciplinar
somente serão executadas após o trânsito em julgado da decisão.

SUBSEÇÃO II
Da Fixação das Sanções

Art. 69. Para cada infração constatada no processo ético-


-disciplinar será fixada uma sanção correspondente, sem prejuízo
da aplicação cumulativa de multa nos termos do art. 67, respei-
tadas as cominações estabelecidas no Anexo desta Resolução.

Parágrafo único. A fixação de uma sanção dentre várias


previstas para determinada infração ético-disciplinar, nos termos
do caput deste artigo, deverá considerar a natureza, a gravidade e
os danos resultantes da conduta, analisada em face dos fatos e das
circunstâncias averiguadas.

49
SUBSEÇÃO III
Do Cálculo das Sanções

Art. 70. O cálculo das sanções ético-disciplinares deverá


considerar, de início, o limite mínimo previsto para cada sanção; em
seguida serão consideradas as circunstâncias agravantes atenuan-
tes, nessa ordem, devendo os agravamentos e as atenuações serem
calculados de acordo com as frações e limites ou nos intervalos
previstos no Anexo desta Resolução.
§ 1° Uma vez cominada a sanção de advertência a uma infra-
ção ético-disciplinar, nos termos do Anexo desta Resolução, o
limite mínimo será a modalidade advertência reservada, caso as
duas modalidades tenham sido previstas, efetuando-se os agrava-
mentos para modalidade pública e as atenuações para modalidade
reservada.
§ 2° A sanção de suspensão poderá ser agravada ou atenu-
ada de acordo com as frações e limites ou nos intervalos previstos
no Anexo desta Resolução, calculando-se os agravamentos ou as
atenuações sobre o intervalo previsto para sanção.
§ 3° A sanção de cancelamento do registro aplica-se direta-
mente, sem a necessidade de cálculo.
§ 4° A sanção de multa poderá ser agravada ou atenua-
da de acordo com as frações e limites ou nos intervalos previstos
no Anexo desta Resolução, calculando-se os agravamentos ou as
atenuações sobre o intervalo previsto para sanção.

50
§ 5° Caberá às CED/UF e à CED-CAU/BR apreciar e delibe-
rar sobre o cálculo das sanções ético-disciplinares nos casos não
previstos em relação ao art. 1°, § 2° desta Resolução, competindo
aos respectivos plenários o julgamento.
Art. 71. A atenuação da sanção ético-disciplinar não pode-
rá torná-la inferior ao mínimo estabelecido para as sanções defini-
das no art. 19 da Lei n° 12.378, de 2010, e o agravamento não poderá
torná-la superior ao máximo estabelecido para as sanções comina-
das a cada infração ético-disciplinar no Anexo desta Resolução.
Parágrafo único. As recomendações constantes do Código
de Ética e Disciplina do CAU/BR poderão ser utilizadas em qualquer
grau de jurisdição para agravamento ou atenuação de sanção a ser
aplicada em processo ético-disciplinar.

51
SUBSEÇÃO IV
Das Circunstâncias Agravantes e Atenuantes

Art. 72. São circunstâncias agravantes, além das decor-


rentes de inobservância das recomendações do Código de Ética e
Disciplina do CAU/BR:
I - imprudência;
II - negligência;
III - imperícia;
IV - erro técnico;
V - uso de má-fé;
VI - danos temporários à integridade física;
VII - danos permanentes à integridade física;
VIII - causa mortis;
IX - dano material reversível; X - dano material irreversível;
XI - dano reversível ao meio ambiente natural e construído;
XII - dano irreversível ao meio ambiente natural e construído.

Parágrafo único. Para efeito desta Resolução, considera-se:


I – imprudência, a falta cometida por quem, sabendo das
consequências de determinada ação profissional, age sem as previ-
sões e cautelas necessárias;
II – negligência, a falta que se caracteriza pelo descuido ou
displicência na execução dos encargos e etapas concernentes à
prática de uma atividade profissional;

52
III – imperícia, a falta, consciente ou não, que se caracteriza
pela ignorância, inexperiência ou inabilidade acerca dos procedi-
mentos técnicos necessários para que se execute com eficiência um
encargo ou serviço profissional;
IV - erro técnico, a falta que consiste na aplicação de solução
técnica inadequada;
V - má-fé, o modo de agir intencional para prejudicar terceiros;
VI - dano à integridade física, o mal corpóreo que sofre uma
pessoa, em consequência de uma determinada atividade profissional;
VII - causa mortis, a ação profissional determinante da
morte de alguém;
VIII - dano material, a perda ou o prejuízo decorrente de ação
profissional que fere diretamente um bem patrimonial, diminuindo o
seu valor, restringindo a sua utilidade, ou mesmo a anulando;
IX - dano ao meio ambiente natural e construído, a ação
profissional que resulta em prejuízo ou risco a ecossistemas natu-
rais ou sistemas urbanos.
Art. 73. A reincidência em infrações a quaisquer regras do
Código de Ética e Disciplina do CAU/BR, bem como àquelas defini-
das no art. 18 da Lei n° 12.378, de 2010, implicará o agravamento ao
limite máximo da sanção correspondente.
Parágrafo único. A reincidência, por mais de 3 (três) vezes, no
prazo de 5 (cinco) anos, poderá resultar em processo ético-discipli-
nar e aplicar ao infrator uma suspensão que variará de 180 (cento e
oitenta) a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, acrescida de multa
no valor equivalente a 10 (dez) vezes o valor da anuidade.
Art. 74. Caberá às partes envolvidas em processo

53
ético-disciplinar apresentar provas para efeito de agravamento ou
atenuação das sanções aplicáveis nos termos das recomendações
constantes do Código de Ética e Disciplina do CAU/BR.

SUBSEÇÃO V
Do Concurso de Infrações Ético-Disciplinares

Art. 75. Quando, em um mesmo processo, apurar-se que o


profissional, mediante mais de uma ação ou omissão, praticou duas
ou mais infrações ético-disciplinares, idênticas ou não, ter-se-á
configurado o concurso material, caso em que serão aplicadas, cumu-
lativamente, as sanções de mesma natureza correspondentes às faltas
em que haja incorrido, no caso de suspensão e multa.
§ 1° As sanções de advertência reservada, advertência públi-
ca e cancelamento não serão aplicadas de forma cumulada nos
termos do caput deste artigo, devendo-se considerar apenas uma
delas dentre as de mesma natureza.
§ 2° Se, do resultado final do concurso material, restar apli-
cada mais de uma sanção de natureza advertência reservada, adver-
tência pública, suspensão e cancelamento, em qualquer combinação,
somente a mais grave delas será considerada para fins punitivos,
sem prejuízo da aplicação cumulativa de multa nos termos do art. 67.
Art. 76. Quando, em um mesmo processo, apurar-se que
o profissional, mediante uma só ação ou omissão, praticou duas
ou mais infrações ético-disciplinares, idênticas ou não, ter-se-á

54
configurado o concurso formal, caso em que será aplicada a mais
grave das sanções cabíveis, dentre as de mesma natureza, ou, se
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de
um sexto até metade do intervalo, no caso de suspensão e multa.
§ 1° As sanções de advertência reservada, advertência públi-
ca e cancelamento não serão aplicadas de forma cumulada nos
termos do caput deste artigo, devendo-se considerar apenas uma
delas dentre as de mesma natureza.
§ 2° As sanções calculadas nos termos do caput deste artigo
não poderão ser superiores ao somatório de cada uma das sanções
consideradas individualmente.
§ 3° Se, do resultado final do concurso formal, restar aplicada
mais de uma sanção de natureza advertência reservada, advertên-
cia pública, suspensão e cancelamento, em qualquer combinação,
somente a mais grave delas será considerada para fins punitivos,
sem prejuízo da aplicação cumulativa de multa nos termos do art. 67.

Parque da Redenção / Porto Alegre


Ilustração: Arquiteto e Urbanista Daniel Pitta
55
CAPÍTULO VIII
DA EXECUÇÃO DA DECISÃO

SEÇÃO I
Da Competência para Execução da Decisão

Art. 77. Compete ao CAU/UF com jurisdição no local de ocor-


rência da infração a execução das decisões proferidas nos processos
ético-disciplinares de que resulte a aplicação de sanções por viola-
ção ao art. 18 da Lei n° 12.378, de 2010, ou às regras do Código de Ética
e Disciplina do CAU/BR.
Parágrafo único. A execução da decisão ocorrerá imediata-
mente após certificado o seu trânsito em julgado.

SEÇÃO II
Da Execução da Sanção de Advertência Reservada

Art. 78. A advertência reservada deverá ser executada por


meio de ofício declaratório, emitido pelo CAU/UF e assinado pelo
presidente, entregue ao infrator, de forma confidencial, por meio do
Sistema de Informação e Comunicação do CAU (SICCAU), advertin-
do-o sobre a infração cometida.

§ 1° Na intimação do trânsito em julgado da decisão, o infra-


tor deverá ser informado da obrigatoriedade de acessar o SICCAU,
ambiente profissional, para leitura do ofício declaratório, condição
necessária para acessar as demais funcionalidades desse sistema.

56
Porto Cais Mauá / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto

57
§ 2° No ofício declaratório deverão constar as informações
relativas ao processo julgado, o motivo da advertência reservada e
o dispositivo legal a que se refere.
§ 3° Na impossibilidade de utilização do sistema SICCAU, o
infrator deverá comparecer à sede do CAU/UF para recebimento,
em mãos, de forma confidencial, do ofício declaratório.
Art. 79. A advertência reservada deverá ser anotada nos
assentamentos do profissional e terá caráter confidencial, não
sendo permitida sua publicação por qualquer meio.
Parágrafo único. A anotação nos assentamentos do profis-
sional independe da leitura por meio do SICCAU ou da entrega, em
mãos, do ofício declaratório.

SEÇÃO III
Da Execução da Sanção de Advertência Pública

Art. 80. A advertência pública deverá ser executada por meio


de ofício declaratório publicado pelo CAU/UF em meio impresso e
telemático.
§ 1° Na intimação do trânsito em julgado da decisão, o infra-
tor deverá ser informado da advertência pública por meio do envio
de cópia do ofício declaratório.
§ 2° No ofício declaratório deverão constar as informações
relativas ao processo julgado, o motivo da advertência pública e o
dispositivo legal a que se refere.

58
§ 3° A publicação da advertência pública deverá ser realiza-
da, por meio impresso, em quadro de avisos na sede do CAU/UF por
meio telemático, no sítio eletrônico do CAU/UF, na rede mundial de
computadores, pelo período de 30 (trinta) dias; em algum dos prin-
cipais meios de comunicação no Estado e no Município do endereço
de registro do infrator ou no Diário Oficial da União (DOU).
Art. 81. A advertência pública deverá ser anotada nos assen-
tamentos do profissional.
Parágrafo único. A anotação nos assentamentos do profis-
sional independe da publicação do ofício declaratório.

SEÇÃO IV
Da Execução da Sanção de Suspensão

Art. 82. A suspensão deverá ser executada mediante a inter-


rupção do registro profissional pelo período determinado na deci-
são de julgamento do processo ético-disciplinar.
§ 1° Na intimação do trânsito em julgado da decisão, o infra-
tor deverá ser informado da suspensão por meio de ofício declara-
tório e a obrigatoriedade de comparecimento à sede do CAU/UF, no
prazo máximo de 10 (dez) dias, para seu recebimento.
§ 2° No ofício declaratório deverão constar as informações
relativas ao processo julgado, o motivo e o período da suspensão e o
dispositivo legal a que se refere, além do aviso de bloqueio do acesso
ao Sistema de Informação e Comunicação do CAU (SICCAU).

59
Art. 83. O ofício declaratório de suspensão deverá ser publi-
cado, por meio impresso, em quadro de avisos na sede do CAU/UF e,
por meio telemático, no sítio eletrônico do CAU/UF, na rede mundial
de computadores, pelo período de duração da suspensão; em algum
dos principais meios de comunicação no Estado e no Município do
endereço de registro do infrator ou no Diário Oficial da União (DOU).
Art. 84. A suspensão deverá ser anotada nos assentamentos
do profissional, bloqueando-se, desde logo, o acesso ao SICCAU.
Parágrafo único. A anotação nos assentametos do profissional
e o bloqueio de acesso, nos termos do caput deste artigo, independem
da efetiva interrupção do registro profissional, do recebimento ou da
publicação do ofício declaratório.

SEÇÃO V
Da Execução da Sanção de Cancelamento do
Registro

Art. 85. O cancelamento do registro deverá ser executado


mediante a interrupção permanente do registro profissional.
§ 1° Na intimação do trânsito em julgado da decisão, o infra-
tor deverá ser informado do cancelamento do registro por meio de
ofício declaratório e da obrigatoriedade de comparecimento à sede
do CAU/UF, no prazo máximo de 10 (dez) dias, para seu recebimento
e devolução da carteira de identidade profissional, além do aviso de
bloqueio do acesso ao Sistema de Informação e Comunicação do
CAU (SICCAU).

60
§ 2° No ofício declaratório deverão constar as informações
relativas ao processo julgado, o motivo do cancelamento do registro
e o dispositivo legal a que se refere.
Art. 86. O ofício declaratório de cancelamento do registro
deverá ser publicado, por meio impresso, em quadro de avisos na
sede do CAU/UF, pelo período de 1 (um) ano, e, por meio telemáti-
co, no sítio eletrônico do CAU/UF, na rede mundial de computado-
res, por período indeterminado; em algum dos principais meios de
comunicação no Estado e no Município do endereço de registro do
infrator ou no Diário Oficial da União (DOU).
Art. 87. O cancelamento do registro deverá ser anotado nos
assentamentos do profissional, bloqueando-se, desde logo, o aces-
so ao SICCAU.
Parágrafo único. A anotação nos assentamentos do profis-
sional e o bloqueio de acesso, nos termos do caput deste artigo,
independem da efetiva interrupção do registro profissional, do
recebimento ou da publicação do ofício declaratório ou da devolu-
ção da carteira de identidade profissional.

61
SEÇÃO VI
Da Execução da Sanção de Multa

Art. 88. A multa deverá ser executada mediante emissão


e envio de boleto bancário com o prazo de 30 (trinta) dias para
pagamento.
§ 1° Na intimação do trânsito em julgado da decisão, o infra-
tor deverá ser informado da multa mediante ofício declaratório e da
obrigatoriedade de pagamento, no prazo, do boleto enviado anexo.
§ 2° No caso de aplicação cumulativa de multa com adver-
tência reservada, advertência pública, suspensão ou cancelamento
do registro, as informações sobre as sanções deverão ser consoli-
dadas em um único ofício declaratório.
Art. 89. No caso de aplicação, exclusivamente, da sanção de
multa, ou, cumulativamente, de multa com advertência reservada,
o ofício declaratório não será publicado, prevalecendo o caráter
confidencial.
Parágrafo único. No caso de aplicação cumulativa de multa
com advertência pública, suspensão ou cancelamento do registro,
o período de publicação do ofício declaratório consolidado seguirá
o período de publicação da advertência pública, da suspensão ou do
cancelamento do registro, conforme o caso.
Art. 90. A sanção de multa deverá ser anotada nos assenta-
mentos do profissional.
Parágrafo único. A anotação nos assentamentos do profis-
sional independe do pagamento da multa.

62
ANEXO CAPÍTULO I
Sanções cominadas por infração aos incisos I a XII do
Art. 18 da Lei nº 12.378, de 31 de dezembro de 2010.

SANÇÕES COMINADAS

63
CAPÍTULO II
Sanções cominadas por infração ao Código de
Ética e Disciplina do CAU/BR
(Anexo da Resolução CAU/BR nº 143, de 23 de junho de 2017)

1. OBRIGAÇÕES GERAIS
Sanções Cominadas

64
2. OBRIGAÇÕES PARA COM O INTERESSE PÚLICO
Sanções Cominadas

65
3. OBRIGAÇÕES PARA COM O CONTRATANTE
Sanções Cominadas

66
4. OBRIGAÇÕES PARA COM A PROFISSÃO
Sanções Cominadas

67
5. OBRIGAÇÕES PARA COM OS COLEGAS
Sanções Cominadas

68
6. OBRIGAÇÕES PARA COM O CONSELHO DE
ARQUITETURA E URBANISMO - CAU
Sanções Cominadas

69
CAPÍTULO III
FRAÇÕES OU LIMITES DAS CIRCUNSTÂNCIAS
AGRAVANTES DOS INCISOS I A XII DO ART. 72 DA
RES. CAU/BR Nº 143, DE 2017.

70
COMISSÃO DE ÉTICA E
DISCIPLINA DO CAU/RS

Titulares Suplentes

Coordenador:
Rui Mineiro Deise Flores Santos

Coordenador adjunto:
Noé Vega Cotta de Mello Roberta Krahe Edelweiss

Rodrigo Spinelli Maurício Zuchetti


Roberto Luiz Decó Marcia Elizabeth Martins

71
Cidade Baixa / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Daniel Pitta

72
GESTÃO CAU/RS - 2018/2020
TITULARES SUPLENTES

Presidente:
Tiago Holzmann da Silva Marta Floriani Volkmer

Vice-Presidente:
Rui Mineiro Deise Flores Santos

Conselheiros:
Alvino Jara Felipe José Trucolo
Claudio Fischer Ana Rosa Sulzbach Cé
Clovis Ilgenfritz da Silva Carlos Fabiano Santos Pitzer
Helenice Macedo do Couto Marisa Potter
José Arthur Fell Antônio Cesar Cassol da Rocha
Manoel Joaquim Tostes Renata Camilo Maraschin
Matias Revello Vazquez Bernardo Henrique Gehlen
Noé Vega Cotta de Mello Roberta Krahe Edelweiss
Oritz Adriano Adams de Campos Evelise Jaime de Menezes
Paulo Fernando do Amaral Fontana Orildes Tres
Paulo Ricardo Bregatto Alexandre Couto Giorgi
Priscila Terra Quesada Emilio Merino Dominguez
Raquel Rhoden Bresolin Rodrigo Rintzel
Roberto Luiz Decó Marcia Elizabeth Martins
Rodrigo Spinelli Maurício Zuchetti
Rômulo Plentz Giralt Magali Mingotti
Sérgio Luiz Duarte Zimmermann
Vinicius Vieira de Souza Jorge Luís Stocker Júnior

Conselheiro Federal
Ednezer Flores Briane Bicca (In Memoriam)

73
Praça da Matriz / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Daniel Pitta

74
Agradecimento

Ao CAU/GO por disponibilizar o uso do e-Book para servir


como referência para esta publicação.

Ilustrações

Arquitetos e Urbanistas:
- Daniel Pitta
- Noé Vega Cotta de Mello
- Paulo Ricardo Bregatto

CONTATO
PORTO ALEGRE
Rua Dona Laura, 320 - 14º andar,
Bairro Rio Branco | CEP 90430-090
(51) 3094-9800 | atendimento@caurs.gov.br

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Praça da Alfandega / Porto Alegre
Ilustração: Arquiteto e Urbanista Paulo Ricardo Bregatto

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