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Apostila Xguard
Apostila Xguard
SUMÁRIO.
INTRODUÇÃO...................................................................................................................05
CAPÍTULO1-O SERVIÇO DE GUARDIÃO De PISCINA...........................................07
1.1 LIDERANÇA.....................................................................................................07
1.2 SOCIABILIDADE.............................................................................................07
1.3 EXERCÍCIO DA AUTORIDADE.....................................................................08
1.4 AUTOCONFIANÇA..........................................................................................08
1.5 CONDICIONAMENTO TÉCNICO..................................................................08
1.6 CUDADOS COM O EXCESSO DE SOL.........................................................................09
CAPÍTULO 2 - PREVENIR E SALVAR........................................................................13
2.1 PREVENÇÃO....................................................................................................13
2.2 ALARME...........................................................................................................13
2.3 - SBV NA ÁGUA e RESGATE.........................................................................13
2.3.1- Aproximação.............................................................................................14
2.3.2 Abordagem.................................................................................................14
2.3.3 Resgate ......................................................................................................15
2.3.3.1 Resgate simples..............................................................................16
2.3.3.1 Resgate em dupla...........................................................................16
2.3.4 Fixação do afogado....................................................................................16
2.3.5 Retirada do afogado....................................................................................16
2.4 - SBV NO SECO..................................................................................................16
2.4.1 Avaliação da cena.......................................................................................17
2.4.2 Checar resposta...........................................................................................17
2.4.3 Pedir ajuda..................................................................................................18
2.4.4 Abertura das vias aéreas.............................................................................18
2.4.5 Ver, ouvir e sentir.......................................................................................18
2.4.6 Cinco Ventilações.......................................................................................18
2.4.7 Checar resposta...........................................................................................19
2.4.8 Compressão cardíaca...................................................................................19
CAPÍTULO 3 - ACIDENTES COMUNS EM PISCINAS...............................................21
3.1 MANOBRA DE HEIMLICH.............................................................................21
3.1.1 Vítimas conscientes com obstrução de vias aéreas (incompleta) .............21
3.1.2 Vítimas inconscientes com obstrução de vias aéreas (completa) .............22
3.2 TRAUMA-RAQUI-MEDULAR (TRM) ..........................................................22
3.3 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) ...............................................24
3.4 ANGINA DO PEITO........................................................................................24
3.5 ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) ..........................................28
3.6 HEMORRAGIA................................................................................................29
3.7 QUEIMADURAS..............................................................................................29
3.8 INSOLAÇÃO.....................................................................................................31
3.9 INTERMAÇÃO.................................................................................................32
3.10 CONVULSÕES...............................................................................................33
3.11 CONTUSÃO....................................................................................................34
2
3.12 DISTENSÃO MUSCULAR........................................................................34
3.13 CÃIBRA.......................................................................................................35
3.14 ENTORSES..................................................................................................35
3.15 LUXAÇÕES.................................................................................................35
3.16 FRATURAS..................................................................................................36
CAPÍTULO 4 – AFOGAMENTO.................................................................................39
4.1 FASES DE AFOGAMENTO..........................................................................39
4.1.1 Angústia..................................................................................................39
4.1.2 Pânico.....................................................................................................40
4.1.3 Submersão.............................................................................................41
4.2 FISIOPATOLOGIA DO AFOGAMENTO....................................................41
4.3 TIPOS DE ACIDENTES NA ÁGUA.............................................................42
4.3.1 Síndrome de imersão............................................................................42
4.3.2 Hipotermia..............................................................................................42
4.4 AFOGAMENTO..............................................................................................44
4.4.1 Classificação..........................................................................................44
4.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE AFOGAMENTO..............................................48
4.6 A IMPORTÂNCIA DOS EQUIPAMENTOS DE VENTILAÇÃO
ARTIFICIAL.....................................................................................................................52
4.6.1 Anatomia e fisiologia relacionada ao oxigênio..................................52
4.6.2 Composição gasosa do ar ambiente que respiramos........................54
4.6.3 Como o oxigênio entra no corpo e chega às células..........................54
4.7 AFOGAMENTO E AS ALTERAÇÕES NO OXIGÊNIO SANGUÍNEO....55
CAPÍTULO 5 - O USO DOS EQUIPAMENTOS DE VENTILAÇÃO ARTIFICIAL..57
5.1 MÁSCARA ORO-NASAL ……….…………………………………….…..57
5.2 CILINDRO DE O2 (“OXYGEN CYLINDER”) ............................................60
5.3 REGULADOR DE OXIGÊNIO (“OXYGEN REGULATOR”) ....................61
5.4 EQUIPO DE O2 (HOSES AND TUBING) ....................................................64
5.5 CÂNULA ORO-FARÍNGEA (GUEDEL) ......................................................64
5.6 MALETA DE EQUIPAMENTOS............................................................... ...64
5.7 COMO INSTALAR O REGULADOR FLUXÔMETRO NO CILINDRO DE
O2........................................................................................................................................64
5.8 INSTRUÇÕES DE OPERAÇÃO DO EQUIPAMENTO................................65
5.9 CUIDADOS COM OS EQUIPAMENTOS DE VENTILAÇÃO.....................66
5.10 COMO E PORQUE UTILIZAR O OXIGÊNIO EM CASOS DE
AFOGAMENTO.................................................................................................................67
5.10.1 Por que utilizar oxigênio extra?...........................................................67
5.10.2 Os riscos de utilizar o oxigênio a 100%...............................................67
5.10.3 Indicações do uso de oxigênio...............................................................69
CAPÍTULO 6 - CONSTRUÇÃO, TRATAMENTO E MANUTENÇÃO DE
PISCINA.............................................................................................................................71
6.1 CONSTRUÇÃO AQUASTORE (2012) ...........................................................71
6.2 TRATAMENTO E MANUTENÇÃO DA ÁGUA............................................71
3
6.3 LEIS E EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA .................................................73
6.4 OPERAÇÃO........................................................................................................73
CAPÍTULO 7 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE AFOGAMENTOS E ACIDENTES
EM PISCINAS...................................................................................................................74
7.1 RISCOS DE ACIDENTES..................................................................................74
7.2 MEDIDAS GERAIS PREVENTIVAS................................................................75
ANEXOS - DECRETOS E LEIS......................................................................................77
REFERÊNCIAS..................................................................................................................84
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INTRODUÇÃO
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memorizadas e todos os equipamentos e suprimentos devem estar próximos ao
local do incidente. Sem o conhecimento e os equipamentos adequados, o Guardião
pode deixar de adotar procedimentos que poderiam aumentar a chance de
sobrevivência da vítima. As responsabilidades são grandes demais para que ele
possa cometer tais erros. Para corroborar com essas afirmações, a legislação
brasileira preconiza que omissão de socorro é um dos crimes previstos no Código
Penal, mais precisamente em seu artigo 135. Neste caso, é o exemplo clássico do
crime omissivo deixar de prestar socorro a quem não tenha condições de socorrer a
si próprio ou comunicar o evento a autoridade pública que o possa fazê-lo. Logo, o
Guardião de Piscina deverá ter reciclagens no tocante as técnicas de prevenção,
salvamento, retira da piscina e de primeiros socorros, pois estão em constantes
mudanças.
O CBMERJ tem a incumbência do Poder Executivo de fiscalizar as piscinas
do estado do Rio de Janeiro, através de denúncias, vistorias de rotinas ou quando
um estabelecimento quer habilitar sua piscina de uso coletivo, instalada em recintos
públicos ou privados. Para tanto, deve apresentar a documentação necessária para
dar entrada na abertura de processo para a emissão do Certificado de Registro –
CR, em um dos Grupamentos Marítimos, sem o qual a piscina não poderá ser
utilizada por banhistas.
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CAPÍTULO 1
O SERVIÇO DE GUARDIAO DE PISCINA
1.1. LIDERANÇA
É a capacidade de conduzir um indivíduo ou grupo de indivíduos, para atingir
um determinado objetivo. É uma qualidade nata, entretanto, pode ser desenvolvida e
aprimorada no homem. O exercício da liderança é fundamental, pois possibilita o
auxilio do público, de forma ordeira e consciente, em todas as atividades. O guardião
deve buscar desenvolver seu espírito de liderança através de atividades e
procedimentos que transmitam confiança ao público de forma instantânea.
São atributos que evidenciam a imagem do líder:
Vigor físico;
Inteligência e vigor intelectual;
Senso de determinação e direção;
Perseverança;
Coragem;
Cordialidade e afeição;
Adaptabilidade;
Iniciativa.
Deverá também saber avaliar o tipo de público, a fim de aplicar os recursos
disponíveis. Tais variações são peculiares a cada parque aquático, de acordo com o
nível social.
1.2. SOCIABILIDADE
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Consiste em criar e manter, no seu ambiente de trabalho, um relacionamento
de afetividade com o público e fazer-se conhecido e aceito pelos alunos, sócios ou
condôminos, de forma que suas ações sejam valorizadas, acolhidas e tenham
sempre o imprescindível apoio de todos. O GP deve manter um bom relacionamento
com os banhistas, entretanto, é importante que esse relacionamento seja respeitoso
e somente funcional, isento de promiscuidades que venham a prejudicar a sua boa
imagem.
1.4. AUTOCONFIANÇA
No exercício de funções de risco é necessário um constante
acompanhamento do desempenho psicológico de seus executantes, tendo em vista
a possibilidade de acontecimentos marcantes e até mesmo traumatizantes, como a
impossibilidade de efetivação de um salvamento, a perda de um companheiro e
outros. Este acompanhamento origina-se como uma auto-avaliação do Guardião
indo até, quando necessário, à assistência na área psicológica.
A autoconfiança do guardião é desenvolvida através do conhecimento técnico
e do preparo físico, aliado à sua vocação para a atividade. Dessa forma, o GP deve
manter-se sempre preparado física e tecnicamente para o exercício de sua atividade
fim, ou seja, a realização da prevenção e do salvamento aquático.
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obtidas. As instruções para os guardiões devem ser práticas e teóricas e deverão
enfocar diversos assuntos como por exemplo:
Técnicas de recuperação de afogados;
Ações preventivas;
Instruções aquáticas;
Exercícios de adaptação aos equipamentos;
Exercícios de apneia em profundidade e em distância;
Exercícios de salvamento;
Prática de natação.
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inteiro, esperando que a pele “pegue cor” já no primeiro dia. Além disso, nem todos
os tipos de pele ficam bronzeados quando expostos ao sol;
Use produtos de qualidade e adequados ao seu tipo de pele. Se você tem pele
oleosa ou mista, prefira as loções leves ou os protetores com textura de gel; se a
sua pele é seca, cremes ou loções cremosas;
Não use no rosto produtos para o corpo. Os produtos específicos para o corpo
geralmente são mais oleosos e podem causar acnes se aplicados no rosto;
Depois do sol, hidratante. A pele sofre um ressecamento natural depois de
exposta ao sol. Por isso, após o banho, capriche na hidratação, sem esquecer de
usar um produto adequado ao seu tipo de pele;
Ingerir muito líquido. Não é só passando protetor solar que você garante sua
saúde durante o verão. Nunca é demais lembrar que durante essa época a ingestão
de líquidos deve ser ainda maior, já que com as altas temperaturas, nosso corpo
perde muita água. O ideal é ingerir cerca de dois litros de água por dia, para ajudar a
repor a perda de líquidos do nosso organismo. Além da água, abuse dos sucos, que
alimentam e são leves;
Use chapeus de abas largas, de preferência que protejam as orelhas, nariz e
lábios;
Lembre-se de que em dias nublados, 80% da radiação ultravioleta atravessa as
nuvens e a neblina;
O câncer de pele pode ser curado em 95% dos casos quando detectado
precocemente, portanto, o Guardião de Piscina e pessoas que tenham grande
exposição ao sol devem ser examinados ao menos uma vez por ano.
Realize o autoexame periódico. Dobre os cotovelos, olhe cuidadosamente os
antebraços, região posterior dos braços e palmas. A seguir examine a parte
posterior das pernas e pés, espaços entre os dedos dos pés e as solas. Com um
espelho de mão, examine a porção posterior do pescoço e o couro cabeludo.
Finalmente, observe as costas e as nádegas com um espelho de mão.
Os raios ultravioletas presentes na luz solar podem lesar os olhos. A lesão pelo
sol pode provocar catarata, degeneração macular, lesão de córnea e pterígio. A
proteção dos olhos pode ser feita por óculos de boa qualidade junto com o uso de
chapéu. Os óculos devem oferecer proteção de 99 a 100% à luz UV-A e UV-B e 75 a
95% à luz comum. Eles reduzem a luz com lentes de coloração marrom, cinza, verde
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ou amarela. As lentes polarizadas ajudam a reduzir o brilho e a fadiga, mas não
devem obstruir a visão periférica tão importante ao guardião.
Para pessoas que praticam esportes ou que tenham contato direto com a água,
sugere-se utilizar os filtros solares modelo SPORTS, acima de 45 FPS aplicando-o
de duas em duas horas ou sempre quando sair da água, espera secar e passe-o.
Procure imediatamente um dermatologista se detectar um dos sintomas
descritos abaixo:
Pele de aparência elevada, brilhante, avermelhada, acastanhada ou rósea;
Uma "pinta" preta ou acastanhada que muda a sua cor, textura, torna-se irregular
nas bordas e cresce de tamanho;
Uma "mancha" ou ferida que continua a crescer apresentando coceira, crostas,
erosões ou sangramento;
Lesões de pele de aparecimento recente, escamosas, elevadas, escurecidas que
sofreram aumento, que coçam, mudam de cor ou sangram.
Os GP que tiveram câncer de pele podem em algumas circunstâncias não
estarem
mais habilitados a trabalhar em atividades externas. Isto pode ter um grande impacto
econômico individual e dentro da organização a que ele pertence. Assim, o melhor
tratamento é a prevenção.
A profissão de GP coloca-o em uma posição de alto risco de desenvolver câncer
de pele devido a grande exposição ao sol. A comissão médica da International Lifing
Saving (ILS) desenvolveu recomendações para estes casos, embora cada serviço
de salvamento aquático deva estabelecer suas próprias recomendações.
Segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático - SOBRASA, abaixo
estão algumas recomendações:
a. Programa de educação à população e aos GP relacionado aos perigos da
exposição ao sol.
b. Evitar a exposição solar especialmente durante os períodos de maior intensidade
reduzindo a lesão de pele, o risco de câncer e de lesão ocular.
c. A proteção do sol pode ser conseguida utilizando-se:
Abrigos tipo guardassol nas torres de observação;
Roupas com Fator de Proteção Solar (FPS) 50;
Chapéu com aba larga;
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Creme de proteção solar resistente à água. Os cremes de proteção solar
devem ter um FPS mínimo de 30, devem ser aplicados de 15 a 30 minutos antes da
exposição solar e utilizados até em dias nublados, já que os raios U- atravessam as
nuvens podendo causar queimaduras de pele. O creme deve ser passado
principalmente nos lábios, orelhas, nariz, ombros e cabeça, locais onde a pele é
mais sensível e sujeita a exposição direta. Deve ser reaplicado a cada 2 a 3h ou
mais frequentemente no caso de banho ou suor.
Óculos escuros com proteção UV e proteção lateral que permita a visão
periférica. FTP 30 significa proteção 30 vezes maior comparado a não utilização.
d. Revisão médica anual de pele e ocular de todos com exposição prolongada a luz
solar.
Todos os serviços de salvamento aquático devem estimular seus GP a
procurar ajuda médica em caso de qualquer lesão de pele suspeita e orientar nas
modificações de hábitos profissionais se necessário. Todos os serviços de
salvamento e GP devem promover as medidas de prevenção do câncer de pele e da
lesão ocular junto ao público.
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CAPÍTULO 2
PREVENIR E SALVAR
2.1. PREVENÇÃO
São as diversas ações realizadas a fim de orientar os banhistas acerca dos
perigos relacionados ao ambiente aquático. Existem dois tipos de prevenção a
saber:
ATIVA, que ajuda a impedir que o incidente ocorra, com mais antecedência, através
do uso de placas de sinalização, por exemplo e REATIVA, que avisa e alerta que um
afogamento pode estar em curso, com o uso do apito, por exemplo.
2.2. ALARME
Ao identificar uma situação de afogamento, seja através da própria
observação ou qualquer outra forma de aviso, o socorrista deve avisar ao outro GP
ou a alguém que possa ajudar de alguma forma, que irá realizar o salvamento.
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São as técnicas de retirada da vítima do meio líquido e primeiros socorros
ainda dentro d’água, quando necessário, visando o reestabelecimento dos sinais
vitais da vítima.
2.3.1. Aproximação.
Após a avaliação cena, é o deslocamento do guardião de piscina até o
afogado. A aproximação deve ser feita pelo local mais seguro, tanto para o
socorrista, quanto para a vítima, através do nado de aproximação (variante do estilo
crawl, com a cabeça fora d’água e olhar fixo na vítima), se possível, acalmando a
mesma e indicando que o socorro está próximo. O GP mergulha na piscina de modo
que sempre haja o contato visual com a vítima, para isso, utiliza-se do mergulho
“pranchado”, não imergindo a cabeça no momento do salto, evitando um trauma do
socorrista, se aproximando da vítima.
2.3.2. Abordagem.
É o contato do GP com a vítima. Esta abordagem deve levar em conta o
estado da vítima:
Vítimas conscientes e tranquilas: aborde a vítima de longe explicando-a como
você irá fazer para ajudá-la;
Vítimas conscientes e afoitas: a abordagem deve ser realizada, mergulhando
(canivete) e nadando por debaixo/lado da vítima para sair atrás dela e realizar a
pegada. Após segurar a vítima, o guardião a tranquiliza sustentando-a, para evitar
aspiração de água. Durante a abordagem, com a vítima consciente, o afogado
poderá agarrar o GP, daí poderão ser utilizadas técnicas de soltura - judô aquático.
O afogado, devido a falta de sustentação, precisa de um apoio para sair da situação
em que se encontra. Nesse caso, basta o GP ir para o fundo, que o afogado irá
soltá-lo. Dentre as técnicas de judô aquático podemos citar as seguintes: se o
socorrista for agarrado pela frente ou por trás, mergulhar até a cintura do afogado,
ficar de frente para ele e girá-lo em 180º, com uma das mãos na parte anterior e
outra na posterior da coxa. Assim, o GP deverá sempre ter em mente que quem está
precisando de auxílio é a vítima e que ele possui o conhecimento necessário para se
desvencilhar da mesma, mantendo o máximo de calma para efetuar o salvamento.
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Vítimas inconscientes. Se a vítima estiver emborcada ou submersa (situações
clássicas de inconsciência) deve-se rapidamente retirar suas vias aéreas do meio
líquido através da manobra de flutuação, que consiste em segurar o braço oposto da
vítima, girando-a, colocando-a em decúbito dorsal (barriga para cima), escorregando
a mesma mão pelas costas da vítima, até segurar o braço oposto e sustentá-la na
superfície. Em seguida, com a via aérea hiperestendida, se não obtiver nenhuma
resposta, solicitar imediatamente o Suporte Avançado de Vida – SAV. Deve-se
checar a respiração através do método “ver, ouvir e sentir”, caso a respiração esteja
ausente, o GP deve fazer até 10 ventilações de resgate. Se as ventilações forem
bem sucedidas e a vítima demonstrar resposta positiva, resgate-a até a área seca,
com atenção especial na continuidade da respiração. Se as ventilações não surtirem
efeito, considere como uma Parada Cardiorrespiratória - PCR e transporte a vítima o
mais rápido possível para a área seca.
2.3.3. Resgate.
O resgate é o deslocamento da vítima até um local seguro. Com o pescoço
em extensão e o corpo relaxado, o quadril da vítima subirá para a superfície, ela
assumirá a posição de decúbito dorsal, permanecendo com as vias aéreas fora da
água. O socorrista irá passar um dos braços sobre o ombro do afogado, cruzando o
peito e segurando embaixo da axila oposta do ombro dominado.
O reboque dar-se-á nadando lateralmente, encaixando a crista ilíaca ântero
superior (quadril - lateralmente) na região dorsal do afogado. A pernada deve ser em
tesoura de forma elíptica, com ambas as pernas formando um ângulo de 90 graus
com as coxas. Quando completar a pernada, os pés deverão ter realizado um
movimento elíptico. Deve-se atentar para a posição dos pés, a perna de cima deverá
estar com o pé em dorso flexão, enquanto que a perna de baixo, deverá estar com o
pé em flexão plantar. O antebraço fará o palmateio, também em forma elíptica, que
no momento da puxada, deverá estar com a palma da mão virada para o socorrista
e durante a volta do braço a palma da mão deverá estar voltada para baixo
(pronação), para não oferecer resistência. O reboque do afogado só será eficaz se
houver coordenação entre a braçada e a pernada.
O método de reboque utilizado pelo GMar é o da Cruz Vermelha, onde o
antebraço do socorrista passa por cima da vítima, cruzando seu peito e pegando
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abaixo das axilas. Entretanto, existem outros métodos que também podem ser
utilizados: reboque pelo queixo, punho, cabelo, ombro, cabeça etc. O reboque da
Cruz Vermelha é o mais tradicional, elaborado pela Cruz Vermelha Americana e
reconhecido mundialmente para o reboque de vítimas agitadas e inconsciente para
trazer segurança através do contato corporal e controle da respiração utilizado em
locais onde há ondulações.
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São as técnicas de primeiros socorros executadas pelo Guardião de Piscina
na área seca, visando o restabelecimento dos sinais vitais da vítima. A seguir,
apresentaremos o SBV em 08 (oito) passos.
SBV
AVALIAÇÃO DA CENA
CHECAR RESPOSTA
PEDIR AJUDA
ABERTURA DAS VIAS AÉREAS
VER, OUVIR e SENTIR
CINCO VENTILAÇÕES
OBSERVAR SINAIS DE RESPOSTA
COMPRESSÃO CARDÍACA
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2.4.6. Cinco ventilações.
Caso a vítima não esteja respirando normalmente, mantenha a inclinação da
cabeça e faça 5 ventilações boca-a-boca (ventilação de resgate). Para isso, o
socorrista deve manter as vias aéreas abertas com manobra de inclinação da
cabeça e elevação do queixo, fechar as narinas do paciente com a mesma mão que
inclina a cabeça, aplicar sua boca sobre a boca da vítima selando bem para que não
haja escape de ar, e efetuar cinco ventilações de 1 segundo cada com intervalo de 2
segundos entre elas, observando a movimentação do tórax da vítima a cada
ventilação. Se for possível use dispositivo de barreira (máscaras, plásticos especiais)
para realizar o boca-a-boca.
Deve-se observar o seguinte:
Após a primeira ventilação você deve virar a sua cabeça lateralmente
observando o tórax e aguardar os pulmões se esvaziarem para fazer a segunda
respiração artificial – total de 5 ventilações.
Mantenha as vias aéreas desobstruídas na inspiração e expiração;
O tempo de insuflação de cada ventilação deve ser o suficiente para o tórax
expandir e retornar a posição inicial.
O volume de ar insuflado deve ser o suficiente para elevar o tórax.
Ventilações mais rápidas causam distensão gástrica e vômitos frequentes.
O importante durante a ventilação boca-a-boca é a observação da elevação e
abaixamento do tórax, o que significa o bom resultado da sua manobra.
Se o tórax não se elevar após a primeira ventilação – repita a inclinação da
cabeça (hiperextensão do pescoço) e tente ventilar novamente.
No lactente o ar contido na boca é o volume suficiente para ventilar. Deve-se
também incluir o nariz na boca do socorrista (boca-a-boca/nariz).
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Passar 2 dedos pelo abdômen até encontrar as costelas, marcando 2 dedos
acima, logo após, colocar as mãos sobrepostas ao tórax do afogado para a
realização de 30 compressões cardíacas. Após o primeiro ciclo de ventilações e
compressões (5 ventilações para 30 compressões) a relação passa a ser 2
ventilações para 30 compressões, no caso de apenas um socorrista. Se houver dois
socorristas no atendimento ao afogado, a partir do segundo ciclo de ventilações e
compressões, o segundo socorrista passa a participar da RCP, alterando o protocolo
para 2 ventilações com 15 compressões cardíacas. Se houver apenas um socorrista,
deverá ser mantido o protocolo de 2 ventilações com 30 compressões cardíacas
durante todo o procedimento de RCP.
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CAPÍTULO 3
ACIDENTES COMUNS EM PISCINAS
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3.1.1. Vítimas conscientes com obstrução de vias aéreas (incompleta).
Neste tipo de obstrução a vítima apresenta tosse ineficaz, e presença de
ruídos respiratórios e agudos. Neste caso deve-se tentar acalmar a vítima e pedir
que ela estimule a tosse. Verifique se a vítima está se sufocando, bem como, sua
capacidade de emitir sons. Caso a vítima possa tossir ou falar, significa que a
obstrução é incompleta. Acione o sistema 193 para transportá-la para o hospital de
referência e não efetue a manobra de HEIMLICH.
Nas obstruções completas posicione-se por trás da vítima, circundando-a com
seus braços e faça compressões abdominais sucessivas, direcionadas para cima,
até desobstruir as vias aéreas ou o paciente perder a consciência.
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lesões permanentes. Se a região atingida for a cervical poderá comprometer a
respiração, levar à paralisia ou até mesmo a morte. O socorrista e o médico devem
estar conscientes de que a manipulação inadequada pode causar dano adicional ao
trauma de coluna vertebral, piorando o prognóstico da lesão. Se a lesão ocorrer
dentro d’água, o Capítulo seguinte apresentará o passo-a-passo para a retirada.
Os principais sinais e sintomas:
Dor regional (pescoço, dorso, região lombar);
Perda da sensibilidade tátil nos membros superiores e inferiores;
Perda da capacidade de movimentação dos membros (paralisia);
Sensação de formigamento nas extremidades;
Deformidade em topografia da coluna;
Lesões na cabeça, hematomas nos ombros, escápula ou região dorsal do
paciente;
Perda do controle urinário ou fecal;
Dificuldade respiratória com pouco ou nenhum movimento torácico;
Priapismo (ereção peniana contínua).
Avaliação Medular:
Déficit de força muscular;
Déficit de sensibilidade;
Déficit de reflexos tendinosos;
Disfunção autonômica (controle esfincteriano);
Ausência de reflexos;
Respiração diafragmática;
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Resposta apenas acima da clavícula.
Complicações:
Paralisia dos músculos do tórax (respiratórios). A respiração fica sendo feita
exclusivamente pelo diafragma;
A lesão medular provoca dilatação dos vasos sanguíneos, podendo se
instalar o choque (neurogênico).
Tratamento:
Corrija os problemas que ameaçam a vida. Manter a permeabilidade das vias
aéreas, a respiração e a circulação;
Controle o sangramento importante;
Administre oxigênio;
Evite movimentar o paciente e não deixe que ele se movimente;
Não mobilize uma vítima com trauma de coluna, a menos que necessite de
RCP e/ou por risco iminente;
Imobilize a cabeça e o pescoço com emprego do colar cervical, fixadores de
cabeça e prancha rígida;
Monitore os sinais vitais constantemente (cuidado com o choque e a parada
respiratória).
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O infarto do miocárdio se dá quando o suprimento de sangue a uma parte do
músculo cardíaco é reduzido ou cortado totalmente. Isso acontece quando uma
artéria coronária está contraída ou obstruída, parcial ou totalmente.
Com a supressão total ou parcial da oferta de sangue ao músculo cardíaco,
ele sofre uma injúria irreversível e, parando de funcionar, pode levar à morte súbita,
morte tardia ou insuficiência cardíaca, com severas limitações da atividade física.
O infarto do miocárdio pode também acontecer em pessoas que têm as
artérias coronárias normais. Isso acontece quando as coronárias apresentam um
espasmo, contraindo-se violentamente e também produzindo um déficit parcial ou
total de oferecimento de sangue ao músculo cardíaco irrigado pelo vaso contraído.
Esse tipo de espasmo também pode acontecer em vasos já comprometidos
pela aterosclerose.
Sinais e sintomas:
Dor precordial irradiada (braço ou pescoço) ou não;
Dispinéia;
Enjôo;
Cansaço;
Ansiedade;
Não melhora com o repouso.
Como proceder:
Manter a vítima no repouso (evitar o esforço físico) preferência sentada;
Transportar a vítima com inclinação superior a 30º (preferência sentada);
Oferecer oxigênio (3 a 4 l/min);
Oferecer Isordil (sublingual);
Oferecer Aspirina (200 – 325 mg mastigado);
Levar o mais rápido possível ao hospital;
Realizar os procedimentos de primeiros socorros.
Embora a legislação nacional não autorize a aplicação de medicamentos por
"socorristas", a AHA, no BLS 2010 recomenda que: "caso não haja contra-indicação
(TCE, suspeita de AVE, último trimestre de gravidez), seja oferecido AAS (200 - 325
mg) para o paciente com IAM ainda no pré-hospitalar, mesmo oferecido por
socorristas, pois seu uso nas primeiras horas reduz a mortalidade".
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O prognóstico quanto à qualidade de vida e a duração da vida após um infarto
do miocárdio depende da gravidade, da extensão do infarto e de outras doenças que
acompanham o paciente.
Cerca de 1 milhão e meio de pessoas sofrem um infarto nos Estados Unidos,
por ano. Nos últimos anos, tem aumentado a incidência de infartos em mulheres, por
outro lado, a sobrevida tem aumentado devido aos mais eficazes meios de
tratamento. A curto prazo, o prognóstico é pior em pessoas idosas, diabéticos,
fumantes, sedentários, obesos, portadores de insuficiência cardíaca e portadores de
insuficiência renal. A longo prazo o prognóstico, tanto para a duração, quanto para a
qualidade de vida, também dependem da severidade do infarto e das medidas
preventivas tomadas.
A causa mais frequente de morte em infartados é o choque, que acontece em
7% dos casos. A incidência de choque não tem diminuído nos últimos anos.
Não existem testes para prever quando um novo ataque vai ocorrer. Admite-
se que até 30% de novos ataques fatais e de cirurgias cardíacas podem ser
evitadas, com a adoção de um estilo de vida saudável e adesão ao tratamento. Os
médicos sabem que 66% dos pacientes não mudam o seu estilo de vida e não
seguem as prescrições e conselhos médicos para evitar um novo infarto.
26
Os sintomas da angina de peito estável variam de pessoa para pessoa, mas,
em um mesmo indivíduo, costumam ser semelhantes e ter os mesmos fatores
desencadeantes como: fazer força, caminhar no vento frio, subir escadas, atividade
sexual e outras.
Os sintomas da angina de peito instável costumam surgir em repouso ao
levantar pela manhã e são de aparecimento súbito, com dores e desconforto
moderado a severo, evoluem rapidamente para um estágio em que há um aumento
no desconforto e na dor, tanto na intensidade como severidade.
A angina de peito pode ser considerada uma dor amiga, uma manifestação
desagradável, mas que avisa estar acontecendo algo de errado e grave com o
coração, fazendo com que a pessoa atingida procure recurso médico antes que a
doença se agrave.
Sinais e sintomas mais comuns:
Pressão e desconforto, dor em aperto no centro do peito que dura mais do
que alguns minutos ou que vai e volta;
Dor do centro do peito que irradia para os ombros, queixo, pescoço e braços,
mais frequentemente para o braço esquerdo;
Desconforto no peito com sensação de cabeça leve, sensação de desmaio,
suores e falta de ar.
Como proceder:
Manter a vítima no repouso (evitar o esforço físico), de preferência sentada;
Transportar a vítima com inclinação superior a 30º (preferência sentada);
Oferecer oxigênio (3 a 4 l/min);
Oferecer Isordil (sublingual);
Oferecer Aspirina (200 - 325mg mastigado);
27
Levar o mais rápido possível ao hospital;
Realizar os primeiros socorros.
28
Tratamento:
Manter a vítima em repouso (evitar o esforço físico), de preferência sentada;
Realizar os primeiros socorros;
Adequada ventilação e oxigenação;
Levar a vítima o mais rápido possível ao hospital.
3.6. HEMORRAGIA
É definida como a perda aguda de sangue circulante devido ao rompimento
de um vaso sanguíneo. Pode ser classificado como:
- Arterial: sangramentos em jato, geralmente sangue de coloração vermelho vivo. É
mais grave que o sangramento venoso.
- Venosa: sangramento contínuo, geralmente de coloração escura.
- Capilar: sangramento contínuo discreto.
Como proceder:
Proteja suas mãos com luvas ou sacos plásticos para não entrar em contato
com o sangue da vítima.
Coloque uma compressa ou um pano limpo sobre o local da hemorragia.
Faça compressão com esse pano sobre o local da hemorragia até a chegada
ao hospital.
Colocação de torniquete (somente colocar por pessoas treinadas).
Antes do protocolo de 18/10/2010 da American Heart Association (AHA), era
preconizado que, no caso da hemorragia ser em mãos, braços, pés ou pernas, era
necessária elevação acima do nível do coração. Assim, desde aquela data, não se
utiliza mais esses procedimentos.
Caso o pano fique encharcado coloque outro por cima sem retirar o primeiro.
3.7. QUEIMADURAS
São lesões dos tecidos produzidas por substância corrosiva ou irritante, pela
ação do calor ou frio e de emanação radioativa. A gravidade de uma queimadura
não se mede somente pelo grau da lesão (superficial ou profunda), mas também
pela extensão ou localização da área atingida.
Classificação das queimaduras:
1º Grau: lesão das camadas superficiais da pele com:
29
Eritema (vermelhidão);
Dor local suportável;
Inchaço.
Como proceder:
Afastar a vítima da origem da queimadura;
Retire as vestes, se a peça for de fácil remoção. Caso contrário, abafe o fogo
envolvendo-a em cobertor, colcha ou casaco;
Retire anéis, pulseiras, objetos que possam garrotear a área queimada devido
ao inchaço que se instala na região queimada;
Lave a região afetada com água fria e abundante (1ºgrau);
Não esfregue a região atingida, evitando o rompimento das bolhas;
Aplique compressas úmidas e frias utilizando panos limpos;
Faça um curativo protetor com bandagens úmidas;
30
Mantenha o curativo e as compressas úmidas com soro fisiológico;
Não aplique unguentos, graxas, óleos, pasta de dente, margarina etc, sobre a
área queimada;
Mantenha a vítima em repouso e evite o estado de choque;
Chamar Serviço de Urgência - SU.
Nas queimaduras por soda cáustica, devemos limpar as áreas atingidas com
uma toalha ou pano antes da lavagem, pois o contato destas substâncias com a
água cria uma reação química que produz enorme quantidade de calor.
Não use produtos como pasta de dente, manteiga, água sanitária ou
medicamentos.
Não coloque gelo. O gelo direto na pele pode causar geladura (queimadura
por gelo).
No caso de queimaduras elétricas certifique-se que a fonte de energia está
desligada antes de tocar na vítima.
As queimaduras elétricas podem fazer uma lesão externa pequena, mas
terem causado lesões internas graves, nesse caso sempre procure um SU.
Não romper bolhas.
Não oferecer medicamentos, líquidos ou alimentos.
Queimaduras por produtos químicos devem ser lavadas com água corrente
em grande quantidade e sempre que possível identifique o produto causador da
queimadura e isole e identifique objetos e roupas contaminadas, para evitar outro
acidente.
Vítimas que ficaram enclausuradas em locais de incêndio, com queimaduras
de face ou sinais de inalação (dispneia - falta de ar, pelos faciais queimados,
rouquidão, tosse) devem ser avaliadas pelo SU, pois podem apresentar
queimaduras nas vias aéreas, evoluindo para uma obstrução devido ao edema
causado pela queimadura.
3.8. INSOLAÇÃO
É uma perturbação decorrente da exposição DIRETA e PROLONGADA do
organismo aos raios solares.
Como se manifesta:
31
Pele seca, quente e avermelhada;
Pulso rápido e forte;
Dor de cabeça acentuada;
Sede intensa;
Temperatura do corpo elevada;
Dificuldade respiratória;
Inconsciência.
Como proceder:
Remova a vítima para um lugar fresco e arejado;
Afrouxe as vestes da vítima;
Mantenha o acidentado em repouso e recostado;
Aplique compressas geladas ou banho frio, se possível;
Procure o hospital mais próximo.
Em vítimas que tenham choque pelo calor (T>40º C), é aconselhado colocá-la
em imersão em água fria (até a altura do queixo).
3.9. INTERMAÇÃO
A intermção é uma causa de hipertermia decorrente da dificuldade do corpo
em se resfriar adequadamente num ambiente com calor excessivo. É uma
emergência clínica com alto risco de morte. O diagnóstico e, consequentemente, o
início do tratamento precoces podem melhorar o prognóstico. Pode estar
relacionada ou não a atividade física. Esta última é conhecida como forma clássica e
geralmente afeta pacientes com condições médicas que impeçam o resfriamento e,
desta forma, não há mecanismo de proteção ao calor do ambiente. Pode ocorrer,
por exemplo, em recém-nascidos ou em idosos, ou em pacientes com distúrbios
neurológicos, mentais ou cardiopulmonares graves.
Como se manifesta:
Dor de cabeça e náuseas;
Palidez acentuada;
Sudorese (transpiração excessiva);
Pulso rápido e fraco;
Temperatura corporal ligeiramente febril;
32
Inconsciência.
Como proceder:
Remova a vítima para um lugar fresco e arejado;
Afrouxe as vestes da vítima;
Mantenha o acidentado deitado com a cabeça mais baixa que o resto do
corpo.
3.10. CONVULSÕES
As convulsões ocorrem em consequência de atividade muscular anormal,
associada à alteração de comportamento ou inconsciência, causada por atividade
cerebral anormal.
Caracteriza-se pela perda da consciência, contrações e espasmos
musculares, produção de grande quantidade de saliva e alteração respiratória.
Causas mais comuns:
Epilepsia;
Hipoglicemia (taxa baixa de açúcar no sangue);
Overdose (dose excessiva) de cocaína;
Abstinência alcoólica;
Meningite;
Lesões cerebrais (tumores, derrame e traumatismo crânio encefálico);
Febre alta, principalmente em crianças.
Como proceder:
Peça ajuda (SU);
Faça um reconhecimento visual rápido da área procurando sinais de consumo
de drogas ou envenenamentos;
Proteja-se com uso de luvas ou sacos plásticos nas mãos;
Não tente segurar a vítima, proteja apenas sua cabeça;
Não coloque o dedo ou nenhum objeto na boca da vítima;
Não dê nenhum líquido para a vítima beber;
Afaste da vítima objetos que possam feri-la (móveis, utensílios, ferramentas);
Limpe com pano limpo o excesso de saliva;
33
Se não houver suspeita de trauma na coluna, mantenha a cabeça da vítima
lateralizada;
Resfriar crianças febris com toalhas molhadas com água na temperatura
ambiente.
Normalmente a vítima recupera a consciência nos primeiros 10 minutos após
a crise, porém se isto não ocorrer o socorrista deve se preparar para ocorrência de
novo episódio convulsivo. Mantenha observação da vítima até a chegada do SU,
caso a vítima apresente novo episódio de convulsão.
Após o episódio o paciente deverá receber assistência do SU para determinar
a causa da convulsão.
3.11. CONTUSÃO
Lesão produzida nos tecidos por trauma contuso (pancada, chute,
cotoveladas etc), SEM QUE HAJA ROMPIMENTO da pele:
Como se manifesta:
Dor e edema (inchaço) no local;
Equimoses (manchas avermelhadas);
Hematomas (colorações arroxeadas pelo sangue extravasado).
Como proceder:
Evite movimentar a região lesionada;
Aplique compressas frias ou saco de gelo no local;
Caso seja necessário imobilize a região;
Procure o médico.
34
Como proceder:
Evite movimentar a região lesionada;
Aplique compressas geladas ou saco de gelo no local;
Faça uma bandagem para sustentação do músculo;
Caso seja necessário imobilize a região;
Procure o médico.
3.13. CÃIBRA
É a contração espasmódica abrupta, vigorosa, involuntária e dolorosa de um
ou mais músculos, podendo ocorrer durante o exercício ou em repouso.
Como se manifesta:
Dor e contratura no local;
Contração do músculo afetado.
Como proceder:
Promova o alongamento do músculo atingido;
Aplique compressas quentes no local;
Faça uma suave massagem no local;
Procure o médico.
3.14. ENTORSES
É a separação MOMENTÂNEA das superfícies ósseas ao nível da
articulação, com comprometimento apenas ligamentar.
Como se manifesta:
Dor intensa à movimentação;
Edema (inchaço) local;
Perda da mobilidade local;
Deformidade da articulação (pelo inchaço).
3.15. LUXAÇÕES
35
É o deslocamento da extremidade de um osso ao nível de sua articulação,
com comprometimento de vários componentes articulares, bem como, estruturas
locais, podendo ser fechadas ou abertas.
Como se manifesta:
Dor violenta;
Edema local;
Deformação visível da articulação;
Impossibilidade de movimentação.
Como proceder:
Evite movimentar a região atingida;
Aplique compressas geladas ou saco de gelo no local lesionado, não
ultrapassando 20 minutos em cada aplicação;
Proteja a região lesionada;
Faça a imobilização atingindo as duas articulações próximas à lesão;
Amarre as talas com ataduras ou tiras de pano com firmeza, SEM APERTAR,
em 4 pontos: ACIMA e ABAIXO DO LOCAL DA LESÃO (nunca em cima da lesão);
ACIMA e ABAIXO das articulações próximas à região;
Remova a vítima para o hospital mais próximo.
Não tente colocar o osso no lugar;
Não use compressas quentes nas primeiras 24 horas;
Não faça fricção, nem procure "alongar" a região lesionada;
O entorse e a luxação são traumatismos que exigem cuidados médicos;
Na dúvida, imobilize.
3.16. FRATURAS
São traumatismos ósseos com o comprometimento da integridade do osso,
apresenta deformação da continuidade da superfície óssea, podem ser causadas
por força direta (traumatismo contundente) e ou indireta (contração muscular
violenta ou projeção da força).
O primeiro socorro consiste em impedir o deslocamento da parte lesionada,
evitando assim seu agravamento. As fraturas podem ser:
Fechadas, quando o osso quebrado não perfura a pele.
36
Exposta, quando o osso se expõe pelo rompimento da pele.
Como se manifesta:
Dor e edema (inchaço) local;
Dificuldade de movimentação;
Posição anormal da região atingida;
Sensação de atrito das partes ósseas no local da fratura (crepitação);
Ruptura da pele com exposição do osso fraturado (fratura exposta).
Como proceder:
Colocar o membro lesionado alinhado em sua posição natural. Caso não
consiga, imobilize-o na posição encontrada.
No caso de fraturas abertas, cubra a ferida com pano limpo antes de
imobilizar.
No caso de suspeita de lesão na coluna, à mesma deve permanecer
imobilizada durante todo o atendimento e transporte.
Proteja feridas abertas.
Não permita que vítimas com lesões em membros inferiores se locomovam
sozinhas.
Se possível aplique gelo sobre o local. O gelo deve estar envolto em sacos
plásticos ou panos, para evitar geladura.
Remova anéis e braceletes do membro afetado.
Antes e depois da imobilização verifique a circulação na extremidade do
membro lesionado. Verifique a cor, a temperatura e se há dormência. Caso, depois
da imobilização, a extremidade fique fria, dormente, pálida ou arroxeada, retire a
imobilização e reimobilize.
A imobilização deve incluir a articulação acima e a articulação abaixo da
lesão. Se possível elevar a extremidade após o procedimento;
As imobilizações podem ser feitas com imobilizadores próprios ou com
materiais improvisados como papelão, revistas, jornais, toalhas, lençóis, pedaços de
madeira etc;
Mantenha a vítima em repouso;
Evite movimentar a região atingida;
37
Evite o estado de choque;
Aplique compressas geladas ou saco de gelo no local lesionado, não
ultrapassando 20 minutos em cada aplicação;
Estanque a hemorragia (fratura exposta);
Faça um curativo protetor sobre o ferimento, usando compressas, lenço ou
pano limpo (fratura exposta);
Imobilize o local;
Proteja a região lesionada;
Faça a imobilização de modo a atingir as duas articulações próximas a lesão;
Amarre as talas com ataduras ou tiras de pano com firmeza, SEM APERTAR,
em 4 pontos: ACIMA e ABAIXO DO LOCAL DA LESÃO; ACIMA e ABAIXO das
articulações próximas à região lesionada;
Avalie distalmente o corpo todo da vítima;
Remova a vítima para o hospital mais próximo.
Importante: Não tente reduzir a fratura (colocar o osso no lugar). Na dúvida,
imobilize.
38
CAPÍTULO 4
AFOGAMENTO
4.1.1. Angústia
A palavra angústia talvez não seja a que melhor defina esta fase, mas é a que
melhor se adapta à palavra original desta teoria: "distress". Distress é stress ao
dobro, e stress significa submeter alguém a grande esforço ou dificuldades ou
causar receios ou estar perturbado. Para nós, a palavra que melhor se adapta, em
nossa língua é, então, angústia. Há algumas vezes um longo período de aumento da
angústia antes do começo real da emergência de afogamento. Estas situações
podem envolver nadadores fracos ou cansados em águas mais profundas que suas
39
alturas, e nadadores que apresentem cãibras ou trauma. Durante a ocorrência da
angústia, nadadores são capazes de se manterem na água com técnicas de natação
ou equipamentos flutuantes, mas têm dificuldades em alcançar o grau de segurança
necessário. Eles podem ser capazes de gritar, acenar por socorro, ou mover-se em
direção à ajuda de outros.
À medida que a força do nadador esgota-se, a ocorrência da angústia
progredirá ao pânico, se a vítima não for resgatada ou não conseguir ficar em
segurança. Guardiões alertas são normalmente capazes de intervir durante a fase
da angústia do processo de afogamento. De fato, é comum algumas pessoas
afirmarem que não necessitam de ajuda, pois ainda estavam para se sentir
angustiadas, embora possa parecer claro para o Guardião que elas estivessem em
perigo iminente.
Angústia dentro d'água é sério, mas esta fase do afogamento nem sempre
ocorre. Se ocorrer, a rápida intervenção neste estágio pode assegurar que a vítima
não sofra nenhum efeito do afogamento e possa continuar se divertindo o resto do
dia.
4.1.2. Pânico
O estágio do pânico no processo de afogamento pode se desenvolver do
estágio da angústia a medida que a vítima perca suas forças, ou pode começar
imediatamente em seguida à imersão da vítima na água. No estágio do pânico a
vítima é incapaz de manter adequadamente sua flutuabilidade devido a fadiga,
completa falta de habilidade natatória ou algum problema físico. Por exemplo, um
nadador fraco que cai de um equipamento flutuante (câmara de ar, bóias, pranchas)
em águas profundas, pode imediatamente entrar no estágio do pânico. Há pouca
evidência de qualquer braçada de sustentação efetiva, a cabeça e o rosto
geralmente estão voltados para cima, com o queixo estendido e a vítima concentra
toda sua energia em respirar, de forma que não há grito de socorro. O pânico
irrompeu, tomou conta do banhista.
A vítima em pânico pode usar uma braçada ineficiente, parecida com o nado
“cachorrinho”, como se estivesse "escalando para fora de um buraco" ou "subindo
uma escada". O estágio do pânico raramente dura muito tempo, porque as ações da
vítima são amplamente ineficientes. Alguns estudos mostram que leva de 10 a 60
40
segundos para progredir à submersão, a menos que a vítima seja resgatada.
Portanto, o Guardião deve agir muito rápido para realizar o salvamento.
4.1.3. Submersão
Ao contrário da crença popular, a maioria dos afogamentos não resulta em
uma pessoa boiando emborcada (flutuando em decúbito ventral). Vítimas de
afogamento submergem rapidamente e afundam, indo até próximo ao fundo. Em
água doce, que proporciona muito menos flutuabilidade, a submersão pode ocorrer
extremamente rápida. A submersão pode não ser fatal se a vítima for resgatada a
tempo, mas isto pode ser uma tarefa extremamente difícil.
Baseada na experiência de guarda-vidas profissionais, a USLA (United States
Lifesaving Association – Associação Americana de Salvamento Aquático) acredita
que há um intervalo de até dois minutos de maior possibilidade de um resgate de
sucesso e ressuscitação de vítimas submersas. Após este tempo, as chances de
resgate com êxito declinam muito rapidamente. Em águas frias, salvamentos bem
sucedidos já foram documentados com até uma hora de submersão, mas estes são
casos extremamente raros.
Três fatos juntos ou isolados tentam explicar os casos de RCP com
submersão maior do que 5 minutos reanimados com sucesso (o CRA do 2ºGMar já
registrou 13 casos de PCR com submersão maior que 7 minutos, reanimados com
sucesso, sem sequelas neurológicas).
Existem alguns casos onde o organismo pode suportar além de 5 minutos
sem oxigênio.
1. Redução das necessidades metabólicas devido a hipotermia;
2. Continuação da troca gasosa de O2 – CO2, apesar da presença de líquido no
alvéolo, até ocorrer a interrupção da atividade cardíaca. Se houver gás nos alvéolos,
a quantidade de oxigênio aumentará com a profundidade do afogado dentro d’água;
3. Principalmente em crianças, se houver o “reflexo do mergulho” (reflexo que
induz o consumo de oxigênio em mamíferos que entram na d’água, reduzindo o
metabolismo a níveis basais). O tratamento, em casos de PCR é a RCP.
41
No afogamento, a função respiratória fica prejudicada pela entrada de líquido
nas vias aéreas, interferindo na troca de O2 – CO2 de duas formas principais:
Pela obstrução parcial das vias aéreas superiores por uma coluna de líquido;
Mais frequentemente pela inundação dos alvéolos com este líquido.
Estas duas situações provocam a diminuição ou abolição da passagem do O2
para a circulação e do CO2 para o meio externo. Estes são os efeitos imediatos que
o afogamento provoca no organismo, dos quais derivam todas as outras
complicações e nos diversos graus de afogamento.
A diminuição da qualidade de oxigênio no sangue, nos casos de afogamento,
obriga as células do organismo a trabalharem sem este gás (ciclo de produção de
energia sem oxigênio – ciclo anaeróbio) gerando quase 20 vezes menos energia e
levando à formação, por esta razão, de uma substância chamada ácido lático, que
vai se acumulando no organismo, de forma proporcional ao tempo e ao grau de
hipóxia (baixo grau de oxigênio nos tecidos). Essa hipóxia, associada ao ácido lático
e CO2, provoca importantes alterações em todo organismo e, principalmente, no
cérebro e coração, órgãos vitais para o ser humano, os quais não resistem sem a
presença de oxigênio.
A aspiração de água provoca dois efeitos principais que se relacionam entre
si (efeitos pulmonares e, posteriormente, descarga de adrenalina), e um outro de
menor importância (efeitos no intravascular). A descarga adrenérgica (liberação de
adrenalina no sangue) em vigência de baixa do oxigênio, do estresse do afogamento
e do exercício físico realizado na tentativa de se salvar, provocam o aumento da
força e da frequência dos batimentos cardíacos, podendo, na dependência da
intensidade, gerar arritmias cardíacas (batimentos cardíacos anormais) que podem
levar à parada do coração. Esta adrenalina provoca ainda a diminuição da luz dos
vasos (vasoconstricção periférica), tornando a pele fria e por vezes azulada
(observada principalmente nos lábios e extremidades dos dedos) descrita como
cianose, devido à má oxigenação nesta região. A água deglutida e aspirada pode
reduzir a temperatura do corpo (hipotermia) e produz alterações sobre o sangue
(aumento ou diminuição do Sódio – Na – ou do Potássio – K - , além do aumento ou
diminuição do volume do sangue e pequena destruição das hemácias). Ao iniciar um
ciclo anaeróbio (produção de energia sem oxigênio), os órgãos vitais (cérebro e
coração) não mantêm suas funções por muito tempo bastando poucos minutos sem
42
oxigênio (anóxia), para que haja sua morte. É claro que a quantidade de oxigênio
disponível é o fator que determina o tempo de tolerância destes órgãos.
Em nosso caso, quando nos referimos à afogamentos, estamos considerando
a água como o veículo que leva à asfixia. Antigamente pensava-se que as
alterações eletrolíticas (Sódio e Potássio) e hídricas eram primariamente
importantes. Hoje sabemos que não são relevantes e não necessitam de qualquer
tratamento diferenciado entre os afogamentos de água doce ou do mar.
A penetração de água no tecido pulmonar e alvéolos levará quase
invariavelmente a uma inflamação pulmonar (pneumonite) e dos alvéolos (alveolite),
tanto pela reação do pulmão à presença da água, bem como pelas impurezas e
microrganismos no líquido aspirado por ocasião do afogamento, podendo causar
também, menos frequentemente, uma pneumonia (infecção pulmonar) como
complicação.
43
4.3.2. Hipotermia
A exposição da vítima à água fria reduz a temperatura normal do corpo
humano provocando hipotermia que pode acarretar uma arritmia cardíaca severa
com parada cardíaca ou morte de consciência com afogamento secundário.
Ocorre hipotermia quando a temperatura corporal chega a 35º e os primeiros
sintomas são um tremor incontrolável de todo o corpo, lábios azulados e perda da
sensibilidade nas extremidades, seguida de confusão mental. A tabela abaixo
apresenta o tempo de permanência, relacionada com a temperatura d’água, de
pessoas vivas imersas em meio líquido.
4.4. AFOGAMENTO
4.4.1 Classificação (SZPILMAN,1997).
a) Quanto ao tipo de água:
1 – Afogamento em água doce: quando ocorre em piscinas, rios, lagos e tanques;
2 – Afogamento em água salgada: quando ocorre no mar.
b) Quanto a causa:
1 – Afogamento primário: quando não existem indícios de uma causa determinante
do afogamento;
2 – Afogamento secundário: quando existe alguma causa que tenha impedido a
vítima de se manter na superfície da água e, em consequência, precipitou o
afogamento.
Uso de drogas é o mais frequente (36,2%) sendo o álcool a droga mais
comum;
44
Convulsão (18,1%);
Traumatismos (16,3 %);
Doenças cardíacas e/ou pulmonares (14,1%);
Acidentes de mergulho (3,7%);
Outras (11,6%).
45
Tabela – Classificação e a mortalidade em cada grau de afogamento
Resgate:
São casos de afogamento em que a vítima não apresenta tosse ou espuma
na boca e/ou nariz, evidenciando não ter ocorrido aspiração da água. Essa vítima
pode ser liberada diretamente do local do acidente sem necessitar de cuidados
médicos.
Afogamento Grau 1:
Vítimas aspiram quantidade mínima de água, suficiente para produzir tosse;
A ausculta pulmonar é normal – Não apresenta espuma na boca ou nariz;
Seu aspecto geral é bom e geralmente encontram-se lúcidos, porém podem
estar agitados ou sonolentos;
Apresentam frequência respiratória e cardíaca aumentadas pelo esforço e
estresse do afogamento, que se normalizam rapidamente após 10 a 20 minutos;
46
Tratamento: necessitam apenas de repouso, aquecimento e medidas que
visem o seu conforto e tranquilidade.
Afogamento Grau 2:
Aspiram pequena quantidade de água, suficiente para alterar a troca de O2 -
CO2 pulmonar;
O pulmão apresenta secreção de clara a ligeiramente avermelhada que se
revela como pequena quantidade de espuma na boca e/ou nariz;
Apresentam-se torporosos, agitados ou desorientados;
A Frequência Respiratória (FR) está aumentada e com sinais de falta de ar
(taquipneia);
A Frequência Cardíaca (FC) está aumentada pela redução do oxigênio no
sangue;
A FR e FC não se normalizam rapidamente após 10 a 20 minutos como no grau
1;
Tratamento: necessitam de atendimento médico com uso de cateter (pequeno
tubo de plástico) de oxigênio nasal a 5 litros/minuto, aquecimento corporal, repouso,
tranquilização e encaminhar ao hospital.
Afogamento Graus 3 e 4:
Aspiram quantidade importante de água (mais de 2 a 3 ml/Kg de peso) e
apresentam grandes alterações na troca de oxigênio pulmonar;
Por sua gravidade os casos de graus 3 e 4 necessitam de cuidados médicos
imediatos. Os dois graus de afogamento se diferenciam pela presença de pulso
periférico (radial, pedioso etc) no grau 3 e ausência de pulso periférico no grau 4. A
importância deste fato reside na possibilidade de complicações imediatas no grau 4,
como exemplo a parada respiratória súbita. É, portanto, um grau bem mais grave
que o 3, necessitando de assistência médica imediata. Preste atenção nas
possibilidades de sobrevivência entre os dois graus na tabela abaixo. O afogado em
grau 4 tem 4 vezes mais possibilidade de morrer que em grau 3.
Ambos mostram grande dificuldade respiratória;
Intensa secreção pulmonar (edema agudo de pulmão) que se traduz, na
prática, em abundante secreção oral e/ou nasal em forma de espuma;
47
Grau 3 – muita espuma na boca e/ou nariz com pulso radial presente;
Grau 4 – muita espuma na boca e/ou nariz sem pulso radial presente;
O pulso radial presente significa que a pressão arterial está normal.
Tratamento em ambos graus:
Exame primário - ABC da vida - cuidado com a mobilização do pescoço se
houver suspeita de trauma da coluna cervical. A limpeza da boca só deve ser
realizada em caso de forte suspeita de corpo estranho ou presença de secreção
excessiva;
Administrar oxigênio através de máscara (10 a 15 litros por minuto);
Posição Lateral de Segurança (virar o paciente de lado) sobre o lado direito;
Aquecimento corporal (cobertores ou aquecedor elétrico);
No grau 4 observe atentamente a possibilidade de parada na respiração;
Remoção urgente ao hospital para tratamento em terapia intensiva.
Afogamento Grau 5:
Apnéia (parada respiratória), com pulso arterial presente;
Vítima inconsciente;
Grande quantidade de secreção oral e/ou nasal.
Afogamento Grau 6:
Parada Cardiorrespiratória (PCR), representada pela apneia (Parada
Respiratória) e pela ausência de batimentos cardíacos (pulsos arteriais carotídeo e
femoral);
Tratamento: inicie imediatamente a Reanimação Cardio-pulmonar (RCP).
48
Três fatos juntos ou isolados explicam os casos de sucesso na RCP de
afogados, o “Reflexo de mergulho”, ou seja, a continuação da troca gasosa de O2 -
CO2 após a submersão e a hipotermia. No CRA temos registrado 13 casos de PCR
com submersão maior de 7 minutos reanimados com sucesso.
49
Em caso de parada respiratória isolada (grau 5) a abordagem com o boca-a-
boca ainda dentro da água pode reduzir a mortalidade do afogado de 93%(grau 6)
para 44% (grau 5) pela precocidade que é iniciada a ventilação. Isto representa um
sucesso 50% maior no salvamento.
Em caso de Traumatismo Raqui-Medular (TRM) o cuidado com a coluna
cervical e sua imobilização pode ser a diferença entre uma vida saudável e a
paralisia definitiva dos 4 membros (Tetraplegia).
50
Dez por cento (10%) das lesões do TRM ocorrem por manipulação incorreta das
vítimas de trauma, por socorristas ou pessoal não habilitado.
COLAR CERVICAL
Alinhe a cabeça e pescoço do paciente se não houver resistência ou dor e
mantenha a estabilização manual;
O outro guarda-vidas aplica o colar ao pescoço da vítima;
O paciente lúcido deve ser alertado contra o risco de movimentar-se;
51
Mantenha a imobilização manual mesmo com o colar aplicado.
52
(respiração), cardiovascular (circulação) e outros. Cada sistema é formado por
órgãos que desempenham uma ou mais funções determinadas. Esses órgãos são
formados por células que necessitam de energia para trabalhar. Essa energia é
proveniente da “combustão” da glicose e chama-se ATP. Essa produção de energia
utilizando a glicose pode ser feita na ausência do oxigênio onde são formadas 2
moléculas de ATP (unidade de energia da célula) e chama-se Metabolismo
Energético Anaeróbio ou Ciclo Anaeróbio (sem oxigênio), ou pode ser feita com a
utilização do oxigênio, onde são formadas 36 moléculas de ATP, quantidade
infinitamente superior, e é chamado - Ciclo de Krebs ou Aeróbio. Na presença do
oxigênio a produção de energia é muito maior do que na ausência dele.
Todo atleta se prepara para ter uma excelente condição física que possa lhe
fornecer o máximo de oxigênio, de forma que a parte do exercício sem oxigênio
(anaeróbio) seja a menor possível. Quando o atleta entra no exercício dito anaeróbio
(sem oxigênio) é produzido menos ATP e, em consequência, uma substância
chamada ácido láctico, que provoca a dor muscular, é produzida. Portanto, aquela
dor muscular após um exercício significa que você realizou parte do exercício
utilizando menos oxigênio que o necessário. Nestes casos nada de sério houve
como consequência, já que o resultado foi só uma dor muscular. Imagine essa
mesma falta de oxigênio no cérebro, qual será o seu resultado e as consequências?
A ausência do oxigênio nas células pode ser total ou parcial, dependendo do
problema existente como causa. Situações extremas como a Parada
Cardiorrespiratória (PCR) - afogamento grau 6 ou Parada Respiratória - grau 5,
levam à ausência total do oxigênio no sangue. Já os afogamentos graus 1 a 4 (sem
PCR ou PR) levam à deficiência parcial de oxigênio no sangue e consequentemente
na célula.
A ausência total de oxigênio afeta as diferentes células do organismo de
forma diferente. Vimos anteriormente que a musculatura que estava sem oxigênio
sofreu apenas dores musculares como resultado, entretanto, tecidos mais nobres
como o cérebro dependem diretamente da quantidade de oxigênio no sangue e
morrem após 4 a 6 minutos na sua ausência.
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Obstrução por corpo estranho como bola de gude, moedas, alimentos e
outros;
Obstrução por líquido aspirado: afogamento e aspiração de alimentos
líquidos.
4. Alterações na troca de oxigênio nos alvéolos (hematose).
Pneumonia, afogamento e outros.
5. Alterações no bombeamento do sangue oxigenado.
Problemas de falência do coração como bomba - infarto do miocárdio;
Hemorragias importantes com choque.
Diminuição do número de hemácias.
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mais grave for o grau de afogamento. No caso de hipóxia o organismo irá aumentar
a frequência cardíaca e a pressão arterial, em um esforço de trazer mais O2 dos
pulmões, que deverão aumentar a sua demanda através da maior frequência de
respirações por minuto.
Deste modo, podemos concluir que:
Nos casos de afogamento onde não há hipóxia, as alterações na respiração e
a taquicardia são resultados do exercício físico intenso realizado para se salvar e
normalizam rapidamente com o repouso de 5 a 10 minutos.
Nos casos de afogamento onde há hipóxia reduzem o oxigênio no organismo
através da alteração provocada na hematose, embora possuam também outros
mecanismos menos importantes.
Quanto maior o grau de afogamento, mais grave será a falta de oxigênio nas
células.
Quanto maior o grau de afogamento, mais rápido e em maior quantidade o
oxigênio deve ser administrado;
A respiração ofegante e a taquicardia são encontradas em todos os casos de
afogamento. Aquelas decorrentes do esforço físico sem hipóxia cedem em 5 a 10
minutos, ao contrário das decorrentes de hipóxia, que só cedem com o uso de
oxigênio.
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CAPÍTULO 5
O USO DOS EQUIPAMENTOS DE VENTILAÇÃO ARTIFICIAL
57
Entrada para ventilação adequada com diâmetro de 15 a 22 mm;
Ser simples de colocar e usar;
Funcionar em diferentes condições de ambiente;
Adaptar-se em diferentes faces ou idades.
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Aperte a bolsa auto-inflável durante 1 a 2 segundos (a válvula unidirecional se
abrirá) inflando os pulmões da vítima;
Desaperte a bolsa por 2 a 3 segundos para se encher com ar ambiente (ou
O2 se conectado ao sistema do cilindro de O2) enquanto, ao mesmo tempo, a vítima
expira pela válvula unidirecional da máscara, para fora do circuito.
Desvantagens:
É muito difícil para ser utilizada por apenas 1 socorrista;
Necessita grande prática e reciclagens freqüentes para seu uso correto;
O custo do material é mais caro do que a máscara sozinha;
Necessita de tamanhos diferentes para lactentes e crianças;
A montagem do equipamento é mais demorada do que somente a máscara;
Provoca muitos vômitos se utilizada erradamente;
Não é ideal para o guarda-vida ou guardião usar na praia ou piscina.
59
maior reserva de O2 para encher a bolsa auto-inflavel, podendo atingir 90% de
oferta de O2 (geralmente 65 a 75%).
Desvantagens:
As mesmas da máscara e bolsa auto-inflável;
Uso de grandes quantidades de O2;
Deve ser utilizada, de preferência, por pessoal de saúde;
Nota importante: caso o O2 acabe, retire imediatamente a máscara.
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não pode ter odor nenhum, já o O2 para uso industrial permite um maior grau de
impurezas. O oxigênio medicinal é um gás incolor, inodoro e sem gosto.
Cilindros portáteis como os usados nas piscinas têm autonomia de 20 a 100
minutos, quando usados a 15 litros/minuto. Cilindros grandes (não portáteis) têm
maiores autonomias, porém são mais pesados, dificultando o transporte e manuseio
no local do acidente, embora possam ser uma boa opção nos casos onde o acesso
a um hospital ou ambulância seja superior a 40 – 100 minutos. Você pode ainda
optar em ter mais de um cilindro portátil.
Exemplo: Você possui um cilindro com 400 litros e vai utilizar O2 por cateter
a 5 litros/min em um grau 2 de afogamento. Quanto tempo vai durar seu cilindro? O
resultado pode ser encontrado se dividir 400 por 5 = 80 minutos.
O cilindro pode ser feito de alumínio ou aço e deve ser testado a cada 2 a 10
anos, dependendo das leis vigentes no país. O cilindro no Brasil e nos EUA tem a
cor verde para evitar o uso indevido em outros propósitos.
O registro de O2 do cilindro (“handwheel/wrench”) tem a função de abrir ou
fechar a saída de oxigênio.
61
20 e 25 litros/min) ou ajustável (0 a 15 litros/min). O Fluxômetro (“constant flow
controller”) indica o fluxo de O2 em litros por minuto que sai do cilindro para o
exterior. O fluxo é controlado por uma válvula no regulador que indica a quantidade
que está saindo. Existem fluxômetros que podem ofertar até 25 litros/min, entretanto
o mais usual é de 15 litros/min. O fluxômetro em tubo, com regulador variável de 0 a
15 l/m, deve ficar na posição vertical para o seu funcionamento perfeito. Fluxômetros
fixos que funcionam com valores pré-determinados podem ser usados em qualquer
posição. Ambos são utilizados com cateter ou máscara oro-nasal.
62
Ela utiliza a máscara com válvula unidirecional e, se desejar, a bolsa
reservatório, e é acionado manualmente a cada ventilação. O regulador possui uma
válvula de segurança de pressão. Pode atingir 90% de Fração Inspirada de Oxigênio
(FiO2) (com 15 litros/min de fluxo constante).
É um excelente recurso nas mãos de pessoal treinado, principalmente se a
vítima estiver com um tubo oro-traqueal.
Desvantagens do regulador de demanda ou ressuscitador:
Muitas horas de treinamento e reciclagens frequentes;
Custo mais caro de compra e manutenção do equipamento;
Método difícil de ser usado por uma só pessoa, mesmo por pessoas
treinadas;
Necessita de perfeito selo entre a máscara e a face da vítima;
Podem ocorrer complicações como:
Hiperinsuflação dos alvéolos em casos de não haver válvula de segurança
para o escape de pressão;
Pouco volume de ventilação em casos onde a válvula de segurança libera a
pressão antes de atingir o volume ideal para aquela vítima.
Não pode ser utilizado em lactentes e crianças com parada respiratória pelo
perigo de complicações por grandes volumes liberados;
O uso da máscara com o regulador de fluxo constante é muito mais fácil de
aprender e o tempo de retenção do conhecimento é muito maior.
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Chave de fixação do regulador (T-handle) - Serve para fixar o regulador ao
cilindro. Existem diferentes formatos disponíveis. Se houver dúvidas consulte o
manual do regulador.
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3. Cheque se o anel de vedação do regulador está no local (sem graxa ou óleo)
onde fará a conexão ao cilindro e se está em condições apropriadas.
4. Posicione o regulador de forma que a parte da saída de O2 do cilindro e a parte
do regulador onde se conectará estejam firmes.
5. Utilize a chave de fixação do regulador para prendê-lo de forma firme ao cilindro.
6. Instale o equipo de O2 à saída de O2 do regulador perto da chave do fluxômetro.
7. A escolha da utilização do cateter nasofaringeo ou máscara de O2 será feita na
hora do atendimento, conforme a indicação do caso.
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b) Abra o registro de O2;
c) Escolha a oferta de O2 adequada para o tipo do acidente (ver classificação de
afogamento) e conecte o cateter ou máscara ao equipo de O2:
Abra o fluxômetro em 5 litros/min se a decisão foi utilizar o cateter nasofaríngeo
(grau 2);
Abra o fluxômetro em 15 litros/min se a decisão foi utilizar a máscara oro-nasal
(graus 3 a 6);
d) Coloque o cateter ou máscara (conforme o caso indique) e inicie a oferta de O2 à
vítima;
e) Quando terminar a necessidade de uso de O2 (após a chegada da ambulância),
feche primeiro o registro do cilindro, aguarde 1 a 5 minutos até a pressão no
regulador chegar a zero e então feche a chave do fluxômetro (“off”). Só então você
deve retirar o regulador se desejar.
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Não permita que pessoas não habilitadas manuseiem o equipamento;
Recarregue o cilindro de O2 após cada uso;
Evite transportar o cilindro pelo regulador ou registro;
Sempre abra o registro do cilindro devagar;
Sempre feche o registro do cilindro após o uso ou caso esteja vazio;
Manuseie o equipamento com cuidado evitando quedas;
Não tente consertar o equipamento sozinho - procure um representante;
Para proteção do equipamento, mantenha-o sempre que possível
acondicionado na maleta;
Não utilize produtos de limpeza como detergentes ou outros para limpar o
material. Utilize apenas um pano limpo e molhado com água limpa ou álcool;
Não esterilize os componentes do cilindro em autoclave, soluções
esterilizantes ou outros.
Nunca tente utilizar o equipamento do cilindro caso esteja faltando alguma
peça;
Retorne o regulador ao fabricante para revisão a cada 5 anos ou em caso de
dano a alguma peça;
Mantenha o regulador limpo, fora do cilindro, em um saco plástico, durante o
tempo que não estiver usando;
Não utilize ar comprimido de posto de gasolina e outros locais, porque
geralmente contém vapor de óleo.
67
500 ml em um adulto e que este adulto respira em média 12 vezes por minuto,
temos um volume de ar inspirado por minuto de 500 ml X 12 ciclos = 6 litros/min.
Quando colocamos um cateter de O2 a 5 litros/min em uma vítima, este O2 a 100%
irá preencher a cavidade nasofaríngea. Esta cavidade pode conter um máximo de
100 ml. A cada respiração ocorre a entrada aproximada de 400 ml de O2 a 21% que
se soma a 100ml de O2 a 100% (no caso do cateter), resultando em um aumento da
fração de O2 inspirado (FiO2) que pode nestes casos chegar ao máximo de 40%
em. De nada adiantará utilizar maiores quantidades de O2 a 100% que 5 litros pelo
cateter nasofaríngeo, já que a cavidade nasofaríngea não tem condições de
armazenar maiores quantidades. Portanto, quando necessitamos ofertar maiores
frações inspiradas de O2 (grau 3 a 6), o artifício que utilizamos é aumentar a
cavidade nasofaríngea. Para isto, utilizamos uma máscara que pode, dependendo
do modelo, aumentar o reservatório em mais 100 ml. Desta forma conseguimos
atingir um máximo de 60% de O2 respirado. Esta quantidade de O2 é suficiente para
todos os casos de afogamento (graus 3 a 6) nas primeiras horas. É por esta razão
que a utilização de bolsas de ventilação para aumentar o reservatório de O2,
fornecendo FiO2 a 100% não são necessários nas primeiras horas, onde se
concentra o atendimento pré-hospitalar, tornando, portanto o material do guardião de
piscina mais simples. Como demonstram diversos trabalhos com afogamentos, estas
quantidades de O2 são geralmente suficientes para todos os graus. Estas
quantidades de O2 no ar inspirado (FiO2) variam inversamente com a frequência
respiratória e com o volume inspirado, ou seja, quanto maior a frequência
respiratória ou o volume inspirado, menor será a fração inspirada de oxigênio (FiO2)
que conseguiremos fornecer.
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substancia chamada surfactante que mantém os alvéolos abertos para a respiração,
e;
2o - Com o desaparecimento do Nitrogênio do ar inspirado ao utilizar O2 a 100%, os
alvéolos diminuem seu tamanho, colabando e diminuindo a hematose, chegando
uma parte a fechar totalmente, prejudicando a ventilação.
O oxigênio é considerado uma droga, não o utilize sem indicação.
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Impedimento na entrada do ar por obstrução das vias respiratórias. Obstrução
por corpo estranho (bola de gude, moedas, alimentos), asma brônquica e outros;
Alterações na troca de oxigênio nos alvéolos: pneumonia, e outros;
Alterações no bombeamento do sangue oxigenado. Problemas de falência do
coração como bomba (infarto do miocárdio) e hemorragias importantes com choque.
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CAPÍTULO 6
CONSTRUÇÃO, TRATAMENTO E MANUTENÇÃO DE PISCINAS
71
Infecções da epiderme (furunculose, eczema, micose, vulvovaginite
gonogócica e lesões cutâneas);
Infecções intestinais (diarreias);
Enfermidades bem mais graves: a febre paratifoide e tifoide, a poliomielite e a
hepatite “a”.
A desinfecção é a destruição dos microrganismos patogênicos. O cloro
elimina as algas, bactérias, a matéria orgânica e clareia a água. O potencial de
Hidrogênio (pH) mede a intensidade da acidez e da alcalinidade da água, sendo
representado por uma escala numérica de 0 – 14 (pH 7 – acidez; pH 7 –
alcalinidade; pH = 7 – neutro). É importante mantê-lo na sua faixa ideal (PH ideal -
7.4 a 7.6) em virtude dos seguintes fatores:
O Cl é instável na zona ácida PH 7;
Com o PH muito elevado (pH 8) o cloro tem sua ação desinfetante bastante
reduzida;
O pH fora da faixa 7.2 a 8.4, provoca irritação nos olhos e na pele dos
banhistas.
Ao adicionarmos o cloro à água, parte dele vai destruir os germes
patogênicos e a outra é consumida pela matéria orgânica. O que sobra é
denominado residual de cloro ou cloro residual que se apresenta na forma livre, sem
nenhuma combinação, ou na forma combinada, quando se combina com a amônia
ou matéria orgânica nitrogenada – cloraminas (ação desinfetante menos eficiente).
Para determinarmos o cloro residual e o pH devemos usar o comparador de cor ou
colorímetro.
Outros cuidados devem ser tomados como:
O lava-pés deve ter sempre sua água com cloro e fluxo contínuo;
Passar pelas áreas com chuveiros para o banho antes de entrar na piscina;
Azulejos quebrados devem ser trocados;
Observar as juntas de dilatação;
Pavimentos, acessos ou escadas em mal estado de conservação podem
provocar acidentes.
Em Parques aquáticos: portas ou cancelas quebradas;
Goteiras em atrações;
Sinalização fora do local ou em mal estado;
72
Uso de vidro nas atrações;
Saída de emergência bloqueada;
Animais soltos;
Deformação nas pistas;
Ruptura no material de fibra;
Deslizamento de assentamento.
6.4. OPERAÇÃO
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CAPÍTULO 7
MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE AFOGAMENTOS E ACIDENTES EM PISCINAS
74
Praticar hiperventilação para aumentar o fôlego, sem supervisão confiável;
Mergulhar de cabeça;
Correr na borda da piscina;
Colisões com instalações e clientes;
Brincadeiras de luta;
Construir torres humanas;
Objetos no caminho;
Cabos soltos ou em mal estado;
Guarda-sol aberto em dias de vento forte;
Objetos perfurantes na área de banhistas;
Mais de 65% das mortes por afogamento no mundo ocorrem em água doce;
Mais de 40% dos proprietários de piscinas não sabem realizar os primeiros
socorros.
Pouca habilidade de natação;
Embriaguez;
Crianças sem a supervisão de adultos.
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Proibir a utilização de pranchas rígidas;
Proibir brincadeiras violentas do tipo caldo;
Orientar banhistas quanto a exposição ao sol sem proteção solar, para evitar
patologias pelo sol e calor. Aconselhar a ingerir bastante líquido;
A segurança na água provida por guarda-vidas não substitui a supervisão dos
pais ou responsáveis;
Mantenha 100% de supervisão em crianças perto ou dentro da água. 89%
dos afogamentos ocorrem por falta de supervisão, principalmente na hora do
almoço;
Caso necessite afastar-se da piscina leve sempre sua criança;
Ensine a flutuação a partir de 1 ano e a nadar a partir dos 4 anos de idade;
Não pratique “prender o fôlego” ou “travessias submersas” sem supervisão
confiável;
Não utilize bóias ou flutuadores, prefira um colete salva-vidas;
Desligue o filtro da piscina em caso de uso;
A maioria das pessoas não sabe realizar os primeiros socorros - Aprenda!
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Anexo A – Decreto no 4.447, de 14 de Agosto de 1981.
Baixa normas sobre o controle e a fiscalização de
piscinas.
Art. 5o – A cadeira de observação, elevada a uma altura mínima de 1,80m (um metro
e oitenta centímetros) do nível do piso, com escada fixa, será obrigatoriamente
instalada em local que permita perfeita visibilidade, próxima a cada piscina, quando
a dimensão desta for igual ou superior a 12 (doze) metros de comprimento ou
possua área de banho igual ou superior a 60 m2 (sessenta metros quadrados).
78
II – desatendimento aos preceitos deste decreto ou a atos específicos do Secretário
de Estado de Segurança Pública, constatado mediante Auto de Verificação.
79
Anexo B – Lei nº. 3.728, de 13 de Dezembro de 2001.
Obriga a permanência de salva-vidas em piscinas
localizadas em clubes e prédios residenciais e dá
outras providências.
80
Anexo C – Lei nº. 4.428, de 21 de Outubro de 2004.
Altera a lei nº 3728, de 13 de dezembro
de 2001, na forma que menciona, e dá
outras providências.
ROSINHA GAROTINHO
Governadora
81
Anexo D – Lei nº 5837, de 11 de Novembro de 2010.
Dispõe sobre a obrigatoriedade de colocação de dispositivos para interromper
o processo de sucção em piscinas e dá outras providências.
82
Anexo E – Lei nº 6772, de 09 de Maio de 2014.
Altera a lei n° 5.837, de 11 de novembro de 2010, que dispõe sobre a
obrigatoriedade de colocação de dispositivos para interromper o processo de sucção
em piscinas e dá outras providências.
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REFERÊNCIAS
ABC DA SAÚDE. Disponível em <www.abcdasaude.com.br/artigo.php?300>.
Acessado em 17 de ago de 2012.
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