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REVISTA
ALIANÇA TERAPÊUTICA:
DA TEORIA À PRÁTICA CLÍNICA
EUGÉNIA RIBEIRO
(COORD.)
ÍNDICE
Notas Biográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
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CAPÍTULO 4: Responsividade terapêutica como microprocesso da aliança
Zita Sousa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
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CAPÍTULO 6: Prevenir a desistência em psicoterapia:
a relevância da aliança terapêutica
Dulce Pinto & Ângela Ferreira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
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ÍNDICE
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NOTAS BIOGRÁFICAS
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Capítulo 1
Eugénia Ribeiro
da perspetiva de Rogers (1957) face à valorização destes fatores tem-se feito sentir
na atenção generalizada, entre os psicoterapeutas e em particular os de orientação
humanista, aos comportamentos que se apresentam favoráveis ao desenvolvimento
de uma relação de qualidade. São sobejamente conhecidas as condições relacionais
consideradas por Rogers como necessárias e suficientes para a mudança do clien-
te: a aceitação positiva e incondicional do cliente, a genuinidade do terapeuta e a
compreensão empática.
No âmbito das abordagens terapêuticas de raiz humanista, a relação terapêutica
constitui uma experiência de novidade interpessoal, facilitadora do desenvolvimento
natural do cliente. A perspetiva otimista acerca da natureza humana, preconiza-
da, tradicionalmente, por estas abordagens, coloca o terapeuta numa posição de
retaguarda e o cliente numa posição de ator, tendencialmente num movimento de
autoatualização e crescimento pessoal. A libertação do cliente para a aceitação de
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si próprio, para a autonomia e para a autoatualização foi o horizonte terapêutico e
desenvolvimental preconizado por Rogers (1957, 1983), sendo necessário para isso
disponibilizar um ambiente seguro, de suporte empático e de novidade interpessoal.
Salvaguardando as respetivas especificidades, os diferentes modelos terapêu-
ticos herdeiros da tradição rogeriana partilham a centralidade da atenção à relação
entre o terapeuta e o cliente como mecanismo de mudança. Compete ao terapeuta
mostrar-se genuinamente interessado e presente na relação de modo a facilitar a
expressão das potencialidades do cliente e, por seu lado, ao cliente compete deixar-se
libertar, participando num ambiente relacional colaborativo, onde a sua experiência
subjetiva e a sua voz ganham primazia (Fernandes, 2001; Greenberg & Rice, 1997;
Mearns & Thorne 1999; Wilkins, 1999).
Neste contexto de valorização da natureza relacional da terapia, apesar de Rogers
nunca ter referido diretamente o conceito de aliança (Rennie, 1998), o seu trabalho
empírico sobre as condições necessárias e suficientes influenciou positivamente a
investigação sobre aliança (Flückiger, Del Re, Wampold, & Horvath, 2018), sendo
compreensível que o conceito de aliança terapêutica seja assumido como essencial
para a mudança terapêutica pelas terapias humanistas. De facto, num posicionamento
inequívoco a favor da relevância da aliança terapêutica, as abordagens centradas
na pessoa e as abordagens experienciais recuperam o valor das condições de ajuda
recomendadas por Rogers, a par dos princípios que, em seu entender, definem a
essência da aliança, como sejam a empatia momento a momento, o elevado grau
de presença pessoal e reflexividade quer do terapeuta quer do cliente e a base
colaborativa para a interação terapêutica (Bohart & Greenberg, 1997; Lietaer, 2002;
Rennie, 1998; Sachse & Elliott, 2001). A investigação em psicoterapia de raiz huma-
nista continua a realçar o papel da empatia no contexto da relação e da mudança
terapêutica (Elliott, Watson, Greenberg, Timulak & Freire, 2013; Watson, Steckley,
& McMullen, 2015). À semelhança da aliança, a empatia apresenta-se como uma
variável positivamente relacionada com os resultados terapêuticos, tal como tem