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JOÃO II
JORNAL DE FILOSOFIA
Testes Intermédios e Exames Nacionais
Questões sobre Descartes e David Hume seleccionadas/ retiradas dos enunciados das provas
de Exame Nacional do Ensino Secundário 2012 e 2013- Gave
Testes Intermédios e
Exames Nacionais
DESCARTES E DAVID HUME
Página | 1
1ª FASE ............................................................................................................................................. 2
2ª FASE ............................................................................................................................................. 3
1ª Fase ............................................................................................................................................. 4
2ª Fase ............................................................................................................................................. 4
1ª FASE ............................................................................................................................................. 9
2ª FASE ........................................................................................................................................... 11
1ª FASE ........................................................................................................................................... 13
2ª FASE ........................................................................................................................................... 14
Quando lanço um pedaço de madeira seca numa lareira, o meu espírito é imediatamente levado a
conceber que ele vai aumentar as chamas, não que as vai extinguir. Esta transição de pensamento da
causa para o efeito não procede da razão […]. E como parte inicialmente de um objeto presente aos Página | 2
sentidos, ela torna a ideia ou conceção da chama mais forte e viva do que o faria qualquer devaneio
solto e flutuante da imaginação.
1. Explicite, a partir do exemplo do texto, em que se baseia a ideia da relação de causa e efeito,
segundo Hume.
Na sua resposta deve integrar, pela ordem que entender, os seguintes conceitos:
razão;
sentidos;
ideias.
1ª FASE
1. Leia o seguinte texto:
[…] Quando analisamos os nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos ou sublimes que possam
ser, sempre constatamos que eles se decompõem em ideias simples copiadas de alguma sensação ou
sentimento precedente. Mesmo quanto àquelas ideias que, à primeira vista, parecem mais distantes
dessa origem, constata-se, após um exame mais apurado, que dela são derivadas.
A ideia de Deus, no sentido de um Ser infinitamente inteligente, sábio e bondoso, deriva da reflexão
sobre as operações da nossa própria mente e de aumentar sem limites aquelas qualidades de bondade e
de sabedoria.
Na sua resposta, deve abordar, pela ordem que entender, os seguintes aspetos:
inatismo;
valor da ideia de Deus.
2ª FASE
Assim, rejeitando todas aquelas coisas de que podemos duvidar de algum modo, e até mesmo
imaginando que são falsas, facilmente supomos que não existe nenhum Deus, nenhum céu, nenhuns
corpos; e que nós mesmos não temos mãos, nem pés, nem de resto corpo algum; mas não assim que
nada somos, nós que tais coisas pensamos: pois repugna que se admita que aquele que pensa, no
próprio momento em que pensa, não exista.
Na sua resposta, deve abordar, pela ordem que entender, os seguintes aspetos:
limites do conhecimento.
Assim, rejeitando todas aquelas coisas de que podemos duvidar de algum modo, e até mesmo
imaginando que são falsas, facilmente supomos que não existe nenhum Deus, nenhum céu, nenhuns
corpos; e que nós mesmos não temos mãos, nem pés, nem de resto corpo algum; mas não assim que
nada somos, nós que tais coisas pensamos: pois repugna que se admita que aquele que pensa, no
próprio momento em que pensa, não exista.
Na sua resposta, deve abordar, pela ordem que entender, os seguintes aspetos:
1ª Fase
Página | 4
1. Leia o texto seguinte.
Todas as ideias são copiadas de impressões ou de sentimentos precedentes e, onde não pudermos
encontrar impressão alguma, podemos ter a certeza de que não há qualquer ideia. Em todos os
exemplos singulares das operações de corpos ou mentes, não há nada que produza qualquer impressão
e, consequentemente, nada que possa sugerir qualquer ideia de poder ou conexão necessária. Mas
quando aparecem muitos casos uniformes, e o mesmo objeto é sempre seguido pelo mesmo evento,
começamos a ter a noção de causa e de conexão.
1.1. A partir do texto, exponha a tese empirista de Hume sobre a origem da ideia de conexão causal.
1.2. Na sua resposta, integre, de forma pertinente, informação do texto.
2ª Fase
Dado que nascemos crianças e que formulámos vários juízos acerca das coisas sensíveis antes que
tivéssemos o completo uso da nossa razão, somos desviados do conhecimento da verdade por muitos
preconceitos, dos quais parece não podermos libertar-nos a não ser que, uma vez na vida, nos
esforcemos por duvidar de todos aqueles em que encontremos a mínima suspeita de incerteza.
Será mesmo útil considerar também como falsas aquelas coisas de que duvidamos, para que assim
encontremos mais claramente o que é certíssimo e facílimo de conhecer.
Página | 5
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO
Página | 6
1.
Descritores do nível de desempenho no domínio
da comunicação escrita em língua portuguesa Níveis
Descritores do nível de desempenho
no domínio específico da disciplina 1 2 3
Cenário de resposta
2.
Cenário de resposta
A resposta integra os seguintes aspetos ou outros considerados relevantes para a comparação entre os
dois autores.
1ª FASE
1.
Descritores do nível de desempenho no domínio Níveis Página | 9
da comunicação escrita em língua portuguesa
1 2 3
Descritores do nível de desempenho
no domínio específico da disciplina
Explicita a origem da ideia de Deus na filosofia de Hume, de forma
completa.
5 Integra a informação do texto de forma pertinente. 18 19 20
Apresenta os conteúdos de forma clara, articulada e coerente.
Utiliza adequadamente a terminologia filosófica.
Níveis
4 NÍVEL INTERCALAR 14 15 16
Explicita a origem da ideia de Deus na filosofia de Hume, de forma
incompleta.
3
Refere informação do texto.
Apresenta os conteúdos de forma menos clara, articulada e/ou 10 11 12
coerente.
Utiliza a terminologia filosófica com imprecisões.
2 NÍVEL INTERCALAR 6 7 8
Cenário de resposta
A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados:
relação entre as impressões e as ideias e entre as ideias simples e as ideias complexas;
identificação da ideia de Deus como ideia complexa que tem por base ideias simples que a
mente e a vontade compõem e potenciam.
2.
Cenário de resposta
distinção entre o empirismo de Hume, segundo o qual o conhecimento tem origem nas impressões,
e o racionalismo inatista de Descartes, que reconhece um papel fulcral às ideias inatas consideradas
como princípio do conhecimento;
referência à relação entre ideias simples e ideias complexas na filosofia empirista de Hume;
caracterização das ideias inatas no racionalismo de Descartes como ideias provenientes da razão,
claras e distintas, garantindo a certeza e a universalidade do conhecimento, e das ideias
provenientes dos sentidos como ideias falíveis, incertas e confusas, que não conduzem ao
conhecimento;
comparação entre o valor da ideia de Deus na filosofia de Hume e o valor da ideia de Deus na
filosofia de Descartes;
caracterização da ideia de Deus na filosofia de Hume como ideia a que nenhum objeto da
experiência sensível corresponde;
caracterização da ideia de Deus, ideia inata do ser perfeito e infinito, como garantia do valor do
conhecimento, fundamento da verdade, na filosofia de Descartes.
Nota – A apresentação de afirmações relativas apenas a um dos autores é classificada com zero pontos.
2ª FASE
1.1. O primeiro princípio indubitável aceite por Descartes é o cogito [ergo, sum]. Página | 11
1.2.
Descritores do nível de desempenho no domínio Níveis
da comunicação escrita em língua portuguesa
Descritores do nível de desempenho 1 2 3
no domínio específico da disciplina
Explicita duas das características da dúvida cartesiana, de
forma completa.
5 Integra a informação do texto de forma pertinente. 18 19 20
Apresenta os conteúdos de forma clara, articulada e
coerente.
Níveis
Utiliza adequadamente a terminologia filosófica.
4 NÍVEL INTERCALAR 14 15 16
Explicita uma das características da dúvida cartesiana, de
forma completa.
3
Refere a informação do texto.
Apresenta os conteúdos de forma clara, articulada e/ou 10 11 12
coerente.
Utiliza adequadamente a terminologia filosófica.
2 NÍVEL INTERCALAR 6 7 8
Cenário de resposta
2.
Descritores do nível de desempenho no domínio Níveis
da comunicação escrita em língua portuguesa
Descritores do nível de desempenho 1 2 3
no domínio específico da disciplina
Página | 12
Confronta o inatismo cartesiano com a filosofia empirista de
Hume, de forma completa.
5 Apresenta os conteúdos de forma clara, articulada e 28 29 30
coerente.
Utiliza adequadamente a terminologia filosófica.
Níveis
4 NÍVEL INTERCALAR 22 23 24
Confronta o inatismo cartesiano com a filosofia empirista de
3 Hume, de forma incompleta.
Apresenta os conteúdos de forma menos clara, articulada
16 17 18
e/ou coerente.
Utiliza a terminologia filosófica com imprecisões.
2 NÍVEL INTERCALAR 10 11 12
Cenário de resposta
A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados:
distinção entre o inatismo cartesiano, segundo o qual existem na razão ideias que não têm
origem nos sentidos, e o empirismo de Hume, segundo o qual todas as ideias têm origem nas
impressões;
caracterização das ideias inatas, no âmbito do racionalismo de Descartes, como ideias que um
conhecimento claro e distinto;
distinção entre impressões e ideias (simples e complexas), no âmbito do empirismo de Hume;
oposição entre a crença cartesiana na certeza inabalável e no conhecimento universal
(fundamentado na existência de Deus) e as impressões como limite ao conhecimento na
filosofia de Hume.
Nota – A apresentação de afirmações relativas apenas a um dos autores é classificada com zero pontos.
1ª FASE
Cenário de resposta
2ª FASE
1.
Descritores do nível de desempenho no domínio Níveis
da comunicação escrita em língua portuguesa
Descritores do nível de desempenho 1 2 3
no domínio específico da disciplina Página | 14
Esclarece, com rigor, o papel da dúvida cartesiana no «conhecimento
da verdade», explicitando o seu carácter metódico.
Explicita as razões para duvidar, segundo Descartes.
Relaciona, de forma clara e precisa, a dúvida com a descoberta da
5 primeira verdade. 23 24 25
Níveis
Integra, de forma pertinente, informação do texto.
Redige num estilo apropriado, empregando adequadamente o
vocabulário filosófico.
Apresenta a resposta como um todo coerente e integrado.
4 NÍVEL INTERCALAR 18 19 20
Esclarece, com algumas imprecisões, o papel da dúvida cartesiana no
«conhecimento da verdade», referindo o seu carácter metódico.
Enuncia algumas das razões para duvidar, segundo Descartes.
3 Relaciona, com algumas imprecisões, a dúvida com a descoberta da
primeira verdade.
13 14 15
Integra informação do texto.
Redige num estilo menos apropriado, empregando adequadamente
algum vocabulário filosófico.
Apresenta a resposta com deficiências de estrutura e de organização
2 NÍVEL INTERCALAR 8 9 10
Apresenta, com imprecisões, aspetos da dúvida cartesiana.
Relaciona de forma incompleta e imprecisa, ou não relaciona, a dúvida
com a primeira verdade.
Não integra informação do texto ou, caso o faça, integra essa
1 informação de forma irrelevante ou inadequada. 3 4 5
Não emprega vocabulário filosófico ou emprega-o de forma muito
limitada ou inadequada.
Apresenta a resposta com grandes deficiências de estrutura e de
organização.
Cenário de resposta