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A assistência farmacêutica é parte estratégica da Política Nacional de Saúde, que se justifica pela sociedade em
constante transformação e permeada por profundos debates políticos e ideológicos inerentes à evolução social.
Além
disso, ela tem como maior objetivo dirimir as contradições, a desigualdade e a exclusão.
IAPs
O marco histórico dos mecanismos de acesso da população aos medicamentos aconteceu com a criação dos
Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), que possibilitavam aos beneficiários a compra de alguns
medicamentos
por preços especiais, menores do que os praticados no mercado, tendo o Estado como
cofinanciador e cogestor de um amplo sistema que, a partir desta, passaria a assumir o dispêndio da atenção
médica.
INPS
Em 1967, o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) autoriza a prestação da assistência farmacêutica
pela previdência social em diferentes modalidades, tais como o fornecimento direto de medicamentos, o
financiamento
parcial de medicamentos, o financiamento total para aquisição de medicamentos, a
consignação de medicamentos a empresas conveniadas e o copagamento por beneficiários.
CEME
Em 1971, surge a Central de Medicamentos (CEME), órgão ligado à presidência da República, responsável
pelo fornecimento mínimo de medicamentos à população carente e que, em 1974, foi transferido para o
Ministério
da Previdência Social, passando, em 1985, a ser parte do Ministério da Saúde com funções
reduzidas para aquisição e distribuição de medicamentos. Concomitantemente, o fornecimento de
medicamentos de alto custo
pelo serviço público se iniciou a partir da segunda metade da década de 1970
por pressões de associações de usuários e de médicos do Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social (INAMPS), sendo
realizada, na época, pela CEME.
Rename
Em 1982, houve a regulamentação para aquisição de medicamentos que não estivessem na Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais (Rename), dependendo da natureza e da gravidade da doença, em caráter excepcional,
ainda sob responsabilidade
do INAMPS. Toda essa evolução na disponibilização de medicamentos à população
levou à realização de um evento, em 1988, que foi marcante na história da assistência farmacêutica: o I Encontro
Nacional de Assistência Farmacêutica
e Política de Medicamentos por meio do qual foram elaboradas propostas
de assistência farmacêutica que, mais tarde, embasariam o SUS (Sistema Único de Saúde) com a presença de
farmacêuticos em todas as fases.
Diante dos fatos, em 1990 surge a Lei nº 8.080, que rege o SUS e define o compromisso público de garantia à
assistência integral à saúde, inclusive a farmacêutica, confirmando a garantia constitucional do direito à
saúde. A partir daí, a assistência farmacêutica torna-se elemento fundamental no SUS e parte integrante da
Política Nacional de Saúde (PNS), a qual garante o acesso da população aos serviços farmacêuticos e a
medicamentos e insumos.
Assim, a assistência farmacêutica desenvolveu-se, ao longo dos últimos anos, voltada para a necessidade de se
atender totalmente os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, fato que pode ser observado na figura a
seguir,
que traz o percurso histórico da Rename.
SUS
Além do princípio constitucional, observamos também outros princípios do SUS presentes no âmbito da
assistência farmacêutica.
Descentralização: se encontra mais visível nos recursos para fornecer medicamentos à população.
Integralidade: uma vez que o fornecimento de medicamentos satisfaz as necessidades da população, o que é
exemplificado pela adoção e revisão permanente da Rename e pelo Uso Apropriado de Medicamentos (UAM),
sendo este de grande
repercussão econômica e relacionado à mudança de comportamento da população, de
profissionais da saúde, de gestores e de consumidores.
Além disso, a assistência farmacêutica busca, dentro das suas ações, promover a equidade, ou seja, fornecer
medicamentos para aqueles que realmente necessitam pelo prazo necessário para a solução do caso.
A seguir, iremos nos aprofundar sobre a Política Nacional de Medicamentos e a Assistência Farmacêutica, já que
estão integradas aos princípios do SUS e já que esta política objetiva garantir a segurança, eficácia e qualidade dos
medicamentos
com a promoção do uso racional destes e a regulação do acesso da população aos medicamentos
essenciais através da ampliação da disponibilidade de produtos no Sistema Único de Saúde.
A Política Nacional de Medicamentos promoveu o diálogo entre duas grandes diretrizes da Assistência
Farmacêutica, a Regulamentação Sanitária de Medicamentos e a Garantia da Segurança, Eficácia e Qualidade
dos Medicamentos,
marcado pela criação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), pela Lei n° 9.782, de
1999. Assim, a Política Nacional de Medicamentos também contempla a diretriz da Promoção do Uso
Racional de Medicamentos
com ações individuais e articuladas que envolvem diversos atores desse processo:
paciente, profissionais de saúde, gestores e instituições relacionadas à saúde e ao sistema de saúde. Em
resumo, podemos inferir
que a Política Nacional de Medicamentos serve como um instrumento orientador e
transversal aos diferentes governos cujos interesses são totalmente antagônicos aos do mercado
farmacêutico e aos do sistema público
de saúde.
Assistência Farmacêutica
Em face da necessidade de inserir a assistência farmacêutica no contexto das ações de saúde, em 2003, é
criado o Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF). Nesse mesmo ano aconteceu a I Conferência
Nacional
de Medicamentos e Assistência Farmacêutica (CNMAF), a qual gerou a Resolução nº 338 da Política
Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) como parte integrante da Política Nacional de Saúde. Nesse
contexto,
a PNAF foi definida como sendo o conjunto de ações para promoção, proteção e recuperação da
saúde individual e coletiva, visando o acesso e o uso racional do medicamento.
Assim, nesta webaula, você pôde estudar os aspectos históricos relacionados à assistência farmacêutica,
conhecimentos imprescindíveis para você, como profissional da área.