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Conceito e objeto
A Ciência Política é uma ciência que procura conhecer, descrever, explicar e
Constitucional não abordava todos os temas políticos que a disciplina deveria estudar.
sendo por elas formada e tendo como objeto uma realidade normativa. O Direito
Constitucional visa “o que deve ser”, constituindo, por isso, uma ciência jurídica. A
objeto uma realidade factual, visa o “ser”, sendo, por esse motivo, uma ciência
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político e o sistema político. O Estado tem três elementos fundamentais: o povo (art.º
4.º CRP), o território (art.º 5.º CRP) e o poder político/soberania (art.º 3.º CRP). Este
administrativa) e a função judicial (esta não é tida como uma função política, mas como
estadual (FE) e fenómeno Político (FP). Existem três concepções diferentes: FE < FP,
FE < FP: Nesta concepção, nem todo o fenómeno estadual é fenómeno político. A
função judicial não pode ser tida como fenómeno político, uma vez que se trata
FE > FP: Segundo esta concepção, o fenómeno político não se restringe apenas e só ao
Estado. Nele, inserem-se as ações dos partidos ou grupos de interesse que tentem
in uenciar o poder. O fenómeno político não está de acordo com o fenómeno estadual,
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A Ciência Política pode ser tida como arte, saber ou ciência. A política é o saber
associar uma boa atividade com uma boa organização da polis, em nome do interesse
comum de todos (Aristóteles). A política é a arte de governar. Por outro lado, ela era
O sistema político
Tendo em conta que o fenómeno político é mais amplo que o fenómeno
estadual, a Ciência Política estuda as atividades políticas, no seu campo mais global, de
Os inputs são ações ou causas dos fenómenos políticos. Podem ser ações de
apoio ao sistema político ou exigências, reivindicações ao sistema político, como
Por sua vez, as modi cações concebidas de forma a que o sistema político se
adaptasse aos efeitos causados pelos fenómenos, por vezes criam novos inputs que
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Lei da homeostase: de acordo com esta lei, os sistemas têm tendência para o equilíbrio,
equilíbrio, interno, apesar dos fatores de alteração, sendo que é através dos outputs
Lei da entropia: Segundo esta lei, o sistema tem tendência para um maior equilíbrio e
sistema vai-se organizando cada vez mais de forma a reduzir a pressão e que as
O Estado
O Estado é uma entidade abstrata que atua através de orgãos que o
Estado são o povo, o território - constituído por vários domínios - e o poder político.
Todos os Estados estão subordinados à respetiva constituição, uma vez que esta
tem a função de organizar e delimitar o poder político. Cada Estado exerce a função
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Até ns do século XVI, não existiu um Estado tal como hoje é entendido, uma vez
que não existia um território xo, um poder que se exercesse de forma molecular sobre
Teses naturalistas
para viver em sociedade. O ser humano nasce egoísta e agressivo, com instinto de
família não é auto-sustentável e, desta forma, coopera com outras famílias, formando
uma tribo. As tribos acabam por se unir a outras, de forma a garantir a sua
Teses contratualistas
Homem é desorganizado e está em constante con ito. O ser humano nasce num estado
característica agressiva do Homem, por sua vez, gera con ito, colocando em causa a
sua sobrevivência. Deste modo, o Homem conclui que tem de ceder uma porção das
com reciprocidade.
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Locke (estado natural de incerteza, não tão violento; normas que diminuem a incerteza;
poder sempre do povo, que pode retirar poder; os seus direitos não são alienáveis) e
Teses organicistas
Teses voluntaristas
uma imensa solidariedade entre os seus membros, que obedeciam à ordem derivada
Estado não pode resultar da vontade de todos. A partir dos pequenos grupos ter-se-ão
De acordo com esta tese, o Estado resulta de uma ato de vontade. Os orgãos
constituídos por este vão depender da forma política, do regime político e do sistema
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outros.
• Quanto ao grau de intervenção: abstencionista, intervencionista, totalitário,
entre outros.
• Quanto à evolução histórica: antigo, moderno, contemporâneo.
• Quanto ao modo de produção: despótico, esclavagista, feudal, capitalista,
documento que organiza de forma escrita o poder político e limita a sua ação que, por
Estados antigos
o Estado Romano.
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Estado Oriental
político. Neste Estado, o monarca é adorado e tido como um líder espiritual. A ordem
povo possui origens étnicas distintas, agregadas pela força. O grande objetivo deste
Estado é a expansão universal. São exemplos deste Estado: Egito, Pérsia, Síria e China.
Estado Grego
uma democracia direta e as cidades estavam ligadas pela tradição, pela defesa, pelo
culto religioso e por uma política comum. Só aos cidadãos da cidade pertenciam os
Estado tinha poder, desde que este fosse devidamente justi cado pela leis formuladas
Estado Romano
ação. Os cidadãos romanos possuem alguns direitos básicos, tais como o direito ao
supremo e uno, cuja plenitude pode ou deve ser reservada a uma só pessoa, um único
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vez, abala o sistema, uma vez que reconhece à pessoa humana uma nova posição
“Estado” medieval
diversi cação de poderes particulares, sendo o poder político difuso, concentrado nos
privados (estes eram titulares privilégios, com posições jurídicas que lhes adivinham de
posições sociais que ocupavam na hierarquia feudal). Neste contexto, o poder privatiza-
O rei apenas era detetor do título, estando no topo do poder político sem
qualquer tipo de poder efetivo. Este tinha que subordinar ao papa, o que enfraquecia o
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entre poder económico desta classe social e a falta de poder político que lhe é
vontade geral;
• Exercício do poder por um só indivíduo Exercício do poder por muitos,
vigor;
• Súbditos Cidadãos com direitos.
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regulação do mercado. O Estado era con ado aos particulares que conheciam melhor
os seus interesses e sabiam como alcançá-los, con ando no jogo das liberdades
fundamentais, sendo que a limitação do seu papel serve para assegurar que o Estado
não vai para lá das funções que lhe são concedidas e invada, de forma ilegítima, as
direitos, na sua essência, negativos, uma vez que o Estado deve abster-se em vez de
intervir.
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Direitos do Homem Direitos do cidadão
burguesia e, por este motivo, o direito à propriedade surge como um direito absoluto,
aquele que tiver na sua posse, propriedade. Esta era a condição para que se pudesse
usufruir do exercício pleno dos restantes direitos. Apenas tinha direito ao voto aquele
do Estado pelos seus diferentes orgãos. É dividida por funções, sendo cada uma delas
poderes como técnica de organização do Estado, tendo como objetivo a garanti das
liberdades individuais são o Princípio do império da lei e o Princípio da legalidade da
administração.
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Princípio do Império da Lei: este princípio assenta na ideia de que a lei deve prevalecer
sobre todos os atos. Através deste princípio, a lei é legitimada pela aprovação do orgão
arbítrio individual. Aprovada pelo Parlamento, seria justa, uma vez que cada um possui
o papel de legislador e, desta forma, ninguém seria injusto para consigo mesmo. A lei é
igual para todos e todos são iguais perante a lei. Cada um obedece à vontade geral e
que fosse aplicada. O parlamento, dominado pela classe burguesa, esta decisão de
poderes subjetivada a este princípio, resultava num Estado dominado por essa mesma
classe social. Era necessário garantir a subordinação dos demais atos do Estado à lei, ou
receado, já que o poder legislativo, de certa forma, ainda não era burguês. O carácter
soberano da função legislativa exigia que o poder executivo lhe estivesse subordinado,
através da administração e dos tribunais. Apenas deste modo era excluído o abuso de
poder, o privilégio, a discriminação na aplicação da lei, quer pela administração, quer
pelos tribunais. Quanto ao poder judicial, a subordinação estreita do juiz à lei procurava
império da lei, impõe à função executiva uma estreita subordinação à lei, por parte da
administração, garantindo, deste modo, o respeito pela mesma. Este princípio atua em
duas dimensões:
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Preferência da lei - a administração pode atuar, desde que a lei não o proíba.
Alves, 2016.
começa a veri car-se uma certa crise nos pressupostos em que assenta o modelo do
De acordo com a Teoria da Mão Invisível de Adam Smith, as leis do mercado não
Surgem, deste modo, novas concepções que apelam à intervenção estatal. O Estado,
a ser exigido ao Estado que realize a justiça social - Estado Social. Com o Estado Social
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Por sua vez, dão-se alterações aos direitos e liberdades fundamentais. Surgem os
direitos sociais, em sentido mais amplo, positivos, cuja concretização depende,
Há uma reinterpretação dos direitos, liberdades e garantias (art.º 24.º a 57.º CRP - 1ª
para ser integrado numa concepção de autonomia individual, que não esquece a
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instaurando-se o sufrágio universal (art.º 49.º CRP e art.º 113.º, nº1 CRP). Os Direitos
58.º CRP, direitos sociais - art.º 64.º CRP e direitos culturais - art.º 73.º e 74.º CRP - 2ª
Geração de Direitos).
autoridade pública, porém, são igualmente concebidos com valores que se opõem
particulares e que os possam ofender, como o direito à greve. Com este domínio, o
Direito.
mesma, porém o governo passa a ter in uência no parlamento que, por sua vez, tem
poder na função executiva. Há tribunais que passam a controlar o parlamento e o
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Face à atualidade:
• Separação e interdependência dos orgãos de soberania: art.º 111.º e 112.º CRP.
• Assembleia da República: art.º 161.º, c) CRP; art.º 164.º e art.º 165 CRP.
• Governo: art.º 198.º CRP; art.º 197.º, nº2 CRP; art.º 199.º CRP.
• Presidente da República: art.º 134.º, b) CRP (promulgação da lei); art.º 277.º a 283.º
especialmente criados para o efeito que apreciam seus atos legislativos estão
arbítrio.
(reserva total da lei: princípio da legalidade da administração - art.º 266.º e 268.º CRP).
administrativa;
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participativa e de descentralização;
• Complexi cação dos sistemas de governo e sistemas eleitorais;
• Limitação da interdependência dos orgãos de exercício do poder político.
Regimes e sistemas
A forma como cada Estado estrutura o poder político depende de diversos
poder político.
de produção”.
capitalista. Este caracteriza-se pela privatização dos meios de produção e a sua gestão e
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que se caracteriza pela propriedade coletiva dos meios de produção e a sua gestão e
Regimes Políticos
Os regimes políticos são conceitos que procuram identi car cada uma das
constituições a mencionar:
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As constituições “sãs" traduzem formas de exercício do poder que vão ao
cidadãos ativos;
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NOTA: Esta classi cação bipartida não diz respeito aos regimes políticos, mas aos
sistemas de governo.
Sistemas de Governo
do poder político. Este traduz a titularidade do poder político e a estrutura dos orgãos a
quem é con ado o seu exercício, de forma a determinar quem é considerado titular
dele e quais os orgãos estabelecidos para o seu exercício. Não é possível separar este,
nome próprio, por uma pessoa ou por um grupo social. Pode ser monocrático, quando
Quando monocrático:
• Cesarista - sem legitimidade democrática ou vontade popular (o poder não é
justi cado);
• Monárquico - monarquia absoluta, com legitimidade (há legitimação do poder).
povo, e a sua a tipologia é mais complexa. Pode ser, quanto ao exercício do poder
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disto, em alguns Estados existem certas práticas que se ligam à democracia direta, tais
coletividade, porém é exercida por orgãos que atuam por autoridade e em nome dela,
tendo por titulares indivíduos escolhidos com intervenção dos cidadãos que a
compõem.
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Sistema de governo democrático representativo - de divisão de poderes
(autorização dada pelo ministro para que o chefe de estado possa exercer poder
político).
parlamentar sólido, o que faz dele um governo inseguro, podendo ser destruído
maioritário, o seu líder será chamado a formar um governo e este disporá de um apoio
maioritário no parlamento. O governo, com essa base de apoio, será forte e estável. O
Parlamento.
Por sua vez o governo faz prevalecer os assuntos que entende na reunião do
Parlamento.
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• Vota no orçamento;
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sobrevivência
perante o chefe de estado, sendo que este tem poderes efetivos (dissolução do
Parlamento, veto) e pode tomar decisões políticas, sem ser responsável por elas
caso de emergência.
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República - art.º 190 e 191.º (apresentação do programa - art.º 192.º, 163.º d), 195.º,
nº1, f); moção de censura ao governo - art.º 194.º, 163.º, e), 195.º, nº1, f); moções de
• Atos do presidente da República em referendo ministral - art.º 140.º, 197.º, nº1, a).
133.º, e) e 172.º;
• Há interdependência de poderes:
Partidos Políticos
Os partidos políticos são uma instituição essencial dos regimes liberais, pois
seja, uma “organização ao serviço de uma ideia”. São associações de cidadãos que
benefícios do poder.
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sistemática.
participação.
terceiro tipo é de carácter funcional, assentado nas funções que ele deve exercer.
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Em suma
Partido Político:
Associação Política:
político;
a questão quantitativa, pois tem como objetivo reunir quadros bem preparados de
pessoas com prestígio moral, social económico, pela in uência que exercem no
eleitorado quer pelo pelo o apoio económico que podem fornecer para as campanhas
eleitorais. Este tipo de partido tem origem nos primórdios do sufrágio censitário
pela ausência de disciplina de voto nos respetivos grupos parlamentares. Têm uma
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creches). Como nanciamento recebem quotizações pagas pelos seus militantes, tendo
de partido são de origem exterior. São partidos rígidos, ou seja, dispõe de uma estreita
sendo portadores de um ideal que contradiz a ordem social vigente e tem que manter
uma coesão apreciável entre seus militantes e uma ação constante juntos de eleitores.
constitucionais;
imperfeita).
Quanto às funções, isto é, às atividades que o partido leva a cabo para alcançar
os seus objetivos/ ns, essas dependem do ambiente em que surgiram, visto que
procuram dar resposta às exigências especí cas próprias desse ambiente. Essas
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Funções políticas:
políticos internos.
coletiva.
Funções administrativas:
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Os leitores são as pessoas que votam no partido, mas não demostram qualquer
determinado partido, que embora não seja são muito precisa, são eleitores que
Grupos de Pressão
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Características:
• Defesa de interesses — tem como objetivo a constante defesa dos interesses, que
responsabilidade do mesmo.
propriamente dito ou parciais quando, para além do exercício da pressão política tem
outras nalidades.
A intervenção dos grupos de pressão pode ser direta, quando um dos meios
nota verbal (?), conversa, envio de dossier, troca de correspondência, ou seja, recurso à
fazer valer os pontos mais importantes, depois de informar. Contudo, estes meios nem
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A intervenção dos grupos pode ser indireta, ao tentarem in uir no poder através
dos partidos políticos, com os quais matem relações estáveis. Podem também
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