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Como foi dito, os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas fornecem uma narrativa
que têm muito em comum. Mateus e Lucas iniciam seus registros apresentando a
genealogia de Jesus e a narrativa de seu nascimento.
Depois, os três Evangelhos Sinóticos falam sobre o ministério de João Batista. Eles
apresentam o profeta como sendo aquele de quem as Escrituras falam, e que seria
o responsável por preparar o caminho do Messias.
Os Evangelhos Sinóticos também relatam o batismo e a tentação de Jesus no
deserto. Tudo isso ocorreu antes do início de seu ministério público, e faz parte da
primeira seção desses livros. Em seguida, ao registrar o ministério do Senhor Jesus,
os Evangelhos Sinóticos se concentram principalmente nos eventos ocorridos na
Galileia. Eles registram os ensinos de nosso Senhor e os milagres realizados por Ele.
Os Evangelhos Sinóticos também mostram o Mestre sempre acompanhado de seus
discípulos percorrendo vários lugares. Muitas das vezes Ele estava cercado por
multidões que ouviam seus discursos, e de opositores que procuravam calá-lo.
Esses opositores são apresentados nas figuras dos religiosos da época,
especialmente os escribas e fariseus. Muitos de seus discursos se deram por meio
de parábolas. Saiba por que Jesus falava por parábolas.
O clímax de toda narrativa também é apresentado de forma muito semelhante nos
Evangelhos Sinóticos. Os três primeiros Evangelhos retratam a viagem de Jesus a
Jerusalém. Eles descrevem os eventos que marcaram a semana da paixão, e dão
destaque ao sermão profético de Jesus sobre o fim dos tempos e a instituição da
Ceia.
Isso significa que João escreveu sobre a vida e ministério de Jesus sob outro anglo.
Ele trouxe eventos inéditos não registrados nos Evangelhos Sinóticos. Além disso, é
amplamente aceito que o Evangelho de João foi escrito muitos anos depois dos
Evangelhos Sinóticos. Mas é importante saber que nada do que é registrado em
João contradiz, em um só ponto se quer, o que é registrado nos Evangelhos
Sinóticos.
Assim, a leitura dos Evangelhos Sinóticos combinada à leitura do Evangelho de
João, fornece um panorama riquíssimo acerca da vida e ministério de Jesus.
Também é importante saber que os pontos centrais da obra de Cristo são
registrados nos quatro Evangelhos, especialmente sua morte e ressurreição.
O problema Sinótico
Como vimos, uma comparação detalhada entre os Evangelhos Sinóticos não
revelará apenas semelhanças, mas também algumas diferenças. A discussão sobre
as semelhanças e as diferenças, fez com que surgisse o problema dos Sinóticos. Do
ponto de vista literário, esse problema levanta as seguintes questões:
Não é nada fácil responder tais questionamentos. Se for admitido que os autores
dos Evangelhos Sinóticos usaram as obras uns dos outros, isso explica boa parte
das semelhanças entre eles. Mas por outro lado, essa condição torna as diferenças
entre eles intrigantes. Assim, o problema Sinótico se concentra ainda mais
especialmente na seguinte pergunta: Como explicar as semelhanças e as diferenças
entre esses três Evangelhos?
Essa pergunta fica ainda mais complicada quando entendemos que os relatos
acerca do ministério de Jesus constituem simplesmente uma seleção. Nosso Senhor
desempenhou um ministério público de aproximadamente três anos. Isso significa
que a quantidade de acontecimentos foi enorme. Sobre isso, em João 21:25 lemos
que faltariam livros para registrar todos os atos de Jesus.
Seja como for, obviamente Mateus e Lucas tiveram acesso a informações que são
pertinentes apenas aos seus respectivos Evangelhos. Apesar das dificuldades, a
maioria dos estudiosos adota a teoria das duas fontes como a melhor solução para
o problema Sinótico.