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º ANO
Sendo a produção e o consumo actividades cíclicas (nunca terminam), o investimento tem de exercer
três funções indispensáveis para manter os processos produtivos de forma contínua.
Funções do investimento:
• Investimento de substituição – o investimento tem como função garantir a manutenção da
capacidade de produção das empresas através da substituição de bens de produção danificados
ou gastos (compra de uma nova máquina para substituir uma outra avariada).
• Investimento de inovação - o investimento tem como função garantir a actualização
tecnológica das empresas. A aquisição de novas tecnologias permite obter ganhos de
produtividade, melhorar e modernizar o processo de produção, bem como a qualidade dos bens
e serviços oferecidos no mercado.
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• Investimento em aumento da capacidade de produção - o investimento tem como função
garantir o aumento da capacidade de produção através da aquisição de mais equipamentos (a
compra de um edifício para nele instalar uma nova unidade de produção, por forma a aumentar
a produção).
A classificação do investimento destas três formas possíveis, não significa que cada uma destas
categorias de investimento seja perfeitamente distinta das outras. Um investimento pode ser
simultaneamente de inovação e de aumento de capacidade produtiva. A compra de uma máquina
inovadora, em termos tecnológicos, acaba, frequentemente, por permitir também um aumento da
produção.
Dentro da formação de capital ou investimento há que distinguir aquele que é efectuado em bens
duradouros (bens que podem ser utilizados mais de que uma vez) do que é efectuado em bens não
duradouros (bens apenas utilizáveis uma única vez), ou seja:
• A formação bruta de capital fixo (FBCF) – representa o valor das compras feitas em bens de
produção duradouros utilizados no processo produtivo durante, pelo menos um ano, tais como
edifícios, terrenos, máquinas, viaturas;
• A variação de existências - constituída pelas compras efectuadas, durante um determinado
período de tempo, geralmente um ano, de bens de produção não duradouros: as compras de
matérias-primas e subsidiárias.
Uma vez que as matérias-primas e subsidiárias são transformadas em produtos aptos à
satisfação das necessidades, o valor da variação de existências é obtido pela diferença entre o
valor das existências no final do ano e no início desse mesmo ano, sendo constituído pelos
produtos acabados, pelos produtos em curso de fabrico e pelas matérias-primas e subsidiárias
existentes.
INVESTIMENTO = F B C F + VARIAÇÃO DE EXISTÊNCIAS
O maior poder de compra e a maior informação do consumidor torna-o cada vez mais exigente no que
se refere à qualidade dos bens. Por isso, as empresas são cada vez mais obrigadas a utilizar as
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inovações tecnológicas quer relacionadas com os processos de produção quer com a comercialização
dos bens.
As empresas que não acompanhem e integrem as inovações tecnológicas serão preteridas pelos
consumidores. É, portanto, indispensável que as empresas e o Estado contribuam para a
investigação/descoberta de novas tecnologias, novos modos de produção, novas matérias-primas e
novas fontes de energia.
Cabe, então, às empresas e ao Estado financiar o processo de descoberta de novos conhecimentos
através da constituição de centros de Investigação e Desenvolvimento (I&D) em colaboração com as
universidades.
A I&D, ao permitir a introdução de inovações tecnológicas, contribui para a melhoria do nível da
população, para o desenvolvimento da economia e da sociedade em geral.
A descoberta de novas tecnologias ou de novas formas de fabrico são patenteadas, isto é, são pertença
de alguém ou de empresas que cobram direitos pela sua utilização. Deste modo, o número de patentes
registadas num país reflecte a sua capacidade de inovação.
Existem agentes económicos que conseguem realizar poupanças e outros, pelo contrário, não
conseguem realizar poupanças.
Algumas famílias, algumas empresas, conseguem realizar poupanças em montantes superiores aos
investimentos, neste caso diz-se que há capacidade de financiamento. Diz-se, portanto que existe
capacidade de financiamento por parte de um agente económico quando este efectua uma poupança
superior ao montante investido.
Mas, também, acontece que há empresas que para assegurarem a continuidade do processo produtivo
dos bens e dos serviços, lançarem novos produtos no mercado ou melhorarem a qualidade dos seus
produtos, não tenham poupanças suficientes para poder realizar esse investimento. Neste caso, diz-se
que há uma necessidade de financiamento. Assim, existe necessidade de financiamento por parte de
um agente económico quando ele realiza investimentos superiores aos valores da sua poupança.
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O financiamento externo pode assumir as seguintes formas:
• Financiamento externo directo – não utiliza intermediários. Os agentes económicos obtêm os
recursos financeiros necessários directamente no mercado de capitais (mercado primário de
títulos), através da emissão de acções ou obrigações, que são adquiridas por outros agentes
com capacidade de financiamento. Nesta situação, o financiamento externo é directo porque o
aforrador cede directamente as suas poupanças ao investidor.
As empresas recorrem à venda de acções ou de outros títulos. Este mercado onde os títulos são
transaccionados chama-se mercado de títulos.
• Financiamento externo indirecto – os recursos são obtidos junto de intermediários
financeiros. As instituições financeiras recebem as poupanças dos agentes económicos sob a
forma de depósitos, canalizando-as, através do crédito concedido, para os agentes com
necessidade de financiamento.
O crédito contraído junto das instituições financeiras é um financiamento externo e indirecto
porque representa a utilização de recursos financeiros de terceiros depositados nas instituições. O
crédito é concedido mediante o compromisso do reembolso acrescido do pagamento de juros.
O juro corresponde à remuneração do credor (Banco) pela antecipação da obtenção do dinheiro para
adquirir bens de consumo ou realizar investimentos (aplicar na formação de capital).
O juro é calculado com base numa taxa de juro que representa o custo da utilização de recursos
monetários alheios.
Geralmente, os Bancos só concedem crédito se confiarem de que receberão o pagamento do
empréstimo juntamente com os respectivos juros na(s) data(s) acordada(s), exigindo ainda dos
devedores garantias do pagamento dessa dívida.
O valor da taxa de juro tem efeitos diferentes sobre a poupança e o investimento. Quando as taxas de
juro são baixas, não existe um incentivo à poupança, pois o facto de se abdicar de consumir no
presente para consumir no futuro não oferece grandes contrapartidas. Mas, sendo a taxa de juro baixa,
o custo de obter financiamento é baixo, logo, há um grande incentivo ao investimento. Quando as
taxas de juro são altas, as famílias são incentivadas a realizar poupanças na expectativa de
aumentarem significativamente o seu consumo no futuro. Contudo, nesta situação de taxas de juro
altas, o recurso ao crédito fica mais caro, desincentivando o investimento.
Um Banco é uma instituição que presta serviços aos seus clientes. Recebe depósitos, concede
empréstimos (créditos), faz aplicações em fundos de investimento, compra e vende moeda estrangeira,
compra e vende acções, paga serviços domiciliados (água, electricidade, telefone, gás, etc.), presta
informações comerciais e financeiras.
Sendo o objectivo dos bancos a obtenção de lucros, as taxas de juro das operações activas são
superiores às taxas de juro das operações passivas.
Os Bancos desempenham, em conjunto com outras instituições financeiras, uma importante função
na economia – a de intermediários financeiros -, pois recebem poupanças dos diferentes agentes
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económicos e disponibilizam-nas aos agentes económicos que delas necessitam, mediante o
pagamento de juros.
Os Bancos, para além da função de intermediários, exercem ainda a função de criação de moeda,
isto é, disponibilizam à economia quantidades de crédito superiores aos montantes dos depósitos.
O crédito pode ser classificado de várias formas, consoante o critério utilizado.
• quanto à aplicação/finalidade:
crédito ao consumo - aquele que se destina às famílias para aquisição de bens de
consumo: electrodomésticos; automóveis; viagens.
crédito à produção - aquele que é concedido às empresas.
O crédito à produção pode ser:
crédito de funcionamento quando se destina a suprir dificuldades de tesouraria
(pagamento de salários, por exemplo) e
crédito de financiamento se destinado ao investimento.
• quanto à duração:
crédito a curto prazo – quando o prazo de pagamento é inferior a um ano;
crédito a médio prazo - quando o prazo de pagamento é entre um e cinco anos;
crédito a longo prazo - quando o prazo de pagamento é superior a cinco anos.
Sendo a moeda escritural constituída pela movimentação dos depósitos à ordem nos Bancos, então, os
Bancos ao concederem empréstimos, estão a dar origem a depósitos, ou seja, estão a criar moeda
escritural.
O mecanismo de concessão de crédito provoca um efeito multiplicador, designado por multiplicador
de crédito – multiplicação artificial dos depósitos através da criação de moeda escritural gerada pelos
créditos concedidos pelos Bancos. Assim, a moeda escritural, além de surgir a partir de depósitos em
dinheiro (não resultando daqui aumento do volume de moeda em circulação) resulta também da
concessão de crédito pelos Bancos. Este crédito está limitado à taxa de reserva obrigatória de 10%
sobre o valor total dos depósitos.
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Classificação das instituições financeiras:
• instituições financeiras monetárias (Bancos) – instituições que podem receber depósitos e
criar moeda através da concessão de crédito;
• instituições financeiras não monetárias (sociedades de locação financeira, sociedades de
factoring, sociedades de capital de risco) – estas instituições não podem receber depósitos,
mas concedem crédito financiado através da emissão de obrigações, de suprimentos
(empréstimos concedidos por sócios) e da obtenção de crédito junto de outras instituições de
crédito.
As sociedades de locação financeira (leasing) têm por objectivo a celebração de contratos entre a
empresa de leasing (locador) e uma pessoa ou empresa (locatário/adquirente) a quem é concedido
temporariamente um determinado bem (móvel ou imóvel), mediante o pagamento de uma renda. No
final do prazo, o locatário tem a opção de compra do bem em troca do pagamento de um valor
residual.
Frequentemente, as empresas de leasing estão associadas a bancos comerciais.
Em Portugal, o mercado secundário é constituído pela Bolsa de Valores de Lisboa e pela Bolsa de
Derivados do Porto.
É na Bolsa de Valores de Lisboa que os títulos são negociados e transaccionados através da
intervenção dos corretores. Em cada momento é definido o preço do título (a cotação), através do
jogo da oferta e da procura. Portanto, a cotação dos títulos não é fixa, varia de acordo com a oferta e a
procura. Se, num determinado momento, a procura for superior à oferta, a cotação tende a subir. Na
situação inversa, a cotação baixará.
Quando a cotação baixa até ao valor nominal do título, igualando-o, diz-se que se encontra ao par,
quando se encontra acima, diz-se acima do par e se descer para um valor inferior ao valor nominal,
diz-se abaixo do par.
O IDE em Portugal tem vindo a diminuir nos últimos nos e tem-se assistido à saída de várias empresas
estrangeiras que procuram destinos mundiais mais atractivos, onde as estruturas de custos são mais
baixas e os sistemas fiscais mais atractivos.
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