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Licensed to Milena Groetares Rosa - migroetares@gmail.com - 151.962.

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Direções futuras da TCC e psicoterapia baseada em


evidências

Traremos nessa aula alguns direcionamentos a respeito dessa nova proposta de


psicoterapia. O que se espera do futuro? Quais são as direções futuras, tanto em
TCC, como na PBT?

A pergunta feita por Gordon Paul, vista numa aula anterior, abriu as portas para uma
abordagem científica baseada em evidências. Uma abordagem verdadeiramente
baseada em processo da alta prioridade a processos baseados em evidências e
procedimentos baseados em evidências.

Hoffman e Hayes, autores do livro de PBT, reformularam a pergunta do Paul,


trazendo a seguinte questão:

“Quais processos biopsicossociais nucleares devem ser focados com esse paciente,
levando em conta esse objetivo específico, nessa situação e como eles podem ser
mudados de forma mais eficiente e efetiva?”

Responder a essa pergunta é o objetivo de qualquer terapia baseada em evidências


e da PBT. O contexto do paciente passa a ocupar papel primordial no tratamento do
paciente, deixando de lado a rigidez dos protocolos.

Os princípios e procedimentos utilizados na TCC e na PBT hoje ainda precisam ser


mais bem estudados, precisando de mais estudos e ensaios clínicos randomizados
para que consigamos integrar melhor o cognitivo e o comportamental e melhor
desenvolver e usar um conjunto de princípios mais abrangentes, organizando isso
de forma mais pragmática e útil.

Os objetivos das terapias da 3a onda, por exemplo, é integrar outras abordagens,


outras teorias e procedimentos, necessitando ainda, entretanto, de serem mais
sistematizadas e demandando mais estudos. Muitos procedimentos ditos de 3a

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onda, como Mindfulness, estão apenas começando a entrar em cena do ponto de


vista das evidências científicas.

O desenvolvimento desses protocolos focados no DSM ajudou muito a TCC, não


apenas desenvolvendo-a como também colocando-a numa categoria de uma
abordagem de intervenção mais bem embasada no ponto de vista científico. Porém,
também limitou essa visão, focando muito nas questões sindrômicas, na questão do
diagnóstico, deixando de analisar questões mais pessoais e individualizadas do
paciente. No final acabávamos por responder “que protocolo é melhor pros sintomas
do paciente?”

Não conseguindo captar adequadamente as necessidades do indivíduo, o contexto


das intervenções e a especificidade dos procedimentos, a especificidade dos
problemas e a ligação com os processos de mudança. Muito se perdeu nesse
processo e na possibilidade de processo de mudança dos pacientes. Contudo,
sendo a ciência não um dogma, mas sim uma verdade passível de atualização,
elabora-se hoje o desenvolvimento de um novo modelo de tratamento.

O que podemos esperar do futuro?

● Declínio das terapias nomeadas.


● Protocolos serão desmembrados e as técnicas cognitivas e comportamentais
serão usadas de modo mais flexível a ser definida de acordo com o contexto
e necessidade do paciente.
● Personalizar seu modelo de tratamento dentro de processos e procedimentos
baseados em evidências. O terapeuta poderá “criar” seu próprio protocolo,
sempre respaldado cientificamente.
● Galgamos para uma psicoterapia baseada em processos, onde não há a
necessidade de nomear todas as terapias, separar cada onda... tudo será
integrado e pensado além dos protocolos, além do diagnóstico – nesse novo
modelo transdiagnóstico –, elevando ainda mais a importância da
formulação de caso.

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● Os protocolos continuarão sendo importantes por mais alguns anos,


tendendo a assumir um papel secundário no tratamento no decorrer dos
anos.
● Espera-se uma mudança nessa formas de diagnóstico. Podemos esperar
para os próximos anos uma nova forma de diagnóstico alternativa às
oferecidas hoje.
● A TCC será incluída na Psicologia Baseada em Processos, que estará dentro
da Psicologia Baseada em Evidências. Também serão incluídos aspectos
importantes de outras abordagens (como o Humanismo).

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