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Índice
Introdução.................................................................................................................................3
Abuso de autoridade.................................................................................................................4
Conclusão...............................................................................................................................12
Referências bibliográficas......................................................................................................13
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Introdução
O trabalho que nos propomos a apresentar desenvolve-se em torno do abuso de autoridade no
ambiente de trabalho ou académico. Descreve e exemplifica diferentes situações de abusos de
autoridade na sociedade, que são: assédio moral, assédio sexual, coerção violência verbal no
ambiente de trabalho. Traz a teoria do assunto e liga a situações reais que acontecem na
sociedade moçambicana, em particular em Nampula.
Este tema é de extrema importância uma vez que se debruça e desvenda problemas que atentam
contra a prática de boa convivência e harmoniosa na sociedade entre pessoas descrevendo a
conduta e os costumes humanos ou conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em
prática dentro duma sociedade ou meio social. Alias a Ética constitui por si necessária por ser um
campo de saber ligado a Filosofia e sua origem nos reporta a discussão filosófica a respeito do
comportamento humano, ou seja, a reflexão sobre o conhecimento do Bem como o fim ultimo do
homem.
É importante nesta parte introdutória do trabalho fazer a menção da metodologia científica que
norteou a elaboração deste trabalho. Nesses termos, a pesquisa bibliográfica é que tornou
possível a efectivação do trabalho. Portanto a pesquisa caracterizou-se por leituras e consultas de
obras científicas que vão mencionadas na página das referências bibliográficas do trabalho. A
estrutura do trabalho é orientada pela ordem dos itens tidos como obrigatórios. Assim, descreve-
se em primeiro lugar o assédio moral no ambiente de trabalho, o assédio sexual em segundo, a
coerção, e a violência verbal em último lugar.
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Abuso de autoridade
“Constitui-se abuso quando uma autoridade, no uso de suas funções, pratica qualquer atentado
contra a liberdade de locomoção, a inviolabilidade do domicílio, a liberdade de consciência e de
crença, o livre exercício do culto religioso, a liberdade de associação, os direitos e garantias
legais assegurados ao exercício de certas actividades sociais. O abuso de autoridade leva o autor
à sanções civil e penal, com base na lei e mediante os costumes desta sociedade”. (Salvador, p.
25)
(Kubota, p.7) Refere que o abuso de poder configura na situação que o agente extrapola os
limites legalmente previstos para se actuar, desviando assim a essência de sua função, e assim
criando uma autoridade que afasta a real necessidade de se existir, pode ser qualquer meio que
fere o funcionamento da administração pública.
Por exemplo, na situação actual de calamidade pública, durante as patrulhas nocturnas para o
reforço do cumprimento do decreto presidencial face as medidas impostas para a contenção da
COVID 19, há ocorrências de abuso de poder onde os agentes da polícia se apoderam de bens
alheios. Esta prática não está preconizada na comunicação do presidente à nação, o que a
caracteriza como abuso de poder.
Segundo (Lisbôa, p.3), O assédio moral consiste um fenómeno social, decorrente da evolução da
sociedade e da intensificação das relações de trabalho, e que, embora tenha ocorrência desde o
início do trabalho assalariado, tem ganhado maior destaque na sociologia e na medicina do
trabalho, merecendo atenção também dos juristas.
Na cidade de Nampula a ocorrência destes abusos é frequente, entre empregados domésticos com
os seus empregadores, trabalhadores de restaurantes e lugares semelhantes. Há uma crença de
que os empregados domésticos não podem estabelecer uma relação de trabalho harmoniosa com
os seus patrões porque vão acostuma-los e consequentemente não desenvolverão bem as tarefas
que lhe são incumbidas. Trata-se de uma tentativa de intimidação e, muitas vezes nem o patrão,
nem o empregado sabe que é um acto de crime. Aliás, os empregados entendem que se trata de
um acto humilhante, mas não podem reclamar porque estariam a arriscar o emprego deles.
“O assédio sexual no ambiente de trabalho consiste em constranger colegas por meio de cantadas
e insinuações constantes, com o objectivo de obter vantagens ou favorecimento sexual. O ato do
assediador pode ser sutil ou claro, escrito ou insinuado, pode vir na forma de coação, chantagem
ou intimidação, pode ser caracterizado como crime (quando praticado pelo superior hierárquico)
ou conduta sexual reprovável (quando praticado entre colegas de trabalho) ” (Salvador, p. 25).
Segundo (Salvador, p. 26) o assédio sexual é um tipo de coerção de carácter sexual praticada por
uma pessoa em posição hierárquica superior em relação a um subordinado, normalmente em
local de trabalho ou ambiente académico. O assédio sexual caracteriza-se por alguma ameaça,
insinuação de ameaça ou hostilidade contra o subordinado, com fundamento em sexismo.
O assédio sexual também pode ocorrer fora do ambiente de trabalho, em situações em que a
vítima pode ser constrangida publicamente com gestos ou palavras, ou ainda impedida de reagir
por se encontrar impossibilitada de deixar o local, como no caso dos transportes colectivos
lotados. Outra forma de assédio sexual é o acto de seduzir ou induzir a vítima a práticas sexuais
não consensuais quando esta encontra-se sob efeito de alguma substância que altere seu auto-
controle, como o álcool por exemplo. Quando o assédio chega às vias de facto, nestas
circunstâncias, caracteriza-se o abuso sexual ou a violação.
Esta conduta pode não ter grande excesso de uso de Poder pelo simples factos de acentuar
sobremaneira a ameaça, mas sempre na óptica de actos éticos Maus ela se faz presente pois, a
pessoa assediada não se entrega de livre vontade, levando deste modo a privacidade da sua
liberdade no acto de agir.
O assédio sexual é considerado crime porque é um acto de violência contra a pessoa assediada,
que tem na ponta, o abuso de autoridade. Geralmente, quando o assediador, sendo um superior
hierárquico, não suporta a rejeição, passa a agir de forma insistente e até violenta - física ou
moral - humilhando a pessoa assediada, e transgredindo os direitos daquela.
Em Moçambique, infelizmente o assédio não é tratado como um crime sério, pois os criminosos
não são punidos.
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O assédio pode ser também de mulheres contra homens, mulheres contra mulheres e homens
contra homens. Porém, na maior parte dos casos, é de homens contra mulheres. Os exemplos
mais comuns do assédio sexual incluem:
Insinuações explícitas ou veladas;
Gestos ou palavras, escritas ou faladas;
Promessas de tratamento diferenciado;
Chantagem para permanência ou promoção no emprego;
Ameaças, veladas ou explícitas, de represálias, como a de perder o
Emprego;
Perturbação, ofensa;
Conversas indesejáveis sobre sexo;
Narração de piadas ou uso de expressões de conteúdo sexual;
Contacto físico não desejado;
Convites impertinentes;
Pressão para participar de “encontros” e saídas;
Criação de um ambiente pornográfico.
O exemplo mais prático da vida social e mais conhecido no país foi o caso do centro de
instrução de Matalane, em Maputo, onde instrutores foram responsáveis por engravidar
instruendas, mas que não foram punidos. Organizações da sociedade civil dizem que os polícias
que assediaram e engravidaram instruendas deviam ser punidos exemplarmente e não
transferidos. Como todos os funcionários do Estado são sujeitos à transferência, os activistas
acreditam que esta medida não deve ser considerada punitiva. Acha-se que os agentes
transferidos podem voltar a cometer os mesmos actos nos novos postos de trabalho.
ambiente e nos colaboradores uma sensação psicologicamente insalubre e insegura, fazendo com
que o ambiente se torne um local hostil e intimidativo que segundo Vaz e Reis (2009, p. 535)
podem ser capaz de causar a vítima danos psicológicos, humilhação e até mesmo ofensa
ultrajante.” É importante destacar também que o Assédio Sexual da ao empregador autoridade de
realizar uma rescisão do contrato de trabalho por justa causa, uma vez que este é responsável
pelos actos dos seus funcionários. Vaz e Reis (2009, p. 549) ainda ponderam: “A reparação por
dano moral em virtude do assédio sexual decorre do fato de afectar a intimidade e a vida privada
do empregado, seu direito à livre disposição do corpo e aos actos que a ele digam respeito”.
Segundo (Bureau Internacional do Trabalho, 2009. P.13), Através da história, percebe-se que o
uso da coerção foi usado em vários sectores da sociedade e particularmente nas organizações. A
coerção é também usada como uma forma de liderança (Liderança Coercitiva) que baseia seus
actos influenciais predominantemente no poder de coerção de posição, ou seja, procura-se ter o
maior controlo possível sobre as acções e reacções do trabalhador, o que tende a gerar
passividade, alienação e etc. A partir desses actos o trabalhador passa a ter atenção contínua no
sentido de evitar desvios dos padrões estabelecidos e assegura a busca pelos objectivos.
A divisão do trabalho exige a constituição de mecanismos de controlo, dentre os quais a
manipulação do espaço. Em nome da eficiência, a racionalidade começa a ser privilegiada e as
manifestações do caos passam a ser combatidas. Surgem os patrões e os empregados, os chefes e
os comandados; criam-se horários de trabalho; estabelecem-se cronogramas de produção;
esboçam-se organogramas. As forças da ordem passam a ditar também a construção do ambiente
físico: enquanto o olhar dos patrões se centraliza na perseguição do excedente (Polanyi, 2000),
os olhos dos trabalhadores devem ser contidos no espaço que produz o excedente, de modo que
nada possa interferir no processo de sua apropriação.
A partir daí os trabalhadores perdem a sua autonomia e passam a ser "controlados" pelo seu
chefe. O lugar onde o trabalhador ocupa (maior ou menor), indica a sua posição mais ou menos
elevada na organização.
Actualmente, a taxa mais elevada de trabalho forçado ocorre, sobretudo, na economia privada,
sendo altamente impune. A exigência de que os Estados, que ratifiquem o Protocolo de Palermo,
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identifiquem o tráfico para exploração sexual e laboral como uma grave infracção penal suscitou
o aparecimento de uma série de medidas legislativas e jurídicas contra essas práticas abusivas,
incluídas na Convenção do Trabalho Forçado da OIT. Neste sentido, a acção legislativa e judicial
contra o trabalho forçado e o tráfico humano podem servir os mesmos objectivos, e apoiar-se
mutuamente. Para este fim, os Estados devem legislar contra o tráfico no seu sentido mais lato,
concedendo total atenção a todos os aspectos do trabalho forçado, em aditamento à exploração
sexual e à elaboração de cláusulas para a identificação e processamento do crime de trabalho
forçado, conforme definido nas Convenções da OIT.
A pesquisa da OIT revelou de forma consistente que a manipulação de crédito e débito, quer
pelos empregadores ou pelas agências de recrutamento, é ainda um factor chave que armadilha
trabalhadores vulneráveis para situações de trabalho forçado. Os camponeses pobres e os povos
indígenas da Ásia e da América Latina podem ser induzidos ao endividamento, através da
aceitação de pequenos, mas acumulativos empréstimos ou de adiantamentos salariais por parte
de empregadores ou de agências de recrutamento, em tempos de escassez. Em alternativa, os
candidatos a migrantes podem ter que liquidar elevados montantes aos agentes que os ajudaram a
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éticos, seja esta moral, verbal ou física, e, parafraseando Isaac Asimov em sua obra de ficção
científica Fundação: a violência é o último recurso do incompetente.
Conclusão
A ética social, como o próprio nome diz, remete-nos a questão do comportamento humano em
relação ao meio social em que está inserido. A pesquisa ora efectivada para a elaboração deste
trabalho permitiu a compreensão dos problemas de convivência no ambiente de trabalho entre os
seres humanos.
O abuso de autoridade leva o autor à sanções civil e penal, com base na lei e mediante os
costumes da sociedade moçambicana porque se trata de violação de direitos e exposição dos
trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e
prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções.
Referências bibliográficas
Ferreira, Hádassa Dolores Bonilha. Assédio moral nas relações de trabalho. Campinas: Russell,
2004.
Hirigoyen, Marie-France. Assedio Moral: a violência perversa do cotidiano. 4 ed. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2002.