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http://dx.doi.org/10.1590/1982-02672018v26e06d1
baseadas em objetos, que reificaram certas imagens em circulação até os dias de hoje. Se, no
século XIX, os habitantes da América eram representados como extintos, em vias de extinção
ou com sinais visíveis de degenerescência, no século XXI, numa reviravolta histórica, os povos
ameríndios criaram suas próprias representações e objetos, apropriando-se dos museus como
espaços de mobilização pelos direitos e de reconstrução de suas próprias trajetórias, lutas,
memórias e identidades.
ANAIS DO MUSEU PAULISTA São Paulo, Nova Série, vol. 26, 2018, p. 1-30. e06d1 1
2. Stocking (1985, p. 11).
Certainly in Western museums there has been some rethinking of problems
3. Grupioni (2008, p. 21-22). of representation. Not only radical critics, but establishment museologists
now raise questions about the situation of non-European others along with
4. Abreu (2008, p. 11).
animals and plants in the museums of natural history, or their segregation
5. Leroi-Gourhan apud PO- from the rest of world history in museums of ethnography.
MIAN (1984, p. 70-71).
George W. Stocking Jr.2
6. Cf. Mauss (2003).
objetos estranhos que representasse os três reinos, animal, vegetal e mineral. No 11. Françoso (2014, p. 232).
Uma coleção confere pres-
que diz respeito à classificação dos objetos, era frequente dividi-los em duas tígio e poder aos coleciona-
categorias: naturalia, objetos feitos pela natureza, e artificialia, objetos feitos pelo dores (Pearce, 2002, p. 158;
Miller, 2013, p. 14).
homem. Por meio de um objeto (ou parte dele), os europeus pensavam conhecer
12. Françoso (2014, p. 55).
uma população distante.10
13. Schwarcz (2007, p. 69).
Assim, espécies e artefatos das coleções de arte, de maravilhas, de
14. Pearce (2002, p. 130).
raridades e de curiosidades trazidos das viagens transoceânicas amontoavam-se
nos gabinetes de curiosidade dos nobres e naturalistas europeus, tornando-se signos 15. Van Velthem (2012,
p. 57).
de prestígio para os colecionadores da época. Nesse sentido, a coleção de João
Maurício de Nassau (1604-1679), exibida tanto no Brasil quanto na Holanda, é
reveladora, pois ilumina o capital político mobilizado por seu dono. Nassau fazia
alianças políticas com representantes dos governos europeus distribuindo peças de
sua coleção.11
Uma série de artefatos de origem americana estava presente em coleções europeias dos
séculos XVI e XVII: artefatos feitos de penas, mosaicos mexicanos, esculturas em pedra, ob-
jetos em cerâmica, cintos e colares, propulsores de flechas, bacias de madeira, bordunas,
lanças, machados, instrumentos musicais, pentes, redes, cachimbos e bastões cerimoniais.12
Entre o final do século XIX e o início do XX, artefatos coletados por viajantes,
missionários e etnólogos, foram denominados “objetos etnográficos” e passaram a
ocupar os espaços institucionais dos museus da Europa e dos Estados Unidos. “Aos
poucos, os museus etnológicos transformam-se em depósitos ordenados de uma
cultura material fetichizada e submetida à lógica evolutiva”.13
Alvos de colecionamento, classificação e exibição nos museus, tais objetos
foram valorizados pelo exotismo e pela raridade, sendo vistos como “traços
culturais” fossilizados por meio dos quais se entendia o passado das sociedades
ditas “primitivas”, que tenderiam fatalmente ao desaparecimento. Daí o esforço de
conservá-los (Figura 1).
No entanto, é preciso frisar que um objeto etnográfico carrega um feixe de
significados para a sociedade que o produziu diverso daquele engendrado pelos
colecionadores e coletores.14
Figura 2 – Vila senegalesa. Exposição Universal de Liège. Cartão Postal, heliotipia, 1905. Fonte:
Zeitoun (2015).
europeu é um índio imaginado, inventado, e não um sujeito histórico.31 30. Na análise do historia-
dor Ulpiano Bezerra de Me-
No caso do Museu Nacional do México, o discurso da identidade nacional neses, a raiz da palavra
identidade, do grego idios,
atrelava-se às 75 espécies monstruosas que enchiam a seção de teratologia, como se refere a “mesmo”, “si
um gigante, siameses, hermafroditas, seres de duas cabeças conservados em álcool próprio”, “privado”, o que
significa que pressupõe “se-
e outras criaturas dissecadas ou representadas por fotografias.32 melhanças consigo mesmo,
como condição de vida bio-
O tema polêmico da origem do povo mexicano era central na organização lógica, psíquica e social”,
estando associada mais aos
dos conteúdos do Museu Nacional. Tratava-se de saber se a raça mexicana pode “processos de reconheci-
mento do que de conheci-
ser considerada “normal”, segundo os padrões europeus, “ou se constitui uma mento” (Meneses, 1993, p.
variação patológica dessa espécie”. As singularidades das raças americanas eram 208).
ressaltadas e necessitavam explicações científicas. Uma delas, em voga nas 31. Muratorio (1994, p. 364
e 368).
discussões dos meios intelectuais, referia-se às medidas dos crânios mexicanos, que
seriam inferiores às medidas totais obtidas na Europa”.33 O evolucionismo em curso 32. Gorbach (2001, p. 58).
elaborava, por vários artifícios, diferentes hipóteses que comprovassem a 33. Gorbach (2001, p. 61 e 63).
inferioridade das populações nativas e sua posição na contramão da modernidade. 34. Moreno (2015, p. 196).
mentais e culturais, perceptíveis durante o Império em duas imagens antagônicas 40. Varnhagen (1948, p. 29).
e complementares sobre os índios genéricos. Os Tupi, ou “índios mansos”, falantes 41. Candido (1975, p. 224).
da língua do tronco Tupi, foram valorizados enquanto índios mortos, enraizados
no passado pré-colonial, legitimando a construção do Império. Já os Tapuia, os
“índios bravos dos sertões”, que os jesuítas diziam ter “língua travada”, tornaram-se
objetos privilegiados de investigações científicas. Tais imagens antagônicas
provocaram acalorados debates entre intelectuais – escritores, juristas, médicos – a
respeito do futuro da nação.
Se os Tupi, na condição de mortos e extintos, foram idealizados como
símbolo do Estado “civilizador” brasileiro, os índios Tapuia, que viviam nos “sertões
incultos”, como os famosos “Botocudos”, além de terem sido alvo da violência das
guerras de conquista para a expropriação de suas terras, foram “selecionados”
como objeto de estudo da ciência brasileira.
Nesse contexto, o que estava em pauta nos debates intelectuais da elite do
Brasil era, em última instância, o consenso quanto à impossibilidade de “ser índio”
no Império e a discordância quanto ao modo de seu desaparecimento do cenário
nacional. José Bonifácio de Andrada (1763-1838) acreditava que os índios tinham
capacidade de se civilizar por meio da assimilação branda,39 enquanto o
historiador Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878) era favorável à violência,
à guerra e ao extermínio.40 Tais posições em relação aos grupos indígenas
persistem até os dias de hoje, contando com muitos adeptos entre a população
brasileira.
O “BOM MORTO”
decadência”.42 O interesse do poeta pelas populações indígenas coadunava-se 43. Coli apud Marques
(1998).
perfeitamente com o pensamento sobre a formação do povo brasileiro, baseado
na hierarquia das raças e na ideia da decadência dos índios.
No campo pictórico, Moema (Figura 5), de Victor Meirelles de Lima (1832-
1903), retrata uma jovem índia morta à beira do mar, provavelmente afogada,
com os cabelos soltos e o corpo nu sobre as areias. Ao fundo, a mata exuberante
compõe a paisagem. Mais uma vez, o olhar romântico revela que a mulher
indígena, que concedeu o ventre para gerar os mamelucos, era apenas um símbolo
ou uma lenda do passado, sem futuro:
[…] a tela conjuga a grande obsessão sensual do tempo, que se repete incansavelmente
nas artes internacionais, com o romantismo indianista que se carrega aqui de maresias
longínquas. Porque Meireles opera a transfiguração estilística capaz de conduzir a imagem
para a fronteira tênue entre a sedução sensível e a beleza da forma.43
Figura 5 – Victor Meirelles, Moema, 1866, óleo sobre tela, 130 x 196,5 cm. Doação Indústrias Químicas e Farmacêuticas
Schering S.A. (1949). Inv. MASP.00267 Coleção Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo. Foto
Alexandre Cruz Leão.
Figura 6 – Rodolfo Amoedo, O último Tamoio, 1883, óleo sobre tela, 180,3 x 261,3 cm, Museu
Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasilei-
ras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <https://bit.ly/2GPdGYe>. Acesso em: 25 de
Maio 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
nação brasileira, enquanto os índios bravos dos sertões incultos eram “domesticados” 50. Kodama (2009b, p. 156).
de várias maneiras: mortes, guerras, escravidão, expropriação de terras, 51. Tacca (2011, p. 192).
investigações ditas científicas, fotografias e exposições nacionais e internacionais.
OS “SELVAGENS” DOMESTICADOS
Figura 9 – Exposição Antropológica Brasileira, figuras indígenas da tribo Cherente do rio Tocantins,
provavelmente em gesso, do escultor Leon Deprès, no Museu Nacional do Rio de Janeiro, 1882.
Foto de Marc Ferrez. Acervo Fundação Biblioteca Nacional.
OS MUSEUS INDÍGENAS
A antropóloga Elsje Lagrou atribui eficácia e qualidade de agente aos 61. Van Velthem (2003,
p. 131).
artefatos dos Kaxinawá, do Acre, bem como aos seus adornos gráficos: “Os
62. Silva; Gordon (2011,
objetos são imbuídos de agência e são pensados como ‘pessoas’ de maneira p. 21).
parecida ao que foi observado no contexto melanésio”.60 Já os Wayana, que
63. Cerávolo (2004, p. 337).
vivem na fronteira entre o Brasil, o Suriname e a Guiana Francesa, atribuem “ciclo
64. Cury (2005, p. 63).
vital” aos artefatos que “efetivamente nascem, possuem juventude quando
desenvolvem atividades, adoecem e morrem”.61 65. Santos (2011, p. 3).
Os antropólogos Fabíola Silva e Cesar Gordon registram que os objetos 66. Varine apud Bolaños
(2002, p. 279).
dos Xikrin, que vivem no estado do Pará, são vetores de subjetividade:
67. Rivière apud Bolaños
(2002, p. 284).
[…] os objetos, uma vez que são o resultado concreto de encadeamentos longos e comple-
xos de relações sociais, jamais são puros objetos, coisas objetificadas, posto que carregam 68. Meneses (1993, p. 214).
e encarnam subjetividades diversas, e estas podem sempre ser vivificadas, e se manifestar,
desde que desejemos. Os objetos não deixam de estar vivos.62
Cabe aos museus criar condições para conhecimento e entendimento do que seja identida-
de, de como, por que e para que ela se compartimenta e suas compartimentações se arti-
culam e confrontam, quais os mecanismos e direções das mudanças e de que maneira to-
dos esses fenômenos se expressam por intermédio das coisas materiais. A formulação de
Hainard me parece pertinente para indicar a direção deste esforço: deve-se ir aos museus
para interrogar e se interrogar, não para buscar respostas já concluídas.68
74. Botero (2013, p. 62). Seguindo essa vertente, o MAE posiciona-se a favor do discurso ético como
75. Pearce (1992, p. 1).
guardião do legado material dos povos indígenas, com o dever e a responsabilidade
de conservar, salvaguardar e divulgar suas coleções.72 O museu passa a atuar
como co-curador das coleções com um crescente entendimento e respeito dos
valores e significados que os objetos expostos podem ter para as comunidades.73
A presença das comunidades indígenas contemporâneas no Museu
Nacional da Colômbia, por exemplo, possibilita a ressignificação dos objetos e a
continuidade da história, contada pelas vozes indígenas. Para tanto, é preciso
redesenhar as relações entre os museus e os povos indígenas, as quais devem ser
ativas e se retroalimentar permanentemente, transformando o modo de ver. 74
“Quando você está olhando um artefato, disse uma liderança indígena canadense,
você está olhando para os pensamentos de uma pessoa”.75
Os antropólogos Fabíola Silva e Cesar Gordon elaboraram o catálogo da
coleção etnográfica Xikrin-Kayapó, do Museu de Arqueologia e Etnologia da
Universidade de São Paulo, em 2003, contando com a participação dos índios
Tamakware Xikrin e Kengore Xikrin e o apoio das comunidades Xikrin do Cateté e
do Djudjêkó, que deram os nomes Xikrin dos objetos e descreveram suas
funcionalidades, matérias-primas e técnicas de produção. Além disso, no processo
de catalogação, excluíram alguns objetos que não pertenciam ao grupo.
A intenção da criação do museu era que os índios não perdessem tudo o que tinham, já
que mesmo suas armas como a zarabatana não sabiam mais fabricar, além de serem obri-
gados pelos patrões a plantar mandioca e fabricar farinha para ser vendida em Benjamin
99. No plano internacio- Na grande exposição inaugural do Kuahí, em 2007, os índios quiseram expor todo o
nal, destacam-se os mu- acervo de que dispunham. Montaram a exposição, com pouco critério museológico, mas o
seus tribais do Noroeste da conjunto expressava uma dimensão cosmológica, a relação dos objetos com o invisível.
América do Norte, a rede
de museus comunitários Percebíamos que aqueles objetos eram mesmo coisas vivas, cópias dos invisíveis. O pote
mexicanos, os museus dos de caxiri estava no alto de um suporte e parecia um karuanã, um encantado, uma coisa
aborígenes australianos e que dominava o resto, as esculturas dos seres sobrenaturais.96
o Museu Nacional Sêneca-
Iroquês e a Associação de
Museus Indígenas Ameri-
canos (Gomes, 2014, p. 2). Em 2010, quando a equipe do museu reorganizou a exposição, mudou a
100. Abreu (2007). organização inicial, exibindo, de um lado, objetos cotidianos e, de outro, rituais.
101. Clifford (1997, p. 192) Para cada categoria, apenas um objeto era exibido: “The Indians said that the way
apud Ashley (2005, p. 37).
that it was before they could not explain to the school groups and other visitors the
order of the exhibition”.97
O Museu Kuhaí apresenta a perspectiva indígena da produção cultural dos
povos do Oiapoque. Dentro dos museus, os representantes das comunidades
indígenas assumem o papel de curadores, antropólogos, pesquisadores.
Neste caso, trata-se não apenas de estudar os museus, os objetos e as coleções, mas de
ouvir o “outro” que foi objeto das práticas colecionistas e das representações museológicas.
É importante assinalar que, neste processo, o “nativo” também passa a incorporar a técnica
da museologia, e alguns chegam mesmo a estudar museologia”.98
uma coleção etnográfica como um documento que pode ter muitas possibilidades de leitu-
ra. Ela é formada a partir de uma determinada visão do coletor, em um contexto complexo
de interação com os produtores, em momento histórico particular. Ao mesmo tempo, ela é
constituída por objetos que possuem uma história e uma realidade própria, cujos significa-
dos são múltiplos e que não se reduzem, evidentemente, à lógica institucional dos museus
e ao sistema de classificação museográfica.103
[…] os espíritos das cestas, dizem, vivem na decoração trançada: é seu povo. Por esta dita
decoração, deve incluir uma “porta”: efeito intencionado, normalmente apenas visível, que
rompe a continuidade do motivo e que permite ao espírito da cesta, quando esta morre,
escapar e subir ao céu.107
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