AVA - Ambientes Virtuais de Aprendizagem - características e
elementos. Quando falamos de ambientes virtuais de aprendizagem há dois sentidos a serem analisados. A questão técnica que se refere unicamente a sistemas computacionais interligando pessoas com o objetivo de construir conhecimento, construir saberes diferentes a partir do mesmo ponto de vista. Nesse contexto uma rede social pode ser um AVA se as pessoas que acessam, por exemplo, uma página no FACEBOOK com o objetivo de debater determinado assunto, ou uma página WiKi também com o objetivo de construir um determinado conhecimento a partir da discussão de grupos de um ensinando os outros, novamente sobre um determinado assunto. E esse objetivo se repete em qualquer ambiente computacional seja uma rede social, um grupo de discussão, fóruns, chats, qualquer lugar na internet onde haja pessoas que queiram trocar conhecimento com o objetivo comum. O outro conceito de AVA é mais específico quando falamos de educação propriamente dito. Nesse caso, o AVA tem apenas esse objetivo: construção do conhecimento, educar, construir saberes. Nesse caso, esse ambiente foi projetado com esse objetivo: identificar, estimular, controlar, avaliar e mensurar o conhecimento dos “alunos” de forma autônoma. Nesse sentido o AVA não precisa necessariamente ser um ambiente computacional virtual. O sistema EaD começa com cursos realizados por correspondência. Nelson Mandela foi um dos primeiros a fazer uso desse “AVA”. No Brasil o famoso Instituto Universal Brasileiro que tinha vários cursos por correspondências, dentre eles: corte costura, desenho artístico e arquitetônico, eletrônica, eletricidade, contabilidade, administração. E até hoje o Instituto universal foi pioneiro e se reinventou com o avanço tecnológico. O AVA sendo um sistema computacional de aprendizagem traz vantagens indiscutíveis para o aluno e a principal delas é a flexibilidade de horário para os estudos. Justamente um dos maiores problemas dos novos tempos: a falta de tempo. O sistema EaD traz ao aluno a opção de estudar quando quiser, onde quiser e como quiser. Basta ter um computador, tablet ou celular conectado à internet para começar a estudar e o estudante pode estar em qualquer lugar que ele ache melhor. Em casa, numa biblioteca, no trabalho ou no ônibus o aluno pode ler e estudar, pode interagir com seu “tutor”, seu professor ou seus colegas de forma imediata. Ele estudou online ou off-line. Ele quando se “desconecta” desse ambiente pode dar continuidade aos estudos através de textos, vídeos, áudios e e-books. Quando falamos em EaD o termo distância entra em conflito justamente com o conceito de não ter distancia, apesar da ideia de fazer um curso a distância do centro onde supostamente o curso é realizado, na verdade não há distancia quando num mesmo curso há estudantes de várias cidades do Brasil e até mesmo em outro continente como é o caso dessa matéria onde a professora encontra-se agora em Portugal. Esse termo realmente tinha sentido quando havia o estudo por correspondência, nesse caso a escola fisicamente ficava em São Paulo e os alunos em qualquer lugar cidade do Brasil ou até mesmo do mundo. Não havia impedimento para que isso acontecesse. Nesse caso o servidor talvez esteja na UFRB ou em São Paulo, talvez no Rio ou até mesmo em alguma cidade dos EUA. Aí o sentido de a distância perdeu-se completamente. Os aspectos pedagógicos do AVA surgem quando há estrutura pedagógica no planejamento dos cursos, quando os cursos são estruturados para despertar o interesse do estudante e incentivá-lo a construir o conhecimento de forma pedagógica, cada etapa do curso faz parte de um todo a ser construído juntamente com os colegas virtuais. Um texto instigante, um vídeo, a indicação de determinada literatura e indagações certas induzem e conduzem o estudante conforme o professor quer. Daí a qualidade no AVA. Dependendo de como ele é usado, se a ferramenta for bem configurada, com criatividade e pedagogia o resultado pode ser totalmente atingido. Ou seja, o aluno foi encantado, foi estimulado a buscar o conhecimento. Um ambiente “clean”, bonito, intuitivo e dinâmico faz com que o estudante seja convencido de que está no lugar certo, no caminho certo e então as desistências tendem a ser menores. Um ambiente virtual de qualidade significa ser algo atrativo visualmente, instigante, desafiador, o AVA precisa ser necessariamente um convite constante a construção do conhecimento seja individual seja em grupo. O professor deve construir o curso de forma despretensiosa, simples e inteligente. Deve ter uma estratégia pedagógica, deve conduzir a aprendizagem dos estudantes, o tutor deve agir como um coach no AVA, tirando dúvidas, conduzindo, instruindo, norteando e orientando os estudantes. O uso do AVA exige disciplina e força de vontade, daí a importância do tutor como coach, incentivando e motivando constantemente os estudantes a continuarem em busca de seus objetivos.