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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

FACULDADE DE AGRICULTURA

CURSO DE ENGENHARIA DE AQUACULTURA

Nível: 4 Ano

1º SEMESTRE

DISCIPLINA: Cultivo de Crustaceos

TEMA: Aproveitamento de cabeça e casca de camarão

DISENTES: CODIGO:

Faquira Yong Momed Faquira 2019906

Sidonio Americo Sousa 2019909

DOCENTE:

Eng. Rafael

Lionde, Maio de 2022


Índice
1. Introdução..............................................................................................................................3

2. Objectivos..............................................................................................................................3

2.1. Geral....................................................................................................................................3

2.2. Especifico............................................................................................................................3

3. Aproveitamento de cabeça e casca de camarão.....................................................................4

4. Técnicas para elaboração da farinha de cabeça de camarão..................................................5

4.1. Matéria-prima......................................................................................................................5

4.2. Preparação da matéria-prima...............................................................................................5

4.3. Secagem do material...........................................................................................................6

4.4. Moagem do material...........................................................................................................6

5. Conclusão...............................................................................................................................7

6. Referencias bibliográficas......................................................................................................8
1. Introdução
A carcinicultura, criação de camarões em viveiro, tem apresentado crescimento significativo
nos países subtropicais e tropicais em desenvolvimento, sendo praticada em mais de 50 países
(CASTRO, CAVALCANTI-MATA e DUARTE, 2004). Além de representar importante
alternativa para o atendimento da crescente demanda mundial por camarões, a carcinicultura
vem favorecendo as regiões que desenvolvem essa importante atividade socioeconômica
(CARCINICULTURA, 2005). Dentre as aproximadamente 2.500 espécies conhecidas de
camarão marinho (PÉREZ-FARFANTE, 1988 apud CARVALHO, 2005), o Penaeus
monodon (no oriente) e o Litopenaeus vannamei (no ocidente) predominam no mercado
internacional com cerca de 70% do volume ofertado (COELHO, 2005).

O aproveitamento de resíduos de pescados diminui o risco de poluição ambiental e pode


contribuir para o aumento do consumo de proteína animal, além de fornecer matéria-prima de
baixo custo. Diversas tecnologias têm surgido para possibilitar a utilização dos resíduos como
fonte alimentar de boa aceitabilidade (STEVANATO, 2006). A recuperação e a modificação
desses resíduos pelas indústrias alimentícias assumem grande importância, pois permitem
diminuir o custo dos insumos principais e minimizar os problemas de poluição ambiental.
Porém, a transformação de material em subproduto requer longo processo baseado em
tecnologias, conhecimentos, necessidades, fatores econômicos e legislação.

2. Objectivos
2.1. Geral
 O presente trabalho de revisão de literatura teve como objetivo fornecer informações
sobre a importância do aproveitamento dos resíduos do beneficiamento do camarão.

2.2. Especifico
 Abordar acerca do proveitamento de cabeça e casca de camarão;
 Descrever técnicas para elaboração da farinha de cabeça de camarão;
3. Aproveitamento de cabeça e casca de camarão
A carcinicultura gera expressivas quantidades de resíduos sólidos, tendo em vista que a
cabeça e a casca do camarão correspondem a aproximadamente 40% do seu peso total, sendo
descartadas no processo de filetagem. Em geral, esses resíduos são clandestinamente
enterrados ou jogados no mar ou em rios, ocasionando problemas ao meio ambiente, uma vez
que se trata de um poluente com difícil descarte (ASSIS et al., 2008).

Figura 1. Resíduo (Cefalotórax) do beneficiamento do camarão Litopenaeus vannamei.

Em virtude das necessidades de adequação das indústrias às leis ambientais, o tratamento dos
resíduos sólidos provenientes da indústria de processamento de camarão acarreta custos
extras na produção. Deste modo, a transformação destes resíduos em coprodutos com valor
agregado é importante, para que seja possível minimizar os problemas na produção e
proporcionar maior eficiência ao processamento (BEERLI et al., 2004). A farinha de camarão
pode ser uma forma de aproveitamento desses resíduos, trazendo benefícios econômicos e
ambientais.

Os resíduos gerados durante o beneficiamento têm sido destinados à fabricação de ração


animal ou simplesmente descartados (FREITAS et al., 2002a). A produção de farinha de
subprodutos de camarão, reconhecida como excelente fonte de proteína animal, teve aumento
significativo devido ao crescimento do cultivo de camarão (FANIMO et al., (2000).
BELLAVER e ZANOTTO (2004) definiram a farinha de resíduo de camarão como partes de
camarões não decompostas, desidratadas e moídas secas, cuja umidade não deve exceder a
10% (situando-se entre 4 e 6%) com teor de gordura entre 8 e 16% e acidez de 5 mg de
NaOH/g de amostra.
CARVALHO et al. (2005) afirmaram que as farinhas obtidas de resíduos de camarão-rosa e
pistola podem ser destinadas ao consumo humano, desde que submetidas a processamento
que garanta boas condições higiênico-sanitárias ao produto.

BERY et al. (2005) ratificaram o uso da farinha de resíduos dos camarões pistola e rosa para
o consumo humano, devido ao seu elevado teor de proteína bruta (35%) e ao baixo teor de
lipídios (0,6%).

A metodologia para a obtenção da farinha de camarão se baseia na desidratação de resíduos


provenientes da carcinicultura (cabeças, exoesqueletos e pequenos camarões) a temperaturas
de 50 ºC a 60 °C, por um período de 46 horas. A farinha apresenta elevado valor nutricional e
potencialidades, como fonte proteica para dietas animais (CUNHA et al., 2006), além de
possuir astaxantina, composto altamente pigmentante, e quitina, com propriedades
farmacológicas (LIMA et al., 2007).

A farinha de cabeça de camarão produzida em laboratório mostrou excelente valor nutricional


(51,57% de proteína bruta e 9,62% de lipídios), o que demonstra seu potencial como fonte de
nutrientes em dietas animais, como peixes e camarões. Seu baixo teor de umidade (5,12%)
inibe o crescimento de micro-organismos e conserva os nutrientes, mantendo a qualidade do
produto estocado em temperatura ambiente (25 ºC a 28°C).

4. Técnicas para elaboração da farinha de cabeça de camarão


4.1. Matéria-prima
A matéria-prima utilizada na elaboração da farinha foi constituída por cabeças (cefalotórax)
do camarão marinho L. vannamei. É importante ressaltar que esse material deve ser o mais
fresco possível, e deve ser transportado em caixas térmicas com gelo para o local de
elaboração da farinha. A conservação do material pode ser em freezer, a uma temperatura de
-18 ºC. Segundo a legislação, qualquer material de origem animal deve ser transportado
refrigerado e deve ter autorização do órgão responsável (Vigilância Sanitária) para sair da
"unidade de beneficiamento" para a "unidade produtora de farinha".

4.2. Preparação da matéria-prima


Os resíduos de camarão devem ser descongelados e separados da fauna acompanhante,
manualmente. Em seguida, deve ser efetuado um cozimento ou uma lavagem do material em
água com cloro. Para o cozimento, adicionam-se dois litros de água para cada quilo de
resíduos. O material deve cozinhar durante 20 minutos a temperatura de 100 °C. Logo após o
cozimento, o material é escorrido em peneiras ou grelhas, para a retirada do excesso de água
durante cinco minutos, e disposto em bandejas com gelo por cinco minutos, para haver
choque térmico. Para a lavagem, colocam-se 60 litros de água clorada (0,4 ml de hipoclorito
de sódio a 6% litro-1) para cada 30 kg de resíduo. O material fica de molho durante 15
minutos, depois é enxaguado em água corrente e drenado em grelha ou peneira por mais
cinco minutos.

4.3. Secagem do material


Após a preparação dos resíduos, o material deve ser pesado em balança digital e colocado em
bandejas descartáveis de alumínio (14,5 cm de diâmetro x 2,0 cm de altura). Após a pesagem,
o material é levado à estufa com circulação forçada de ar para secagem por 72 horas a 60 ºC.
Após a secagem, é realizada uma nova pesagem do material para o cálculo de rendimento do
resíduo seco.

4.4. Moagem do material


O material seco é moído em moinho tipo martelo, utilizando peneira com orifício de 1,0 mm
de diâmetro, e, posteriormente, pesado para cálculo do rendimento. A farinha pode ser
armazenada em sacos plásticos sob temperatura ambiente (25 ºC) até o momento de sua
utilização ou por um período de 120 dias.
5. Conclusão
Moçambique possui potencial pesqueiro de camarões e condições naturais favoráveis como o
clima e extenção territorial para a produção de camarão em cativeiro. O beneficiamento do
camarão gera grandes quantidades de resíduos cuja a utilização pela indústria assume grande
importância ambiental, são necessários conhecimento sobre suas características nutricionais
Pode-se afirmar que pesquisas na área de aproveitamento do resíduo gerado pelas indústrias
de beneficiamento do camarão são poucas, necessitando mais estudos a fim de desenvolver
novos produtos que apresentem valor nutricional, aceitabilidade dos consumidores e
favoreçam
a preservação do meio ambiente e gerem fonte de renda.
6. Referências bibliográficas
BERY, C.C.S.; CARVALHO, M.S.; SOUZA, D.C.L.; CASTRO, A.A. Estudo físico-químico
da farinha dos resíduos de camarões rosa e pistola para o consumo humano. In: SIMPÓSIO
LATINO AMERICANO DE CIÊNCIAS DE ALIMENTOS, 6.Ciências de Alimentos:
abrindo caminhos para o desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, Campinas,
2005. Anais... Campinas: SLACA, 2005. CD Room.

CARVALHO, E.A. Efeito da frequência de arraçoamento sobre o desempenho zootécnico do


camarão branco (Litopenaeus vannamei) cultivado em cercados sob condições intensivas.
Fortaleza, 2005. 43 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Marinhas Tropicais), Instituto de
Ciências do Mar, Universidade Federal do Ceará.

OSTA, C. N.; PORTZ, L.; HISANO, H.; LEDO, C. A. S.; DRUZIAN, J. I. Silagem ácida do
resíduo do camarão Litopenaeus vannamei em rações para tilápia do Nilo. Acta Scientiarum.
Animal Sciences, v.31, n.2, p.61-167, 2009.

LIMA, S. B. P.; RABELLO, C. B. V.; DUTRA JUNIOR, W. M.; LUDKE, M. C. M. M.;


COSTA, F. G. P. Avaliação nutricional da farinha da cabeça de camarão marinho
(Litopenaeus vannamei) para frangos de corte. Caatinga, v. 20, n. 3, p. 38-42, julho/setembro,
2007.

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