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Para Piaget falar em inteligência é o mesmo que falar em adaptação.

Por sua vez a adaptação está intimamente ligada a outros três conceitos e aos quais
não se pode dissociar: assimilação, acomodação e equilibração.

Começando pela assimilação, esta é a capacidade de reter dados a longo prazo, ou


seja, vamos adquirir solidamente conhecimento, incorporando-o nas estruturas que já
possuímos, para que este esteja disponível para utilizar mais tarde. Neste processo o
sujeito age no sentido de se aproximar do objeto e de o incorporar nos seus
esquemas. Um exemplo: imaginemos que uma criança está a aprender a reconhecer
animais, e até o momento, o único animal que ela conhece e tem organizado
esquematicamente é o cão. Assim, podemos dizer que a criança possui na sua
estrutura cognitiva um cão. Então, quando apresentada à criança um outro animal que
possua qualquer semelhança com o cão, como o cavalo, ela também o reconhecerá
como um cão.

Já a acomodação requer uma transformação por parte do sujeito a fim de adequar os


seus esquemas em função do elemento exterior (objeto de conhecimento). Nesta
situação o individuo irá integrar os novos conhecimentos com base na sua
experiencia, atualizando as suas estruturas e capacitando-as de responder de forma
mais eficaz em situações futuras semelhantes. Pegando no exemplo de cima, ao ser
apresentado um cavalo a criança ela apontará para o cavalo e dirá "cão". Neste
momento, um adulto intervém e corrige, "não, aquilo não é um cão, é um cavalo".
Quando corrigida, definindo que se trata de um cavalo, e não de um cão, a criança,
então, acomodará aquele estímulo a uma nova estrutura cognitiva, criando assim um
novo esquema. Esta criança tem agora, um esquema para o conceito de cão e outro
para o conceito de cavalo.

A assimilação e a acomodação acima apresentadas são dependentes e não existem


uma sem a outra, ou seja, são interdependentes. Ambas associadas vão permitir a
adaptação que é nada mais nada menos que a mudança dos processos mentais e do
comportamento, promovendo um equilíbrio entre o sujeito e o meio.

Tudo isto levará á equilibração que permite obter estabilidade entre a aplicação de
conhecimento existente (assimilação) e a alteração do comportamento para considerar
novos conhecimentos (acomodação). É a equilibração que assegura uma interação
eficiente entre o sujeito cognoscente e o objeto cognoscível.

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