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A CONSULTA TERAPÊUTICA E O JOGO DOS RABISCOS

Let’s play: uma bricollage

José Outeiral*

(1)
Donald Winnicott (DWW) foi essencialmente um clínico e Masud
Kahn, na introdução que faz ao Da pediatria à psicanálise, escreve que
ele atendeu cerca de 60.000 crianças, adolescentes e familiares. Durante
cerca de quarenta anos ele atendeu pacientes em consultas em um
hospital de pediatria (Paddington Green Children’s Hospital) de Londres.

Esta experiência clínica originou contribuições à teoria


psicanalítica, tanto no que diz respeito à psicanálise propriamente dita
como à utilização do conhecimento psicanalítico no atendimento sob
demanda, ou ao que ele se referiu como importância de adaptação às
necessidades do paciente.

Em um trabalho de 1962 (The aims of psycho-analytical


treatment) DWW escreve relatando seu modo de pensar a clínica:

“... gosto de fazer análise e sempre guardo com


expectativa o final de cada uma delas. A análise pela
análise não tem sentido para mim. Faço análise
porque é disto que o paciente precisa e aceita. Se o
paciente não precisa de análise, faço então outra
coisa. Na análise, pergunta-se: Quanto é permitido
fazer? Por contraste, em minha clínica o lema é:
Quão pouco precisa ser feito... Em minha opinião,
nossos objetivos no exercício da técnica padrão não
são alterados, no caso de interpretarmos só
mecanismos mentais que pertencem aos tipos
psicóticos de desordem e aos estágios primitivos nas
fases emocionais do indivíduo. Se nosso objetivo
continua a ser o de verbalizar o consciente incipiente

*
Médico. Psicanalista. Membro Titular da Associação Psicanalítica Internacional.
Fone/Fax 051(51)222-4906. E-mail: outeirall@hotmail.com. Material exclusivamente para
seminário – São Paulo, março de 1999.
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em termos da transferência, então estaremos fazendo


análise; caso contrário, seremos então analistas
fazendo outra coisa que consideramos apropriada à
ocasião. E por que não?”

A última frase desta citação é instigante e nos induz a pensar a


clínica, nossa própria experiência com os pacientes que nos procuram e
que por motivos variados, conscientes e/ou inconscientes, reais ou
fantasiados, nos convidam a trabalhar com eles; não a partir de um modelo
teórico preestabelecido, mas a partir de uma experiência compartida e de
mutualidade: quando em Playing and reality (1971) ele nos esclarece
que, em sua opinião, a psicoterapia acontece na superposição da área de
brincar e do paciente e do terapeuta – e que quando a criança não
consegue brincar o terapeuta deve buscar que ela o consiga – ele não só
nos introduz na importância do espaço potencial, espaço dos objetos e
fenômenos transicionais, espaço da experiência de mutualidade, como
também nos oferece estratégias como, por exemplo, a consulta terapêutica
e o jogo dos rabiscos (skuiggle game), nossos temas de hoje.

Lembremos, antes de continuar, que brincar, para DWW, é


equivalente à espontaneidade (espontaneous gestur) e criatividade.

A contribuição de Jan Abram

(2)
Em seu dicionário, Jan Abram, que esteve entre nós em 1998,
dedica um capítulo exclusivamente ao jogo dos rabiscos, alinhavando as
idéias contidas na obra de DWW, através de referências e comentários que
faz, esta técnica. Ao longo desta bricollage as citações estão presentes e
os comentários se superpõem; mas, pela importância de seu trabalho,
coloco seu texto como um anexo.
3

A contribuição de Maria Ivone

(3)
Maria Ivone Accioly Lins, autora carioca e bastante conhecida de
todos nós, tem se dedicado com muita criatividade e propriedade ao tema
das consultas terapêuticas e do jogo dos rabiscos.

Em um trabalho intitulado O jogo dos rabiscos: uma aplicação


da teoria do jogo de D.W. Winnicott (1990) Maria Ivone alinhava uma
série de idéias que vale a pena retomar. Escreve ela:

“A psicoterapeuta situa-se, para Winnicott, numa


região onde se superpõem duas áreas de brincar, a
do paciente e a do terapeuta.
A palavra-chave que define as consultas terapêuticas
de Winnicott é flexibilidade. Tal característica lhes é
conferida, particularmente, pela aplicação do jogo dos
rabiscos (skuiggle game), que se caracteriza pela
liberdade dos parceiros e pela ausência de normas
fixas, o que é próprio das brincadeiras (playing) das
crianças, contrastando dessa forma com os jogos
estruturados por sistemas de regras (game).
Winnicott utiliza este jogo como técnica de
comunicação com a criança. O terapeuta e o paciente
executam, alternadamente, traços livres; cada
parceiro deve modificar o rabisco do outro à medida
que forem sendo realizados. Um sentido põe-se a
circular, um espaço intermediário se constitui. O
procedimento engendra um processo que vai ao
gesto criador e à criatividade.
Diria que, nas consultas, os dois parceiros vêm,
gradativamente, habitar um espaço potencial onde a
criança auxiliada pelo terapeuta realiza, através do
gesto criativo – o rabisco que se transforma em
imagem e depois em discurso –, uma experiência
desveladora de seu self...
A leitura dos relatos das consultas apresentadas por
Winnicott mostra, de maneira evidente, como o jogo
dos rabiscos se constitui em um processo. As
instruções de jogo são muito simples e deixam à
criança bastante liberdade: ‘faço um rabisco e você o
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modifica; depois é sua vez de começar, e sou eu que


vou modificá-lo’.”

Maria Ivone apresenta neste trabalho o caso de uma jovem de


18 anos, Rosária, e é um texto que sugiro ao leitor interessado.

Algumas idéias de DWW sobre o jogo dos rabiscos

(4)
O livro onde DWW sistematiza sobre as consultas terapêuticas e
sobre o jogo do rabisco é Terapeutic consultations in child psychiatry
(1971). Neste livro ele nos apresenta 21 casos clínicos, de pacientes entre
21 meses aos 30 anos. O primeiro dos casos “Iiro” é o que nos capturará
hoje. Vamos ler o caso, assistir ao vídeo de Hilda Katz (artista plástica e
analista da APA – Asociación Psicoanalitica Argentina) e colaboradoras e,
por fim, conversaremos sobre o tema...

Se houver interesse e curiosidade no livro Psycho-analytic


explorations (1989), DWW escreve dois capítulos exatamente sobre o que
nos reúne hoje: “O jogo do rabisco” (Cap. 40) e “O valor da consulta
terapêutica” (Cap. 41).

Anexo, ao final, o verbete skuiggle game de Alexander Newman


(Non compliance in Winnicott’s words, 1995), em seu “Dicionário” sobre
a obra de DWW, porque nos remete aos livros, com as páginas inclusive,
onde são feitas referências ao tema.

Vejamos alguns comentários de DWW que nos ajudarão em


nossa tarefa... Alguns rabiscos que DWW faz para que completemos com
os nossos, como ele escreve, quase textualmente, em carta a L. Joseph
Stone (18 de junho de 1968, The spontaneous gestur. Sellect letters of
D.W. Winnicott, 1987).

“... tenho certamente a intenção de reunir todas estas


idéias (sobre a técnica dos rabiscos), porém como
você pode imaginar, sou cauteloso a iniciar uma
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‘técnica dos rabiscos’ que rivalize com outras técnicas


projetivas. Poderia surgir algo estereotipado, como o
teste de Rorschach, e se frustraria o objetivo principal
do exercício. É essencial a liberdade absoluta, de tal
modo que qualquer modificação seja aceita caso seja
apropriada. Talvez uma característica distintiva
não seja tanto o uso de desenhos mas sim a livre
participação do analista atuando na qualidade de
psicoterapeuta. (O grifo é meu)
Me encanta falar sobre estas coisas, que ilustram o
jogo dos rabiscos que estão nas consultas
terapêuticas, porém ao mesmo tempo ... sou muito
cauteloso ao colocar isto definitivamente por escrito,
para sempre. Melhor, preferiria que cada terapeuta
desenvolvesse seu próprio método, tal como eu
desenvolvi o meu. (O grifo é meu) ...”

Temos aí algumas peculiaridades de DWW: sugere


espontaneidade e criatividade, não quer uma técnica estereotipada e
espera que cada terapeuta “crie”, a partir da experiência que ele descreve,
seu próprio “jogo dos rabiscos”. Por curiosidade, lembro que esta carta se
refere ao texto, publicado originalmente em Voices (1968) e reproduzido
no Explorations, no Cap. 40 (“O jogo do rabisco”), leitura que sugeri
antes.

A consulta terapêutica

“Eu não diria que uma análise em plena escala é


sempre melhor para o paciente do que uma entrevista
psicoterapêutica.” Donald Winnicott, O valor da
consulta terapêutica, 1965 (Explorations ...)

(5)
A consulta terapêutica, que ocasionalmente pode representar
um ou mais encontros, significa a plena utilização da consulta para obter
dela a melhor otimização possível, em termos de resultados terapêuticos.

Como DWW deixa bem estabelecido, esta técnica não tem nada
em comum com os testes projetivos. Resulta de uma experiência de
mutualidade – superposição da área de brincar do paciente e do terapeuta
– onde flexibilidade e criatividade do terapeuta são pontos nodais.
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DWW escreve (O valor da consulta terapêutica):

“... em outras palavras, há casos em que uma


mudança sintomática rápida é preferível a uma cura
psicanalítica, ainda que se preferisse a última.
Independente disso, existe uma vasta demanda
clínica por psicoterapia que não se acha relacionada
de maneira alguma à oferta de psicanalistas e,
portanto, se houver um tipo de caso que pode ser
ajudado por uma ou três visitas a um psicanalista,
isso amplia imensamente o valor social do analista e
ajuda a justificar sua necessidade de efetuar análises
em plena escala, a fim de aprender seu ofício.
Aquilo que estou chamando de entrevista
psicoterapêutica faz o mais complexo uso possível
deste material relativamente ‘não-defendido’. Há
perigo real neste trabalho, mas contudo há o perigo
de não fazer-se absolutamente nada, e os riscos
provêm da timidez ou da ignorância do terapeuta,
antes que o paciente sinta que foi enganado.”

Quero, brevemente, comentar que para DWW este material


“não-defendido” é aquele que nas entrevistas iniciais com um paciente
levantamos como hipóteses de trabalho, “em termos da descoberta de
significados mais profundos e sutis em acontecimentos e associações
livres fornecidas na primeira sessão”.

DWW continua, no mesmo trabalho:

“O psicoterapeuta, neste primeiro estágio da


entrevista, é um objeto subjetivo.
Com freqüência a criança sonhará com o psiquiatra
na noite anterior ao dia da entrevista, de maneira que,
na realidade, o psiquiatra está se ajustando à idéia
preconcebida do paciente. Em outra linguagem o
paciente traz à situação uma certa medida de crença
ou de capacidade de acreditar em uma pessoa
compreensiva ou que o ajude. Traz também uma
certa medida de desconfiança. O terapeuta
aproveita-se do que o paciente traz e age até o limite
da oportunidade que isto concede. O paciente vai
embora sem ter feito uma percepção objetiva do
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terapeuta, e será necessária uma segunda visita para


objetificar e despir o terapeuta de magia.”

Quando fala de objeto subjetivo DWW está se referindo à área


de ilusão, condição necessária para o estabelecimento do espaço
potencial. Este aporte teórico permite localizar este primeiro estágio da
consulta terapêutica na conceituação de objeto subjetivo. Somente em
encontros posteriores o terapeuta será um objeto objetivamente percebido.

A seguir DWW pontua diferenças entre esta técnica e a


psicanálise.

“... existe uma diferença então entre esta técnica e a


psicanálise, no fato de que na última a neurose
transferencial se desdobra gradualmente e é usada
para interpretar, na entrevista terapêutica há um papel
já pré-ordenado para o terapeuta, baseado no padrão
de expectativa do paciente. A dificuldade, para o
terapeuta, é sair-se tão bem quanto pode descobrir-se
ser permitido fazer... Naturalmente, não podemos
compreender de imediato, a menos que sejamos
informados; e na primeira entrevista o paciente está
amiúde disposto e em verdade ávido por informar ao
terapeuta, fornecendo tudo que é necessário para a
interpretação profunda e significante.
Eu diria que é comum os pacientes saírem da
primeira entrevista desiludidos e sem disposição para
efetuar uma nova tentativa de buscar auxílio
psiquiátrico por causa do fracasso do terapeuta em
utilizar o material apresentado. É comparativamente
raro um paciente ser ferido por interpretações
erradas, feitas em uma tentativa genuína de usar o
que é apresentado... aprendi isto com meus pacientes
psicóticos (esquizofrênicos limítrofes), que são
excepcionalmente tolerantes quanto às limitações do
entendimento por parte do analista, embora possam
ser, ao mesmo tempo, extremamente intolerantes
quanto a irregularidades no comportamento do
analista (sua inconfiabilidade, um desempenho
desigual, exibição através da tranqüilização do ódio
inconsciente, mau gosto, etc.).”
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No tocante à sua experiência neste setting específico, DWW


escreve:

“... Não existem instruções técnicas nítidas a serem


dadas ao terapeuta, uma vez que ele deve ficar livre
para adotar qualquer técnica que seja apropriada ao
caso. O princípio básico é o fornecimento de um
setting humano e, embora o terapeuta fique livre para
ser ele próprio, que ele não distorça o curso dos
acontecimentos por fazer ou não fazer coisas por
causa de sua própria ansiedade ou culpa, ou sua
própria necessidade de alcançar sucesso. O
piquenique é do paciente, e até mesmo o tempo que
faz é do paciente. O final da entrevista pertence
também a ele, exceto onde não existe estrutura na
entrevista por causa de uma falta de estrutura na
personalidade do paciente ou no relacionamento do
paciente com objetos, caso em que esta falta de
estruturação é ela própria comunicada... Tenho
esperança que o único aspecto estabelecido que será
observado, após um amplo exame de meus casos,
será uma liberdade de minha parte em utilizar meu
conhecimento e minha experiência para atender a
necessidade do paciente específico...”

Mas DWW comenta algumas questões específicas...

“É bom preparar antecipadamente os pais, talvez por


telefone, que provavelmente será melhor para a
criança que ela seja vista em primeiro lugar. O fato é
que o progenitor pode ter de ser negligenciado nesta
primeira ocasião. É direito do paciente ser o paciente
e se o progenitor não consegue cooperar com este
arranjo, precisa-se então considerar se a pessoa
enferma não será de fato o progenitor. Se o
progenitor quer ser o paciente, então ele deve ser
visto em primeiro lugar...
É axiomático que se um setting profissional correto é
fornecido, o paciente, isto é, a criança (ou adulto) que
se acha em sofrimento, trará a aflição para a
entrevista de uma forma ou de outra. A motivação é
muito profundamente determinada. Talvez seja
desconfiança o que se demonstra, ou uma confiança
grande demais, ou a confiança é logo estabelecida e
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as confidências cedo se seguem. Seja o que for que


aconteça, é o acontecer que é importante.”

DWW conclui o texto com um parágrafo memorável.

“Uma menina de dez anos me disse: ‘Não importa que


algumas das coisas que o senhor diz estejam erradas,
porque eu sei quais são as certas e quais as erradas’.
Pouco mais tarde, durante o tratamento, ela me disse:
‘Eu não continuaria a tentar adivinhar, se fosse o
senhor’, querendo dizer com isto que podia tolerar o
fato de eu não saber.”

... e, finalmente, para arrematar, o jogo dos rabiscos

“Trata-se de um jogo sem regras” (Donald Winnicott, O jogo


dos rabiscos, 1964, 1968 [Explorations...]).

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Podemos agora retomar o jogo dos rabiscos com a ajuda de
DWW:

“... com relação a qualquer técnica que o terapeuta


esteja preparado para usar, a base é o brincar.
Declarei em outro momento que, em minha opinião, a
psicoterapia tem de ser efetuada na sobreposição das
duas áreas do brincar (a do paciente e a do
terapeuta), ou, então, o tratamento tem de ser dirigido
no sentido de capacitar a criança a tornar-se capaz de
brincar – isto é, ter razões para confiar na provisão
ambiental. Tem de se presumir que o terapeuta possa
brincar e tenha prazer em brincar... Uma técnica útil
foi denominada de ‘jogo do rabisco’, que é
simplesmente um método para estabelecer contato
com um paciente infantil. É um jogo que duas
pessoas quaisquer podem jogar, mas geralmente na
vida social o jogo rapidamente deixa de ter
significado... O fato de o terapeuta jogar livremente
sua própria parte na troca de desenhos tem,
certamente, grande importância para o sucesso da
técnica...”
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“... em um momento adequado após a chegada do


paciente, geralmente após pedir ao genitor que o
acompanha para ir à sala de espera, digo à criança:
‘Vamos jogar alguma coisa. Sei o que gostaria de
jogar e vou lhe mostrar’. Há uma mesa entre a criança
e eu, com papel e dois lápis. Primeiro apanho um
pouco de papel e rasgo as folhas ao meio, dando a
impressão de que o que estamos fazendo não é
freneticamente importante, e então começo a explicar.
Digo: ‘Este jogo que gosto de jogar não tem regras.
Pego apenas o meu lápis e faço assim...’ e
provavelmente aperto os olhos e faço um rabisco às
cegas, prossigo com a explicação e digo: ‘Mostre-me
se se parece com alguma coisa a você ou se pode
transformá-lo em algo; depois faça o mesmo comigo e
verei se posso fazer algo com seu rabisco’...”

“... Isto é tudo que existe a título de técnica e tem-se


de enfatizar que sou totalmente flexível mesmo neste
estágio inicial, de maneira que se a criança quer
desenhar, ou conversar, ou brincar com brinquedos,
ou fazer música ou traquinagens, fico livre para
adaptar-me aos desejos dela. Com freqüência um
menino quererá jogar o que chama ‘jogo de pontos’,
isto é, algo que pode ser ganho ou perdido. Apesar
disso, em uma alta proporção de casos de primeira
entrevista, a criança aceita por tempo suficientemente
longo os meus desejos e o que gosto de jogar para
que algum progresso seja alcançado. Cedo as
recompensas começam a aparecer, de maneira que o
jogo continua. Amiúde, no decorrer de uma hora,
fizemos juntos 20 a 30 desenhos e, gradualmente, a
significância destes desenhos conjuntos tornou-se
cada vez mais profunda e é sentida pela criança como
fazendo parte de uma comunicação de importância.”

Bibliografia
ABRAM, J. (1996). The Language of Winnicott. A dictionary of
Winnicott’s use of words. London: Karnac Books, 1996.
NEWMAN, A. (1995). Non-compliance in Winnicott’s words. London,
1995.
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RODMAN, F. (1987). El gesto espontaneo. Cartas escogidas de D.W.


Winnicott. Buenos Aires: Paidós, 1990.
WINNICOTT, D. (1978). The piggle. London: Hogarth Press, 1978.
___. (1989). Explorações psicanaliticas. Porto Alegre: Artes Médicas,
1994.

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