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Declaração de honra
Eu, Silvina Silvério V. Abdul declaro por minha honra que este trabalho de final de
curso é de minha autoria, resultante da minha investigação, que todas as fontes estão
devidamente referenciadas e que nunca foi apresentado para a obtenção de qualquer
grau nesta universidade ou em qualquer outra instituição”.
Autora
_______________________________
Dedicatória
Aos meus pais, Silvério Virgílio Abdul e Haziat Yamariam Ussene Injoma, pelo apoio
incondicional, carinho e pelo sacrifício feito por eles para que eu pudesse concluir a
minha formação com êxito.
Aos meus irmãos, Silvânia Silvério V. Abdul, Silvito Silvério V. Abdul pelo
companheirismo e amor, que este trabalho sirva de motivação para a sua careira
estudantil.
Agradecimentos
Primeiramente a Allah, por me guiar e proteger nos momentos difíceis durante esses
anos.
Aos meus pais (Silvério Virgílio Abdul e Haziate Yamariam Ussene Injoma), pelo
amor, apoio, carinho, incentivo e paciência durante a minha formação.
Aos meus familiares, em especial aos meus tios: Rabia, Jonito, José e Tina, pelo carinho
e apoio
Ao meu tio Idrice Ussene Injoma por tudo que tem feito por mim durante esses 4 anos.
Muito obrigada
viii
Lista de abreviaturas
m: Metro
cm: Centímetro
Rd: Rendimento
Índice de figuras
Índice de gráficos
Índice de tabelas
Tabela 1. Composição química da couve (por cada 100 gramas de produto comestível) ........... 18
Tabela 2. Altura das plantas, número de folhas por planta, comprimento do caule, massa fresca
das folhas e rendimento em função de variedades dentro das doses de esterco. ......................... 25
Tabela 3. Quadrado médio para altura da planta (AP), comprimento do caule (CC), número de
folhas (NF), massa fresca da folha (MFF) e Rendimento (Rd). .................................................. 26
Tabela 4. ANOVA para altura da planta ..................................................................................... 41
Tabela 5. ANOVA para comprimento do caule .......................................................................... 41
Tabela 6. ANOVA para número de folhas .................................................................................. 41
Tabela 7. ANOVA para massa fresca folhas............................................................................... 42
Tabela 8. ANOVA para rendimento ........................................................................................... 42
xii
Resumo
A adubação sob o paradigma orgânico pressupõe que a fertilidade do solo deve ser mantida ou melhorada,
utilizando-se recursos naturais e das atividades biológicas. O experimento foi realizado para avaliar o
rendimento de duas variedades de Couve (Brassica oleracea) Couve-Tronchuda (Brassica oleracea var.
costata) e Couve-Chinesa (Brassica oleracea var.pekenensis), em diferentes níveis de adubação orgânica
com esterco bovino. A pesquisa foi conduzida nos campos da Universidade Mussa Bin Bique, Faculdade
de Ciências Agrárias no U/C Mualhaco, estrada Nacional N˚104, km 10, Nampula – Nametil no período
de Junho a Setembro de 2019. Foi utilizado o delineamento completamente causalizado (DBCC) com
esquema factorial 3x2, sendo seis tratamentos e duas repetições, totalizando duas parcelas. Os tratamentos
foram resultantes de três níveis de adubação com esterco bovino e duas variedades de couve. Para a
análise de resultados, foi utilizado o pacote estatístico SISVAR, com base no teste de Tukey com nível de
significância de 5% de probabilidade. Foram avaliados: altura da planta, comprimento de caule, massa
fresca das folhas, número de folhas e rendimento. As produções máximas para as variedades (Tronchuda
e China), foram de 20,00 e 32,00 ton/ha -1, obtidas com a dose de 50 ton/ha-1 de esterco respectivamente.
A adubação orgânica com esterco bovino mostrou respostas positivas em relação ao rendimento da
cultura de couve, sendo a dose de 50ton/ha-1 a que proporcionou maiores rendimentos para as duas
variedades.
Abstract
Fertilization under the organic paradigm assumes that soil fertility must be maintained or improved by
using natural resources and biological activities. The experiment was carried out to evaluate the yield of
two varieties of Cabbage (Brassica oleracea) Cabbage-Tronchuda (Brassica oleracea var. Costata) and
Chinese Cabbage (Brassica oleracea var.pekenensis) at different levels of organic manure with cattle
manure. The research was conducted in the fields of Mussa Bin Bique University, Faculty of Agrarian
Sciences at Muhala Administrative Post, from July to September 2019. A completely causal design
(DBCC) with a 3x2 factorial scheme was used, being six treatments and two repetitions, totaling two
installments. The treatments resulted from three levels of manure fertilization and two varieties of
cabbage. For the analysis of results, the SISVAR statistical package was used, based on the Tukey test
with a significance level of 5% of probability. Plant height, stem length, leaf fresh mass, leaf number and
yield were evaluated. The maximum yields for the varieties (Tronchuda and China) were 20,00 and 32,00
ton/ha-1, obtained with the 50 ton/ha-1 manure dose respectively. The organic fertilization with cattle
manure showed positive responses in relation to the yield of the cabbage culture, being the 50ton/ha-1
dose that provided the highest yields for both varieties.
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO
1.1. Problematização
Dai surge a seguinte questão: Será que a adubação da couve com diferentes doses de
esterco bovino afecta no seu rendimento?
3
1.2. Justificativa
A escolha deste tema deveu se por ser uma cultura que si cultiva em qualquer época do
ano. O interesse pela couve deve-se ao seu fácil cultivo e as suas propriedades
nutricionais. Em termos nutricionais, a couve tronchuda apresenta-se como boa fonte
de vitaminas A, B e C, além de ser rica em potássio, fósforo, fibras e pobre em
calorias. Apresenta propriedades mineralizante, fortificante, oxidante e, graças ao
elevado conteúdo de cálcio, é importante na boa formação dos ossos.
1.3. Objectivos
1.3.1. Geral
1.3.2. Específicos
H1: Pelo menos uma variedade poderá responder de forma positiva nas diferentes doses
de esterco bovino;
H0: As diferentes variedades podem não responder positivamente nas diferentes doses
de esterco bovino.
5
A agricultura orgânica vem ganhando cada vez mais reconhecimento social, político e
científico em todo o mundo por estar fundamentada na aplicação de estratégias agro-
ecológicas, mediante o uso de insumos locais, aumentando o valor agregado e
propiciando uma cadeia de comercialização mais justa. O crescimento do mercado de
produtos orgânicos tem o seu alicerce na maior conscientização dos consumidores que
demandam alimentos saudáveis e seguros quanto à ausência de resíduos químicos e
microbiológicos. Além disso, a sociedade vem se preocupando com os danos causados
ao ambiente pelo uso abusivo de agro-tóxicos na produção de alimentos (Nascimento,
2016).
A adubação sob o paradigma orgânico pressupõe que a fertilidade do solo deve ser
mantida ou melhorada, utilizando-se recursos naturais e das atividades biológicas. Na
medida do possível, devem-se utilizar recursos locais, bem como subprodutos orgânicos
que proporcionem o fornecimento de nutrientes, de forma ampla e diversificada,
devendo priorizar a ciclagem de nutrientes por meio de restos culturais, compostos e
resíduos orgânicos e adubações verdes com leguminosas ou plantas espontâneas (Lima
et al., 2011).
A nutrição das culturas se baseia em processos biológicos que visam, em primeiro lugar,
a construção de um solo fértil. A integração do componente animal com o vegetal
permite reciclar vários nutrientes dentro do sistema, a partir do aproveitamento dos
resíduos na elaboração do composto. O uso de coberturas vivas e mortas do solo é uma
prática recomendada para evitar a exposição do solo aos impactos da chuva, do sol e dos
ventos e, ao mesmo tempo, para diminuir alterações de humidade e temperatura que
favorecem tanto os cultivos quanto a fauna e os microrganismos do solo (Graham &
Mitchell, 1999).
Pelo fato de não utilizar métodos químicos de controlo de pragas, a agricultura orgânica
depende fortemente de medidas preventivas, orientadas a reconstituir ou conservar o
equilíbrio ecológico dos agro-ecossistemas. A presença de agentes de controlo biológico
natural de pragas está associada à existência de uma alta biodiversidade dentro e
próximo das áreas de culturas, onde esses organismos encontram sítios para
sobrevivência e reprodução. Essa biodiversidade pode constituir-se tanto de plantas
espontâneas manejadas em faixas dentro das áreas de cultivo ou nas bordaduras, quanto
de reservas arbóreas com alta diversificação de espécies, árvores e arbustos plantados
nos limites da propriedade, em barreiras quebra-ventos, como bordaduras das áreas
cultivadas, entre outras opções (Chaboussou, 1995).
Nos casos em que as medidas preventivas não sejam suficientes para evitar danos de
altas proporções devido às pragas e doenças, há uma série de métodos aos que se podem
recorrer. Dentre estes, encontram-se o controle mecânico, físico e vegetativo, que
implicam pouco impacto ao ambiente e aos seres humanos. Conta-se também com a
utilização de preparados de elaboração caseira, baseados em princípios biológicos, ou
das caldas bordalesa, viçosa e sulfocálcica. No entanto, não é recomendável a utilização
periódica desses preparados, posto que podem indicar justamente que o equilíbrio
ecológico do sistema não foi alcançado (Costa & Campanhola, 1997).
sistemas alternativos de produção, uma vez que uma fatia maior da renda gerada na
cadeia produtiva permanece no meio rural ou na própria região (Souza, 2008).
A adopção de adubação orgânica no cultivo de hortícolas tem crescido nos últimos anos
e vários estudos têm sido realizados, em virtude das inúmeras vantagens da adubação
11
III: Para a inserção dos pequenos agricultores nas redes nacionais ou transnacionais de
comercialização de produtos orgânicos, os produtores devem, no entanto, estar
organizados em associações ou em cooperativas, uma vez que essa organização facilita
as acções de marketing e de implantação de selos de qualidade, de negociação nas
operações de venda e de gestão das actividades produtivas.
IV: A oferta de produtos especializados que não despertam interesse dos grandes
empreendedores agro-pecuários, podendo-se citar, entre eles, as hortaliças e as plantas
medicinais que, historicamente, são produzidas, sobretudo, por pequenos agricultores.
A agricultura orgânica que se idealiza para as áreas urbanas sustenta-se nos princípios
da agro-ecologia, cujo esteio é o uso responsável do equilíbrio biológico da natureza,
uma agricultura orgânica que possibilita obter bons níveis de produtividade, evitando ao
mesmo tempo todo tipo de risco de contaminação química para o agricultor urbano e os
consumidores, bem como do meio ambiente. Por outra parte, ela incorpora os avanços
da ciência, promovendo a participação criativa dos agricultores, respeitando os
conhecimentos, culturas e experiências locais (Lattuca et al., 2002).
Estima-se que, das emissões totais, a agricultura contribui com aproximadamente 20%
da emissão antrópica de gases efeito estufa (GEE), sendo que pode actuar como fonte
ou dreno (Johnson et al., 2005). Três dos principais gases de interesse são dióxido de
carbono (CO2), óxido nitroso (N2O) e metano (CH4), sendo que o fluxo destes nos agro-
ecossistemas é dependente do maneio e das práticas agrícolas adoptadas, a contribuição
da agricultura às emissões de GEE, é estimada em 75% das emissões de CO2, 91% das
emissões de CH4 e 94% das emissões de N2O (Cerri e Cerri, 2007).
Segundo Cerri e Cerri (2007), o solo constitui num compartimento chave no processo
de emissão e sequestro de carbono, pois em termos globais há duas a três vezes mais
13
Algumas das práticas que causam estas emissões são as queimas, a fertilização mineral,
as intervenções frequentes e o preparo intensivo do solo. Porém existem outras formas
de utilizar a terra que podem causar efeito inverso, incrementando o conteúdo de
carbono no solo e na vegetação ao aumentar as quantidades de dióxido de carbono
capturado, sem produzir um efeito aditivo às emissões oriundas de combustíveis fósseis
(Dixon et al., 1994).
Segundo Dantas (2011), os solos agrícolas podem actuar como dreno ou fonte de gases
de efeito estufa, dependendo do sistema de maneio a que forem submetidos, pois as
adições de adubos orgânicos no solo contribuem para maior retenção de carbono (C) no
solo constituindo assim uma das alternativas importantes para aumentar a capacidade de
dreno de C-CO2 atmosférico e mitigação do aquecimento global.
A agricultura orgânica tem por princípio estabelecer sistemas de produção com base em
tecnologias de processos, ou seja, um conjunto de procedimentos que envolvam a
planta, o solo e as condições climáticas, produzindo um alimento sadio e com suas
características e sabor originais, que atenda às expectativas do consumidor (Penteado,
2000). Estas expectativas, determinam, no entanto, conforme observa Canuto (1998),
características de mercado e demandas de consumo que influenciam directamente a
tecnologia de produção, reduzindo procedimentos e minimizando a questão ecológica.
14
A agricultura orgânica que se idealiza para as áreas urbanas sustenta-se nos princípios
da agro-ecologia, cujo esteio é o uso responsável do equilíbrio biológico da natureza,
uma agricultura orgânica que possibilita obter bons níveis de produtividade, evitando ao
mesmo tempo todo tipo de risco de contaminação química para o agricultor urbano e os
consumidores, bem como do meio ambiente. Por outra parte, ela incorpora os avanços
da ciência, promovendo a participação criativa dos agricultores, respeitando os
conhecimentos, culturas e experiências locais (Lattuca et al., 2002).
Dixon (1995), relata que as práticas de cultivo mínimo do solo, a incorporação de restos
culturais e resíduos orgânicos, a adubação verde e as rotações utilizando cultivos de
cobertura com gramíneas ou leguminosas, retém o carbono nos solos por décadas,
inclusive séculos. Baseado nesses relatos e como as práticas da agricultura orgânica
pressupõem o emprego de todas essas estratégias, estas se apresentam como excelentes
alternativas para fixação do carbono e a redução do principal gás de efeito estufa, o
CO2.
Quando bem decomposto, o estrume bovino, tem uma grande contribuição na melhoria
das condições físicas, químicas e biológicas do substrato, além de fornecer vários
nutrientes essenciais às plantas. Ele aumenta a capacidade de troca catiónica, a
capacidade de retenção de água, a porosidade do solo e a agregação do substrato,
características que são mais importantes que os elementos químicas e nutrientes
adicionados pelo estrume. O estrume bem decomposto pode ser uma alternativa viável
para misturas com substratos, podendo proporcionar resultados semelhantes ao do
composto orgânico, porém geralmente inferiores (Wendling et al., 2002).
O esterco bovino vem sendo largamente utilizado como fonte de matéria orgânica ao
solo e nutrientes as plantas, constituindo-se em excelente alternativa ao uso de adubos
minerais (Nascimento, 2016).
Essa espécie possui elevada produtividade (Ferreira et al., 2002), principalmente quando
cultivada sob condições de outono-inverno, pois seu desenvolvimento é favorecido por
temperaturas amenas. A passagem do estádio vegetativo para o reprodutivo é induzida
por temperaturas baixas, sendo o seu florescimento inibido por altas temperaturas
(Bernier & Périlleux, 2004).
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Brassicales
Família: Cruciferae
Género: Brassica
Espécies: Brassica oleracea:
var. Acephala costata: couve tronchuda
var. Brassica pekinensis: couve-chinesa
18
As couves, na sua maioria, são plantas bienais. Durante a primeira fase formam-se os
órgãos vegetativos e os órgãos onde se acumulam as substâncias de reserva e no início
da segunda fase vegetativa desenvolve-se o caule floral rapidamente (Franco, 1960).
Segundo Edmond et al. (1964) citados por Leão (2006), a couve possui um sistema
radicular bastante ramificado e muito desenvolvido, as raízes chegam a atingir entre 0,6
a 1,2 metros de extensão lateral no fim da primeira fase de crescimento, o caule e folhas
possuem um caule comparativamente curto. O caule floral desenvolve-se a partir das
axilas das folhas e pode atingir cerca de 0,6 a 1,2 metros de altura. As folhas são
simples, ovais em forma de roseta ao redor do caule, largas, bem desenvolvidas e
frescas. A inflorescência é terminal e é um racimo, composta por flores hermafroditas
regulares compostas por quatro sépalas, quatro pétalas brancas ou amarelas claras e seis
estames. O fruto é uma longa e delgada vagem. A semente é castanha clara a castanha a
chocolate e ligeiramente irregular ou lisa.
Tabela 1. Composição química da couve (por cada 100 gramas de produto comestível)
Água 92,4 g
Proteínas 4,3 g
Matéria Gorda 0,2 g
Hidratos de Carbono Totais 5,4 g
Fibra 0,8 g
Cinzas 0,7 g
Cálcio 49 mg
Fósforo 29 mg
Ferro 0,4 mg
Sódio 20 mg
Potássio 233 mg
Vitamina A 130 U.I.
Tiamina 0,05 mg
Riboflavina 0,05 mg
Ácido ascórbico 47 mg
Niacina 0,3 mg
Valor energético 24 Cal
O factor mais importante de entre todos os factores climáticos que afectam a produção
vegetal é a temperatura (Mathai, 1957 citado por José, 2005).
Segundo Tembe (1990) citado por José (2005) a temperatura tem efeitos muito
importantes no crescimento e desenvolvimento das hortícolas e também no grau de
ataque e desenvolvimento de pragas e doenças. Quanto maior for a temperatura maior é
o grau de ataque da maioria das pragas e doenças.
As pragas e doenças são uma das principais causas dos baixos rendimentos nas
hortícolas e seus estragos tem sido muito reportados em todo o mundo (Villiers &
Schoeman, 1988 citados por José, 2005).
2.13.1. Temperatura
(Mvere & Van der Werff, 2004 citados por Leão, 2006) dizem que a couve tronchuda
cresce melhor a luz do sol. A temperatura óptima para o seu crescimento é 15 a 25°C,
mas há muitas diferenças na tolerância de frio ou calor entre as espécies couve tolera
temperaturas baixas (os tipos europeus até toleram a geada).
2.13.2. Solos
Segundo Mathai (1988), a cultura extrai por hectare 200 kg de N, 90 kg de P 2O5 e 280
kg de K2O. Adubação orgânica da bons resultados quando aplicada dias antes do
transplante.
Minami (1995), diz que a formação da muda é uma fase muito importante, pois dela
depende o desempenho da planta nos canteiros de produção, tanto do ponto de vista
nutricional, quanto do tempo necessário para a produção. O local do viveiro deve ser
bem arejado, com pouca declividade, boa luminosidade e disponibilidade de água de
boa qualidade, deve ter sais solúveis e quantidade total disponível de Nitrogénio,
Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio e micronutrientes adequados ao bom
desenvolvimento da couve. Se as mudas são de consumo foliar, o cuidado deve ser
21
2.17. Rendimento
Dados sobre a produção são raros. Rendimentos médios são de cerca de 20 ton/ha numa
única colheita. Pode ser obtido um rendimento estimado de 50 ton/ha em 10 colheitas,
separadas em intervalos de 6 meses (Rice et al., 1991).
22
Este experimento foi conduzido no período de Junho a Setembro de 2019, nos campos
da Universidade Mussa Bin Bique que situa-se na U/C Mualhaco, estrada Nacional
N˚104, km 10, Nampula - Nametil a superfície do distrito é de 3.675 km2, com clima
tropical húmido com duas estacões: uma chuvosa e outra quente, a temperatura do ar,
situa-se no 33,9o C e o mínimo no 19o C, à precipitação média anual é de 1.045 mm
(Mae, 2014), os solos de Nampula são de 3 tipos seguintes: fracamente ferrálicos
vermelhos, de rochas cristalinas quartzíferas, fracamente ferrálicos amarelos, de rochas
cristalinas quartzíferas, hidromórficos não húmicos (Coelho, 1972).
A preparação do solo consistiu na limpeza da área, seguida de uma lavoura que foi feita
manualmente e, dimensionamento da área e das parcelas que foi feita a base de enxada
de cabo curto, ancinho, corda, estacas e fita métrica.
3.3.2. Adubação
A adubação foi realizada uma semana antes do transplante, foi uma adubação profunda
de 5 cm.
O preparo das mudas foi feito 30 dias antes do transplante, as sementes foram plantadas
em dois vasos (um para cada variedade) de plástico de 80 cm de comprimento 50 cm de
largura colocou-se substrato local depois de ser limpo de impurezas, foi instalado ao ar
livre cobertas com saco nos primeiros dias, regando todos os dias de manha e de tarde
até o dia do transplante.
3.3.4. Rega
3.3.5. Sachas
Foi feita uma sacha, que se deu 26 dias após o transplante, com auxílio de enxada, como
forma de controlar a competição entre as plantas daninhas e a cultura em estudo.
3.3.7. Colheita
realizadas na fase pós colheita, sendo elas: altura da planta (cm), comprimento de caule
(cm), massa fresca das folhas (g), número de folhas, medidos com fita métrica e
balança.
A recolha dos dados foi feita mediante as variáveis em estudo. Onde foram registados
dados a partir do dia da marcação do ensaio, plantação, adubação até a colheita, da qual
inclui os dias da realização dos amanhos culturais.
O número de folhas foi obtido a partir da contagem do número de folhas de cada planta.
O comprimento do caule foi medido a partir do colo da raiz até a inserção da primeira
folha, com auxílio de uma fita métrica.
A massa fresca da folha foi obtida a partir do peso de cada planta, usando uma balança
de precisão para determinar a massa foliar de cada planta.
3.5.5. Rendimento
Para determinar o rendimento, foi colhido todas as plantas da área útil de ensaio, em
seguida foram pesadas por uma balança de precisão. O rendimento total da couve foi
calculado usando a fórmula utilizada por Borges (2015).
Adaptado: Autor
25
Houve interacção para doses de esterco E e variedades V para todas as variáveis excepto
o comprimento do caule como ilustra a tabela 3.
Tabela 2. Altura das plantas, número de folhas por planta, comprimento do caule,
massa fresca das folhas e rendimento em função de variedades dentro das doses de
esterco.
Tabela 3. Quadrado médio para altura da planta (AP), comprimento do caule (CC),
número de folhas (NF), massa fresca da folha (MFF) e Rendimento (Rd).
FV AP CC NF MFF Rd
VARIED (V) 14,08 ns 4,94 ** 3,00 ns 67500,00 ** 108,00 **
ESTERCO (E) 111,07 ** 4,60 ** 68,94 ns 305883,33 ** 489,33 **
VxE 18,63 ** 0,22 ns 7,97 ** 22500,00 ** 36,00 **
BLOCO 9,36 ns 1,14 ns 0,96 ns 833,33 ns 1,33 ns
CV % 9,10 11,27 14,13 7,37 7,37
ns - não significativo a nível de 5% de probabilidade
** e * - significativo a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente
27
25
Altura das plnatas (cm)
20
15
1. Tronchuda
y ■ = 0,2724x + 12,687 R² = 0,9704
10 2. China
y ♦ = -0,0082x2 + 0,525x + 12,75 R² = 1
5
0
0 25 50
Doses de eserco (t/ha-1)
Estes resultados se assemelham aos obtidos por Vitti et al. (2007) em que a utilização de
vermicomposto bovino sólido relacionados a altura da planta foi eficiente.
28
Número de folhas
18
16
y ■ = 0,0058x2 - 0,092x + 6,15 R² = 1
14
y ♦ = 0,0035x2 - 0,056x + 6 R² = 1
12
NF/planta
10
8 1. Tronchuda
6 2. China
4
2
0
0 25 50
Doses de eserco (t/ha-1)
Estes resultados se assemelham aos obtidos por Peixoto Filho et al. (2013), no cultivo
da alface o acréscimo de esterco promoveram aumento em todas as variáveis analisadas.
Quanto ao número de folhas por planta o esterco de frango, de bovino e de ovino, não
diferiu do fertilizante mineral. Sendo o esterco bovino que proporcionou maior numero
de folhas.
29
Comprimento do caule
8
7
6
5
CC (cm)
4
1. Tronchuda
3 y ■ = 0,04x + 4,8833 R² = 0,7687
2. China
2 y ♦ = 0,044x + 3,4667 R² = 0,9973
1
0
0 25 50
Doses de eserco (t/ha-1)
Resultados semelhantes foram descritos por Milec et al., (2007), no quail observaram
que ao comparar a eficiência do substrato comercial (Germina Plant) com e sem
adubação de base com dois substratos orgânicos constituídos por vermicomposto
bovino (75%), observou que as mudas de couve brócolis Santana tiveram maior altura e
conprimento do caule nos substratos à base de vermicomposto que no substrato
comercial sem adubação.
30
600
500
400 1. Tronchuda
300 2. China
200
100
0
0 25 50
Doses de eserco (t/ha-1)
Resultado similar foi encontrado para a cultura da couve de folhas, a qual respondeu até
a dose de 54 t ha-1 para massa fresca e seca de folhas, indicando que doses mais
elevadas, aumentam estes valores, uma vez que os autores testaram apenas até a dose de
60 t ha-1 (Steiner et al., 2009).
31
4.5. Rendimento
Rendimento
35
y ■ = 0,56x + 4,6667 R² = 0,9932
30
Rendimento (ton/ha-1)
Estes resultados se assemelham aos de Candian et al. (n.d) avaliando adubos orgânicos
em repolho, Oliveira et al. (2001) encontraram que 41 t ha-1 proporcionou maior massa
média de cabeça (900g) e maior produtividade (47 t ha-1) utilizando esterco bovino,
enquanto a melhor dose para húmus de minhoca foi de 27 e 29 t ha-1, proporcionando
cabeças com médias de 700g e produtividade de 38 t ha-1, respectivamente.
32
Conclusão
Quanto ao peso das folhas nas plantas em gramas, verifica-se que o tratamento de
50ton/ha-1, apresenta maiores valores e que difere estatisticamente do tratamento de
25ton/ha-1, e com menores valores, se encontram os tratamentos solo sem adubo, estes
que não diferiram estatisticamente entre si.
Recomendações
Referencias Bibliográficas
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Anais do 38ª Congresso Brasileiro de Olericultura. Pretolina-PE; ARTeMIDIA,
1998. CD-ROM.
22. Holanda, J. S. (1990). Esterco de curral: composição, preservação e adubação.
Natal: EMPARN, 65p.
23. Johnson, J.M.F.; Reicosky, D.C.; ALlmaras, R.R.; Sauer, T.J.; Venterea, R.T.;
DELL, C.J. (2005). Greenhouse gas contributions and mitigation potential of
agriculture in the central USA. Soil e Tillage Research, 83, p. 73–94.
24. José, M. (2005). Avaliação da Eficiência do Bacillus thurigiensis no Controlo da
Traça da Couve (Plutella xylostella) no Vale de Infulene. Projecto Final. FAEF.
UEM. Maputo. 41p.
36
Apêndices
40
41
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
VARIEDADE 1 14.083333 14.083333 5.019 0.0752
ADUBACAO 2 222.135417 111.067708 39.585 0.0009
VARIEDADE*ADUBACAO 2 37.260417 18.630208 6.640 0.0391
BLOCO 1 9.363333 9.363333 3.337 0.1273
erro 5 14.029167 2.805833
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 11 296.871667
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 9.10
Média geral: 18.4166667 Número de observações: 12
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
VARIEDADE 1 4.940833 4.940833 14.164 0.0131
ADUBACAO 2 9.211667 4.605833 13.204 0.0101
VARIEDADE*ADUBACAO 2 0.431667 0.215833 0.619 0.5753
BLOCO 1 1.140833 1.140833 3.270 0.1303
erro 5 1.744167 0.348833
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 11 17.469167
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 11.27
Média geral: 5.2416667 Número de observações: 12
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
VARIEDADE 1 3.000000 3.000000 1.688 0.2506
ADUBACAO 2 137.881667 68.940833 38.789 0.0009
VARIEDADE*ADUBACAO 2 15.935000 7.967500 4.483 0.0767
BLOCO 1 0.963333 0.963333 0.542 0.4947
erro 5 8.886667 1.777333
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 11 166.666667
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 14.13
Média geral: 9.4333333 Número de observações: 12
--------------------------------------------------------------------------------
42
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
VARIEDADE 1 67500.000000 67500.000000 81.000 0.0003
ADUBACAO 2 611666.666667 305833.333333 367.000 0.0000
VARIEDADE*ADUBACAO 2 45000.000000 22500.000000 27.000 0.0021
BLOCO 1 833.333333 833.333333 1.000 0.3632
erro 5 4166.666667 833.333333
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 11 729166.666667
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 7.37
Média geral: 391.6666667 Número de observações: 12
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
VARIEDADE 1 108.000000 108.000000 81.000 0.0003
ADUBACAO 2 978.666667 489.333333 367.000 0.0000
VARIEDADE*ADUBACAO 2 72.000000 36.000000 27.000 0.0021
BLOCO 1 1.333333 1.333333 1.000 0.3632
erro 5 6.666667 1.333333
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 11 1166.666667
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CV (%) = 7.37
Média geral: 15.6666667 Número de observações: 12
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43
Anexos
45
Layout do ensaio
Bloco 1 Bloco 2
1m 3m 0,5m 3m 1m
2,1m
2,1m
T1 T6
0,5m
2,1m
2,1m
T5 T3
2,1m
2,1m
T4 T2
2,1m
2,1m
T2 T1
2,1m
2,1m
T6 T5
2,1m
2,1m
T3 T4
3m 0,5m 3m
46
Parcela
Legenda