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Direcção Científica e Pedagógica

Faculdade de Ciências Agrárias


Delegação de Nampula

Avaliação do rendimento de duas variedades de Couve (Brassica oleracea): Couve


Tronchuda e Couve China em cultivo orgânico.

Autora: Silvina Silvério V. Abdul

Supervisor: Engo. Tomocene A. Tomocene

Nampula, Novembro de 2019


Silvina Silvério V. Abdul

Avaliação do rendimento de duas variedades de couve (Brassica oleracea): Couve


Tronchuda e Couve China em cultivo orgânico.

Trabalho de fim de curso apresentado a Faculdade


de Ciências Agrárias da Universidade Mussa Bin
Bique - Delegação de Nampula, como exigência
parcial para obtenção do grau de Licenciatura em
Ciências Agrárias.

Engo. Tomocene A. Tomocene

Nampula, Novembro de 2019


Índice

Declaração de honra ..........................................................................................................v


Dedicatória........................................................................................................................ vi
Agradecimentos ............................................................................................................... vii
Lista de abreviaturas ....................................................................................................... viii
Índice de imagens ............................................................................................................. ix
Índice de gráficos............................................................................................................... x
Índice de tabelas ............................................................................................................... xi
Resumo ............................................................................................................................ xii
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO........................................................................................ 1
1.1. Problematização..................................................................................................... 2
1.2. Justificativa ............................................................................................................ 3
1.3. Objectivos .............................................................................................................. 4
1.3.3. Hipóteses ............................................................................................................ 4
CAPÍTULO II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................... 5
2.2. Sustentabilidade da Produção Orgânica ................................................................ 6
2.3. Aspectos da adubação orgânica ........................................................................... 10
2.4. Importancia do cultivo organico .......................................................................... 11
2.5. Contribuição da adubação orgânica na diminuição do efeito estufa ................... 12
2.6. Fontes de matéria orgânica .................................................................................. 14
2.7. Esterco Bovino .................................................................................................... 15
2.8. Composicao quimica do esterco bovimo ............................................................. 16
2.9. Couve tronchuda .................................................................................................. 16
2.10. Couve china ..................................................................................................... 17
2.11. Classificação, Descrição Botânica e Características da Couve ....................... 17
2.12. Factores Limitantes na Produção da Couve ..................................................... 19
2.12.1. Factores Abióticos ........................................................................................... 19
2.12.2. Factores Bióticos.............................................................................................. 19
2.13. Exigências Edafoclimáticas ............................................................................. 19
2.13.1. Temperatura ..................................................................................................... 19
2.13.2. Solos................................................................................................................. 19
2.14. Propagação e Plantação ................................................................................... 20
2.15. Produção de mudas .......................................................................................... 20
2.16. Pragas da Couve............................................................................................... 21
2.17. Rendimento ...................................................................................................... 21
CAPÍTULO III. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................. 22
3.1. Descrição do local do experimento ..................................................................... 22
3.2. Delineamento experimental e tratamentos .......................................................... 22
3.3. Condução do experimento ................................................................................... 23
3.3.1. Preparação do solo ........................................................................................... 23
3.3.2. Adubação ......................................................................................................... 23
3.3.3. Preparação de mudas e transplante .................................................................. 23
3.3.4. Rega ................................................................................................................. 23
3.3.5. Sachas .............................................................................................................. 23
3.3.6. Controle de pragas ........................................................................................... 23
3.3.7. Colheita ............................................................................................................ 23
3.4. Recolha de dados ................................................................................................. 24
3.5. Variáveis estudadas ............................................................................................. 24
3.5.1. Altura da planta ................................................................................................ 24
3.5.2. Número de folhas ............................................................................................. 24
3.5.3. Comprimento do caule ..................................................................................... 24
3.5.4. Massa fresca da folha ....................................................................................... 24
3.5.5. Rendimento ...................................................................................................... 24
4.1. Altura das plantas ................................................................................................ 27
4.2. Número de folhas por planta ............................................................................... 28
4.3. Comprimento do caule ........................................................................................ 29
4.4. Massa fresca das folhas ....................................................................................... 30
4.5. Rendimento.......................................................................................................... 31
Conclusão ....................................................................................................................... 32
Referencias Bibliográficas .............................................................................................. 34
Apêndices ....................................................................................................................... 39
Anexos ............................................................................................................................ 44
v

Declaração de honra

Eu, Silvina Silvério V. Abdul declaro por minha honra que este trabalho de final de
curso é de minha autoria, resultante da minha investigação, que todas as fontes estão
devidamente referenciadas e que nunca foi apresentado para a obtenção de qualquer
grau nesta universidade ou em qualquer outra instituição”.

Nampula, Novembro de 2019

Autora

_______________________________

(Silvina Silvério V. Abdul)


vi

Dedicatória

Aos meus pais, Silvério Virgílio Abdul e Haziat Yamariam Ussene Injoma, pelo apoio
incondicional, carinho e pelo sacrifício feito por eles para que eu pudesse concluir a
minha formação com êxito.

Aos meus irmãos, Silvânia Silvério V. Abdul, Silvito Silvério V. Abdul pelo
companheirismo e amor, que este trabalho sirva de motivação para a sua careira
estudantil.

Ao meu tio Idrice U. Injoma pelo apoio.


vii

Agradecimentos

Primeiramente a Allah, por me guiar e proteger nos momentos difíceis durante esses
anos.

Aos meus pais (Silvério Virgílio Abdul e Haziate Yamariam Ussene Injoma), pelo
amor, apoio, carinho, incentivo e paciência durante a minha formação.

Aos meus familiares, em especial aos meus tios: Rabia, Jonito, José e Tina, pelo carinho
e apoio

Ao meu tio Idrice Ussene Injoma por tudo que tem feito por mim durante esses 4 anos.

A Universidade Mussa Bin Bique pela oportunidade e pelo acolhimento durante a


formação.

Ao Centro de Formação islâmica (CFI) pela bolsa de estudo concedida no percurso da


minha formação.

Au meu supervisor Engo Tomocene A. Tomocene pelo apoio e presença constante,


durante a condução deste trabalho.

A todos os engenheiros da faculdade de ciências agrarias-UMBB pela transmissão do


conhecimento durante a minha formação.

Aos meus companheiros e amigos: Manhique, Neusa, Pilecas, Ricardo, Tatiana,


Sadjidat, Faruque, Ronildo, Ainur, que estiveram presentes durante esses anos obrigada
pelo apoio, e todos aqueles que directas ou indirectamente ajudaram-me durante o
curso.

Muito obrigada
viii

Lista de abreviaturas

m: Metro

cm: Centímetro

Rd: Rendimento

AP: Altura da Planta

AF: Altura das Folhas

m2: metros quadrados

NoF: Número de Folhas

pH: Potencial hidrogénio

CC: Comprimento do Caule

t/ha: Toneladas por hectares

ANOVA: Análise de variância

MFF: Massa Fresca das Folhas

CFI: Centro de Formação Islâmica

UMBB: Universidade Mussa Bin Bique

DBCC: Delineamento de Blocos Completamente Casualizados


ix

Índice de figuras

Figura 1.Montagem dos canteiros ............................................................................................... 43


Figura 2. Transplante da cultura para o local definitivo.............................................................. 43
Figura 3. Campo definitivo (30 dias após o transplante) ............................................................ 43
x

Índice de gráficos

Gráfico 1. Altura das plantas em função de diferentes doses de esterco. .................................... 27


Gráfico 2. Número de folhas por planta em função de diferentes doses de esterco. ................... 28
Gráfico 3. Comprimento do caule em função de diferentes doses de esterco. ............................ 29
Gráfico 4. Massa fresca das folhas em função de diferentes doses de esterco. ........................... 30
Gráfico 5. Rendimento em função de diferentes doses de esterco. ............................................. 31
xi

Índice de tabelas

Tabela 1. Composição química da couve (por cada 100 gramas de produto comestível) ........... 18
Tabela 2. Altura das plantas, número de folhas por planta, comprimento do caule, massa fresca
das folhas e rendimento em função de variedades dentro das doses de esterco. ......................... 25
Tabela 3. Quadrado médio para altura da planta (AP), comprimento do caule (CC), número de
folhas (NF), massa fresca da folha (MFF) e Rendimento (Rd). .................................................. 26
Tabela 4. ANOVA para altura da planta ..................................................................................... 41
Tabela 5. ANOVA para comprimento do caule .......................................................................... 41
Tabela 6. ANOVA para número de folhas .................................................................................. 41
Tabela 7. ANOVA para massa fresca folhas............................................................................... 42
Tabela 8. ANOVA para rendimento ........................................................................................... 42
xii

Resumo

A adubação sob o paradigma orgânico pressupõe que a fertilidade do solo deve ser mantida ou melhorada,
utilizando-se recursos naturais e das atividades biológicas. O experimento foi realizado para avaliar o
rendimento de duas variedades de Couve (Brassica oleracea) Couve-Tronchuda (Brassica oleracea var.
costata) e Couve-Chinesa (Brassica oleracea var.pekenensis), em diferentes níveis de adubação orgânica
com esterco bovino. A pesquisa foi conduzida nos campos da Universidade Mussa Bin Bique, Faculdade
de Ciências Agrárias no U/C Mualhaco, estrada Nacional N˚104, km 10, Nampula – Nametil no período
de Junho a Setembro de 2019. Foi utilizado o delineamento completamente causalizado (DBCC) com
esquema factorial 3x2, sendo seis tratamentos e duas repetições, totalizando duas parcelas. Os tratamentos
foram resultantes de três níveis de adubação com esterco bovino e duas variedades de couve. Para a
análise de resultados, foi utilizado o pacote estatístico SISVAR, com base no teste de Tukey com nível de
significância de 5% de probabilidade. Foram avaliados: altura da planta, comprimento de caule, massa
fresca das folhas, número de folhas e rendimento. As produções máximas para as variedades (Tronchuda
e China), foram de 20,00 e 32,00 ton/ha -1, obtidas com a dose de 50 ton/ha-1 de esterco respectivamente.
A adubação orgânica com esterco bovino mostrou respostas positivas em relação ao rendimento da
cultura de couve, sendo a dose de 50ton/ha-1 a que proporcionou maiores rendimentos para as duas
variedades.

Palavras-chave: Rendimento, variedade, couve, cultivo orgânico.


xiii

Abstract

Fertilization under the organic paradigm assumes that soil fertility must be maintained or improved by
using natural resources and biological activities. The experiment was carried out to evaluate the yield of
two varieties of Cabbage (Brassica oleracea) Cabbage-Tronchuda (Brassica oleracea var. Costata) and
Chinese Cabbage (Brassica oleracea var.pekenensis) at different levels of organic manure with cattle
manure. The research was conducted in the fields of Mussa Bin Bique University, Faculty of Agrarian
Sciences at Muhala Administrative Post, from July to September 2019. A completely causal design
(DBCC) with a 3x2 factorial scheme was used, being six treatments and two repetitions, totaling two
installments. The treatments resulted from three levels of manure fertilization and two varieties of
cabbage. For the analysis of results, the SISVAR statistical package was used, based on the Tukey test
with a significance level of 5% of probability. Plant height, stem length, leaf fresh mass, leaf number and
yield were evaluated. The maximum yields for the varieties (Tronchuda and China) were 20,00 and 32,00
ton/ha-1, obtained with the 50 ton/ha-1 manure dose respectively. The organic fertilization with cattle
manure showed positive responses in relation to the yield of the cabbage culture, being the 50ton/ha-1
dose that provided the highest yields for both varieties.

Keywords: Yield, Variety, Kale, Organic farming.


1

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO

Em Moçambique, a cultura da couve (Brassica oleracea) é largamente produzida pelo


sector familiar nas zonas baixas ou com sistemas de regadio e tem como finalidade o
consumo e venda nos mercados locais. A sementeira é geralmente feita em viveiro, de
modo a garantir melhores cuidados às plântulas. Esses cuidados permitem obter mudas
de qualidade que aumentam a possibilidade do sucesso da cultura no campo definitivo
(Franco, 1960).

A produção de hortaliças é uma das etapas mais importantes do sistema produtivo,


influenciando directamente no desenvolvimento e no crescimento das plantas nos
canteiros de produção, tanto do ponto de vista nutricional quanto no ciclo produtivo da
cultura, já que a muda de má formação inicial origina uma planta com produção
limitada, e também permite ao produtor um melhor controlo da população, tornando as
plantas mais uniformes e facilitando o controlo de plantas espontâneas (Silva, 2007).

No intuito de se produzir alimentos de melhor qualidade e menor preço no mercado,


mudanças constantes tem ocorrido nas práticas agrícolas convencionais, onde o uso de
adubos químicos perde espaço para os adubos orgânicos. Os estercos foram muito
utilizados no passado, mas com advento dos adubos químicos o interesse pelos
fertilizantes orgânicos diminuiu. Actualmente, a preocupação com a degradação
ambiental renovou o interesse pelo uso dos estercos, ou seja pela agricultura sustentável
(Brummer, 1998).

O presente trabalho tem como objectivo avaliar o rendimento de duas variedades de


couve (Brassica oleracea) em cultivo orgânico, abordando esse tipo de maneio e
avaliando cada variedade em diferentes níveis de adubo, utilizando esterco bovino, para
indicar a melhor variedade de couve para o cultivo orgânico e qual quantidade
proporciona melhor rendimento.
2

1.1. Problematização

A província de Nampula situa-se na zona norte de Moçambique, contribui muito na


distribuição de hortaliças ao nível da zona norte e também depara-se com grandes
problemas relacionados com vários factores de produção desta cultura de couve.

O custo de aquisição de fertilizantes químicos e a pouca disponibilidade dos mesmos


nos mercados locais, associado à falta de conhecimento de alternativas de adubação
orgânica, tem contribuído para o esgotamento da fertilidade natural do solo, diminuição
da qualidade dos produtos agrícolas, baixa produção e produtividade de hortícolas na
cidade de Nampula. Este cenário, têm causado défice de produtos ou subida de preços,
criando como consequências problemas de má nutrição, acelerando deste modo a
vulnerabilidade das comunidades as doenças e agravando assim a pobreza.

Dai surge a seguinte questão: Será que a adubação da couve com diferentes doses de
esterco bovino afecta no seu rendimento?
3

1.2. Justificativa

A divulgação junto aos camponeses de alternativas com adubação orgânica pode


estimular a produção de couve, optimização da produtividade e do lucro a partir de usos
de tecnologias de baixo custo, com recursos encontrados localmente, de fácil manuseio
e viáveis do ponto de vista de preservação, conservação, sustentabilidade ambiental e
ecológico a longo prazo. O aumento de produção da couve contribuirá na melhoria das
condições de vida dos camponeses, na dieta alimentar, no combate a doenças de
desnutrição e na redução da pobreza no distrito.

A escolha deste tema deveu se por ser uma cultura que si cultiva em qualquer época do
ano. O interesse pela couve deve-se ao seu fácil cultivo e as suas propriedades
nutricionais. Em termos nutricionais, a couve tronchuda apresenta-se como boa fonte
de vitaminas A, B e C, além de ser rica em potássio, fósforo, fibras e pobre em
calorias. Apresenta propriedades mineralizante, fortificante, oxidante e, graças ao
elevado conteúdo de cálcio, é importante na boa formação dos ossos.

O uso de composto orgânico permite melhora na fertilidade, além de ser excelente


condicionador de solo, melhorando suas características físicas, químicas e biológicas,
como retenção de água, agregação, porosidade, aumento na capacidade de troca de
cátions, aumento da fertilidade e aumento da vida microbiana do solo, entretanto, o
valor fertilizante do composto depende do material utilizado como matéria prima
(Miyasaka et al., 1997).
4

1.3. Objectivos

1.3.1. Geral

 Avaliar o rendimento de duas variedades de couve: (Tronchuda e China) no


cultivo orgânico.

1.3.2. Específicos

 Verificar a dosagem de esterco bovino que ira proporcionar maior altura,


numero de folhas, comprimento do caule e massa fresca da parte aérea;
 Indicar qual variedade de couve teve melhor rendimneto em função das doses
de esterco bovino.
1.3.3. Hipóteses

H1: Pelo menos uma variedade poderá responder de forma positiva nas diferentes doses
de esterco bovino;

H0: As diferentes variedades podem não responder positivamente nas diferentes doses
de esterco bovino.
5

CAPÍTULO II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Cultivo orgânico

A agricultura orgânica é definida como sendo a produção de alimentos de origem


vegetal ou animal, sem a utilização de agro-tóxicos e adubos minerais sintéticos ou
outros agentes contaminantes, visando a maximização dos benefícios sociais, a auto-
sustentação, a redução ou eliminação da dependência de insumos sintéticos, energia não
renovável e a preservação do meio ambiente, por meio da optimização do uso de
recursos naturais e socioeconómicos disponíveis (Hamerschimidt, 1998). Basicamente,
a agricultura orgânica tem como sustentação a aplicação no solo de resíduos orgânicos
vegetais e animais, de preferência produzidos na propriedade agrícola, com o objectivo
de manter o equilíbrio biológico e a reciclagem de nutrientes (Feiden, 2001).

A agricultura orgânica vem ganhando cada vez mais reconhecimento social, político e
científico em todo o mundo por estar fundamentada na aplicação de estratégias agro-
ecológicas, mediante o uso de insumos locais, aumentando o valor agregado e
propiciando uma cadeia de comercialização mais justa. O crescimento do mercado de
produtos orgânicos tem o seu alicerce na maior conscientização dos consumidores que
demandam alimentos saudáveis e seguros quanto à ausência de resíduos químicos e
microbiológicos. Além disso, a sociedade vem se preocupando com os danos causados
ao ambiente pelo uso abusivo de agro-tóxicos na produção de alimentos (Nascimento,
2016).

A produção orgânica na África é raramente certificada e as informações de muitos


países não se encontram disponíveis com excepção de Egipto e África do Sul. No
entanto, o cultivo orgânico está aumentando na África, especialmente nos países do sul
com 900 mil hectares maneados organicamente. Um factor importante desse
crescimento é a demanda para exportação, com destaque para a União Europeia, outra
motivação esta relacionada com a manutenção e a correcção da fertilidade do solo nas
terras ameaçadas pela degradação, além disso, a agricultura orgânica contribui para o
desenvolvimento sustentável e socioeconómico, concedendo oportunidades excelentes
de melhoria de renda e condições de vida (Souza, 2008).
6

Moçambique promove a prática da agricultura de conservação e orgânica, como forma


alternativa de minimização dos problemas agrícolas e acesso aos insumos, sendo que o
enfoque vai para o uso de restolhos da campanha anterior ou uso de matéria orgânica
proveniente de plantas reconhecidas como sendo ricas em nutrientes, prática de
compostagem entre outras, porém, ainda não existem registo de quantidades usadas de
matéria orgânica na agricultura (Nuvunga, 2006).

Considerando-se que grande parte das hortaliças é consumida in natura, é importante


conhecer a qualidade sanitária dos estercos de animais. Neste sentido, a fermentação da
matéria orgânica presente nos estercos e a compostagem com outros resíduos orgânicos
são de extrema importância, antes que sejam aplicados ao solo, o que reduz as chances
de contaminação por microorganismos patogênicos, além de melhorar a qualidade do
esterco e a disponibilidade de nutrientes para as culturas (Sediyama et al., 2000).

A adubação sob o paradigma orgânico pressupõe que a fertilidade do solo deve ser
mantida ou melhorada, utilizando-se recursos naturais e das atividades biológicas. Na
medida do possível, devem-se utilizar recursos locais, bem como subprodutos orgânicos
que proporcionem o fornecimento de nutrientes, de forma ampla e diversificada,
devendo priorizar a ciclagem de nutrientes por meio de restos culturais, compostos e
resíduos orgânicos e adubações verdes com leguminosas ou plantas espontâneas (Lima
et al., 2011).

2.2. Sustentabilidade da Produção Orgânica

Enquanto na produção convencional é dada ênfase à sustentabilidade económica,


alcançada através da adição constante de insumos dos mais variados tipos ao sistema
produtivo, na produção orgânica a sustentabilidade é enfocada de modo integrado às
dimensões sociais, económicas e ambientais. Assim, suas práticas partem de uma
concepção que considera o contexto socioeconómico e cultural das pessoas envolvidas
na produção, além do respeito ao direito da população de consumir alimentos saudáveis
(Souza, 2008).

Na sua dimensão ambiental, a sustentabilidade da agricultura orgânica está relacionada


com sua fundamentação em princípios ecológicos, tais como utilização de espécies e
variedades adaptadas à zona agro-ecológica, conservação da biodiversidade,
recuperação e manutenção da fertilidade do solo mediante processos biológicos, manejo
7

natural, biológico e cultural de pragas, doenças e plantas invasoras (Costa &


Campanhola, 1997).

Comparativamente ao método convencional, os métodos alternativos de produção são


considerados ambientalmente mais sustentáveis pelo fato de optimizarem o uso dos
recursos produtivos locais, serem menos dependentes de insumos externos e
minimizarem o uso de fontes de energia não renováveis (Souza, 2008).

A conversão do manejo da produção agrícola convencional à orgânica, apesar de


iniciar-se pela eliminação total do uso de insumos químicos sintéticos, não trata da
simples substituição destes insumos por outros de origem biológica. Parte da
identificação de uma cadeia de relações entre as diferentes actividades desenvolvidas no
agro-ecossistema visando alcançar a sustentabilidade (Souza, 2008).

Assim, a definição dos processos de produção é feita através de um enfoque sistémico,


onde os subprodutos de uma actividade são aproveitados em outra, procurando fechar o
ciclo de nutrientes, optimizar o fluxo energético e promover o equilíbrio entre as
diversas espécies que habitam o ambiente (Graham & Mitchell, 1999).

Tanto o processo de conversão quanto o manejo de agro-ecossistemas orgânicos


requerem profundos conhecimentos agronómicos e ecológicos, como também das
particularidades da propriedade rural e do detalhamento – qualidade e quantidade – dos
recursos humanos com que conta a unidade de produção para definir o esquema a ser
seguido (Chaboussou, 1995).

Um aspecto primordial na agricultura orgânica é a escolha de espécies adaptadas às


condições agro-ecológicas locais, pois sua sanidade será maior, quanto mais próximos
os seres vivos estiverem de seu habitat de origem. A selecção das variedades e
cultivares deve basear-se em características de resistência e tolerância às doenças e
pragas de maior importância, assim como aos mais prováveis estresses na região (Costa
& Campanhola, 1997).

É recomendável que o agricultor multiplique sua própria semente, a partir de selecção


feita ano após ano, a partir de critérios de adaptabilidade da espécie, produtividade,
qualidade de produto e sua aceitação no mercado (Chaboussou, 1995).
8

A nutrição das culturas se baseia em processos biológicos que visam, em primeiro lugar,
a construção de um solo fértil. A integração do componente animal com o vegetal
permite reciclar vários nutrientes dentro do sistema, a partir do aproveitamento dos
resíduos na elaboração do composto. O uso de coberturas vivas e mortas do solo é uma
prática recomendada para evitar a exposição do solo aos impactos da chuva, do sol e dos
ventos e, ao mesmo tempo, para diminuir alterações de humidade e temperatura que
favorecem tanto os cultivos quanto a fauna e os microrganismos do solo (Graham &
Mitchell, 1999).

A adubação verde, com o plantio de espécies leguminosas fixadoras de nitrogénio e


gramíneas, a rotação e a consorciação de culturas, juntamente com o uso de composto e
de coberturas do solo proporcionam uma adição constante de matéria orgânica ao solo.
Essa matéria orgânica aporta nutrientes e energia para os organismos do solo (fauna e
microrganismos), cuja actividade contribui para o melhoramento de características
físicas, químicas e biológicas do solo, que são responsáveis pela nutrição equilibrada
das plantas (Chaboussou, 1995).

A reposição de macro elementos provindos de fontes minerais de baixa solubilidade e


de micronutrientes na forma quelatizada, tais como os biofertilizantes, assim como a
correcção do solo com calcário dolomítico, constituem práticas aceitas para aumentar e
manter altos níveis de produtividade (Souza, 2008).

Pelo fato de não utilizar métodos químicos de controlo de pragas, a agricultura orgânica
depende fortemente de medidas preventivas, orientadas a reconstituir ou conservar o
equilíbrio ecológico dos agro-ecossistemas. A presença de agentes de controlo biológico
natural de pragas está associada à existência de uma alta biodiversidade dentro e
próximo das áreas de culturas, onde esses organismos encontram sítios para
sobrevivência e reprodução. Essa biodiversidade pode constituir-se tanto de plantas
espontâneas manejadas em faixas dentro das áreas de cultivo ou nas bordaduras, quanto
de reservas arbóreas com alta diversificação de espécies, árvores e arbustos plantados
nos limites da propriedade, em barreiras quebra-ventos, como bordaduras das áreas
cultivadas, entre outras opções (Chaboussou, 1995).

Assim mesmo, a diversificação temporal e espacial das culturas é um elemento chave,


considerado no desenho de sistemas orgânicos, pois possibilita a combinação de
espécies de maneira a optimizar o uso de nutrientes, água e luminosidade e, ao mesmo
9

tempo, aproveitar as interacções benéficas proporcionadas pelo sinergismo entre as


espécies, que atuam dificultando o acesso de pragas de insectos às áreas cultivadas e
rompendo o ciclo reprodutivo de patógenos (Souza, 2008).

Nos sistemas orgânicos observa-se uma forte interdependência entre os componentes do


manejo. As práticas orientadas ao melhoramento do solo e à nutrição das plantas
favorecem também o controle de patógenos do solo através do desenvolvimento da
resistência sistémica induzida, que resulta de uma maior actividade e diversidade de
microrganismos do solo (Graham & Mitchell, 1999). Do mesmo modo, a nutrição
equilibrada das plantas, mediante processos bioquímicos que ocorrem em solos sob
manejo orgânico e uso de produtos de baixa solubilidade e concentração, proporcionam
plantas mais resistentes a problemas fitossanitários (Chaboussou, 1995).

Nos casos em que as medidas preventivas não sejam suficientes para evitar danos de
altas proporções devido às pragas e doenças, há uma série de métodos aos que se podem
recorrer. Dentre estes, encontram-se o controle mecânico, físico e vegetativo, que
implicam pouco impacto ao ambiente e aos seres humanos. Conta-se também com a
utilização de preparados de elaboração caseira, baseados em princípios biológicos, ou
das caldas bordalesa, viçosa e sulfocálcica. No entanto, não é recomendável a utilização
periódica desses preparados, posto que podem indicar justamente que o equilíbrio
ecológico do sistema não foi alcançado (Costa & Campanhola, 1997).

A prática da agricultura orgânica pode realizar-se sem consideração aos princípios


básicos aqui expostos, porém com altos custos energéticos que, em alguns casos, pode
inviabilizar economicamente o sistema de produção. É preciso ter presente que a
produção orgânica de alimentos ‘em si’ não implica sustentabilidade. Ainda que a
pesquisa apresente poucos avanços quanto a métodos para avaliar sustentabilidade,
alguns parâmetros podem ser utilizados com êxito. O consumo de energia de fontes não
renováveis é um deles (Chaboussou, 1995).

Além do aspecto ambiental, a sustentabilidade dos modelos alternativos de produção


integra também o âmbito social, mediante a valorização das práticas tradicionais de
cultivo, incorporação dos agricultores ao processo de desenvolvimento de novas
tecnologias para o meio rural, fortalecimento dos mercados locais e a formação de
cooperativas e associações de produtores rurais, dentre outras acções. Este conjunto de
medidas tem proporcionado, em muitos casos, maior sustentabilidade económica aos
10

sistemas alternativos de produção, uma vez que uma fatia maior da renda gerada na
cadeia produtiva permanece no meio rural ou na própria região (Souza, 2008).

2.3. Aspectos da adubação orgânica

A nutrição de plantas é fundamental, em qualquer sistema de produção agrícola, para


que se tenha uma planta equilibrada, resistente ao ataque de pragas e doenças e que
forneçam produtos de boa qualidade. É reconhecida a importância e a necessidade da
adubação em hortícola, estando o sucesso da produção totalmente ligado a nutrição das
plantas, entretanto o uso de adubos orgânicos principalmente nas hortaliças folhosas
como na cultura da couve, visa compensar as perdas de nutrientes ocorridas durante seu
cultivo (Kimoto, 1993).

As altas produtividades obtidas com uso intensivo de capital, de fertilizantes


inorgânicos e de agro-tóxicos têm sido questionadas não só por suas contradições
económicas e ecológicas, mas também por desprezar aspectos qualitativos importantes
da produção vegetal (Santos et al., 2001). O emprego de fertilizantes minerais na cultura
da couve é uma prática agrícola que traz resultados satisfatórios em termos de
produtividade, mas deve-se considerar a saúde dos consumidores, o custo de produção e
a qualidade do produto final. Actualmente, adubos orgânicos de várias origens são
empregados no cultivo dessa hortaliça que além de proporcionar melhoria das
propriedades físicas e químicas do solo, reduzem a necessidade de uso de adubos
minerais (Kiehl, 1985). Segundo Vidigal et al. (1995), a matéria orgânica adicionada ao
solo na forma de adubos orgânicos, de acordo com o grau de decomposição dos
resíduos, pode ter efeito imediato no solo e/ou efeito residual, por meio de um processo
mais lento de decomposição.

A adubação orgânica pode ser utilizada como melhorador da fertilidade do solo


resultando em incremento da matéria orgânica e actividade biológica do solo (Bulluck et
al., 2002). Para Ricci et al. (1995), a adubação orgânica, especialmente o esterco
animal, é benéfica a cultura da couve que possui raízes delicadas e exigente ao aspecto
físico do solo, mas a resposta dessa espécie vária de acordo com a cultivar e a fonte de
adubo utilizada.

A adopção de adubação orgânica no cultivo de hortícolas tem crescido nos últimos anos
e vários estudos têm sido realizados, em virtude das inúmeras vantagens da adubação
11

orgânica no cultivo de hortícolas, ao elevado custo dos adubos minerais solúveis e ao


marketing realizado em torno da produção orgânica de alimentos (Santos et al., 2001).

2.4. Importancia do cultivo organico

Segundo Camponhola e Valarini (2001), a agricultura orgânica tem-se destacado como


uma das alternativas de renda para os pequenos agricultores, isso devido à crescente
demanda mundial por alimentos mais saudáveis, e aponta-se cinco argumentos para uma
boa perspectiva aos pequenos agricultores na inserção da agroecologia nomeadamente:

I: Os produtos agrícolas tradicionais requerem escala de produção para compensar tanto


a queda estrutural de preços, que tem sido observada nas últimas três décadas, como os
custos crescentes de produção, que resultam na redução das margens de lucro.

II: Os produtos orgânicos apresentam características de nichos de mercado e, portanto,


visam atender a um segmento restrito e selectivo de consumidores, que têm disposição
para pagar um preço maior por esses produtos, o que não acontece com os produtos
agrícolas. Desse modo, os pequenos produtores, mesmo não atingindo grande escala
produtiva, podem disponibilizar seus produtos em pequenos mercados locais. Esta
parece ser a melhor alternativa aos pequenos agricultores, pois facilita a interacção com
os consumidores e uma melhor adequação dos produtos conforme as suas exigências,
fortalecendo as relações de confiança e de credibilidade entre as partes envolvidas.

III: Para a inserção dos pequenos agricultores nas redes nacionais ou transnacionais de
comercialização de produtos orgânicos, os produtores devem, no entanto, estar
organizados em associações ou em cooperativas, uma vez que essa organização facilita
as acções de marketing e de implantação de selos de qualidade, de negociação nas
operações de venda e de gestão das actividades produtivas.

IV: A oferta de produtos especializados que não despertam interesse dos grandes
empreendedores agro-pecuários, podendo-se citar, entre eles, as hortaliças e as plantas
medicinais que, historicamente, são produzidas, sobretudo, por pequenos agricultores.

V: O pequeno agricultor encontra-se em vantagem em relação aos demais grupos de


produtores devido à diversificação da produção orgânica e a diminuição da dependência
de insumos externos ao estabelecimento, condições que se constituem em barreira para
os grandes produtores orgânicos.
12

A agricultura orgânica que se idealiza para as áreas urbanas sustenta-se nos princípios
da agro-ecologia, cujo esteio é o uso responsável do equilíbrio biológico da natureza,
uma agricultura orgânica que possibilita obter bons níveis de produtividade, evitando ao
mesmo tempo todo tipo de risco de contaminação química para o agricultor urbano e os
consumidores, bem como do meio ambiente. Por outra parte, ela incorpora os avanços
da ciência, promovendo a participação criativa dos agricultores, respeitando os
conhecimentos, culturas e experiências locais (Lattuca et al., 2002).

2.5. Contribuição da adubação orgânica na diminuição do efeito estufa

Estima-se que, das emissões totais, a agricultura contribui com aproximadamente 20%
da emissão antrópica de gases efeito estufa (GEE), sendo que pode actuar como fonte
ou dreno (Johnson et al., 2005). Três dos principais gases de interesse são dióxido de
carbono (CO2), óxido nitroso (N2O) e metano (CH4), sendo que o fluxo destes nos agro-
ecossistemas é dependente do maneio e das práticas agrícolas adoptadas, a contribuição
da agricultura às emissões de GEE, é estimada em 75% das emissões de CO2, 91% das
emissões de CH4 e 94% das emissões de N2O (Cerri e Cerri, 2007).

O sequestro de carbono refere-se a processos de absorção e armazenamento de CO2


atmosférico, com intenção de minimizar seus impactos no ambiente, já que se trata de
um gás de efeito estufa (GEE) onde a finalidade desse processo é conter e reverter o
acúmulo de CO2 atmosférico, visando a diminuição do efeito estufa (Renner, 2004).

O sequestro de carbono florestal é uma alternativa viável para amenizar o agravamento


do processo de elevação da temperatura global, pelo aumento de GEE. “Os vegetais,
utilizando sua capacidade fotossintética, fixam o CO2 atmosférico, biossintetizando na
forma de carbohidratos, sendo por fim depositados na parede celular” (Renner, 2004).

O solo é considerado o principal reservatório temporário de carbono em um


ecossistema, entretanto, o carbono é um componente dinâmico e sensível ao maneio
realizado no solo onde o seu conteúdo encontra-se estável sob condições de vegetação
natural, porém com a quebra do equilíbrio pelo cultivo do solo em preparo
convencional, geralmente ocorre redução no seu teor, resultado das novas taxas de
adição e de perda (Dalal e Mayer, 1986).

Segundo Cerri e Cerri (2007), o solo constitui num compartimento chave no processo
de emissão e sequestro de carbono, pois em termos globais há duas a três vezes mais
13

carbono nos solos em relação ao estocado na vegetação e duas vezes mais em


comparação à atmosfera. Assim, o maneio inadequado do solo pode assumir um papel
desastroso, através da mineralização da matéria orgânica e emissão de grandes
quantidades de dióxido de carbono para a atmosfera. Por isso que actualmente, o
maneio ecológico dos solos apresenta um elevado grau de importância para o planeta.

Algumas das práticas que causam estas emissões são as queimas, a fertilização mineral,
as intervenções frequentes e o preparo intensivo do solo. Porém existem outras formas
de utilizar a terra que podem causar efeito inverso, incrementando o conteúdo de
carbono no solo e na vegetação ao aumentar as quantidades de dióxido de carbono
capturado, sem produzir um efeito aditivo às emissões oriundas de combustíveis fósseis
(Dixon et al., 1994).

Segundo Dantas (2011), os solos agrícolas podem actuar como dreno ou fonte de gases
de efeito estufa, dependendo do sistema de maneio a que forem submetidos, pois as
adições de adubos orgânicos no solo contribuem para maior retenção de carbono (C) no
solo constituindo assim uma das alternativas importantes para aumentar a capacidade de
dreno de C-CO2 atmosférico e mitigação do aquecimento global.

Sistemas de produção agrícola, além de processos ecológicos, envolvem também


processos sociais, sendo a agricultura o resultado da co-evolução de sistemas naturais e
sociais. É com esse entendimento que a agro-ecologia, na busca de agro-ecossistemas
sustentáveis, procura estabelecer a base científica para uma agricultura que tenha como
princípios básicos a menor dependência possível de insumos externos à unidade de
produção agrícola e a conservação dos recursos naturais e para isto, os sistemas agro-
ecológicos procuram maximizar a reciclagem de energia e nutrientes, como forma de
minimizar a perda destes recursos durante os processos produtivos (Dantas, 2010).

A agricultura orgânica tem por princípio estabelecer sistemas de produção com base em
tecnologias de processos, ou seja, um conjunto de procedimentos que envolvam a
planta, o solo e as condições climáticas, produzindo um alimento sadio e com suas
características e sabor originais, que atenda às expectativas do consumidor (Penteado,
2000). Estas expectativas, determinam, no entanto, conforme observa Canuto (1998),
características de mercado e demandas de consumo que influenciam directamente a
tecnologia de produção, reduzindo procedimentos e minimizando a questão ecológica.
14

Com base em normas de acesso a mercados especiais, onde a certificação que se


observa é a do produto em detrimento do sistema de produção como um todo. Essa
reinterpretação do que seja a agricultura orgânica, com foco prioritário no chamado
“mercado de produtos orgânicos”, tem favorecido o estabelecimento de sistemas de
produção tidos como orgânicos, baseados em tecnologias de produtos, em outras
palavras, sistemas de produção que se limitam a evitar, ou excluir amplamente, o uso de
fertilizantes sintéticos, pesticidas, reguladores de crescimento e aditivos para a
alimentação animal, na medida em que esta é a demanda do mercado a ser atendido e
neste caso, a lógica de organização da produção mantém-se a mesma dos sistemas de
produção industriais, como verifica-se em alguns casos de produções orgânicas em
monoculturas, que visam o aumento constante de produtividade, através do aporte de
insumos externos à unidade de produção (Assis, 2003).

A agricultura orgânica que se idealiza para as áreas urbanas sustenta-se nos princípios
da agro-ecologia, cujo esteio é o uso responsável do equilíbrio biológico da natureza,
uma agricultura orgânica que possibilita obter bons níveis de produtividade, evitando ao
mesmo tempo todo tipo de risco de contaminação química para o agricultor urbano e os
consumidores, bem como do meio ambiente. Por outra parte, ela incorpora os avanços
da ciência, promovendo a participação criativa dos agricultores, respeitando os
conhecimentos, culturas e experiências locais (Lattuca et al., 2002).

Dixon (1995), relata que as práticas de cultivo mínimo do solo, a incorporação de restos
culturais e resíduos orgânicos, a adubação verde e as rotações utilizando cultivos de
cobertura com gramíneas ou leguminosas, retém o carbono nos solos por décadas,
inclusive séculos. Baseado nesses relatos e como as práticas da agricultura orgânica
pressupõem o emprego de todas essas estratégias, estas se apresentam como excelentes
alternativas para fixação do carbono e a redução do principal gás de efeito estufa, o
CO2.

2.6. Fontes de matéria orgânica

Os componentes dos materiais orgânicos incorporados ao solo possuem resistências


diferentes a decomposição e várias fontes podem ser utilizadas como matéria orgânica a
exemplos de esterco bovino, esterco de aves, lodo de esgoto e de origem vegetal como
gramíneas, leguminosas etc. Para se ter noção da quantidade de nutrientes a ser
15

incorporado ao solo é importante conhecer a relação entre qualidade dos resíduos


vegetais e a taxa de decomposição e liberação de nutrientes (Monteiro et al., 2002).

Algumas recomendações são indicadas em função do tipo de material: esterco bovino


(30ton/ha), ovelha (20ton/ha), esterco de galinha puro (10ton/ha), húmus de minhoca
(20ton/ha) (Nunes, 2000).

Os estercos animais, em função da sua grande disponibilidade e resposta no crescimento


das plantas e no aumento da produção, são considerados como importantes fontes de
adubos orgânicos (Teixeira et al., 2002).

No entanto, a reduzida disponibilidade de esterco nas propriedades leva grande parte


dos agricultores a importá-lo, o que eleva os custos de produção (Menezes et al., 2002).
O esterco também pode ser utilizado em mistura com outros componentes no preparo de
substrato para as plantas. A utilização de esterco bem curtido contribui muito para a
melhoria da qualidade do substrato, pois aumenta a capacidade de retenção de água, a
porosidade e agregação do substrato, além de fornecer nutrientes essenciais às plantas.
Assim, o esterco curtido pode ser uma alternativa viável para misturas com outros
substratos (Wendling e Gatto, 2002).

2.7. Esterco Bovino

Quando bem decomposto, o estrume bovino, tem uma grande contribuição na melhoria
das condições físicas, químicas e biológicas do substrato, além de fornecer vários
nutrientes essenciais às plantas. Ele aumenta a capacidade de troca catiónica, a
capacidade de retenção de água, a porosidade do solo e a agregação do substrato,
características que são mais importantes que os elementos químicas e nutrientes
adicionados pelo estrume. O estrume bem decomposto pode ser uma alternativa viável
para misturas com substratos, podendo proporcionar resultados semelhantes ao do
composto orgânico, porém geralmente inferiores (Wendling et al., 2002).

O esterco bovino pode fornecer teores adequados de macro e micronutrientes para o


crescimento das culturas e incrementa a quantidade de matéria orgânica do solo, sendo
uma alternativa de baixo custo para os fertilizantes minerais (Lazcano; Gómez-
Brawdow, 2008).
16

O esterco bovino vem se destacando como insumo natural, de baixo custo e de


utilização acessível às condições técnica e econômica dos pequenos produtores, com
menor impacto sobre o meio ambiente. Além disso, esses adubos orgánicos promovem
benefícios na melhoria da fertilidade e conservação do solo e maior aproveitamento dos
recursos existentes na propriedade (Galvão et al., 1999 citado por Nascimento 2016).

O esterco bovino vem sendo largamente utilizado como fonte de matéria orgânica ao
solo e nutrientes as plantas, constituindo-se em excelente alternativa ao uso de adubos
minerais (Nascimento, 2016).

2.8. Composicao quimica do esterco bovimo

A composição do esterco de curral é variável com a fonte animal e alimentação em 100


quilos de excrementos sólidos de vaca leiteira há, em média, 80,35 kg de água; 0,360 kg
de N; 0,050 kg de P2O5e 0,250 kg de K2O (Malavolta et al., 2002).

No entanto, as aplicações sucessivas de estercos podem causar impactos ambientais,


desequilíbrios de nutrientes no solo, poluição das águas, perdas de produtividade e da
qualidade dos produtos agropecuários, tendo como consequência uma diminuição da
diversidade de plantas e organismos do solo (Seganfredo, 2001).

A incorporação de esterco bovino tem-se revelado uma prática viável no incremento da


produtividade dos solos. Devido à sua actuação sobre as características químicas do
solo, estimula a actividade biológica e favorece o condicionamento físico do solo
(Baldissera e Scherer, 1992). Contudo, a produtividade agrícola depende da quantidade
adequada de nutrientes existentes no perfil do solo, sendo o esterco bovino forte aliado
na sua fertilidade (Konzen et al., 1997).

2.9. Couve tronchuda

A Couve, Brassica oleracea var. Costata, pertence as variedades da couve-tronchuda


também conhecida por couve-portuguesa, resultou provavelmente da hibridação entre
formas de couves de repolho e formas de couve de folhas e foi seleccionada na
Península Ibérica (Almeida, 2006).

É uma hortaliça da família das crucíferas, originária da Europa, é cultivada em todo o


mundo, embora nos trópicos o seu cultivo seja maioritariamente restrito a elevações
(Franco, 1960).
17

A couve, Brassica oleracea destaca-se entre as plantas hortícolas como um dos


alimentos importantes na nutrição humana, sendo rica principalmente em cálcio, ferro,
vitaminas A, B, C, minerais como o enxofre, fibras, niacina e ácido ascórbico (Franco,
1960).

2.10. Couve china

A couve-chinesa (Brassica pekinensis) é cultivada na China há mais de 1500 anos


(Maroto-Borrego, 1995). A demanda de consumo vem aumentando devido ao seu alto
valor nutricional, sendo excelente fonte de cálcio, potássio, vitaminas A e C e de ácido
fólico (Ito et al., 2006), além de apresentar alto teor de fibras, imprescindíveis para a
boa digestão, bem como na prevenção de certos tipos de câncer (Filgueira, 2008).

A couve-chinesa apresenta folhas de coloração verde-clara, oblongas crispadas,


onduladas nas margens, pilosas, com nervura central carnosa e grossa de coloração
branca, as folhas espessas se fecham formando uma cabeça compacta, globular
alongada e com comprimento de 30 a 40 cm (Filgueira, 2008).

Essa espécie possui elevada produtividade (Ferreira et al., 2002), principalmente quando
cultivada sob condições de outono-inverno, pois seu desenvolvimento é favorecido por
temperaturas amenas. A passagem do estádio vegetativo para o reprodutivo é induzida
por temperaturas baixas, sendo o seu florescimento inibido por altas temperaturas
(Bernier & Périlleux, 2004).

2.11. Classificação, Descrição Botânica e Características da Couve

Segundo Franco (1960) a couve pertence á:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Brassicales
Família: Cruciferae
Género: Brassica
Espécies: Brassica oleracea:
var. Acephala costata: couve tronchuda
var. Brassica pekinensis: couve-chinesa
18

As couves, na sua maioria, são plantas bienais. Durante a primeira fase formam-se os
órgãos vegetativos e os órgãos onde se acumulam as substâncias de reserva e no início
da segunda fase vegetativa desenvolve-se o caule floral rapidamente (Franco, 1960).

Segundo Edmond et al. (1964) citados por Leão (2006), a couve possui um sistema
radicular bastante ramificado e muito desenvolvido, as raízes chegam a atingir entre 0,6
a 1,2 metros de extensão lateral no fim da primeira fase de crescimento, o caule e folhas
possuem um caule comparativamente curto. O caule floral desenvolve-se a partir das
axilas das folhas e pode atingir cerca de 0,6 a 1,2 metros de altura. As folhas são
simples, ovais em forma de roseta ao redor do caule, largas, bem desenvolvidas e
frescas. A inflorescência é terminal e é um racimo, composta por flores hermafroditas
regulares compostas por quatro sépalas, quatro pétalas brancas ou amarelas claras e seis
estames. O fruto é uma longa e delgada vagem. A semente é castanha clara a castanha a
chocolate e ligeiramente irregular ou lisa.

Tabela 1. Composição química da couve (por cada 100 gramas de produto comestível)

Água 92,4 g
Proteínas 4,3 g
Matéria Gorda 0,2 g
Hidratos de Carbono Totais 5,4 g
Fibra 0,8 g
Cinzas 0,7 g
Cálcio 49 mg
Fósforo 29 mg
Ferro 0,4 mg
Sódio 20 mg
Potássio 233 mg
Vitamina A 130 U.I.
Tiamina 0,05 mg
Riboflavina 0,05 mg
Ácido ascórbico 47 mg
Niacina 0,3 mg
Valor energético 24 Cal

Fonte: Adaptado de Cermenõ (1988)


19

2.12. Factores Limitantes na Produção da Couve

2.12.1. Factores Abióticos

O factor mais importante de entre todos os factores climáticos que afectam a produção
vegetal é a temperatura (Mathai, 1957 citado por José, 2005).

Segundo Tembe (1990) citado por José (2005) a temperatura tem efeitos muito
importantes no crescimento e desenvolvimento das hortícolas e também no grau de
ataque e desenvolvimento de pragas e doenças. Quanto maior for a temperatura maior é
o grau de ataque da maioria das pragas e doenças.

2.12.2. Factores Bióticos

As pragas e doenças são uma das principais causas dos baixos rendimentos nas
hortícolas e seus estragos tem sido muito reportados em todo o mundo (Villiers &
Schoeman, 1988 citados por José, 2005).

2.13. Exigências Edafoclimáticas

2.13.1. Temperatura

Dentre os factores climáticos que afectam o cultivo da couve, a temperatura é o único


que não pode ser facilmente modificado por práticas culturais. Este factor afecta o
cultivo desde a germinação das sementes, desenvolvimento das partes económicas,
floração, produção de sementes à qualidade da couve e, associando à humidade,
influencia a ocorrência de pragas e/ou doenças (Rice et al., 1991).

(Mvere & Van der Werff, 2004 citados por Leão, 2006) dizem que a couve tronchuda
cresce melhor a luz do sol. A temperatura óptima para o seu crescimento é 15 a 25°C,
mas há muitas diferenças na tolerância de frio ou calor entre as espécies couve tolera
temperaturas baixas (os tipos europeus até toleram a geada).

2.13.2. Solos

A couve pode desenvolver-se em diferentes tipos de solo, desde os pesados (argilosos)


aos leves (arenosos), desde que sejam férteis e bem drenados, e que tenham boa
capacidade de retenção de humidade, um conteúdo alto de matéria orgânica e um
intervalo de pH entre 6.0 a 6.8. Em geral o valor favorável de pH para solos que sofrem
intensivos cultivos de vegetais situa-se entre 5.5 e 7.5 (Rice et al., 1991).
20

Para solos de fertilidade mediana ou baixa, na falta de dados obtidos localmente,


sugere-se a aplicação 40 kg/ha de N, 100 a 200kg/ha de P2O5 e 50 a 80kg/ha de K2O
(Filgueira, 2000).

Segundo Mathai (1988), a cultura extrai por hectare 200 kg de N, 90 kg de P 2O5 e 280
kg de K2O. Adubação orgânica da bons resultados quando aplicada dias antes do
transplante.

Segundo Rice et al. (1991), as culturas cujo objectivo é a produção de folhas,


respondem bem a aplicação de nitrogénio. Esta aplicação deve ser feita frequentemente
e em pequenas quantidades para evitar a lixiviação.

2.14. Propagação e Plantação

A propagação da couve é feita através de sementes ou caules cortados. Plantas pequenas


semeadas por sementes, desenvolvem uma raiz aprumada forte com raízes laterais,
enquanto rebentos de raiz desenvolvem muitas raízes laterais fortes. Dependendo da
tenridade e tamanho da folha desejada, as primeiras folhas podem ser colhidas 4 a 6
semanas após a plantação, a retirada das folhas velhas promove o desenvolvimento de
novas folhas e por isso uma maior produção. A produção de folhas termina quando
começa a floração, e ela é controlada pela temperatura. Sementes locais são facilmente
propagadas quando plantadas a altitudes acima dos 500m. Tipos vegetativamente
propagados não florescem facilmente e crescem imediatamente se a floração não é
induzida pelo seu crescimento a altitudes altas ou por vernalização artificial. Para a
produção de sementes, colheitas contínuas de folhas não permitem a produção de uma
semente saudável e viável. A couve tronchuda floresce durante 1 a 2 meses, depois a
planta envelhece e morre (Mvere & Van der Werff, 2004, Leão 2006).

2.15. Produção de mudas

Minami (1995), diz que a formação da muda é uma fase muito importante, pois dela
depende o desempenho da planta nos canteiros de produção, tanto do ponto de vista
nutricional, quanto do tempo necessário para a produção. O local do viveiro deve ser
bem arejado, com pouca declividade, boa luminosidade e disponibilidade de água de
boa qualidade, deve ter sais solúveis e quantidade total disponível de Nitrogénio,
Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio e micronutrientes adequados ao bom
desenvolvimento da couve. Se as mudas são de consumo foliar, o cuidado deve ser
21

dobrado, principalmente quanto às contaminações biológicas. Após o transplante, as


mudas sentem a mudança brusca do ambiente optimizado para o ambiente stressante do
campo, nesse período, a planta deixa de crescer, podendo perder algumas folhas,
principalmente as mais velhas, atrasando a retomada de crescimento, esse período é
variável de planta para planta e de espécie para espécie, além de depender das condições
do campo.

A grande vantagem do sistema de mudas é o estabelecimento da cultura com


espaçamento ou população predeterminada de plantas, com mudas de tamanho
seleccionado uniforme, com menos problemas fitossanitários, essa uniformidade
permite o uso dos insumos mais adequados, pois atingem sempre plantas com idades
fisiológicas iguais, em todos estágios. Também se deve levar em conta que culturas com
plantas em idades fisiológicas diferentes são susceptíveis tanto a pragas como a doenças
precoces e tardias. A selecção de plantas mais sadias e uniformes é outra vantagem
expressiva do sistema de produção de mudas Minami (1995).

2.16. Pragas da Couve

Traça da Couve (Plutella xylostella), Afídeos-da-couve (Lipaphis erysimi), Broca da


Couve (Hellula undalis), Percevejo da Couve (Bagrada hilaris), Lagartas-da-couve
(Crocidolomia binotalis, Athalia flacca, Spodoptora littoralis).

Para o controle destas pragas usam-se os seguintes produtos: Cipermetrina,


Metamidofos, deltametrina (Muiambo, 1994), EC 2,5%, diazinão EC 60%, triclorfão SP
95%, malatião EC 50%, pirimifos–metilo EC 50%, monocrotofos EC 50%, perimicabre
EC 50%, profenofos EC 50% (Segeren, 1994).

2.17. Rendimento

Dados sobre a produção são raros. Rendimentos médios são de cerca de 20 ton/ha numa
única colheita. Pode ser obtido um rendimento estimado de 50 ton/ha em 10 colheitas,
separadas em intervalos de 6 meses (Rice et al., 1991).
22

CAPÍTULO III. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Descrição do local do experimento

Este experimento foi conduzido no período de Junho a Setembro de 2019, nos campos
da Universidade Mussa Bin Bique que situa-se na U/C Mualhaco, estrada Nacional
N˚104, km 10, Nampula - Nametil a superfície do distrito é de 3.675 km2, com clima
tropical húmido com duas estacões: uma chuvosa e outra quente, a temperatura do ar,
situa-se no 33,9o C e o mínimo no 19o C, à precipitação média anual é de 1.045 mm
(Mae, 2014), os solos de Nampula são de 3 tipos seguintes: fracamente ferrálicos
vermelhos, de rochas cristalinas quartzíferas, fracamente ferrálicos amarelos, de rochas
cristalinas quartzíferas, hidromórficos não húmicos (Coelho, 1972).

3.2. Delineamento experimental e tratamentos

Foi utilizado o delineamento de blocos completamente casualizados (DBCC), com os


tratamentos analisados em esquema factorial 2 x 3, os tratamentos foram resultantes de
duas variedades de couve: China e Tronchuda e três níveis de adubação com esterco
bovino: 0, 25 e 50 ton/ha-1, totalizando seis tratamentos e duas repetições, no total doze
parcelas. Cada parcela foi constituída de 4 linhas de 3 plantas cada, com o espaçamento
de 80cm x 60cm, sendo que as 4 plantas centrais da parcela foram consideradas como
úteis. As doses de esterco foram baseados na recomendação de composto orgânico para
adubação de plantio (média de 50 t ha-1) feito no Boletim Técnico 100 (Raij et al.,
1997), sendo:

Tratamento T1 (V1A) - Variedade Tronchuda - A sem adubação;


Tratamento T2 (V2B) - Variedade China - B sem adubação;
Tratamento T3 (V1A) - Variedade Tronchuda - A 25ton/ha-1;
Tratamento T4 (V2B) - Variedade China - B 25ton/ha-1;
Tratamento T5 (V1A) - Variedade Tronchuda – A 50 ton/ha-1;
Tratamento T6 (V2B) - Variedade China – B 50 ton/ha-1.
23

3.3. Condução do experimento

3.3.1. Preparação do solo

A preparação do solo consistiu na limpeza da área, seguida de uma lavoura que foi feita
manualmente e, dimensionamento da área e das parcelas que foi feita a base de enxada
de cabo curto, ancinho, corda, estacas e fita métrica.

3.3.2. Adubação

A adubação foi realizada uma semana antes do transplante, foi uma adubação profunda
de 5 cm.

3.3.3. Preparação de mudas e transplante

O preparo das mudas foi feito 30 dias antes do transplante, as sementes foram plantadas
em dois vasos (um para cada variedade) de plástico de 80 cm de comprimento 50 cm de
largura colocou-se substrato local depois de ser limpo de impurezas, foi instalado ao ar
livre cobertas com saco nos primeiros dias, regando todos os dias de manha e de tarde
até o dia do transplante.

3.3.4. Rega

A rega foi realizada manualmente com balde de regador de 10 litros no alfobre e no


campo definitivo foi feita a rega por gravidade com tubo (mangueira) duma forma
uniforme, no período da manha e de tarde.

3.3.5. Sachas

Foi feita uma sacha, que se deu 26 dias após o transplante, com auxílio de enxada, como
forma de controlar a competição entre as plantas daninhas e a cultura em estudo.

3.3.6. Controle de pragas

Durante o experimento houve ataque de gafanhotos na área experimental, onde aplicou-


se calda de rícino por forma a prevenir prejuízos, visto que é uma praga endémica na
região.

3.3.7. Colheita

A colheita ocorreu a 40 dias depois do transplante, quando as plantas atingiram o


tamanho apropriado que possibilitasse a pesquisa, elas foram submetidas a análises
24

realizadas na fase pós colheita, sendo elas: altura da planta (cm), comprimento de caule
(cm), massa fresca das folhas (g), número de folhas, medidos com fita métrica e
balança.

3.4. Recolha de dados

A recolha dos dados foi feita mediante as variáveis em estudo. Onde foram registados
dados a partir do dia da marcação do ensaio, plantação, adubação até a colheita, da qual
inclui os dias da realização dos amanhos culturais.

3.5. Variáveis estudadas

3.5.1. Altura da planta

Com uma fita métrica graduada de 5m de comprimento, foram medidas as 4 plantas


centrais de cada parcela, a partir do colo da raiz até folha mais comprida. Os resultados
foram expressos em cm por planta.

3.5.2. Número de folhas

O número de folhas foi obtido a partir da contagem do número de folhas de cada planta.

3.5.3. Comprimento do caule

O comprimento do caule foi medido a partir do colo da raiz até a inserção da primeira
folha, com auxílio de uma fita métrica.

3.5.4. Massa fresca da folha

A massa fresca da folha foi obtida a partir do peso de cada planta, usando uma balança
de precisão para determinar a massa foliar de cada planta.

3.5.5. Rendimento

Para determinar o rendimento, foi colhido todas as plantas da área útil de ensaio, em
seguida foram pesadas por uma balança de precisão. O rendimento total da couve foi
calculado usando a fórmula utilizada por Borges (2015).

Adaptado: Autor
25

CAPÍTULO IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve interacção para doses de esterco E e variedades V para todas as variáveis excepto
o comprimento do caule como ilustra a tabela 3.

Tabela 2. Altura das plantas, número de folhas por planta, comprimento do caule,
massa fresca das folhas e rendimento em função de variedades dentro das doses de
esterco.

Doses de esterco (ton/ha-1)


Variedades
0 25 50
Altura das plantas (cm)

1. Tronchuda 12,00a 20,75a 18,50b


2. China 12,75a 20,88a 25,63a
CV (%) 9,10
Número de folhas por planta

1. Tronchuda 6,00a 7,50a 12,00b


2. China 6,15a 8,80a 16,15a
CV (%) 14,13
Comprimento do caule (mm)
1. Tronchuda 3,60b 4,50a 5,70a
2. China 5,20a 5,25a 7,20a
CV (%) 11,27
Massa fresca das folhas (g/planta)

1. Tronchuda 100a 350b 500a


2. China 100a 500a 800b
CV (%) 7,37
Rendimento (ton/ha-1)
1. Tronchuda 4,00a 14,00a 20,00b
2. China 4,00a 20,00b 32,00a
CV (%) 7,37
Dentro de cada característica, médias nas colunas seguidas pela mesma letra, não diferem entre
si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
26

Tabela 3. Quadrado médio para altura da planta (AP), comprimento do caule (CC),
número de folhas (NF), massa fresca da folha (MFF) e Rendimento (Rd).

FV AP CC NF MFF Rd
VARIED (V) 14,08 ns 4,94 ** 3,00 ns 67500,00 ** 108,00 **
ESTERCO (E) 111,07 ** 4,60 ** 68,94 ns 305883,33 ** 489,33 **
VxE 18,63 ** 0,22 ns 7,97 ** 22500,00 ** 36,00 **
BLOCO 9,36 ns 1,14 ns 0,96 ns 833,33 ns 1,33 ns
CV % 9,10 11,27 14,13 7,37 7,37
ns - não significativo a nível de 5% de probabilidade
** e * - significativo a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente
27

4.1. Altura das plantas

Altura das plantas


30

25
Altura das plnatas (cm)

20

15
1. Tronchuda
y ■ = 0,2724x + 12,687 R² = 0,9704
10 2. China
y ♦ = -0,0082x2 + 0,525x + 12,75 R² = 1
5

0
0 25 50
Doses de eserco (t/ha-1)

Gráfico 1. Altura das plantas em função de diferentes doses de esterco.


A altura das plantas aumentou com o incremento das doses de esterco (Gráfico 1) e na
variedade Tronchuda, houve um decréscimo após a dose de 25 ton/ha-1, não havendo
diferença entre as variedades na ausência e na dose de 25 ton/ha-1 de esterco (Tabela 2).
As maiores alturas de plantas para as variedades (Tronchuda e China), foram de 20,88 e
25,63 cm, obtidas com doses de 25 e 50 ton/ha-1 de esterco respectivamente. Na
Tronchuda, a resposta para a altura da planta foi quadrática e a variedade China seguiu
um modelo linear até a dose de 50 ton/ha-1 de esterco.

Estes resultados deveram-se a maior disponibilidade de nutrientes na maior dose de


esterco, o que possibilitou que as duas variedades expressassem todo o seu potencial
genético, assim surtindo em maior crescimento de altura as mesmas. O decréscimo da
altura para a variedade Tronchuda após a dose de 25 ton/ha-1, deveu-se provavelmente a
rega utilizada, em algumas parcelas do tratamento de 50 ton/ha-1 pós, não chegava água
suficiente o que levou a altura das plantas a decrescer.

Estes resultados se assemelham aos obtidos por Vitti et al. (2007) em que a utilização de
vermicomposto bovino sólido relacionados a altura da planta foi eficiente.
28

4.2. Número de folhas por planta

Número de folhas
18
16
y ■ = 0,0058x2 - 0,092x + 6,15 R² = 1
14
y ♦ = 0,0035x2 - 0,056x + 6 R² = 1
12
NF/planta

10
8 1. Tronchuda
6 2. China
4
2
0
0 25 50
Doses de eserco (t/ha-1)

Gráfico 2. Número de folhas por planta em função de diferentes doses de esterco.


O número de folhas aumentou com o incremento das doses de esterco (gráfico 2), não
havendo diferença entre as variedades na ausência e na dose de 25 ton/ha-1 de esterco
(Tabela 2). Aos maiores medias para o número de folhas por plantas para as variedades
(Tronchuda e China), foram de 12,00 e 16,15 folhas por planta na dose de 50 ton/ha-1
esterco. Para duas variedades, a resposta do número de folhas seguiu um modelo
quadrático até a dose de 50 ton/ha-1 de esterco.

Provavelmente o número de folhas aumentou consoante os níveis de adubo, quanto mais


o adubo maior o número de folhas, assim as plantas devem ter encontrado maiores
quantidades de nutrientes na maior dose de esterco bovino o que levou a estimular as
plantas a desenvolverem maior quantidades de folhas.

Estes resultados se assemelham aos obtidos por Peixoto Filho et al. (2013), no cultivo
da alface o acréscimo de esterco promoveram aumento em todas as variáveis analisadas.
Quanto ao número de folhas por planta o esterco de frango, de bovino e de ovino, não
diferiu do fertilizante mineral. Sendo o esterco bovino que proporcionou maior numero
de folhas.
29

4.3. Comprimento do caule

Comprimento do caule
8
7
6
5
CC (cm)

4
1. Tronchuda
3 y ■ = 0,04x + 4,8833 R² = 0,7687
2. China
2 y ♦ = 0,044x + 3,4667 R² = 0,9973
1
0
0 25 50
Doses de eserco (t/ha-1)

Gráfico 3. Comprimento do caule em função de diferentes doses de esterco.


O comprimento do caule aumentou com o incremento das doses de esterco (Gráfico 3),
não havendo diferença entre as variedades na dose de 25 e 50 ton/ha-1 de esterco (Tabela
2). Os maiores comprimentos de caule para as variedades (Tronchuda e China), foram
de 5,70 e 7,20 cm, obtidas com dose de 50 ton/ha-1de esterco respectivamente. As duas
variedades (Tronchuda e China), seguiram um modelo linear e quadrático
respectivamente, com máxima eficiência na dose de 50 ton/ha-1 de esterco para ambas
variedades.

Possivelmente esta maior dose possibilitou as plantas a absorverem maiores quantidades


de potássio levando o caule a ter um bom desenvolvimento em relação as outras
dosagens.

Resultados semelhantes foram descritos por Milec et al., (2007), no quail observaram
que ao comparar a eficiência do substrato comercial (Germina Plant) com e sem
adubação de base com dois substratos orgânicos constituídos por vermicomposto
bovino (75%), observou que as mudas de couve brócolis Santana tiveram maior altura e
conprimento do caule nos substratos à base de vermicomposto que no substrato
comercial sem adubação.
30

4.4. Massa fresca das folhas

Massa fresca da folha


900
800
y ■ = 14x + 116,67 R² = 0,9932
700 y ♦ = 8x + 116,67 R² = 0,9796
MFF (g/planta)

600
500
400 1. Tronchuda
300 2. China
200
100
0
0 25 50
Doses de eserco (t/ha-1)

Gráfico 4. Massa fresca das folhas em função de diferentes doses de esterco.


O comprimento do caule aumentou com o incremento das doses de esterco (Gráfico 4),
não havendo diferença entre as variedades na ausência de esterco (Tabela 2). As
produções máximas de massa fresca por plantas para as variedades (Tronchuda e
China), foram de 500 e 800g por planta, obtidas com a dose de 50 ton/ha-1 de esterco.
As duas variedades seguiram um modelo linear, com sua máxima eficiência na dose de
50 ton/ha-1 de esterco.

O incremento nas doses de esterco, ao proporcionar maior disponibilidade do nutriente


às plantas, estimulou o crescimento da couve, resultando em maior produção de massa
fresca das folhas. A maior produção de massa fresca das folhas entre as variedades na
maior dose de esterco deveu-se possivelmente ao efeito compensatório dos nutrientes
disponíveis em maior quantidade às plantas, o qual estimulou seu crescimento,
enquanto na ausência de esterco o número de plantas por área na menor quantidade de
esterco teria promovido maior aproveitamento dos nutrientes no solo.

Resultado similar foi encontrado para a cultura da couve de folhas, a qual respondeu até
a dose de 54 t ha-1 para massa fresca e seca de folhas, indicando que doses mais
elevadas, aumentam estes valores, uma vez que os autores testaram apenas até a dose de
60 t ha-1 (Steiner et al., 2009).
31

4.5. Rendimento

Rendimento
35
y ■ = 0,56x + 4,6667 R² = 0,9932
30
Rendimento (ton/ha-1)

y ♦ = 0,32x + 4,6667 R² = 0,9796


25
20
15 1. Tronchuda
10 2. China
5
0
0 25 50
Doses de eserco (t/ha-1)

Gráfico 5. Rendimento em função de diferentes doses de esterco.


O rendimento aumentou com o incremento das doses de esterco (Gráfico 4), não
havendo diferença entre as variedades na ausência de esterco (Tabela 2). As produções
máximas para as variedades (Tronchuda e China), foram de 20,00 e 32,00 ton/ha-1,
obtidas com a dose de 50 ton/ha-1 de esterco respectivamente. As duas variedades
seguiram um modelo linear, com sua máxima eficiência na dose de 50 ton/ha-1 de
esterco.

Este resultado encontrado deveu-se possivelmente ao maior número de folhas que as


variedades apresentaram com a maior dose de esterco e a maior massa fresca das
mesmas o que levou a maior produção por planta e maior rendimento.

Estes resultados se assemelham aos de Candian et al. (n.d) avaliando adubos orgânicos
em repolho, Oliveira et al. (2001) encontraram que 41 t ha-1 proporcionou maior massa
média de cabeça (900g) e maior produtividade (47 t ha-1) utilizando esterco bovino,
enquanto a melhor dose para húmus de minhoca foi de 27 e 29 t ha-1, proporcionando
cabeças com médias de 700g e produtividade de 38 t ha-1, respectivamente.
32

Conclusão

O fertilizante orgânico testado produziu efeitos significativos nas seguintes variáveis:


Altura da planta, Numero de folhas, Comprimento do caule, Massa fresca da folha e
rendimento com maior destaque para a dose de 50ton/ha-1.

Na altura da planta, número de folhas e comprimento do caule, os tratamentos com


estrume bovino 50ton/ha-1, apresentaram maiores valores, que não diferiram entre si
quando comparados com os tratamentos solo sem adubo, estes que entre si também não
diferiram, de acordo com teste de Tukey à 5% de significância.

Quanto ao peso das folhas nas plantas em gramas, verifica-se que o tratamento de
50ton/ha-1, apresenta maiores valores e que difere estatisticamente do tratamento de
25ton/ha-1, e com menores valores, se encontram os tratamentos solo sem adubo, estes
que não diferiram estatisticamente entre si.

A adubação orgânica com esterco bovino mostrou respostas positivas em relação ao


rendimento da cultura de couve, sendo a dose de 50ton/ha-1 a que proporcionou maiores
rendimentos para as duas variedades, com 20,00 e 32,00 ton/ha-1 para a Tronchuda e
China respectivamente.
33

Recomendações

Neste trabalho recomenda-se que:

 Se faça a adubação orgânica com o esterco bovino, pois proporciona


rendimentos satisfatórios.

Para produtores da região onde se realizou o experimento:

 Façam a adubação com a dose de 50Kg/ha-1 que respondeu melhor na maioria


das variáveis analisadas;

Também recomenda-se que se façam estudos semelhantes, em locais onde as condições


agro-climáticas diferem do local onde este foi feito, com uso de outras variedades.
34

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39

Apêndices
40
41

Tabela 4. ANOVA para altura da planta


TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
VARIEDADE 1 14.083333 14.083333 5.019 0.0752
ADUBACAO 2 222.135417 111.067708 39.585 0.0009
VARIEDADE*ADUBACAO 2 37.260417 18.630208 6.640 0.0391
BLOCO 1 9.363333 9.363333 3.337 0.1273
erro 5 14.029167 2.805833
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 11 296.871667
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 9.10
Média geral: 18.4166667 Número de observações: 12
--------------------------------------------------------------------------------

Tabela 5. ANOVA para comprimento do caule


TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
VARIEDADE 1 4.940833 4.940833 14.164 0.0131
ADUBACAO 2 9.211667 4.605833 13.204 0.0101
VARIEDADE*ADUBACAO 2 0.431667 0.215833 0.619 0.5753
BLOCO 1 1.140833 1.140833 3.270 0.1303
erro 5 1.744167 0.348833
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 11 17.469167
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 11.27
Média geral: 5.2416667 Número de observações: 12
--------------------------------------------------------------------------------

Tabela 6. ANOVA para número de folhas


TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

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FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
VARIEDADE 1 3.000000 3.000000 1.688 0.2506
ADUBACAO 2 137.881667 68.940833 38.789 0.0009
VARIEDADE*ADUBACAO 2 15.935000 7.967500 4.483 0.0767
BLOCO 1 0.963333 0.963333 0.542 0.4947
erro 5 8.886667 1.777333
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 11 166.666667
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 14.13
Média geral: 9.4333333 Número de observações: 12
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42

Tabela 7. ANOVA para massa fresca folhas


TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

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FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
VARIEDADE 1 67500.000000 67500.000000 81.000 0.0003
ADUBACAO 2 611666.666667 305833.333333 367.000 0.0000
VARIEDADE*ADUBACAO 2 45000.000000 22500.000000 27.000 0.0021
BLOCO 1 833.333333 833.333333 1.000 0.3632
erro 5 4166.666667 833.333333
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 11 729166.666667
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 7.37
Média geral: 391.6666667 Número de observações: 12
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Tabela 8. ANOVA para rendimento


TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

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FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
VARIEDADE 1 108.000000 108.000000 81.000 0.0003
ADUBACAO 2 978.666667 489.333333 367.000 0.0000
VARIEDADE*ADUBACAO 2 72.000000 36.000000 27.000 0.0021
BLOCO 1 1.333333 1.333333 1.000 0.3632
erro 5 6.666667 1.333333
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 11 1166.666667
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 7.37
Média geral: 15.6666667 Número de observações: 12
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Figura 1.Montagem dos canteiros Fonte: Autora


Local: Campos da Universidade Musssa Bin Bique
Data: 03/08/2019

Figura 2. Transplante da cultura para o local definitivo Fonte: Autora


Local: Campos da Universidade Mussa Bin Bique
Data: 11/08/2019

Figura 3. Campo definitivo (30 dias após o transplante) Fonte: Autora


Local: Campos da Universidade Mussa Bin Bique
Data:03/09/2019
44

Anexos
45

Layout do ensaio

Bloco 1 Bloco 2
1m 3m 0,5m 3m 1m

2,1m
2,1m

T1 T6
0,5m
2,1m

2,1m
T5 T3

2,1m
2,1m

T4 T2

2,1m
2,1m

T2 T1
2,1m

2,1m

T6 T5
2,1m

2,1m

T3 T4

3m 0,5m 3m
46

Parcela

Legenda

Area total do ensaio = 128m² (16m x 8m)


Área da parcela = 6,3m² (3m x 2,1m)
Plantas por parcela: 12
Plantas totais do ensaio: 144

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