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Começamos com uma roda de conversa em que foi discutido alguns aspectos do estágio que
precisava ser discutido. Como o relatório semanal. A supervisora nos mostrou alguns livros
sobre psicologia hospitalar, mais um material de apoio para nos auxiliar. Definimos quem iria
para o bloco cirúrgico e quem iria para a ala psiquiátrica. Optei pelo bloco cirúrgico, no qual
estava muito curiosa para conhecer. Chegamos em uma sala, onde trocamos a roupa pelo o
scrub, colocamos a toca e a meia no sapato. Logo, seguimos. Foi apresentado o espaço
reservado para refeições da equipe. Então, chegamos na sala de recuperação. Muito tranquila
e silenciosa, obviamente. Olhamos a lista dos pacientes, analisando a cirurgia, se era pós-
operatório ou se era pré-operatório. Vimos algumas enfermeiras movendo uma paciente
(Paciente 1) da cama para cadeira, o que significa que ela já está quase pronta para ser
liberada da sala de recuperação. Nos aproximamos da Paciente 1, nos apresentando como a
equipe de Psicologia. Ela foi receptiva e não demostrou algum desconforto relacionado à nossa
presença. Estava se sentindo bem, não aparentava estar nervosa, talvez por não ter sido a
primeira cirurgia no olho. Tinha como acompanhante o marido. Desejamos uma boa
recuperação e nos despedimos.
Saímos da sala de recuperação e fomos no corredor das salas de cirurgias, onde conseguimos
ver algumas sendo feitas através da porta. Nesse momento foi comentado pela estagiária que,
em algum momento, gostaria de ser convidada para sala cirúrgica para acompanhar o
paciente, mas esse pedido, é feito pelo paciente. Esse comentário, me fez pensar na minha
experiência pessoal como paciente em cirurgias. Recentemente, fiz uma cirurgia de correção
de grau, e durante a cirurgia, eu me senti muito assustada por estar acordada e assistindo
à minha própria cirurgia. Talvez nunca tenha me sentido tão vulnerável, e com um medo
diferente de que já havia sentido antes. Então, refleti o quanto deve ser traumatizante para
alguns e o quão importante é o papel do psicólogo nessa situação, pois, a equipe cirúrgica está
preocupada na resolução do problema físico do paciente, mas quando se está acordado, a
saúde mental e os sentimentos precisam ser manejados de alguma maneira.
Voltamos para a sala de recuperação e tratamos de olhar a lista de pacientes de novo.
Encontramos a Paciente 2. Ela estava no pré-operatório para uma cirurgia ocular e aparentava
estar calma, agindo com normalidade. Foi sucinta, mas respeitosa durante o processo de
perguntas feitas pela estagiária. O tempo de socialização durou um pouco menos do que com
a Paciente 1 e 3, acredito por ela ter sido mais sucinta e estar preste a entrar para cirurgia, nos
despedimos dela.
Por nesse dia ter sido um dia tranquilo, ficamos observando a sala, como algumas coisas eram
manejadas, à espera de algum paciente. Então, chegou o último paciente que atendemos, o
Paciente 3. Ela estava lá para uma cirurgia na mão esquerda. Já estava familiarizada com a
cirurgia pois já fez na mão direita, devido à uma doença que afeta as articulações, inclusive as
pernas. Segundo ela, ela esperará um pouco mais para fazer a cirurgia nas pernas, mas relata
sentir muita dor e que a cirurgia já ajudou muito nesse processo. Estava acompanhada do filho
e da filha, que rotacionaram no cargo de acompanhante. Muito receptiva, se ela não
precisasse entrar em cirurgia logo, o atendimento teria durado mais, pelo fato dela estar bem
à vontade.
Saímos da sala de recuperação, nos trocamos e descemos para encerrar a supervisão nesse
dia. Chegando, o grupo já estava discutindo o que foi visto na ala psiquiátrica. Logo após,
finalizamos relatando sobre os pacientes que atendemos e como nos sentimos estando
naquele ambiente.
Finalizando, minha experiencia hoje no bloco foi enriquecedora. Eu adorei. Acredito que me
daria melhor e me sentiria mais confortável, atuando na ala cirúrgica do que na ala
psiquiátrica.

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