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Resenha do texto 3 - Contrato didático

Um contrato verbal não vale a tinta que é assinado. Samuel Goldwyn; Dentro da sala
realmente existe uma especie de contrato em que o professor estabelece certos termos onde os
alunos acatam a isso e cumpre no decorrer do ano. Mas esse contrato só irá funcionar se
ambas as partes contribuírem para que tal ato ocorra, se um aluno não quer aprender não
importa o que o professor faça, não vai ser estabelecido uma ordem entre o professor e o
aluno. E se o professor não se comprometer com o ato de ensinar e não ajudar seus alunos,
nada poderá ser feito.No texto contrato didático, escrito por Benedito Antonio da Silva
discute aspectos referentes ao contrato didático estabelecido dentro da sala de aula, nos
apresentando pontos interessantes e a visão de alguns autores.
A ideia geral do texto a respeito do contrato didático se baseia nas definições de Guy
Brousseau e suas contribuições sobre o assunto, onde podem ser encontradas no trabalho de
Régine Douady. O autor explicita que que o contrato didático depende da estratégia adotada
pelo professor se adaptando a diversos contextos, onde ele deve saber fazer escolhas
pedagógicas, sobre o tipo de trabalhos que são solicitados pelos alunos, quais os objetivos do
curso, entre outros. Temos o conhecimento de que um professor que simplesmente faz uma
aula expositiva com exemplos e listas de exercícios para fazer, são tipos de regras que
mudaria se o professor abordassem um prática pedagógica diferente, fazendo com que os
alunos trabalhassem, propondo determinadas atividades específicas onde o professor mais pra
frente poderá trabalhar determinados conceitos e saberá o quanto seus alunos aprenderam.
Um dos exemplos apresentados pelo autor, fala sobre como é possível ocorrer uma ruptura do
contrato didático. Uma situação existente que explica bastante o contexto é quando o
professor pretende passar determinado conteúdo novo de uma forma diferenciada, propondo
atividades onde se aproveita toda a bagagem cultural do aluno partindo de uma situação
problema onde no final da aula o professor faz o fechamento final do assunto, sempre visando
construir um conhecimento a partir do aluno. Após a proposta oferecida deixando os alunos
pensarem sobre a atividade, há um tipo de reação em que os alunos se sentem perdidos e não
sabem o que fazer. Sendo claro esta reação pelo fato de estarem acostumados a um tipo de
aula onde apenas copia e assiste aulas expositivas, e quando a uma diferenciação do tipo de
aula haverá sempre um estranhamento por parte dos alunos.
O autor faz uma referencia a Chevallard (1988), sobre uma análise didática realizada em cima
de uma experiencia realizada com alunos do ensino básico, que se tornou muito popular na
frança, cujo problema se intitulou “ A idade do capitão”. A partir das respostas fornecidas
pelos alunos pode-se fazsr uma analise sobre a logicidade para a questão do contrato didático.
Percebe-se pela lógica das respostas dadas pelos alunos que não existe uma discussão a
respeito da questão proposta e sim resolver com os dados que foi oferecido partindo do
pressuposto que esse tipo de problema só se pode obter um determinado resultado, e para se
chegar a tal resposta devem se utilizar todos os dados fornecidos sem que seja necessário a
utilização de outros meios para tal resolução. Assim vemos o efeito persistente do contrato
didático estabelecidos pelos próprios alunos.
Sabemos que exitem muitas dificuldades por partes dos alunos, e são por diversos fatores que
influenciam muito da vida do indivíduo. O autor fala que muitas das vezes essa dificuldade é
dado por mal interpretação do contrato didático ou a forma em que ele foi apresentado. Para
que o professor tenha bons resultados de seus alunos, vemos que existe certo facilitamento
das tarefas propostas, por explicações fáceis de serem compreendidas, ensinando truques para
resolução de problemas ou até mesmo indicando passos de um problema. Apesar da tentativa
de querer ajudar os alunos facilitando as coisas, isso não passa de apenas uma sensação de
que as coisas estão sendo exigidas demais dos alunos, fazendo com que os objetivos de
aprendizagem em que se desejava chegar, irá ser percebido que toda essa prática de deixar as
coisas mais fáceis não passa de um rebaixamento dos alunos.
Uma outra referência a Chevallard (1998) apresentada no texto, onde ele fala que o contrato
rege, portanto em uma interação didática entre o professor e alunos a proposito do saber,
possuindo então uma relação didática. O que podemos entender disso é que o contrato
didático é um conjunto das condições que determinam qual o papel de cada um dos
envolvidos e qual a responsabilidade que um tem com o outro.
O texto possui uma escrita confortável para leitura, vemos que todos os pontos discutidos são
bem embasados e prende a atenção do leitor os fazendo refletir sobre os termos abordados. O
interessante desse texto é nos fazer nos pensar sobre o papel do professor dentro da sala de
aula, onde realmente existe certa obrigação social de ensinar tudo que é necessário, e quando
o aluno tem dúvidas solicitará a ajuda do professor, onde o professor deve saber mediar o
quanto ele pode interferir, por que se deve pensar sobre o aprendizado do aluno. Um
professor que fornece todas respostas, faz com que o aluno não desenvolva nada, e o
professor deve sempre prezar a construção do conhecimento a partir do máximo que o aluno
pode produzir sozinho, interferindo apenas nos momentos de extrema necessidade. Como diz
o ditado popular “Bom quando precisa e mal quando necessário!”.

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