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AÇÕES

 As ações são participações sociais categorizadas de acordo com diversos critérios:


o As ações podem ser escriturais ou tituladas:
 Escriturais (artigos 61º a 94º CVM) – são registadas em conta e o titular
das mesmas não possui qualquer documento em papel.
 Identifica-se o seu titular através do registo individualizado em
intermediário financeiro (artigos 61º CVM) e é a este
intermediário que se pede a informação.
 Tituladas (artigos 95º a 107 CVM) – as ações tituladas (títulos) estão
representadas por documento em papel.
 O titular é identificado no título (artigo 97º nº1 c) CVM).
 Quer sejam tituladas ou escriturais, as ações estão integradas num
sistema centralizado (artigo 80º e 105º CVM) gerido por um entidade
autorizada e que está ligada aos intermediários que procederam ao
registo das ações.
o Modo de transmissão (artigo 299º):
 Atualmente todas as ações são nominativas, o que significa que
permitem conhecer a todo o tempo a identidade dos titulares formais
da sociedade (já não há ações ao portador).
o Categorias de ações (artigo 302º):
 Ações ordinárias – compreendem os direitos previstos na lei para as
ações em geral.
 Ações especiais – incorporam mais ou menos direitos do que os
estabelecidos para as ações em geral:
 Ações preferenciais (artigo 344º A) – incorporam mais direitos.
São as que incorporam os direitos especiais nos termos do
artigo 24º.
 Ações diminuídas – incorporam menos direitos do que as ações
em geral, resultam de amortizações de ações.
 Ações preferenciais sem direito de voto – simultaneamente
ações privilegiadas e diminuídas, porque conferem um
dividendo prioritário, mas por outro existe a privação de voto
(artigos 341º e ss.)
 Ações com e sem valor nominal:
o O valor nominal das ações resulta do contrato de sociedade (artigo 272º a));
o O valor nominal resulta da divisão do capital social pelo número de ações;
o O valor nominal mínimo é de 1 cêntimo;
o Até 2010 apenas eram admitidas ações com valor nominal (artigo 276º), mas
depois surgiu a figura das ações sem valor nominal.
 Esta figura surgiu porque durante a crise aconteceu que no mercado
regulamentar a cotação das ações baixasse, atingindo por vezes uma
cotação inferior ao valor nominal delas estabelecido no contrato de
sociedade. Imaginemos, por exemplo, que as ações de uma
determinada sociedade cotada tinham o valor nominal de 5 euros. Se
no mercado regulamentar estas ações estiverem a ser cotadas a um
valor inferior àquele que é o valor nominal das mesmas, os investidores
não vão querer adquirir as ações pelo valor nominal. A sociedade
precisando de investimento, de aumentar o capital social, não o iria
conseguir.
o Nas ações sem valor nominal o que acontece é que não há um valor nominal
estabelecido no contrato de sociedade, permitindo que em diferentes
momentos da vida da sociedade as ações tenham diferentes valores de emissão
(valores a que poderão ser adquiridas) sem ser necessário proceder a uma
alteração dos estatutos. Isto vai permitir que as sociedades se adaptem aos
valores do mercado.
 Não existindo valor nominal, o valor de emissão de uma ação é o que
constitui a referência da contribuição do sócio e este valor de emissão
é variável.
o Numa sociedade não podem ser misturadas ações com e sem valor nominal no
mesmo momento (artigo 276º nº2).
o Todas as ações devem ter o mesmo valor nominal. No caso de não terem valor
nominal, todas devem representar a mesma fração no capital social (artigo 276º
nº4).

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