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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DE


ENTORPECENTES DO DISTRITO FEDERAL

Processo nº: 2014.01.1.067669-8

ROSINEIDE ARAÚJO SANTOS, já devidamente


qualificada nos autos do processo em epígrafe, que lhe move a justiça
pública, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por
intermédio dos estagiários e advogados do NÚCLEO DE PRÁTICAS
JURÍDICAS DO IESB, inconformada com a sentença de fls. 135/138,
interpor em tempo hábil

RECURSO DE APELAÇÃO

com supedâneo no inciso I, do artigo 593, do Código de Processo Penal,


razões em anexo.

Requer, por oportuno, seja o presente recurso recebido e


remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça para processamento e provimento.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Brasília – DF, 04 de março de 2016.

Rafael Mesquita da Rosa


Professor Orientador NPJ/IESB
OAB/DF 47.046

Eduardo M. Chíxaro Fernanda Cristina da Silva


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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E


TERRITÓRIOS

RAZÕES DE APELAÇÃO
APELANTE: ROSINEIDE ARAÚJO SANTOS
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO

Processo nº: 2014.01.1.067669-8

COLENDA TURMA,
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES,

A respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos


motivos de fato e direito a seguir aduzidos.

I. DOS FATOS

O representante do Ministério Público do Distrito Federal e


Territórios ofereceu denúncia em desfavor da ora Apelante, atribuindo-lhe a
autoria do crime previsto no artigo 33, caput, da Lei nº 11.343/2006.

A Defesa Prévia fora apresentada tempestivamente às fls.


90/91, oportunidade em que foram arroladas as mesmas testemunhas do
Ministério Público.

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A denúncia fora recebida em 27/06/2014. Isto posto, a


Apelante fora interrogada, conforme consta às fls. 108/109, oportunidade em
que confessou a prática delitiva descrita na denúncia.

Na audiência de instrução probatória, fora ouvida a


testemunha Tiago Roland Arcuri, fls. 110. As partes dispensaram a oitiva das
testemunhas Renildo Conceição dos Santos e Arnaldo Pereira dos Santos, fl.
107.

Após a oitiva das testemunhas, nada foi requerido pelas


partes, ocasião em que foi declarada encerrada a instrução probatória,
conforme fl. 107.

O Parquet, em Memoriais pugnou pela condenação, fl.


114/118, enquanto que a defesa requereu a absolvição nos termos do art.
386, VII, do CPP. Na mesma oportunidade requereu a desclassificação da
conduta para o art. 28, da Lei nº 11.343/2006.

Às fls. 135/138, o douto juízo condenou a Apelante, fixando a


pena base no patamar de 5 (cinco) anos de reclusão e 500 (quinhentos) dias-
multa.

II. DO DIREITO

Inobstante o inequívoco reconhecimento, por parte do


respeitável magistrado de primeira instância, de que a Apelante tratar-se-ia
de “acusada primária, não havendo prova de que se dedica a atividades
ou organizações criminosas” (fl. 137), os quais são justamente os requisitos
necessários para a diminuição da pena no patamar máximo, conforme
disciplina o artigo 33, §4º, da Lei de drogas, verbis:

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no §1º deste artigo,


as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois
terços, desde que o agente seja primário, de bons
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antecedentes, não se dedique às atividades criminosas


nem integre organização criminosa.

Assim sendo, resta claro que o legislador ordinário possibilitou


aos acusados pela prática do delito de tráfico ilícito de entorpecentes a
diminuição do castigo estatal, variando esta redução entre os patamares de
1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços), desde que o agente seja primário, de
bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas e não
integre organização criminosa, conforme citação acima.

Nesse diapasão, o escopo do supracitado dispositivo da Lei de


Tóxicos foi de distinguir o grande traficante, o qual utiliza-se da mercancia de
substancias alucinógenas ilícitas como meio de vida, daquele que se envolveu
com o tráfico de drogas de maneira ocasional, merecendo o pequeno
traficante uma resposta penal mais branda.

Inadequado seria esquecer que a Apelante é primária, possui


bons antecedentes, não leva uma vida dedicada ao cometimento de crimes e
tampouco participa de organização criminosa – ou seja, cumpre todos os
requisitos para a diminuição no patamar máximo, qual seja, 2/3 (dois
terços).

A não concessão da benesse em debate para a Apelante


consubstancia notório descumprimento dos ditames da Lei de Tóxicos e,
mormente, total desrespeito à vontade do legislador ordinário em afastar o
pequeno e esporádico traficante dos efeitos maléficos do cárcere em pena
demasiadamente longa.

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III. DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente


recurso a fim de que seja aplicada a fração de 2/3 (dois terços) da causa
especial de diminuição de pena prevista no § 4° do art. 33 da Lei n°
11.343/06, pelo fato da Apelante preencher todos os requisitos elencados no
referido dispositivo.
Ademais, requer a substituição da pena privativa de liberdade
por tão somente uma pena restritiva de direitos.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Brasília – DF, 04 de março de 2016.

Rafael Mesquita da Rosa


Professor Orientador NPJ/IESB
OAB/DF 47.046

Eduardo M. Chíxaro Fernanda Cristina da Silva


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