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O PROCESSO DE AUDITORIA

Antes de se iniciar a auditoria deve – se primeiro acordaar com o auditado as condições ou


termos de tralho de Auditoria mediante um documento formal designado carta de compromisso
de auditoria “Audit engagement letter”

ISA 210
I. ACORDAR OS TERMOS DE TRABALHOS DE AUDITORIA
(Audit engagement letter)

Objectivo
O objectivo do auditor é o de aceitar ou continuar um trabalho de auditoria apenas quando tenha
sido acordada a base em que o mesmo deve ser executado, através da:
 verificação da existência das pré-condições para uma auditoria;
 confirmação do entendimento comum sobre os termos do trabalho.

Pré - condições para a realização de uma auditoria


Para determinar se estão presentes o auditor deve:
 Verificar se o referencial de relato financeiro a aplicar na preparação das DF é aceitável
 Obter a confirmação da gerência de que esta reconhece e entende a sua responsabilidade
 Pela preparação de demonstrações financeiras verdadeiras e apropriadas;
 Pelo controlo interno;
 Por proporcionar ao auditor o acesso a toda a informação de a gerência tenha
conhecimento e que seja relevante para a preparação das DF; informação
adicional que o auditor possa solicitar; o acesso, sem restrições , às pessoas da
entidade que o auditor entenda relevantes para a obtenção de prova de auditoria
 Efeitos das limitações impostas no âmbito do trabalho anteriormente à sua
aceitação

Acordo dos termos do trabalho de auditoria


 O auditor deve acordar os termos do trabalho de auditoria com a gerência ou
encarregados da governação;
 Devem ser registados numa carta de compromisso de auditoria ou outra forma apropriada
de acordo escrito.
 Devem ser normalmente considerados:
o o objectivo e o âmbito da auditoria
o a responsabilidade do auditor;
o a responsabilidade da gerência;
o a identificação do referencial de relato aplicável;
o a forma de comunicação dos resultados do trabalho de auditoria;
o o risco de poderem existir distorções materiais não detectadas, não obstante o
adequado planeamento e execução;
Acordo dos termos do trabalho de auditoria
 Devem ser normalmente considerados:
o o planeamento do trabalho e execução (cronograma, metodologia, composição da
equipa, etc..)
o a expectativa quanto à prestação de declarações escritas por parte da gerência;
o a disponibilização ao auditor de versões preliminares de DF a fim de permitir a
conclusão do trabalho no calendário previsto;
o a prestação de informações ao auditor sobre quaisquer factos relevantes que
possam ter ocorrido entre a data do relatório do auditor e a data em que as DF são
aprovadas;
o Honorários e faturação;
o Um pedido para que a gerência acuse a receção da carta de compromisso de
auditoria e aceite os termos do trabalho nela previstos;

Quando justificável podem ser ainda considerados:


o o envolvimento de outros auditores e peritos;
o o envolvimento de auditores internos;
o acordos a estabelecer com o auditor antecessor;
o qualquer obrigação de proporcionar a terceiros papéis de trabalho

Aceitação de uma alteração nos termos do trabalho de auditoria


• Não havendo justificação razoável o auditor não deve aceitar a alteração;
• Se antes de concluído o trabalho for solicitada a alteração para um outro que proporcione
menos segurança o auditor deve determinar se existe qualquer razão justificativa;
• Havendo alteração dos termos de trabalho deve existir uma nova carta de compromisso
ou outra forma de acordo escrita;
• Se o auditor não conseguir alterar os termos do trabalho e for impedido de o continuar de
acordo com as condições iniciais deve retirar-se do compromisso e verificar se existe
qualquer obrigação de relatar o sucedido.
II. FASES DO PROCESSO DE AUDITORIA
O processo de auditori é caracterizado por três etapas principis nomeadamente:
 Planeamento
 Execução
 Testes aos controlos e sobre transações
 Procedimetos analíticos e de promenor
 Conclusão e Relato

3 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA

Um planeamento adequado ajuda o auditor a identificar e resolver tempestivamente problemas


potenciais, a organizar adequadamente o trabalho de auditoria para que seja realizado de forma
eficaz e eficiente; permitindo a seleção da equipe de trabalho com níveis apropriados de
capacidade e competência e facilitando a supervisão e a revisão da auditoria.

Ao realizar o planeamento da auditoria contábil, é importante atentar para os seguintes


procedimentos:
 obter conhecimento das atividades da entidade, para identificar eventos e transações
relevantes que afetem as demonstrações contábeis;
 assegurar que as áreas importantes da entidade e os valores relevantes contidos em suas
demonstrações contábeis recebam a atenção requerida;

 identificar os problemas potenciais da entidade;

 identificar a legislação aplicável à entidade;

 estabelecer a natureza, a oportunidade e a extensão dos exames a serem efetuados; e

 identificar as condições necessárias para o cumprimento dos serviços dentro dos prazos
estabelecidos.

O planejamento das auditorias contábeis deve ser organizado nos mesmos moldes das demais
auditorias, nas seguintes etapas:
 levantamento preliminar;
 elaboração da Matriz de Planejamento;
 delimitação do escopo dos trabalhos e elaboração dos programas de auditoria.

E, diante de suas peculiaridades, a auditoria das Demonstrações Contábeis terá o planejamento


conforme etapas descritas a seguir:
 levantamento preliminar;

 aplicação inicial do programa de auditoria Análise das DC; e

 delimitação do escopo.

3.1 Levantamento preliminar


No levantamento preliminar é realizada a coleta e a guarda de informações de caráter geral,
destinadas a subsidiar a elaboração das demais actividades de planeamento e a realização da
auditoria. Nas auditorias contábeis esse levantamento é realizado utilizando fontes internas da
entidade e de fontes externas.
a) Solicitação de Informações a Terceiros
Observa-se que as solicitações de documentos demandam um tempo de resposta e possuem o
risco de não obtenção ou atraso dessa entrega. Por esse motivo, o auditor deve sempre se
resguardar fazendo solicitações formais e tempestivas através de e-mail ou memorando, com
data, prazo para entrega e registro do recebimento.

b) Obtenção de informações a respeito da entidade de fontes internas da CGM


O auditor pode obter dados da entidade na pasta permanente e nos bancos de dados e
documentos mantidos por outros órgãos da Controladoria, a saber:
 pastas de trabalho correntes de exercícios/trabalhos anteriores
 relatórios da Auditoria Geral;
 relatórios de actividades internas ;
Na pasta permanente é possível obter as atribuições formais da entidade, organogramas e
regulamentos específicos. Caberá ao auditor responsável atualizar os documentos desta pasta e
incluir outros documentos que julgue serem relevantes para conhecimento geral a respeito da
entidade.

d) Obtenção de informações diretamente na entidade auditada.


O auditor poderá consultar o planejamento estratégico da entidade, acordos de resultado e/ou
contratos de gestão, identificando quais atividades estão ali relacionadas como metas estratégicas
ou de resultado que possam ter impacto contábil.
O auditor poderá, ainda, obter dados importantes a partir da realização de entrevistas com os
ocupantes de cargos de direção, coordenação ou gerência, assim como consultar relatórios de
atividades das áreas, sistemas, acessar a página da intranet ou aplicar questionários.

e) Obtenção de informações a respeito da entidade por meio de fontes externas à PCRJ


Podem ser realizadas, também, pesquisas na Internet com o nome da entidade ou a respeito de
sua atividade fim, verificando quais são os principais assuntos envolvidos. Nesse tipo de
pesquisa é possível verificar se o nome da entidade está sendo veiculado com críticas ou
escândalos, se está associado nacionalmente a sua atividade fim, ou se é uma entidade
representativa em sua categoria.
Além disso, poderão ser obtidas certidões de regularidade fiscal através de sites oficiais.

5.2.1 Atividades Preliminares e Conhecimento do Auditado

Durante as atividades preliminares, deve-se atentar para a formação de uma equipe de trabalho
que tenha as experiências e ou habilidades necessárias ao alcance do objetivo da auditoria. Em
seguida, deve-se proceder ao entendimento das finalísticas do jurisdicionados, incluindo seu
ambiente externo.

Este entendimento consiste em compreender a natureza do jurisdicionado auditado e seu


funcionamento e, dentro deste ambiente, como se situa o processo ou actividade que será
auditada
 Deve-se conhecer o tamanho da organização, sua estrutura física e funcional, bem como
sua maturidade e o contexto sociopolítico em que está inserida.
 Deve-se, também, antes de se iniciar qualquer actividade, conhecer a gestão do auditado,
abrangendo a complexidade da matéria em questão, a sua finalidade e o seu sector de
actuação. Neste contexto, o conhecimento sobre o ambiente em que se situa este
jurisdicionado, relacionando externalidades potenciais às actividades da organização, é
factor determinante para a sequência do trabalho.

Feito o entendimento sobre o jurisdicionado auditado, faz-se imperativo que se entenda o


sistema de contabilidade e os procedimentos de controle interno da organização;
 Que se saiba qual a estrutura de controle existente, o perfil dos profissionais que actuam
neste controle, o nível de formalização das etapas de controle e o envolvimento das
pessoas chave nessas etapas, ou seja, compreender quais são os esforços empreendidos
pelo jurisdicionado para garantir a segurança informacional.

5.2.2 Definição da abordagem da auditoria e determinação dos componentes significativos


Conhecidas as particularidades e o contexto em que se insere o trabalho, os servidores técnicos
devem
decidir sobre a abordagem que será dada à auditoria, sabendo que:

 auditoria ascendente é aquela em que os servidores técnicos verificam registros em sua


origem (escrituração), confrontando os fatos contábeis com os saldos publicados nos
demonstrativos; e
 auditoria descendente é aquela em que os servidores técnicos , valendo-se de suas
expertises do estudo preliminar sobre o negócio, testam os saldos demonstrados, vertical
e horizontalmente, buscando inconsistências nas variações.

Quando os servidores técnicos têm experiência em trabalhos sobre a matéria a ser auditada, eles
podem optar pela auditoria descendente, identificando variações anormais nos saldos das contas,
tanto pela compreensão de grupos de contas em questão, quanto entre períodos sequenciais.

Já a auditoria ascendente começa na análise dos factos e dos registros para, então, chegar
das demonstrações contábeis. As auditorias são feitas a partir dos lançamentos que, confrontados
com os documentos que lhes deram origem, são referenciados nos demonstrativos para validação
das informações divulgadas. Este método é mais trabalhoso e necessita de uma determinação
bem precisa da amostra, devido ao grande volume da população.
Portanto, a escolha do método se dará em função da experiência dos servidores técnicos e da
avaliação preliminar do ambiente e da natureza do negócio.
Esta avaliação preliminar deve levar, ainda, à identificação de áreas em que pode haver maior
risco de distorção relevante. Isso implica dizer que os riscos existentes devem ser identificados
(aplicação de procedimentos analíticos de avaliação de risco), bem como as respostas
institucionalizadas para mitigá los. Quando possível, é importante que já sejam identificados
controles que deveriam existir para determinados riscos. Por fim, deve-se identificar as contas
relacionadas aos riscos e o corte de materialidade, ou seja, quais são os valores a partir dos quais
um eventual erro de escrituração e ou lançamento pode implicar em uma distorção
materialmente relevante.
Ressalte-se que, quando o trabalho a ser desenvolvido tiver foco em contas, elementos ou itens
específicos das demonstrações contábeis, o servidor técnico deve avaliar a repercussão que estes
têm em outras contas, para identificar o impacto nos demonstrativos. Para tanto, deve-se
observar as normas de auditoria nacionais e internacionais, em especial a NBC TA 805,
específica para esse tipo de trabalho.
Nesta fase, verificam-se também os resultados de auditorias anteriores envolvendo a avaliação
da efetividade dos controles internos, inclusive a natureza das fragilidades identificadas e as
medidas tomadas em resposta a essas deficiências.

Estratégia global da auditoria

• O auditor deve estabelecer a estratégia global da auditoria, na qual devem ser


considerados, entre outros, os seguintes assuntos:
 Objetivo e âmbito do trabalho
 Avaliação do compromisso (aceitação/continuação do cliente)
 A entidade e a caraterização do negócio
• Apreciação do sistema contabilístico e de controlo interno
• Identificação das áreas chave
• Avaliação preliminar dos riscos de distorção material

• Resposta aos riscos de distorção material

Definição preliminar da materialidade: global e de execução

• Calendário de relato da entidade e cronograma das atividades de auditoria

• Equipa de auditoria e alocação de atividades


• Orçamento do trabalho
• Utilização do trabalho de outros auditores e de peritos

5.2.3 Elaboração da Matriz de Planejamento


Também na auditoria financeira, será elaborada uma matriz de
Hggfgff

3.3.3 Definição da estratégia da auditoria contábil

Na definição da estratégia deve ser levado em consideração o esforço necessário para aplicar os
diversos tipos possíveis de testes e o quanto esses testes permitirão reduzir o risco de emitir uma
opinião inadequada.

A definição dos tipos de testes de auditoria que serão aplicados deve levar em consideração os riscos
inerentes, o risco dos controles, os riscos dos procedimentos analíticos e os níveis planejados de testes
de detalhes.

O auditor deve registrar a estratégia da auditoria para cada conta/grupo contábil no Papel de Trabalho
Delimitação do Escopo da Auditoria Contábil, disponível no banco de dados da ADG, informando se
serão feitos testes de observância, analíticos, de saldos, de estimativas, de transações.
Os testes de auditoria definidos deverão ser registrados nos papéis de trabalho específicos e poderão
ser:

a Auditoria Geral;

adequados, atualizados ou complementados pela coordenação ou pela equipe designada a partir dos
testes contidos nos programa de auditoria contidos no banco de dados; e

conta/grupo.

O auditor também deve observar o custo-benefício da aplicação dos testes diante das características de
cada conta, tais como o volume de transações; e os riscos envolvidos. Os testes de observância e de
detalhes de transação em geral demandam mais tempo que testes analíticos e testes de saldo.

A descrição dos testes aplicados deve constar nos papéis de trabalho específicos.

A definição da estratégia de auditoria somada à avaliação resultante da aplicação dos testes de


observância permitirá a delimitação adequada do escopo.

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