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Dia 12 de abril de 2022 às 11:40 h, um evento astronômico que se repete a cada 13 anos, um
ciclo épico quando em domicílio.
Nenhuma outra data seria uma garantia tão promissora de sermos auscultados pelos deuses.
Coloque-se em estado de graça e ouça o que sua divindade vos fala. Ecoa já entre os dias 07 e
17.
Mitificar ou desmitificar
As pinturas rupestres, e as cavernas não eram santuários, não há sinal de guerra, ou luta entre
os seres humanos, mas rituais chamânicos, caçadas, atividades do dia a dia.
No reino animal, quebrar uma perna significa morte. A primeira evidência de civilização foi um
fêmur fraturado de 15.000 anos encontrado em um sítio arqueológico. Partido e curado
significa que alguém cuidou dessa pessoa, não foi o sepultamento mais o cuidar do outro que
nos revela a ideia de civilidade, tinha que emergir das coisas que dividem o ser hominal do
animal, podemos descartar o medo e o amparo, mas não cozinhar, sepultar ou a necessidade
de narrar, mas o "cuidar" sim é uma prova inequívoca que inaugura o sentido de civilização.
Para estarmos hoje em meio esses processos de um egoísmo fóbico provocado pelas ideias de
consumo como medida de “ascensão”, o individualismo resultante nos retrocede
ulteriormente a um humano de condições “paleolíticas” nisso que se retrata como “selvageria
capital”, hoje, o descuido com o outro ressignifica esse sentido de civilidade.
Quem gera e cuida da criança, dos doentes, dos mortos, dos vivos, pintar era um exercício de
meditação daí surge à sacerdotisa e assim nasceram as crenças rituais e religiosas.
A religião nasceu do cuidado e não do medo, o feminino inaugura as religiões, eram as deusas
mães, primeiro porque gestação e criação dos filhos, depois cultivar a terra, plantar e colher
(Terra Mãe - Gaia), aos homens restava à tarefa de caçar e proteger.
O homem em seguida resolve reivindicar o status patriarcal, cansados de serem "usados" pelas
mulheres, remonta nossa ancestralidade nômade.
A deusa mãe, Gaia é eterna, por isso o patriarcal permanece como reivindicação ancestral, o
masculino provedor não podia ser dispensável, a cultura então se desdobra no esforço por
afirmar-se, estar "quites" emergem deuses Masculinos e Femininos em conformidade com a
compreensão do universo como os “atingiam”.
As tribos mais avançadas até o período pré-homérico (de que herdamos nossa cultura, até os
Helenos) tiveram seus mitos narrados de forma patriarcal, Zeus(grego) pai dos deuses ou
Júpiter (romano) não por acaso excluíra a autoridade feminina com suas esposas Hera (grega)
e Juno (romana) mãe dos deuses.
No egito a mulher era o símbolo do firmamento Gebe a terra aquela que está deitada e nasceu
de Nut. Entre os vários mistérios em torno do matriarcal, em 1950 o aparecimento de Lilith nas
universidades foi tão avassalador que a igreja interveio.
Os Hebreus 400 anos a. C., Deus homem, patriarcal, impõe castigo, narrativas do medo para
justificar a existências de Deus, medo, liberdade e sexualidade. A partir da costela de Adão fez
a mulher para excluir a primeira mulher de Adão, Lilith, transformada em serpente que ofertou
a maçã proibida a Eva.
Compreender o mito como sendo a origem de toda narrativa e não o inverso como supomos é
reconhecer o “sopro divino”. Os mitos foram "soprados" pela memória universal, e Júpiter é o
“sopro” que anima todos os seres. A percepção do céu seguida de Deus, remonta cerca 12mil
anos pelos Sumérios.
“Quando falo do que pode ocorrer depois da morte, estou sendo animado por uma emoção
interior e não posso me valer senão de sonhos e de mitos." C.G.Jung
"O inconsciente coletivo é constituído pela soma dos instintos e dos seus correlatos, os
"arquétipos". Assim como cada indivíduo possui instintos, possui também um conjunto de
imagens primordiais. A prova convincente disto encontramo-la antes de tudo na
psicopatologia das perturbações mentais em que há irrupção do consciente coletivo. É o que
acontece na esquizofrenia. Aqui podemos observar a emergência de impulsos arcaicos,
associados a imagens inequivocamente mitológicas." Carl G. Jung, A Natureza da Psique.
No esforço por um lugar de paz e luz utilizamos nossos recursos interiores através da
imaginação para pintar o mundo com as cores que “gostamos”.
Há que se observar o desejo, já que, Júpiter é meta, o esforço por colocar as coisas em
perspectiva é que tornam possíveis as realizações dos sonhos (Netuno).
Ficar a mercê da fantasia, em estado de graça, o que importa a criatividade, pode ou não
instrumentalizar nossos desejos, depende sempre da abordagem e estímulos. A fé (Júpiter)
participa desse contexto, sem crer, nada acontece. Assim, a inércia poderia ser compreendida
como ausência de vontade, sem o que a imaginação (Netuno) não devolveria nada à
criatividade.
Essa imaginação elabora segundo nossos condicionamentos, de onde viemos e para onde
iremos. Essa fenomenologia implicada em métodos para identificarmos a melhor maneira de
fazermos as coisas. Você aprendeu a ter fé ali quando andou de bicicleta pela primeira vez, ela
demanda sempre ao abordar o desconhecido. E nossos medos brotam nesse momento, entre
o já conhecido ou não, é sempre o conhecimento (Júpiter) que nos move, hoje em dia a revelia
do que se esgota como "fascismo" que não se justifica fora da arrogância material, supõe
conhecimento, robotiza-se afetos "programados" entre seus pares, esquece o sentido de
espontaneidade através da face reptiliana com que se arrogam suas crenças, "crendisses",
"pseudo-higiênicas", ou distúrbios de uma imaginação pouco criativa, ou que supõe delegar a
verdade segundo uma visão de mundo fundada em negação ou Júpiter/Netuno carbonizados.
Júpiter/Netuno em domicílio não pode carbonizar, pois nessa conjunção a verdade retoma seu
lugar no imaginário coletivo, por isso mesmo, aqueles que desfrutam de certa sanidade deverá
compadercer-se daqueles adoecidos pela visão distorcida de mundo que os impedem voltar-se
a luz. Estão confinados em seus núcleos de egoísmo em níveis de uma solidão perene,
insustentável sem o capital que os obrigam ressignificar suas vidas.
Quando pensamos em "arrumar a casa" sabemos que não adianta rezar que nenhum anjo virá
em socorro, a preguiça é inércia. Quem sabe o anjo aguardado se faça presente ali na sua
motivação, inspiração e alegria de fazê-los com prazer e bom gosto. Assim vamos excluindo e
introduzindo em nossa imaginação “os apelos” que facilitem lidar com o mundo, e nossas
subjetividades.
Um cético, tão perseguidor da verdade quanto suas dúvidas o faça supor livre de qualquer
esmero, pratica algo de que o invejamos muito, ele se organiza no que esteja fazendo
eliminando os excessos, pondo dúvida em tudo o remete refletir e acessar verdades, o que
resulta em tarefas mais rápidas e eficientes, tanto quanto e apenas porque é na eficiência que
ele está focado. Isso não seria um grande sorriso na face dos deuses?
Grande tolice supor do cético um ser despido de fé e crença, ao contrário seu modo de agir o
liberta de muitos augúrios, destes que nos atormenta a imaginação, e mal sabe o cético tão
vinculado à divindade quanto à nega, os deuses o pinçam de alguma forma especial. Ocupa-se
dar conta de si, não se expõe aos excessos, reclama a mesma civilidade tanto quanto a mesma
supõe incriminá-lo, discriminá-lo, excluí-lo, pois ele teme apenas a culpa de se tornar
incompetente, ou pego de surpresa, despreparado, pois se esforça melhorar sempre, encontra
seus limites e não há o que fazer senão adequar-se, superar-se, sem "esperar" mágicas. Se isso
não for à verdadeira fé, a outra versão recai no campo do lúdico, romântico, tende a
ingenuidade, porque se torna imprudente, e não se sustenta fora da intrepidez. Ter que
possuir uma arma para não se sentir incompetente, é bem diferente de quem a possui
profissionalmente, mesmo qualificado, fora do autoconhecimento tudo pode servir como
arma.
Reconhecer limites torna-se uma virtude, saudações à galera de Touro, Virgem e Capricórnio,
enfoques dos planetas de terra, excessos de terra no mapa. A turma que olha e faz o que
precisa ser feito, independente dos signos e planetas invocarem essa tendência, é tão humano
quanto fenomenológico. E sobre o fenômeno, este que não se ocupa transcender ou explicar
nem filosofar ou postular um traço qualquer de qualquer coisa uma vez que se traduz em si
mesmo algo de que a nossa "objetividade" morre de ciúmes porque aos deuses pertence. Ter
uma religião e praticar uma religião é distinto: você está no plano da manifestação de que
todas as religiões se esforçam explicar a queda que realizou aqui quando nasceu, via útero
materno, Gaia.
O universo não é uma abstração, o céu está lá e podemos nos perguntar o que isso tem a ver
conosco, caso não fosse significativo, o virtual seria inútil. Júpiter expande os significados
lúdicos a serviço da imaginação o que potencializa a criatividade. Enquanto supomos que
nossa cientificidade irá presidir sobre o mundo sem se dar conta do quanto à avidez
contemporânea esgota o planeta, ver a maldade, violência e sujeiras não representar nada é a
grande tolice do momento. Ao mesmo tempo nos estimula contemplar os "restinhos" de
beleza enquanto ainda existem fora do artificial, talvez para novo contato com o
autoconhecimento e onisciência de que se opera no inconsciente coletivo. Não seria incomum
dizer algo de uma projeção astral imanente, há que se escutar a voz de seres superiores nessa
conjunção, sem incorrer na loucura.
Crer é anuir-se ao que não se sabe ainda, daí fé para combustão de nossas motivações, como a
liberdade jamais seria compreendida como entidade, deusa, ou postulado, se a liberdade se
apresentasse de fato entraríamos em pânico (Saturno). Quando dizemos sobre o cuidado com
o êxtase porque culmina em agonias, a entrega (Netuno) porque essa aspiração ao sagrado
colocado acima do eu, enquanto parte da premissa inequívoca de estarmos ocupando um
lugar no espaço/tempo, suscetíveis ao agir e padecer resulta do esforço em tornar sagrado
todo ofício, como sacro-ofício e não sacrifício de que a liberdade se ancora na incorporação do
bem, a inércia como ignorância (diabo) porque preguiça e tudo que se entende como pecado
resulta em mal, a síntese da dialética bem e mal faz de cada um o que se torna a partir de suas
escolhas, o viver apenas nos pergunta sobre a disposição as responsabilidades, com o outro, o
tempo todo é o outro inclusive sobre o que não sabemos de nós mesmos.
Sim, é da visão de certo e errado que o moralismo humano produz leis (Júpiter), daí arrogância
e ignorância irão resultar em fracasso, decadência, hoje na “demência” patológica de
transformar mentiras em verdade para satisfazer mesquinhez de nada serve a moral que
precisa colaborar com a civilidade.
Essa coisa inteira de que nos supomos plenos de possibilidades, de que enxergamos amplitude
de espaço e ideias, perdidos estaremos sem um "roteiro", desejamos um roteiro para viver, e
cada um com o seu, descobre que sozinho nada faz sentido. Porque é o outro quem dá sentido
a minha existência, e assim a experiência do viver configura o mundo como o conhecemos em
termos de civilidade.
Em nome do bem todo conflito se insurge, exatamente porque o natural não é a ordem, mas o
caos. Largado de mão, aquilo estraga, apodrece, defina. O esforço pelo útil, tecnologicamente
"saudáveis", enquanto psicologicamente comprometidos o exercício dos afetos que
consolidam sentimentos sinceros, distanciados, não se completam o suficiente, encarte e
descarte banalizados no tato humano sensível produzindo novas patologias de ansiedade,
depressão e melancolia. Júpiter/Netuno é para curar essa percepção de distanciamento que
compromete o sistema(Netuno) biológico, eco sistemático, que nos inclui a todos.
A razão superior (Júpiter ) nos cobra qualificação, e o cartesianismo que dita às regras,
orgulhoso desde séc. XVI colocou a razão quantitativa no pedestal, nos distanciando dos
processos qualificantes. O exemplo de que não nasce abacate de uma semente de tomate,
seria dizer de um ser "definido", já programado, parecido com o programa que roda na
"sociedade do consumo", do resíduo. Necessidade de resgatar a verdadeira sinergia, aquela
que faz sentir o amparo, o humor, o olhar, a presença, retomar a evolução de pensar o outro
fora do objeto.
O projeto genoma feito para provar a supremacia branca, só provou que raça não existe, só
existe ser humano. Ou seja, a luz da ciência, o projeto genoma provou que o ser humano saiu
da África.
Falar de Júpiter/ Netuno expansão e fantasia nos remetem ao primaveril, gracioso, glamoroso,
são expectativas românticas, mas advertem ao perigo de novas ilusões.
Se nossa compleição a convicção para escolher e decidir deve vibrar na crença de alguma coisa
que seja o "tudo" o quanto esteja acima de "tudo", carregado de razão, exatamente porque
não excluímos o amor da equação posto que empresta sentido as coisas, e porque supondo
que nossos deuses assim deva representar, desde a Criação do mundo em cada cultura, com
seu "mito", o amor, essa plenitude singular de unidade original, um ponto no tempo e espaço
de que o "BigBang" ou seja qual mito da Criação brote do amor, ainda assim estaríamos
profundamente enganados.
A Criação se destinou vários mitos e deuses e todos em comum compartilham a ideia de uma
originalidade, poder e glória. O "tudo" o quanto estava acima de "tudo" que se assim o fosse
por amor, não haveria deixar de ser o que era (já que amor como fusão de tudo) permaneceria
em seu estado de inércia. Se pelo oposto a ação, compreenderemos se tratar de alguma
fricção porque provoca ação, movimento. Alguma coisa, como gatilho, dividiu e diferenciou o
"todo" outrora inerte em sua plenitude singular e original, porque não poderia vir do nada.
Seja o que for estará configurado em uma razão superior, que engendrou o Caos Primordial,
ou Logos Criador, ao que nossos limites compreendem como Mente Universal, lugar da ideia.
Ver o mito a Criação segundo os gregos: Caos, Ouranos, Saturno por fim Júpiter salvo do
tempo que devorava os filhos ao nascer.
Júpiter representa a razão superior, o sopro que anima tudo, nosso intelecto, juízo, lugar da
motivação em colocar as coisas em perspectiva, é a fé e sabedoria, rege justiça porque ele
representa as leis do universo, organizador do universo Zeus (Grego) Júpiter (Romano) cujo
mito está ritualizado em nosso dia a dia em tudo sobre o que depositamos confiança, fé, na
crença das possibilidades e oportunidades eminentes, no desejo de expandir-se.
Exacerbado o êxtase no que supomos controlar, as agonias se apresentam, esteve ali no álcool
e drogas, nas milícias, que inauguravam o séc. XIX, e culmina na perplexidade das guerras.
Também no glamour de todas as novas descobertas e coisas boas que superam em números
essas manchas de maldade no planeta. O que antes não tinha aquele peso, quando apenas da
regência de Júpiter as oportunidades não representavam devaneios.
Só porque colocamos os pés na Lua, dispensamos Deus, “Nietzche”, a avidez do orgulho então
nos penaliza com a solidão (Netuno). Agonia, porque o ser humano mais uma vez se vê
reduzido ontologicamente a um composto orgânico harmônico pronto para se tornar algo do
que deseja ou esteja "destinado" a ser, porque aberto, sensível, mamífero, por "mimese" se
esforça na adaptação e se condiciona na medida em que evolui, não somos deuses.
A ciência, religião, política e arte são pensadas como “muletas”, acusadas de incompetência
porque não satisfazem minhas demandas. Ao menor sinal de impedimento, restrição e limite
da liberdade, os desafetos mudam opiniões, para supor o novo, e poder pisar em territórios
desconhecidos enquanto não se abandona a zona de conforto, tudo a mão.
Está no mito de Édipo o rei, a agonia ao desvelar nossos enigmas mais profundos. Daí o medo
de autoconhecer-se. Digo de tudo que o autoconhecimento não ignora o senso comum. Não
haveria civilidade, sem os arquétipos, as coisas não fariam sentido tão congênito a nossa
natureza, quanto à possibilidade do amor se converter em ódio, e vice versa, está nossa
capacidade de escolha, acorde, deixe de ser um ingênuo nos adverte Júpiter/Netuno como
força ígnea em direção ao paraíso, longe das expectativas tangíveis, se apresenta nas telas,
reconceituando o populismo, a arte, a política, a ciência e as religiões.
Não seria a onipresença divina de um Deus que pode tudo, já que “oniscientes” nos
autorizamos reivindicar “SEU” poder? Necessidade de compreender as diferenças entre
solitude e solidão.
Astrologia Presente
Valdomiro S. Junior
Arché
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Conteúdo não verificável poderá ser removido.—Encontre fontes: Google (notícias, livros e
acadêmico) (Setembro de 2019)
Para os filósofos pré-socráticos, a arché ou arqué (em grego clássico: ἀρχή), seria o elemento
que deveria estar presente em todos os momentos da existência de todas as coisas do mundo.
No caso de Tales de Mileto, por exemplo, a água era um elemento puro, e através dela podia-
se criar várias coisas; o início, o desenvolvimento e o fim de tudo. Princípio único.
"[..] Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e são a mesma coisa. E isto é
evidente. Porque se as coisas que são agora neste mundo - terra, água, ar e fogo e as outras
coisas que se manifestam neste mundo -, se alguma destas coisas fosse diferente de qualquer
outra, ele seria diferente e diferenciava sua natureza própria e se não permanecesse, então
não permaneceria puro, e através disso descobriu que ocorreu muitas mudanças e
diferenciações, então as coisas não poderiam, de nenhuma maneira, misturar-se umas as
outras, nem fazer bem ou mal umas as outras, nem a planta poderia brotar da terra, nem um
animal ou qualquer outra coisa vir a existência, se todas as coisas não fossem compostas de
modo a serem as mesmas. Todas as coisas nascem, através de diferenciações, de uma mesma
coisa, ora em uma forma, ora em outra, retomando sempre a mesma coisa."[1]
Índice
1 Os princípios (arché)
1.1 Tales de Mileto: a água
1.2 Anaximandro de Mileto: o Ápeiron
1.3 Anaxímenes de Mileto: o ar
1.4 Xenófanes de Cólofon: a terra
1.5 Heráclito de Éfeso: o fogo
1.6 Pitágoras de Samos: o número
1.7 Empédocles de Agrigento: os quatro elementos
1.8 Anaxágoras de Clazomena: as homeomerias
1.9 Demócrito: os átomos
2 Bibliografia
3 Referências
Os princípios (arché)
Tales de Mileto: a água
Para Tales de Mileto, a arché seria a água. Jostein Gaarder observa que provavelmente ao
visitar o Egito, Tales observou que os campos ficavam fecundos após serem inundados pelo
Nilo. Tales então viu que o calor necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é
úmida, que os germens são úmidos, que os alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio
de tudo era a água. É preciso observar que Tales não considerava a arché água como nosso
pensamento de água líquida, e sim, na água em todos os seus estados físicos. Tudo, então,
seria a alteração dos diferentes graus desta. Aristóteles atribuiu a Tales a ideia de uma causa
material como origem de todo o universo.
Anaximandro foi um dos pré-socráticos que mais se diferenciou na sua concepção da arché por
não a ver como um elemento determinado, material. Considerava o infinito como o princípio
das coisas, e o chamou de Éter, considerava então, que o limitado não poderia ser a origem
das coisas limitadas. Explica que as coisas nascem do infinito através de um processo de
separação dos contrários (seco-úmido).
Anaxímenes de Mileto: o ar
Anaxímenes de Mileto, discípulo de Anaximandro, discorda de que os contrários podem gerar
várias coisas. Colocou o ar como Arché, porque o ar, melhor que qualquer outra coisa, se
presta à variações, e também devido a necessidade vital deste para os seres vivos. A rarefação
e condensação do ar formam o mundo. A alma é ar, o fogo é ar rarefeito; quando acontece
uma condensação, o ar se transforma em água, se condensa ainda mais e se transforma em
terra, e por fim em pedra. Destacou-se por ser o primeiro a fornecer a causa dinâmica que faz
todas as coisas derivarem do princípio uno (condensação e rarefação).
“... do ar dizia que nascem todas as coisas existentes, as que foram e as que serão, os deuses e
as coisas divinas...”
Apesar de tudo, ainda temos aqueles que acreditam que a água seja o começo e questionam o
porquê da terra como justificativa, se a maior parte do planeta era feita de água. Tal questão
era respondida com a justificação de que o fundo do oceano era feito de terra.
“... tudo sai da terra e tudo volta à terra...”
“... descemos e não descemos nos mesmos rios; somos e não somos...”
Jostein Gaarder afirma que talvez Empédocles tenha visto uma madeira queimar, alguma coisa
aí se desintegra. Alguma coisa na madeira estala, ferve, é a água, a fumaça é o ar, o
responsável é o fogo, e as cinzas são a terra. As verdades não seriam mais absolutas, como nos
eleatas, mas proporcionais à medida humana. As coisas são imóveis, mas o que percebemos
com os sentidos não é falso. Então, as duas forças atuariam nas substâncias, o amor e o ódio.
O amor agiria como força de atração e união, o ódio como força de dissolução. Em quatro
fases, existe a alternância dos dois. Estabelece um ciclo, com a tensão da convivência dessas
forças motrizes.
“...todas as coisas estavam juntas, ilimitadas em número e pequenez, pois o pequeno era
ilimitado...”
Demócrito: os átomos
Os atomistas seguiram a linha de que a natureza era composta por partículas infinitas. Diziam
que tudo que realmente existia era constituído de átomos e de vazio (este último os espaços
entre os átomos). Considera que nada pode surgir do nada, assim, os átomos eram eternos,
imutáveis e indivisíveis. O que acontecia, era que eles eram irregulares e podiam ser
combinados para dar origem aos corpos mais diversos. Demócrito é considerado o mais lógico
dos pré-socráticos.
Convém acrescentar, contudo, que o suposto equívoco de Demócrito seria, grosso modo, um
erro de nomenclatura dos descobridores do átomo. Ao teorizarem e, posteriormente,
visualizarem a estrutura atômica, deram-lhe o nome de "átomo" em referência às ideias de
Demócrito. O fato dessa estrutura ser composta e, portanto, divisível, deve-se mais a um erro
de atribuição do que à má fundamentação da visão atomista.
Bibliografia