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Resumo
Observa-se que o surgimento das redes sociais na internet tornou possível o
desenvolvimento do marketing de conteúdo como estratégia de divulgação da
advocacia. Todavia, em razão da função essencial à justiça, a publicidade na
advocacia possui um cunho exclusivamente informativo, devendo ser aplicada de
forma discreta e moderada. Por isso, é importante que o advogado conheça as
ferramentas que podem ser utilizadas a seu favor e tenha compromisso na atuação
voltada para produção e divulgação de conteúdo relevantes nas redes sociais. Ao
final, estabeleceu-se uma conclusão sobre o que se entende para a agradável
utilização do marketing de conteúdo na advocacia como estratégia de informatização
e divulgação de informação nas mídias digitais. O presente trabalho buscou levantar
questionamentos a respeito da publicidade do advogado nas redes sociais por meio
da utilização do marketing de conteúdo considerando os regramentos da Ordem dos
Advogados do Brasil. Para isto, utilizou-se o método hipotético-dedutivo, mediante
de pesquisa bibliográfica e legislativa, intentando demonstrar que com seriedade e
compromisso é possível aliar este importante método à ética profissional do
advogado.
Abstract
It is observed that the emergence of social networks on the internet made it
possible to develop content marketing as a strategy to promote advocacy. However,
due to the essential function of justice, advertising in law has an exclusively
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Acadêmico do Curso de Direito do Cento Universitário UNIFACID WYDEN. Endereço Eletrônico:
joaovictordasilvaoliveira86@gmail.com
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informative nature, and should be applied in a discreet and moderate way. Therefore,
it is important that the lawyer knows the tools that can be used in his favor and has a
commitment to work aimed at producing and disseminating relevant content on social
networks. In the end, a conclusion was drawn about what is meant by the pleasant
use of content marketing in law as a strategy for computerization and dissemination
of information in digital media. The present work sought to raise questions about the
lawyer's advertising on social networks through the use of content marketing
considering the rules of the Brazilian Bar Association. For this, the hypothetical-
deductive method was used, through bibliographic and legislative research, trying to
demonstrate that with seriousness and commitment it is possible to combine this
important method with the lawyer's professional ethics.
1. Introdução
Art. 2° (...)
Dessa forma, para garantir uma atuação de forma lítica, sem submeter-se a
sanções indesejadas, se faz necessário a observância e leitura do compilado de
regras ora apresentados, que é de suma importância para todo profissional do direito
que atua ou que queira atuar como advogado.
Além disso, o Estatuto da Advocacia prevê em seu artigo 47, que as normas
relacionadas à publicidade profissional do advogado poderão ser objeto de
regulamentação por outras publicações normativas do Conselho Federal, como
forma de complementação da matéria. É o que se observa com a edição e
publicação do Provimento nº 205/2021 – Conselho Federal da OAB (CFOAB), que
está vigorando desde o dia 21 de julho de 2021 no solo Nacional.
Por fim, e não menos importante, o artigo 9° do Provimento prevê que seja
definido um Comitê Regulador do marketing Jurídico de caráter consultivo junto à
Diretoria do Conselho Federal da OAB, conforme exposto:
Pode-se dizer que com o advento das redes sociais na internet, ficou
evidenciado a capacidade de expressão e sociabilização graças as ferramentas de
comunicação mediadas pelo computador, proporcionando, assim, que atores
pudessem comunicar-se com outros atores, deixando, na rede de computadores,
rastros que permitem o reconhecimento dos padrões de suas conexões e a
visualização de suas redes sociais através desses rastros (RAQUEL, 2009).
Com as inovações digitais, manter uma carreira de sucesso na advocacia
significa está presente nas plataformas digitais, e para consolidação de uma marca
jurídica se faz necessário sua presença em sites e redes sociais. Neste sentido
Rodrigo Bertozzi (2012, p. 23) afirma que:
deverá estabelecer de fato o planejamento, com datas e metas, para que se possa
visualizar como e aonde se quer chegar.
Para concretude das metas elencadas, existem estratégias segmentadas por
tipo de público que navega nas redes sociais, e o papel do marketing de conteúdo
digital é divulgar para o público mais direcionado possível o seu produto e serviços.
Acerca do marketing de conteúdo das redes sociais, Pedroso (2018, p. 21) traz a
seguinte afirmação:
5. Considerações Finais
perceber mediante pesquisas para este artigo que não há de se falar ou admitir,
comportamentos que se distancie das condutas inerentes ao exercício da profissão.
O primeiro capítulo abordou sobre conceitos de marketing e publicidade
na intenção de desmitificar que advogados não podem fazer marketing, e o que de
fato é marketing, e que este se distancia da ideia de publicidade.
Ainda dentro do primeiro capítulo, definiu-se o conceito de marketing de
conteúdo, ferramenta que melhor se adequa as necessidades e que pode ser usado
por advogados e escritórios de advocacia. Destaque-se ainda que, o cenário do
marketing de conteúdo ainda é visto com desconfiança, principalmente por
advogados com mais tempo de profissão, enquanto pelos mais novos, pode ser visto
como uma chance de se destacar no mercado de trabalho.
Após a apresentação dos conceitos e diferenças dos termos basilares do
presente trabalho, passou-se para a análise da legislação vigente, percebendo que a
principal determinação trazida na lei é a cautela para evitar a configuração da
captação de clientela, devendo a publicidade da advocacia possuir caráter
meramente informativo, primar pela discrição e sobriedade. Essas são diretrizes
subjetivas, e por isso permitem uma vasta interpretação, pois são características que
divergem de acordo com a interpretação de cada profissional.
Assim, pelo fato de existirem lacunas em alguns artigos do Código de
Ética e o Provimento n° 94/2000 não sanar as necessidades atuais, bem como em
razão da evolução dos meios de comunicação, e a aceleração do uso das mídias
digitais no período da pandemia do covid-19, surgiu a necessidade de uma
complementação mais prática e objetiva desta norma, que resultou na criação do
Provimento 205/2021. Esse provimento ampliou as considerações sobre o uso da
internet como meio lícito para a divulgação publicitária da advocacia e de seus
serviços.
Após a análise da legislação vigente que trata sobre as normas de
publicidade na advocacia e compreender o que é vedado e permitido
expressamente, o terceiro capítulo buscou demonstrar na prática as ferramentas de
marketing de conteúdo que podem ser utilizadas como meio adequado para
informatização de direitos e deveres por meio das redes sociais para públicos que
tenham interesse no assunto.
Como resultado da análise, ficou esclarecido que as redes sociais, em
decorrência do sucesso e da quantidade de adeptos, passaram a ser utilizadas por
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6. Referências
Como Usar as Redes Socias para Impulsionar seus Negócios?. Biz Capital. Rio de
Janeiro. 07 de fevereiro de 2019. Disponível em:
<https://bizcapital.com.br/blog/redes-sociais-para-negocio/> Acesso em 22 de maio
de 2022.
Guia de Advogados nas Redes Sociais. Deep Content. São Paulo. 20 de julho de
2021. Disponível em: <https://www.deepcontent.com.br/blog/guia-definitivo-do-
advogado-nas-redes-sociais-
2019/#:~:text=Advogados%20devem%20segmentar%20a%20sua,uma%20a%C3%
A7%C3%A3o%20social%2C%20por%20exemplo> Acesso em 22 de maio de 2022.
REZ, Rafael. Marketing de conteúdo: a moeda do século. 2. ed. São Paulo: Dvs,
2016.
TORRES, Cláudio. A Bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber
sobre marketing e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. São
Paulo Novatec Editora, 2009.