Você está na página 1de 67

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE


NÚCLEO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

Polímeros - Plásticos
PARTE 2

Prof.. Antônio Acacio de Melo Neto


Prof
Produtos petroquímicos
• Os materiais poliméricos são oriundos de hidrocarbonetos,
hidrocarbonetos
derivados de petróleo.
• No Brasil,
Brasil a Petrobrás detém a tecnologia para a
exploração do petróleo, com 75% da produção nacional na
Bacia de Campos, Rio de Janeiro.
Produtos petroquímicos
• Produtos gerados: as parafinas,
parafinas as olefinas,
olefinas o naftaleno e os
hidrocarbonetos aromáticos (metano, propano, etano,
etileno, propileno, butenos, ciclohexanos, benzeno, tolueno).
• Processo de produção: destilação, realizado em refinarias
de petróleo.
• Destilação: consiste em separar fluidos com pontos de
ebulição
ebu ção d
diferentes
e e tes at
através
a és do aquec
aquecimento
e to dos mesmos
es os
Produtos petroquímicos
• Na destilação são extraídos inicialmente (fase
primária) as principais frações do petróleo
– Gasolina
– óleo diesel
– nafta
– solvente
– querosene
– GLP (gás de cozinha)
Produtos petroquímicos
• Tipos de indústria petroquímica
– Indústria primária (1a geração) → transforma a nafta em
produtos petroquímicos básicos
• Olefinas (eteno, propeno e butadieno);
• Aromáticos (xileno e tolueno).

– Indústria secundária (2a geração) → transforma os produtos


petroquímicos básicos em polímeros
• Ex.: polipropileno e polietileno.

– Indústria terciária (3a geração ou de transformação) → os


polímeros são modificados por meio de aditivos e
conformados nos produtos de consumo
• embalagens, brinquedos, tubulações, pneus, tintas, entre outros.
Plásticos
¾ Polímeros
¾ governa o
Polímero(s)
comportamento dos
+ plásticos
Aditivos ¾ Aditivos
+ ¾ melhoram desempenho
Cargas
g
¾ Cargas
¾ melhoram desempenho
¾ diminuem custo
Tipos de Aditivos
• Plastificantes
– São geralmente líquidos de baixas pressões de vapor e
pesos moleculares
l l reduzidos,
d id com moléculas
lé l d pequeno
de
tamanho
– Proporciona flexibilidade,
flexibilidade ductilidade e tenacidade aos
polímeros
– Sua perda provoca redução de volume, volume enrijecimento do
plástico e fissuras
– facilitam a moldagem do plástico
– reduzem TG e o Módulo de Elasticidade - Empregados em
materiais frágeis
g à temperatura
p ambiente
– afetam a durabilidade
Tipos de Aditivos
• Estabilizadores
– controlam a deterioração dos polímeros pelos agentes
atmosféricos
t fé i
• raios UV: sais, fosfitos e cetonas
• oxidação
id ã (ABS,
(ABS polietileno
li til e poliestireno)
li ti )
• calor
– PVC:
PVC evitait remoção ã do
d H e do d Cl durante
d t o
processamento
– carbonato básico de chumbo,
chumbo os estearatos,
estearatos entre
outros
Tipos de Aditivos
• Pigmentos
– Finalidade → colorir e dar opacidade a um polímero
– compatibilidade
– servem de barreira para UV: retenção de cor e
estabilidade
t bilid d química
í i
– suportar ↑ T e pressão

– Dióxido de titânio (TiO2 )


• Pi
Pigmento
t bbranco
• bastante utilizado → maior poder de cobertura, maior brilho e menor
custo.
Tipos de Aditivos

• Agentes antiestáticos
– polímeros
p são maus condutores,, acumulam eletricidade
estática
– Agentes atraem a umidade do ar, aumentando a
condutividade
– Importante para equipamentos sensíveis
Tipos de Aditivos

• Retardador de chama
– Aumenta a temperatura
p de aparecimento
p de chama
– ↓ combustibilidade
• Retarda a liberação
ç de g gases tóxicos e fumaça
ç
– Compostos clorados ou bromados, os fosfatos orgânicos
e o trióxido de antimônio
Tipos de Aditivos
• Cargas
C
– Objetivo: melhorar as propriedades dos polímeros com
um custo reduzido
– usado em > volume que os aditivos
– ↑ rendimento do polímero
• Ca(CO)3, sílica e argila
– podem aumentar a Rmec
• carbono em pneus
• carbonato em PVC
• fibras de vidro em poliéster (“fiberglass”)
• Fibras de carbono em reforços de obras de arte
Técnicas de conformação dos
polímeros
• O método
ét d mais
i tradicional
t di i l → moldagem
ld
– Moldagem por injeção

a) O material polimérico é amolecido


em um compartimento
ti t aquecido
id

b) Em seguida o material é injetado


sob alta pressão em um molde com
temperatura mais baixa

b) Após, o molde é aberto e o


material é ejetado. Com o
fechamento do molde há o recomeço
do ciclo
Técnicas de conformação dos
polímeros
– Moldagem por extrusão
• Uma rosca mecânica ou um parafuso sem fim propele o
material
t i l peletizado
l ti d através
t é de d uma zona aquecida,
id onde
d o
material aquecido é compactado, fundido e moldado na
matriz.

• Na saída, o material é comprimido contra uma matriz com o


perfil desejado, podendo ser resfriado, calibrado, cortado ou
enrolado.

• Tal técnica é empregada para produzir materiais contínuos,


como tubos, bastões, folhas finas e filamentos
Técnicas de conformação dos
polímeros
– Moldagem por extrusão
Técnicas de conformação dos
polímeros
– Moldagem por compressão
Técnicas de conformação dos
polímeros
– Moldagem por fundição
• O material é aquecido e vertido em um molde e deixado em
repouso para solidificar.
lidifi

• Em polímeros termoplásticos a solidificação ocorre devido ao


resfriamento do material dentro do molde

• Nos termofixos, o endurecimento é ocasionado pelas reações


de polimerização do material em temperaturas elevadas.
Técnicas de conformação dos
polímeros
– Moldagem por insuflação (sopro)
1 - 2 - Um pedaço de tubo feito com
o polímero é extrudado
3 - Inserido no molde com a forma
d
desejada
j d no estado
t d semifundido
if did

4 – 5 - É injetado ar ou vapor sob


pressão
ã no interior
i t i dod tubo
t b forçando
f d
as suas paredes a se conformarem
de acordo com o contorno do molde
6 - O produto final é ejetado
Propriedades dos polímeros
– Massa específica
• Os materiais poliméricos apresentam massa específica mais
b i que os metais
baixa t i e as cerâmicas.
â i
Propriedades dos polímeros
– Estabilidade dimensional
• Propriedade importante para aplicações como engrenagens e
peças de
d encaixe.
i

• A variação de umidade é um dos principais fatores que


alteram tal propriedade, pois a água absorvida aumenta o
volume e a massa específica da peça.

• A remoção da água → pode acarretar o aparecimento de


vazios
i e microfraturas
i f t que modificam
difi as propriedades
i d d do
d
material.
Propriedades dos polímeros
– Comportamento mecânico
• As propriedades elásticas dos polímeros apresentam
variação
i ã com o decorrer
d d tempo
do t mesmo em condições
di õ
normais.

• A resposta molecular de um polímero para atingir o equilíbrio


com as forças externas é lenta
• material continua a deformar ou flui quase que
indefinidamente com a aplicação da tensão
Polímeros x Deformação

termofixo

elastomérico
não vulcanizado
termoplástico
nsão
Ten

Deformação
Laboratório
Materiais Poliméricos
Polipropileno - Termoplástico

PVC - Termoplástico

Silicone - elastoméricos
Detalhe do corte de amostra
PVC

F1 F2 F3 F4 F5
Medidas com Paquímetro
Detalhe da fixação da amostra na
garra
L1 Dimenssões Medida (mm)
La g a 1 - L1
Largura
Largura 2 - L2
Comprimento - C
Espessura - E

L2

E
Formulações
ç
C
Componentes
t
F1 F2 F3 F4 F5
Resina PVC 100 100 100 100 100

Estabilizante térmico base


2 2 2 2 2
bário/zinco

Estabilizante
3 3 3 3 3
Ól
Óleo d soja
de j epoxidado
id d

Lubrificante estearina 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2

Plastificante
30 60 90 60 60
DOP – Dioctil ftalato

Carga
0 0 0 30 60
Carbonato de cálcio
Vídeo do ensaio de tração em PVC
700

600 E - F1

500
Carga (N)

400

300 D - F2
C - F4
200 B - F5
A - F3
100

0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Deslocamento (mm)
Formulações
ç
C
Componentes
F1 F2 F3 F4 F5
Resina PVC 100 100 100 100 100
Estabilizante térmico base bário/zinco 2 2 2 2 2
Estabilizante
3 3 3 3 3
Óleo de soja epoxidado
Lubrificante estearina 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
Plastificante
30 60 90 60 60
DOP – Dioctil ftalato
Carga
0 0 0 30 60
Carbonato de cálcio
Polipropileno

CP 141

H 530

RP 647
L1 Dimenssões Medida (mm)
La g a 1 - L1
Largura
Largura 2 - L2
Comprimento - C
Espessura - E

L2

E
Vídeo do ensaio de tração em Polipropileno (H 530)
Vídeo do ensaio de tração em Polipropileno (CP 141)
Tração direta em Polipropileno

1600
CP141
1400 H503
RP647
1200

1000
Carga (N)

800

600

400

200

0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Deslocamento (mm)
Silicone
Medidas com Micrômetro
Dimenssões Medida (mm)
L1
La g a 1 - L1
Largura
Largura 2 - L2
Comprimento - C
Espessura - E

L2

Silicone

E
Víd d
Vídeo do ensaio
i de
d tração
t ã em Silicone
Sili
Tração
ã direta em Silicone

16
14 Selante 0117
Selante 768
12
Selante 790
10
a (N)

8
Carga

6
4
2
0
0 100 200 300 400 500 600 700
Deslocamento (mm)
( )
Degradação de polímeros

Agentes Mecanismos
Radiação UV Quebra de
O ô i oxigênio
Ozônio, i ê i li õ
ligações
Temperatura Perda de voláteis
Agentes Degradam
biológicos plastificantes
Solventes Inchamento
Dissolução
ç
Radiação UV
• Devido a alta energia
energia, penetram no polímero
• Profundidade depende
– Nível de exposição
– Teor de cargas e pigmentos
– PVC translúcido tem < durabil. que seu equivalente fosco
Radiação UV
• Processo de deteriorização:
– Ionização do átomo
– Quebra de ligação, c/ redução do GP e da Rmec
– Possível substituição por ligações cruzadas, fragilizando o
material
t i l
– Destruição do pigmento, com alteração da cor
• Antídoto: estabilização com TiO2
Ozônio,
Ozônio Oxigênio

• Reação com o polímero


• Quebram a cadeia
– C reage com o O
• Reduzem GP
– Perda de Rmec e E
– Fissuras
Temperatura

• Quebra de cadeias
– f(energia
( g de ligação)
g ç )
• Volatiza aditivos de baixa massa molecular (ex.
plastificantes), causando:
– Liberação de gases às vezes tóxicos
– Perda de massa
– Retração e microfissuras
– Fragilização
Agentes biológicos
• Grandes
G d cadeias
d i não
ã são
ã atacadas
d
– Plástico não é biodegradável
– lixo é problema
• Ataque
q a cadeias p
pequenas
q
– aditivos: plastificantes e pigmentos
• Ensaio:
– enterrar amostra
– Verificar
V ifi perda
d dde R
Rmec
Agentes biológicos
• Afetam
Af propriedades
i d d
– Manchamento
– Perda de resistência
– Fragilização
• Exemplos
– Fungos em fachadas
– Enterrados
– Água do mar
Solventes
† Processo
P de
d ddegradação
d ã
„ Moléculas de solvente penetram entre as cadeias
„ O inchamento da cadeia reduz as forças de atração
„ ↓ TG
„ ↑ ductilidade
„ ↓ dureza e Rmec
„ Ocorre a solubilidade parcial do plástico
„ Dissolução
„ solubilidade total
„ caso extremo, com destruição do polímero
Avaliação da Durabilidade
† E
Ensaios
i acelerados
l d
„ fatores de degradação
„ intensidade majorada
„ riscos

† Envelhecimento natural
„ fatores ambientais
„ estações de envelhecimento
„ Pequenos
q corpos
p de p prova
† Envelhecimento em uso
„ condições reais de uso
Avaliação da Durabilidade
† Indicadores
I di d d
de d
degradação
d ã
„ resistência a impacto
„ Resistência à tração
„ deformação na ruptura
„ análise de cor
„ espectrofotometria ao infravermelho
„ análise superficial
„ transmissão de luz
Ensaios acelerados

• Weather-O-meter
Weather O meter
„ radiação
„ calor
„ choque térmico

• Câmara de UV
„ radiaçãoUV
„ condensação superficial
USO DE PLÁSTICOS NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Cloreto de Polivinila (PVC)
† Termoplástico, obtido a partir do acetileno e do cloreto de H
Termoplástico
† Baixo custo e baixa absorção de umidade
† Principais usos:
„ Chuveiros, sifões, junções, válvulas, etc.
„ Tubulações de água (quente: CPVC)
CPVC), esgoto e
eletricidade
„ Esquadrias,
Esquadrias revestimentos
„ Coberturas: telhas de plástico (Elvic), em diversas cores,
opacas ou translúcidas (permitem iluminação natural)
† Vantagens sobre as canalizações metálicas: baixo preço,
facilidade de manuseio,, imunidade à corrosão
Poliestireno (PS)
† Termoplásticos

† Superfícies brilhantes e polidas


† Baixa resistência ao calor

† Quebradiço
Queb ad ço
† Poliestireno de alto impacto
„ Alguns assentos de vaso sanitário,
sanitário bancos e armários:
maciços, praticamente inquebráveis e inalteráveis à ação
de ácidos
Poliestireno expandido - Isopor
† Polímero em forma de esferas que é comprimido em
um molde por um gás que dilata quando aquecido
† Cortado em placas por um fio aquecido a 150 oC

† Extremamente leve

† Usos:
„ Pisos flutuantes, decoração, forros, sanduíche em paredes
divisórias, isolamento acústico e térmico (entre -200 e 75 oC)
em espessura > 20 mm
† Problemas na reciclagem
Polietileno (PE)
† Termoplástico,
Termoplástico alta ou baixa densidade
† Flexível, barato, baixa Rmec e ao calor

† Usos
„ Folhas azuladas ou transparentes para proteção de
materiais, compósitos e equipamentos contra umidade,
intempéries e poeira, baldes, sacos de lixo

PEBD PEAD
Estrutura ramificada linear
Peso molecular 50.000 200.000
Densidade 0,92 a 0,94 0,94 a 0,97
Cristalinidade 60% até 95%
Polipropileno(PP)
† Características
„ Termoplástico, peso molecular: 80.000 - 500.000
„ E
Essencialmente
i l t linear
li → altamente
lt t cristalino
i t li (60-70%)
(60 70%)
„ Densidade: 0,90
„ Alta Resistência à tração, rigidez e dureza
„ Excelente Resistência química
„ Boa estabilidade térmica (até 90ºC)
„ Usos:
† Telhas e domos, chapas de alta transparência
† Cerdas para vassouras e escovas, embalagens p/ alimentos,
garrafões de água mineral, pastas escolares, copos
descartáveis, fitas adesivas, sacarias, eletrodomésticos
Polipropileno: exemplo ensaio de
tração

Fonte: PCC 2339


Náilon
† Termoplástico
T lá i

† Plástico nobre, de alta qualidade

† Uso
„ Reforço
R f nas telhas
t lh plásticas
lá ti d
de fib
fibra d
de vidro
id (Fil
(Filon))
„ Buchas para fixação (Fisher)
„ C d
Cordas, escovas
Fiberglass
† Fibras de vidro com resina poliéster,
poliéster epóxi ou melamina
† Pode ter resistência superior à chapa de aço

† Usos

„ Estruturais
„ Painéis
P i éi de
d vedação,
d ã paredes d divisórias
di i ó i
„ Pias, bebedouros, lavatórios
„ Formas
F reaproveitáveis
itá i para concreto t (acabamento
( b t liso)
li )
Acrílicos
† Termoplástico
T lá i
† Nome científico: polimetacrilato de metila
† Plástico nobre, de alta qualidade

† Usos
„ Substituição ao vidro
„ Box para banheiros
„ Paredes divisórias
„ Domos acrílicos para iluminação e ventilação de grandes
superfícies cobertas
Resinas alquídicas, fenólicas, vinílicas
e epóxis
ó i
† Alquídicas e fenólicas (termofixas) e vinílicas (termoplástica)
„ Vinílicas: pisos (Vulcapiso, Paviflex), tinta PVA
„ Fenólicas: laminados plásticos (Fórmica,
(Fórmica Formiplac)
„ Alquídicas: vernizes, esmaltes sintéticos, a óleo
„ Baquelite (fenol formaldeído): tomadas,
tomadas interruptores

† Epóxi (termofixo):
„ Epicloridrina e bisfenol
„ Dureza, Rabrasão, Rquímica,
q Rmec, durabilidade, elasticidade
„ Adesivo, selantes, revestimento de reservatórios, pavimentação,
chumbamentos, grauteamentos, revestimentos especiais
Resina epóxi: exemplo de ensaio
tração

Fonte: PCC 2339


Hypalon e neoprene

† Elastômeros

† Resistência à intempéries,
p , ozônio,, luz solar e calor
† Usos
„ Impermeabilizações
„ Apoio de estruturas, juntas de expansão, base
antivibratória, vedação de paredes de vidro e esquadrias
(neoprene)
Silicones

† Elastômero
El ô
† Obtidos a partir do Si
† Usos
„ Proteção de superfícies sujeitas a intempéries (ozônio,
temp., etc.)
„ Confere a superfície
p aplicada
p propriedade
p p hidrofugante
g
pela redução de sua tensão superficial a um valor <
água
„ Selantes de vidros, chuveiros, pias, banheiras, vasos
sanitários, ralos, juntas de construções

Você também pode gostar