1. O documento contém 10 afirmativas sobre 3 textos literários. Os textos discutem a noção de diferença cultural, a existência de uma literatura paraense e os elementos constituintes da literatura brasileira.
2. As afirmativas devem ser classificadas como falsas (F) ou verdadeiras (V) de acordo com o conteúdo dos textos.
3. As respostas corretas são fornecidas no final do documento.
1. O documento contém 10 afirmativas sobre 3 textos literários. Os textos discutem a noção de diferença cultural, a existência de uma literatura paraense e os elementos constituintes da literatura brasileira.
2. As afirmativas devem ser classificadas como falsas (F) ou verdadeiras (V) de acordo com o conteúdo dos textos.
3. As respostas corretas são fornecidas no final do documento.
1. O documento contém 10 afirmativas sobre 3 textos literários. Os textos discutem a noção de diferença cultural, a existência de uma literatura paraense e os elementos constituintes da literatura brasileira.
2. As afirmativas devem ser classificadas como falsas (F) ou verdadeiras (V) de acordo com o conteúdo dos textos.
3. As respostas corretas são fornecidas no final do documento.
TESTE DE LITERATURA DE EXPRESSÃO AMAZÔNICA – Prof. Alonso
Jr. ALUNA (O): Isabelly Vitória de Andrade Amaral. Teste nº 1 ORIENTAÇÕES IMPORTANTES: 1. Este teste corresponde à avaliação relativa à primeira nota. Faça-o e devolva-o até o dia 23.06.2022, às 21:59 horas, pelo Classroom. Ele contém questões embasadas em um excerto da obra Ciladas da Diferença, de Antônio Flávio Pierucci, intitulado A diferença é o sensível e, também, no textos do prof. Paulo Nunes, intitulado A Literatura paraense existe? e de Machado de Assis, intitulado Instinto de nacionalidade. Leia as afirmativas e diga se são falsas (F) ou verdadeiras (V). QUESTÕES 1. ( F ) O objetivo do texto de Pierucci é discutir, sobretudo com os simpatizantes da direita, se o ponto de vista que diz sermos diferentes é uma noção que vale a pena defender, e, no caso dos educadores, até mesmo de ensinar. Isso, de algum modo, já indica que o autor se inclui entre os intelectuais da direita que acatam radicalmente o que se denomina a defesa das diferenças, mas tem dúvidas sobre a eficácia dessa tese na luta política pelos direitos humanos. 2. ( V ) Após esclarecer que não irá se ocupar das afirmações sexistas e moralistas dos conservadores de direita que entrevistou, o autor passa a se ocupar das afirmações racistas e chauvinistas por eles produzidas e da suposição da esquerda de que essas afirmações se originam de sua rejeição da diferença, situando-as, segundo ele, de forma pouco refletida, como um tipo de heterofobia. O argumento do autor de que essa visão é superficial, ou uma meia verdade, reside, em parte, em afirmar que a direita, que não recusa as diferenças, mas tem obsessão por elas, inicia a sua relação com o problema primeiramente reconhecendo empiricamente a diferença e, só depois, formula noções de rejeição aos diferentes. 3. ( V ) Quando o autor fala da inconveniência de misturar os significantes, ele se concentra em uma reflexão de ordem linguística sobre os problemas que podem advir para a esquerda de usar o mesmo significante da direita (diferente/diferença) que, segundo ele, fundamenta-se em uma ideia de racialização existente no imaginário dos seres humanos, de onde ser natural que, com esse significante, se produza a visão de que os homens estão evidentemente separados pelos traços de sua racialidade, da qual a direita deriva que e é logicamente incorreto misturá-los, o que faz com que ela veja o fenômeno como algo socialmente natural. 4. ( F ) Na conclusão do item A diferença é o sensível, o autor reforça a explicação de que a realidade evidencia, que o que se impõe aos nossos olhos, concretamente, são as diferenças entre os seres humanos: “Oxalá, não é Jeová!”, dizem os conservadores de direita, concluindo que “Por isso, a abstração revolucionária – de esquerda – é uma aberração. Por isso as constituições dos países devem ser diferentes.” (2014, p. 30). E após citar Burke, o teórico mais famoso das origens dessa relação entre direita e direito à diferença, que a esquerda resolveu abolir na Revolução Francesa (1789), ele, o autor, afirma que expressou, em poucas palavras, a afinidade eletiva da direita com a diferença, afinidade essa que surgiu somente no final do século XX, juntamente com a da esquerda constituindo-se um ponto de vista ainda hoje muito difundido em centros universitários e defendido por diversas organizações sociais não acadêmicas. 5. ( F ) Na abertura do texto do Prof. Paulo Nunes, há uma afirmação peremptória: a literatura paraense não existe. Ele nos diz, também, que nunca se afastou desse ponto de vista, convicção que defende desde 1987, época em que escreveu o livro Texto e Pretexto, ao lado de outros professores, que pensavam como ele. Mesmo se sentindo seguro com o seu ponto de vista, ele solicita aos colegas que o acompanharam em suas reflexões que atentem para os argumentos que deseja acrescentar a esse ponto de vista. 6. ( V ) Um outro argumento de Nunes para desacreditar da existência de uma literatura paraense é o fato de que – e a isso ele se refere com exemplos – os sentimentos, ou os problemas expressos pelos autores ditos paraenses vão muito além daquilo que se poderia chamar de “local”, de vez que pertencem à humanidade como um todo e, assim, projetam a realidade regional em um plano universal. 7. ( F ) O único modo de um escritor ser regional, que ele considera legítimo, é aquele referente à utilização do recurso da enumeração de dados da natureza local expressa em lexemas como “bacuri”, “beiju”, “mapará”, “cupuaçu”, etc. O uso dessas palavras atestam, ele assim compreende a questão, nossa identidade cultural, que se expressa, sobretudo, no exotismo de nossos costumes e de nossa natureza. Apesar de haver quem opine que isso transforma o autor paraense em um ser de traços exóticos, ele não concorda com quem assim pensa. 8. ( V ) Ao formular sua posição sobre o que faz uma obra literária ser brasileira, Machado de Assis esclarece que o percurso de abrasileiramento da literatura portuguesa para cá transplantada não se inicia no romantismo, de vez que cita autores do século XVIII como participantes dele: Sta. Rita Durão e Basílio da Gama servem de exemplo disso, mesmo que ele não elogie o arcadismo como estilo. 9. ( F ) Ao refletir sobre a presença do elemento indígena como dado constitutivo da brasilidade de nossas letras, Machado de Assis, nega que ele seja incontestavelmente adequado, mas concorda plenamente com aqueles românticos que defenderam essa tese, porque ele considera os povos indígenas mais brasileiros que os outros povos existente no Brasil, e que os românticos foram movidos por um sentimento de piedade em relação às tribos que, segundo ele, desapareceram, de vez que entende ser a compaixão um elemento constitutivo de nossa identidade nacional. 10. ( V ) A referência que Machado de Assis faz a Shakespeare exemplifica o fato de que escritores de um país permanecem sendo autores de seu país mesmo quando tratam de assuntos distante do tempo em que vivem e do espaço em que habitam. Não seriam, assim, nem o uso do elemento local, nem a fidelidade a assuntos do tempo em que vive o escritor que garantiriam, com exclusividade, a nacionalidade de suas obras, mas a identificação dele, escritor, como as reflexões do seu tempo, que, segundo sua compreensão do problema, podem se associar a fatos do passado, sendo os demais dados, acessórios a essa reflexão. A ideia de nacionalidade em Machado de Assis, portanto, é algo que se relaciona com uma ampla noção de universalidade.
TAVOLARO, Sergio B. F.. A Tese Da Singularidade Brasileira Revisitada - Desafios Teóricos Contemporâneos. Dados, Rio de Janeiro, v. 57, N. 3, P. 633-673, Set. 2014 PDF