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RESENHA: Anderson, Benedict. Comunidades imaginadas.

Neste tópico o autor busca adentrar no tema geral que a obra irá se

debruçar, qual seja, as problemáticas atinentes ao nacionalismo, logo, para

executar tal tarefa, o autor remonta aos períodos das guerras entre Vietnã,

Camboja e China, bem como, outras guerras em que a questão posta objetiva e

subjetivamente era a hegemonia de países ditos nacionalistas.

E para tanto, o autor narra que posterior ao período da segunda grande

guerra as revoluções ditas vitoriosas, em sua maioria ou mesmo todas, se

definiam em termos nacionais, ou seja, tinham relação com movimentos

históricos, sociais, territoriais e geopolíticos.

Assevera o autor também, a sua época, que um dos fatores de maior

legitimidade para um país é a condição nacional, entretanto, tal conceituação

ainda não está estagnada numa definição e para reforçar tal entendimento o autor

cita outros autores que se debruçaram sobre o tema (pag.29 do livro).

Outrossim, o autor busca fazer uma correlação entre o pensamento marxista

e o entendimento de nacionalidade, entretanto, tão conexão não é de fácil

elucidação, pois, cita o autor que o nacionalismo é algo anômalo para a teoria

marxista como um todo, onde os teóricos-marxistas buscam evitar a

“lembrança”.

Portanto, o autor narra que buscou traçar uma interpretação que fosse mais

abrangente e profunda para nacionalismo, por mais difícil que ele demonstrou

ser tal estudo, inclusive, aduziu que tanto a teoria liberal quanto a teoria marxista

sofreram um enfraquecimento ao sustentarem uma definição para o conceito de

nacionalismo.

Há uma diferenciação abordada pelo autor, no que tange nacionalidade,

nacionalismo e condição nacional, onde se refere como produtos nacionais

específicos, onde para que sejam feitos os aprofundamentos em tais substantivos,

necessário se faz abordar os conceitos históricos de uma nação e a

contextualização que tais termos são conectados entre si, as transformações que

o termo passou a ter com o passar do tempo, e como contemporaneamente essa

Aluno – Gabriel Matheus Serra Maia de Souza.


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terminologia passou a ter conexão profunda com o sentimento dos ditos

nacionais, encontrando o que o autor chama de “legitimidade emocional

profunda”

O autor passa a chamar os temos nacionalidade, condição nacional e

nacionalismo como “produtos” e tal nomenclatura adotada pelo autor nos faz

pensar que, supostamente, tais “produtos” são origem daquele povo onde são

emanados e quando falamos povo, conforme dito pelo autor, a abordagem tem

que ser multidisciplinar, pois, analisamos o povo, sua história, a transição do

tempo, dentre outras abordagens ali ocorridas, naquela “nação?”

Portanto, seguindo a esteira do tempo, o autor diz que tais produtos passam

a formar um processo simbiótico com o que ele chama de “constelações políticas

e ideológicas” ao passo que se torna homogêneo com os terrenos sociais que

fazem parte.

O autor aduz que para se debruçar ao estudo de nação, surgem três

paradoxos, onde tais paradoxos são abordados por teóricos do nacionalismo,

bem como, historiadores, sendo tais questões de relevância para a compreensão

do conceito de nação. Sendo que (1) o antagonismo de uma abordagem objetiva

x subjetiva, sendo que a perspectiva objetiva é aliada ao que o autor chama de

modernidade (objetiva) e a subjetividade sendo encarada como elemento eivado

de antiguidade (subjetiva), ambas no prisma dos nacionalistas. (2) a

universalidade que há na compreensão de nação, a ideia de unidade em torno do

nacionalismo, entretanto, na conceituação sociocultural, a definição que todos

que nascem tem nacionalidade, assim como tem um sexo, logo, encontram

contraponto na questão da particularidade das manifestações concretas e (3) o

poder político do que se chama “nacionalismo” em contraponto a insuficiência

filosófica, ora, o autor narra que nos teóricos dos nacionalismos há uma

incoerência filosófica?

Desta forma, o autor busca elucidar que na visão dele, a categorização do

nacionalismo deveria ser menos abrangente e figurar ao lado de expressões

Aluno – Gabriel Matheus Serra Maia de Souza.


RESENHA: Anderson, Benedict. Comunidades imaginadas.

meramente analíticas, como parentesco ou religião, exemplo do próprio texto, e

não mais dentro de discussões de lado políticos, como liberalismo e fascismo.

Malgrado todas as explanações sobre nacionalismo acima trazidas, o autor

busca uma definição própria do nacionalismo, qual seja, uma comunidade política

imaginada como sendo limitada ao passo que é soberana, tal conceituação me pareceu

paradoxal, pois, se compreende soberania de forma resumida como algo que não

encontra barreira de poder superior, desta forma, como seria uma nação soberana

e limitada? Imaginada, pois, uma nação compreende muitos partícipes daquela

organização social, logo, um indivíduo não tem lastro para conhecer todos os

demais, sendo então essa noção de abrangência e unidade

imaginada(pressuposta?).

Aluno – Gabriel Matheus Serra Maia de Souza.

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