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What is a tribe? - Mahmood Mamdani.

Inicialmente, o autor parte do marco temporal da segunda metade do século

XIX, logo após a Revolta dos Cipaios, narrando que partindo desse marco temporal

se iniciaria uma nova organização de colonialismo.

O autor citando Heny Maine, aduz que essa nova forma de colonialismo

buscava estabelecer-se de forma mais duradoura, para tanto, era feita uma

diferenciação entre ocidental e não-ocidental, inicia então as bases para o que

autor chama de teoria do nativismo.

Estabeleceu-se a distinção entre colono e nativo, onde o colono era o

moderno e já o nativo não seria assim, logo, tal distinção arguida citada por Maine

era tão abrangente que se o colono fosse definido, seria pelo ramo da história e já

o colono seria definido pela geografia.

Desta feita, retornando a Revolta dos Cipaios chamado pelo autor de Motim,

Maine assume um cargo no conselho executivo do vice-rei, ficando por este

motivo mais conhecidas suas produções acerca das relações de domínio

ocorridas naquele país em período de colônia, em diversas regiões da vasta

região, logo, seus estudos acerca do “nativo” forneceram novos elementos para

compreensão à época, onde o nativo tinha um cunho tribal, ou seja, a Coroa Inglesa

passa então a conhecer como tribais os povos originários daquele local sob

domínio da referida coroa.

Outrossim, no seguimento da revolta supracitada, em 1857 ampla maioria

dos Cipaios perpetraram o levante contra o domínio britânico, logo, o autor narra

que um dos principais motivos que levaram a esta situação limite foi a falha ao

compreender a “crença religiosa e social indígena nativa”, ou seja, o fato de os

britânicos imporem suas tecnologias e mecanismos de dominação a uma nação

extremamente populosa e com uma cultura e religião própria e fortemente

defendida pelo povo.

Neste ínterim, o autor cita, novamente, Maine onde aduziu “Não há país,

provavelmente, no qual o costume é tão estável como é na Índia” confirmando o dito

no parágrafo acima.

Aluno – Gabriel Matheus Serra Maia de Souza.


What is a tribe? - Mahmood Mamdani.

Outro fator citado por Mamdani é que toada feita pelos colonizadores do

que chamaram de “tribais” utilizavam-se de duas formas de domínio, uma pela

assimilação através do que entendiam como uma missão civilizadora e outra pelo

dito “pluralismo” na gestão da diferença.

Desta forma, o referido autor passa a traçar uma linha de raciocínio onde

narra tempos e evoluções na forma de domínio estudada (ingleses x indianos)

onde a “linguagem da missão civilizadora” passou do evangélico para o secular,

ocorreu a disseminação do chamada Estado de Direito.

Nota-que o autor cita que ao passarem a realizar censos demográficos onde

passou a ocorrer uma discriminação interna, com influência do estado, que

buscava a tradição, entretanto, o que seria a tradição na ótica do colonizador?

Ocorre que as minorias políticas ali existentes passaram a ser entendidas

como subalternas, onde tinham, inclusive, a nomenclatura de “tribo”, desta feita,

no pós-1857 na índia, foram classificadas três identidades nacionais dos

colonizados, sendo a casta, religião e tribo.

Essa classificação supérflua excluiu da apreciação diversas linhagens com

dialetos distintos, organizações sociais e religiosas, subjugando esses povos entre

três classes com base na governamentalidade.

Outrossim, tal situação também foi semelhante na África, onde foram

divididos os povos e reinos em raça e tribo, portanto, tais divisões entre raça,

tribo e casta no caso da Índia, eram imprescindíveis para a organização do

aparelhamento de dominação exercido no caso pela Coroa Inglesa.

Entretanto, ocorre que a verdadeira diferenciação se dava entre nativos e

não-nativos, indígenas e não-indígenas, pois, quando o estado dominador

passou a considerar essa circunstância não apenas histórica como geográfica,

tendo como característica imprescindível a origem.

Aluno – Gabriel Matheus Serra Maia de Souza.

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